O Talmud faz apenas duas referências ao lesbianismo, e nestas fica claro a pouca importância dada a matéria pelos sábios, como as próprias mulheres. A palavra mesolelot que é associada ao lesbianismo pode ser traduzida como "o roçar entre duas genitálias" (levamot) e refere-se basicamente ao contato sexual sem penetração, aparece num trecho que refere-se a uma mãe masturbando o filho, contudo também aparece em uma discussão entre os rabis para definir se as mulheres que praticam sexo com outras mulheres (mesolelot) são desqualificadas para o casamento com os sacerdotes. Eliezer Ben Horquenus afirma que a relação sexual com um homem solteiro, feita com o propósito de apenas ter prazer, sem envolvimento marital, transforma a mulher numa zonah (prostituta), porém, quando a relação ocorre entre duas mulheres a ofensa não requer nenhuma punição. Não existe nenhuma punição, nem açoitamento, apedrejamento ou qualquer outro, isto porque nenhum mandamento bíblico era contra a relação sexual entre duas mulheres, o que inclusive as tornava aptas a casar com qualquer homem judeu, porém aconselha Eliezer Ben Horquenus que os homens vigiem rigorosamente suas mulheres, impedindo-as de visitar ou receber visitas de mulheres com estes hábitos.
A falta de legislação sobre uma relação homoerótica entre duas mulheres pode soar para alguns como uma permissão, mas isso seria não reconhecer o status de objeto que pertence ao homem do próprio corpo feminino. A legislação então preocupa-se sobretudo, ao falar da mulher, de reforçar seu lugar de objeto que pertence ao homem (casamento) e garantir essa posse quando outro homem a ameaça (interdições sexuais como incesto ou punições para o adultério), para o legislador que escreve a Bíblia e o Talmud não existe risco algum quando duas mulheres estão juntas porque sua posse não estava ameaçada já que ao contrário do que acontecia em regiões como o Egito, não havia a possibilidade de mulheres hebraicas terem uma vida independente de homens em sua sociedade.
A falta de legislação sobre uma relação homoerótica entre duas mulheres pode soar para alguns como uma permissão, mas isso seria não reconhecer o status de objeto que pertence ao homem do próprio corpo feminino. A legislação então preocupa-se sobretudo, ao falar da mulher, de reforçar seu lugar de objeto que pertence ao homem (casamento) e garantir essa posse quando outro homem a ameaça (interdições sexuais como incesto ou punições para o adultério), para o legislador que escreve a Bíblia e o Talmud não existe risco algum quando duas mulheres estão juntas porque sua posse não estava ameaçada já que ao contrário do que acontecia em regiões como o Egito, não havia a possibilidade de mulheres hebraicas terem uma vida independente de homens em sua sociedade.
interessante esta sua perspectiva!
ResponderExcluirbjão
Muito bom o texto, informações bem pertinente,
ResponderExcluirde fato sempre ouvi e li poucas coisas sobre relações lésbicas na história antiga
Interessante está diante de observações como essa, como eu raramente leio textos bíblicos só tomo algum conhecimento em leituras assim.
ResponderExcluirAbraços1
por isso acho importante falar sobre este assunto aqui, Luiz, acho q todos devemos ter contato com esse texto pq ele é uma das balizas de nossa sociedade. não acha?
ExcluirO livro de Ruth tem sua datação bastante discutida, embora os costumes aduzidos no livro sejam pré-exílicos – e que se referem a uma legislação anterior ao Deuteronômio – é preferível coloca-lo em um contexto pós-exílicos, principalmente no que diz respeito a sua elaboração teológica(universalismo, concepção da retribuição e sentido do sofrimento). A narração , de certa maneira, combate o ‘mito’ da raça pura – das disposições de Esdras e Neemias . Ruth é colocada na linhagem de ninguém menos que o Rei Davi ... uma moabita! Davi trazia em si sangue estrangeiro; era já um ‘sinal’ da solidariedade física que Israel deveria transmitir a outros povos. Também não vejo um relacionamento homoerótico no texto. O que aparece mais claramente no texto é um esbouço da cultura feminina que, dentro de um mundo masculino, conseguem encontrar cumprimento ‘prazenteiro’ dentro das estruturas sociais.
ResponderExcluirQuanto as citações de relações homoeróticas femininas, é realmente difícil encontra-las (de uma maneira clara), diferente das relações masculinas que são mais abundantes, principalmente nos escritos apócrifos, em Qumran e pseudo-epigráficos.
que escritos apócrifos são esses q vc citou, moço? não conheço, não fica escondendo o ouro não, vai.
ExcluirExistem algumas referencias espalhadas nas mais variadas fontes da literatura judaica, principalmente nos escritos apócrifos e nos de língua grega, entre eles: O pergaminho das Ordenações de Qunran, Pseudo Focilide, Flavio Josefo- Antiguidade Judaica, Terceiro Livro dos Sibilinos, Filon – Hypothetica ... etc.
ExcluirSe você se interessar pelo assunto, posso te mandar o elenco completo, não apenas sobre o homossexualismo mas também sobre a sexualidade de uma maneira geral.
Por favor, claro que me interesso, me manda sim!! *m*
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