Para avisar a todos: isso aqui é ficção, viu?
De Profundis
Que dia! Que dia!
Eu estava no computador, fazendo Deus sabe o quê, quando o interfone tocou. Era Bruno pedindo pra subir, nem perguntei o que era, ele logo subiu. Abri a porta olhando no rosto de Bruno tentando adivinhar o que ele queria me dizer. Ele estava sério e tenso. Eu sorri para relaxá-lo, mas ele continuou na mesma.
Pedi que ele sentasse e ele sentou no sofá, e continuou em silêncio. Perguntei o que tinha acontecido, e ele após uma pausa excessivamente dramática disse que era um assunto muito sério... e ele tava tomando coragem. Eu sorri e levantei, rindo e dizendo que quando ele tomasse coragem eu estaria na “biblioteca”.
Fui preocupado. Bruno estava preocupado mesmo com algo. E algo que me envolvia para ele ter que escolher tanto as palavras. Sentei no computador, vasculhei a net um pouquinho, mas nada me fez esquecer Bruno lá na sala ensaiando o que ia falar pra mim.
E algum tempo depois ele chegou. Ele começou cheio de dedos, me perguntando sobre o Douglas. Como era nosso relacionamento, se eu estava realmente gostando dele, me perguntou como nos conhecemos. Tudo coisas que ele já sabia. Eu imaginei que ele sabia de algo e queria me contar. E ele só começou o assunto quando eu fiz essa pergunta: “O que você quer me falar, Bruno?”
Doeu ouvir aquilo de Bruno. Subiu uma angústia a cada palavra que saia da boca dele. Ele começou dizendo que sempre que saíamos era sempre eu que pagava as coisas pro Douglas. Que conversando com a Camilla ele tinha descoberto que ele tinha comprado roupas no meu cartão e não pagou. Que, nas palavras de Bruno, “trocando em miúdos, eu estava sustentando àquele michê”. Como doeu ouvir isso.
E o pior é que eu neguei de forma tão veemente que qualquer um teria acredito em mim. Menos o Bruno. É terrível quando alguém conhece tua alma tão profundamente não? Mas eu só dizia não, não, não. Como foi difícil ouvir essa verdade, como eu me forcei para não vê-la. E por que tinha que ser justo Bruno que tinha que vir falar comigo?!
Mas eu continuei negando. E cada não meu irritava ainda mais o Bruno. Ele ficou possesso. E eu sentado no computador, olhando pra ele, e ele de costas pra estante de livros. Só sei que o final foi digno de uma novela. Inacreditável!
Eu continuava negando. Bruno, puto. Virou-se para a estante de livros e ficou olhando os livros. Dali a pouco, após um não, ele retirou um livro da estante e jogou em mim. Bateu no meu peito. Não doeu. E o susto não foi maior do quê a dor que eu senti na alma quando vi que livro era. “De Profundis”, Oscar Wilde. Quando levantei a cabeça, Bruno não estava mais lá. Quando apanhei o livro do chão, li a dedicatória. “Com todo meu ‘afeto’, Bruno”. E ouvi a porta bater.
Como chorei com aquele livro em minhas mãos. Eu chorava descontroladamente. Mas aos poucos me recuperei, e após enxugar as lágrimas vim extirpar minha dor, dividindo-a aqui.
De Profundis
Que dia! Que dia!
Eu estava no computador, fazendo Deus sabe o quê, quando o interfone tocou. Era Bruno pedindo pra subir, nem perguntei o que era, ele logo subiu. Abri a porta olhando no rosto de Bruno tentando adivinhar o que ele queria me dizer. Ele estava sério e tenso. Eu sorri para relaxá-lo, mas ele continuou na mesma.
Pedi que ele sentasse e ele sentou no sofá, e continuou em silêncio. Perguntei o que tinha acontecido, e ele após uma pausa excessivamente dramática disse que era um assunto muito sério... e ele tava tomando coragem. Eu sorri e levantei, rindo e dizendo que quando ele tomasse coragem eu estaria na “biblioteca”.
Fui preocupado. Bruno estava preocupado mesmo com algo. E algo que me envolvia para ele ter que escolher tanto as palavras. Sentei no computador, vasculhei a net um pouquinho, mas nada me fez esquecer Bruno lá na sala ensaiando o que ia falar pra mim.
E algum tempo depois ele chegou. Ele começou cheio de dedos, me perguntando sobre o Douglas. Como era nosso relacionamento, se eu estava realmente gostando dele, me perguntou como nos conhecemos. Tudo coisas que ele já sabia. Eu imaginei que ele sabia de algo e queria me contar. E ele só começou o assunto quando eu fiz essa pergunta: “O que você quer me falar, Bruno?”
Doeu ouvir aquilo de Bruno. Subiu uma angústia a cada palavra que saia da boca dele. Ele começou dizendo que sempre que saíamos era sempre eu que pagava as coisas pro Douglas. Que conversando com a Camilla ele tinha descoberto que ele tinha comprado roupas no meu cartão e não pagou. Que, nas palavras de Bruno, “trocando em miúdos, eu estava sustentando àquele michê”. Como doeu ouvir isso.
E o pior é que eu neguei de forma tão veemente que qualquer um teria acredito em mim. Menos o Bruno. É terrível quando alguém conhece tua alma tão profundamente não? Mas eu só dizia não, não, não. Como foi difícil ouvir essa verdade, como eu me forcei para não vê-la. E por que tinha que ser justo Bruno que tinha que vir falar comigo?!
Mas eu continuei negando. E cada não meu irritava ainda mais o Bruno. Ele ficou possesso. E eu sentado no computador, olhando pra ele, e ele de costas pra estante de livros. Só sei que o final foi digno de uma novela. Inacreditável!
Eu continuava negando. Bruno, puto. Virou-se para a estante de livros e ficou olhando os livros. Dali a pouco, após um não, ele retirou um livro da estante e jogou em mim. Bateu no meu peito. Não doeu. E o susto não foi maior do quê a dor que eu senti na alma quando vi que livro era. “De Profundis”, Oscar Wilde. Quando levantei a cabeça, Bruno não estava mais lá. Quando apanhei o livro do chão, li a dedicatória. “Com todo meu ‘afeto’, Bruno”. E ouvi a porta bater.
Como chorei com aquele livro em minhas mãos. Eu chorava descontroladamente. Mas aos poucos me recuperei, e após enxugar as lágrimas vim extirpar minha dor, dividindo-a aqui.
Que amigo... que amigo.
ResponderExcluiressas coisas à vezes acontecem.
ResponderExcluirninguém nunca pode prever .
adorei!
Mesmo com tudo ruim, o livro é legal, se é que isso consola!
ResponderExcluirvaleu
abraços
Meu querido, isso realmente aconteceu? Vou ser sincero! O seu Blog (vida!!) parece uma mistura de realidade e fantasia!!!
ResponderExcluirBeijão!
Que lindo e triste! Mas se o rapaz te conhece tanto assim, ouve ele...
ResponderExcluirUm amigo é aquele que nos conhece profundamente e mesmo assim gosta da gente...
ResponderExcluir;-) Abraço!
Gostei da ficção. Como você já elucida no título. As vezes precisamos de livradas. E quando são de amigos, principalmente os que completam nossas vidas e alma, ai doi mesmo! Parabéns pelo blog.
ResponderExcluirSe um amigo meu se encontra numa situação parecida, aconselho-o segundo o que eu acho que é certo, procurando o melhor pra ele.
ResponderExcluirSe ele escolhe ser intransigente a respeito, beleza. Se eu estiver certo e ele errado, um dia a casa dele cai e eu, como faria qualquer amigo, estarei lá pra retirá-lo de debaixo dos escombros, dar um banho nele, tratar dos seus ferimentos.
Ser amigo, às vezes, é deixar teu amigo se arrebentar, pra que ele aprenda por si mesmo. Dói, mas pode ser o certo.
Por enquanto, eu só posso cantar Vinícius e Baden:
"Pra quê chorar
Se o dia vai raiar
E o sol já vai aparecer..."
É isso.
agora que ando lendo vários livros, fiquei com vontade de ler esse também. ta na lista já
ResponderExcluirabraço posão
já aconteceu isso comigo, mas meu papel na história era o do michê. foi lá em ubatuba.
ResponderExcluirAdorei o texto amigo,
ResponderExcluiragora tenho uma pergunta, vai ter continuidade?
Ah tambem queria saber mais sobre esse Bruno, ele parece ser um amigo sensacional!!!!
Te adoro, milhoes de beijos!
E daê, meu amigo?
ResponderExcluirAnda sumido? Mas eu também!!! É a vida real que nos convoca de quando em vez, né? Hehehehe!!!
Abração!!!
Vem cá...
ResponderExcluirAquele aviso de "isso aqui é ficção" tava aí desde o início e eu não vi? Ou você o colocou depois?
Saudações potiguares.
nossa....
ResponderExcluirnão vou falar nada
abração meu amigo...
Espero que já tenha dado tempo para acalmar e reflectir...
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