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sexta-feira, 15 de julho de 2011

(Sem Título)

É domingo. Noite de domingo. Estou sentado no sofá da casa dele. Folheio O Pampulha, um semanário gratuito que é distribuído entre os condomínios de Belo Horizonte. Ele está sentado na mesa da sala de jantar. E escreve no computador sobre a ditadura militar, após um spaguetti ao molho branco que eu preparei para nós dois na cozinha dele. Trocamos impressões sobre o trabalho dele, mas principalmente ele me pergunta coisas que eu como historiador tenho mais familiaridade, mas também comento as matérias do jornal. Sobretudo, a matéria sobre as semanas de moda de Paris e Milão em que a jornalista, inconformada com a incapacidade dos estilistas de criarem moda masculina para homens heterossexuais, critica com palavras ásperas e um certo desprezo que beira o preconceito. Rimos de tudo. E quando ele levanta e retorna a cozinha, volta, acompanhado do seu cachorro, um pastor de Shetland, e com duas taças e uma garrafa de vinho chileno. Ele pede que eu abra a garrafa enquanto salva o que já escreveu. e senta ao meu lado no sofá. Conversamos ali, enquanto a noite se aprofunda, sobre cinema e TV, gargalhando das lembranças que só quem nasceu na década de 1980 pode ter. Às vezes nós nos tocamos, a mão dele pousa na minha coxa, minha mão no ombro dele desliza pelas costas desnudas. Faz um calor atípico a julho naquela noite. Ele me convida para dormir por lá mesmo. Já é tarde para voltar para casa e eu aceito. Ele me oferece uma escova de dentes, e enquanto escovo a boca, ele não tem a menor vergonha de entrar, despir-se e tomar um banho, enquanto conversa comigo. Fala sobre um ex-namorado que depois de dois anos no mais absoluto silêncio resolveu comentar numa postagem sua no Facebook. Ele quer minha opinião sobre o que significa aquilo e eu comento apenas que este deveria estar tentando se aproximar. Ao sair do banho, vestindo apenas uma camiseta, ele prepara minha cama, um colchão no chão, coberto com um lençol, travesseiro e coberta e, quando adormeço, tenho um sono agitado. Sonho com ele, que eu mudava as plantas dele de lugar e tinha que ir logo embora dali, devia fugir como se fosse errado mudar as plantas de lugar. Acordo, sentindo a garganta querendo inflamar, pensando que estou atrasado para ir para terapia, mas ainda eram 7:52h da manhã.

17 comentários:

  1. Mudar as plantas de lugar, e achar que é errado fazê-lo, não seria uma forma de você externar, via sonho, algo que você quer, com seu amigo, mas que você acha que não deve.

    É, eu sei que essa interpretação é demasiado óbvia ululante, mas, às vezes, essas são as respostas pras coisas.

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  2. "Bobeira é não viver a realidade. E eu ainda tenho uma tarde inteira.
    Eu ando nas ruas, eu troco um cheque, mudo uma plante de lugar..."
    Achei tudo a ver (rs)
    Bjks e bom fimde.

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  3. Pena que não inventaram ainda abraços virtuais, mas de tantos comentários e posts, tenho um carinho muito grande por ti qrdo.. Bjs

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  4. Se for quem eu to pensando, tenho a impressão que ele curte ser gostado por vc. Falei.

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  5. eu jurei que ia acontecer algo.

    vindo de você, eu duvido que não tenha acontecido algo.

    não?

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  6. pq seria errado mudar as plantas de lugar ... isto poderia ser exatamente o q ele tb queria mas ainda não fez ...

    saudades queridão ... de volta à ativa ...

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  7. Adoro isso das coisas estarem para acontecerem.... e simplesmente não acontecerem e deixarem a gente atordoado, heheh

    bjs

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  8. Eu não confio em sonhos. Nunca. Não acho que eles signifiquem coisa alguma.

    Beijo Primo!

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  9. Vc gosta de cozinhar,ne?

    Raramente,eu lembro de sonhos.
    Abraços.

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  10. Joga logo essas plantas contra a parede!
    Quebra tudo!!!!!!

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  11. EX, caro Fox, não é gente...

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  12. E quem nunca sonhou em mudar as plantas de alguém, hein? Maravilha!

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  13. Ah, que não seja o príncipe.. peguei raivinha dele, muita ego trip...rs

    Bj

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  14. Caramba, Fox... Eu tbm jurava que algo aconteceria... Mas se ele é seu amigo, as coisas são mais complicadas... Talvez isso explique o sonho, ou talvez tenha sido apenas o vinho...
    Saudades disso aqui,cara...

    Beijos,Fox... Até o próximo

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  15. Me parece que, assim como no sonho, faltou um pouco de atitude: seja para ficar e encarar a reação após a mudança de lugar das plantas ou para encarar a reação ao seu agir deixando claro que queria algo mais.

    Do sonho vc acordou e não saberá a reação dele. E na real?

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  16. Esse cara é real?
    Eu sou lerdo, vai ter que me contar melhor essa história pessoalmente. :P

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  17. É... Não sei o que pensar...

    Porque mudar plantas de lugar pode ser bom também... Ou simplesmente errado. Mas por que é errado a gente não pode querer??? E é errado porque??? Quem definiu que é errado??? Vai fazer mal a alguém ou às plantas???
    Dúvidas...

    Abração!!

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" Gosto de ouvir. Aprendi muita coisa por ouvir cuidadosamente."

Ernest Hemmingway