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domingo, 21 de dezembro de 2014

Cores de Natal

, em Natal - RN, Brasil
Estou voltando do ensaio de um dos coros que participo. Eu vinha caminhando, tranquilo de minha vida, cantando Cores do Vento, de Pocahontas. Se pensa que esta terra lhe pertence, você tem muito o que aprender. Caminho para casa quando passo pela esquina da rua em que moro. Pois cada planta pedra ou criatura, está viva e tem alma, é um ser. Do outro lado da rua, estão sentados, na calçada, quatro garotos de no máximo 17 anos. Se vê que só gente é seu semelhante  e que os outros não tem o seu valor. Magrinhos, alguns muito bonitos, dois precisamente. Um branquinho de olhos grandes e assustados, rosto bonito, bem magro; e um negrinho, de corpo roliço, bunda perfeita e coxas grossas, este está sem camisa, mostrando a barriga e a cintura estreita que só destaca a bunda quando ele anda pela rua de paralelipípedos. Mas se seguir pegadas de um estranho, mil surpresas vai achar ao seu redor. Eles sempre estão por lá, ou na outra esquina um quarteirão acima, sob a marquise de uma padaria. Quando passo perto, isto é, do outro lado da rua, Já ouviu um lobo uivando para a lua azul?, escuto baixinho:
- 50!
Eu entendi, e ri por dentro, Será que já viu um lince sorrir?, obviamente entendi. Mas eu olho para eles e um dos garotos, talvez o mais feio, um negrinho de pele achocolatada, segura o pau, É capaz de ouvir as vozes da montanha?, repetindo:
- 50!
E com as cores do vento colorir.
Continuei caminhando para casa, Correndo pelas trilhas da floresta, havia uma família fazendo uma festinha algumas casas a frente, Provando das frutinhas o sabor, no alpendre em frente da casa, havia uma churrasqueira, Rolando em meio a tanta riqueza, e eles bebiam cerveja conversando animadamente, Nunca vai calcular o seu valor
Eles gritaram quando eu estava ali na frente.
- 50!!
Não vai mais o lobo uivar para a lua azul
Eu parei na frente do portão da vila que moro, e fui procurar a chave para poder entrar que insistia em sumir dentro da mochila. Já não importa mais a nossa cor. E eles gritaram novamente, sem se importar com mais alguém ouvir na rua. 
- 50!!!
Vamos cantar com as belas vozes da montanha.
Eu abri o portão e entrei, sem parar de cantar. 
Você só vai conseguir, desta terra usufruir, se com as cores do vento colorir.


10 comentários:

  1. Não sei se entendi, mas... boas festas, Foquinho. E se foi o que eu entendi, na próxima responda "500, no mínimo!" :-)

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    1. Eles ofereceram seus préstimos sexuais, Edu. Para que eu pagasse a eles 50. Eles não estavam oferecendo-me o dinheiro, mas cobrando.

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  2. Barato demais... não deve valer a pena!

    Beijos Foxx...lindeza!

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    1. Kkkkkkkk
      eu acho que eles não valem nem 50, Margot.

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  3. Muito bom ! Mas a ultima frase foi a melhor !

    Ótimo 2015 Foxx !!

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    1. Pois é, nessa terra ou vc joga esse jogo, ou vc participa com eles, ou fica sozinho sempre. Como eu fiz minha escolha de não usar dessas cores, vivo aqui minha vida em preto e branco.

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  4. Não tinha entendido até os comentários... Rs

    Não iria valer a pena de qualquer forma...

    Beijo!

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    1. Também acho, amigo, não valeria a pena mesmo. Não vale a pena cair no jogo podre dessa cidade.

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  5. Da próxima vez, responde que R$10,00 por centímetro tá muito caro. Eles vão levar até o fim do ano pra entender... rs

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" Gosto de ouvir. Aprendi muita coisa por ouvir cuidadosamente."

Ernest Hemmingway