É domingo. Noite de domingo. Estou sentado no sofá da casa dele. Folheio O Pampulha, um semanário gratuito que é distribuído entre os condomínios de Belo Horizonte. Ele está sentado na mesa da sala de jantar. E escreve no computador sobre a ditadura militar, após um spaguetti ao molho branco que eu preparei para nós dois na cozinha dele. Trocamos impressões sobre o trabalho dele, mas principalmente ele me pergunta coisas que eu como historiador tenho mais familiaridade, mas também comento as matérias do jornal. Sobretudo, a matéria sobre as semanas de moda de Paris e Milão em que a jornalista, inconformada com a incapacidade dos estilistas de criarem moda masculina para homens heterossexuais, critica com palavras ásperas e um certo desprezo que beira o preconceito. Rimos de tudo. E quando ele levanta e retorna a cozinha, volta, acompanhado do seu cachorro, um pastor de Shetland, e com duas taças e uma garrafa de vinho chileno. Ele pede que eu abra a garrafa enquanto salva o que já escreveu. e senta ao meu lado no sofá. Conversamos ali, enquanto a noite se aprofunda, sobre cinema e TV, gargalhando das lembranças que só quem nasceu na década de 1980 pode ter. Às vezes nós nos tocamos, a mão dele pousa na minha coxa, minha mão no ombro dele desliza pelas costas desnudas. Faz um calor atípico a julho naquela noite. Ele me convida para dormir por lá mesmo. Já é tarde para voltar para casa e eu aceito. Ele me oferece uma escova de dentes, e enquanto escovo a boca, ele não tem a menor vergonha de entrar, despir-se e tomar um banho, enquanto conversa comigo. Fala sobre um ex-namorado que depois de dois anos no mais absoluto silêncio resolveu comentar numa postagem sua no Facebook. Ele quer minha opinião sobre o que significa aquilo e eu comento apenas que este deveria estar tentando se aproximar. Ao sair do banho, vestindo apenas uma camiseta, ele prepara minha cama, um colchão no chão, coberto com um lençol, travesseiro e coberta e, quando adormeço, tenho um sono agitado. Sonho com ele, que eu mudava as plantas dele de lugar e tinha que ir logo embora dali, devia fugir como se fosse errado mudar as plantas de lugar. Acordo, sentindo a garganta querendo inflamar, pensando que estou atrasado para ir para terapia, mas ainda eram 7:52h da manhã.
Mudar as plantas de lugar, e achar que é errado fazê-lo, não seria uma forma de você externar, via sonho, algo que você quer, com seu amigo, mas que você acha que não deve.
ResponderExcluirÉ, eu sei que essa interpretação é demasiado óbvia ululante, mas, às vezes, essas são as respostas pras coisas.
"Bobeira é não viver a realidade. E eu ainda tenho uma tarde inteira.
ResponderExcluirEu ando nas ruas, eu troco um cheque, mudo uma plante de lugar..."
Achei tudo a ver (rs)
Bjks e bom fimde.
Pena que não inventaram ainda abraços virtuais, mas de tantos comentários e posts, tenho um carinho muito grande por ti qrdo.. Bjs
ResponderExcluirSe for quem eu to pensando, tenho a impressão que ele curte ser gostado por vc. Falei.
ResponderExcluireu jurei que ia acontecer algo.
ResponderExcluirvindo de você, eu duvido que não tenha acontecido algo.
não?
pq seria errado mudar as plantas de lugar ... isto poderia ser exatamente o q ele tb queria mas ainda não fez ...
ResponderExcluirsaudades queridão ... de volta à ativa ...
Adoro isso das coisas estarem para acontecerem.... e simplesmente não acontecerem e deixarem a gente atordoado, heheh
ResponderExcluirbjs
Eu não confio em sonhos. Nunca. Não acho que eles signifiquem coisa alguma.
ResponderExcluirBeijo Primo!
Vc gosta de cozinhar,ne?
ResponderExcluirRaramente,eu lembro de sonhos.
Abraços.
Joga logo essas plantas contra a parede!
ResponderExcluirQuebra tudo!!!!!!
EX, caro Fox, não é gente...
ResponderExcluirE quem nunca sonhou em mudar as plantas de alguém, hein? Maravilha!
ResponderExcluirAh, que não seja o príncipe.. peguei raivinha dele, muita ego trip...rs
ResponderExcluirBj
Caramba, Fox... Eu tbm jurava que algo aconteceria... Mas se ele é seu amigo, as coisas são mais complicadas... Talvez isso explique o sonho, ou talvez tenha sido apenas o vinho...
ResponderExcluirSaudades disso aqui,cara...
Beijos,Fox... Até o próximo
Me parece que, assim como no sonho, faltou um pouco de atitude: seja para ficar e encarar a reação após a mudança de lugar das plantas ou para encarar a reação ao seu agir deixando claro que queria algo mais.
ResponderExcluirDo sonho vc acordou e não saberá a reação dele. E na real?
Esse cara é real?
ResponderExcluirEu sou lerdo, vai ter que me contar melhor essa história pessoalmente. :P
É... Não sei o que pensar...
ResponderExcluirPorque mudar plantas de lugar pode ser bom também... Ou simplesmente errado. Mas por que é errado a gente não pode querer??? E é errado porque??? Quem definiu que é errado??? Vai fazer mal a alguém ou às plantas???
Dúvidas...
Abração!!