Papiro do Livro dos Mortos
O Livro dos Mortos, ou como era realmente conhecido pelos egípcios, o Livro Para Sair Para a Luz (Reu nu pert em hru) é uma coletânea de feitiços, fórmulas mágicas, orações, hinos e litanias que eram escritos em papiro e depositados juntos com as múmias em seus túmulos, cuja autoria era dada ao deus Thot, deus egípcio da sabedoria. O nome Livro dos Mortos foi dado pelo egiptólogo alemão Karl Lepsius por encontra-los sempre junto aos mortos nos túmulos egípcios.
Este livro, na verdade um conjunto de textos escritos em diferentes épocas, servia para ser utilizado pelo morto na sua viagem a terra dos mortos, evitando que este se perdesse, ou caísse nas armadilhas que demônios poderiam armar contra ele, destruindo sua alma (ba) imortal. Diz Maurice Crouzet que ele garantia uma jornada segura ao defunto até o Ocidente, isto é, o por do sol, a terra dos mortos. A ideia central do Livro é a da verdade e da justiça, ideais da deusa Maat, e portanto não adiantariam de nada a riqueza, posição social, pois apenas os atos do falecido seriam levados em conta no julgamento presidido pela deusa e por Osíris, o grande governante do além egípcio.
Como afirma Kurt Lange essa ideia de que o morto seria julgado por sua conduta moral após a morte era única entre as religiões da Antiguidade, pois tanto entre os mesopotâmicos e os hebreus, por exemplo, a vida eterna não dependia das ações do indivíduo enquanto estava vivo. Tal ideia de julgamento após a morte era uma preocupação intensa entre os egípcios e, portanto, o Livro tornou-se muito popular. Apesar da autoria dada ao deus, um autor é reconhecido como um daqueles que produziu parte dos textos que configuram o Livro: Snefferus Karnak.
Neste livro, apenas duas estrofes, no capítulo 125 do Livro, referem-se diretamente a relações homoeróticas, sendo que esta versão é da XVIII Dinastia (de 1550 a 1295 a.C., a dinastia em que reinou Akhenaton, o faraó maldito, que instituiu pela primeira vez o monoteísmo, proibindo o culto aos deuses tradicionais do Egito):
ou um nkk(w) (homem passivo);
(A21) Eu nunca cometi atos de impureza nos lugares sagrados de minha
cidade, e nunca descumpri meu voto como sacerdote;
(B20) Que o mal se abata sobre mim, Senhor que vê acima e através de mim,
que está mais próximo do Templo de Amsu [Min], eu nunca cometi
pecado contra a pureza;
(B27) Que o mal se abata sobre mim, Senhor que vê o passado,
que vive em Mênfis, a cidade sagrada, se alguma vez desrespeitei
sua casa com atos de impureza, como me deitando com homens
ou mulheres;
O texto do Livro dos Mortos egípcio parece ser claro, contudo não é. Se o verso A20 for lido sozinho a crítica aos relacionamentos homoeróticos é direta, sendo a crítica aqui inclusive rara porque critica o relacionamento do ponto de vista do ativo, porém ao relacionar com o verso A21, isto é, lidos em conjunto, demonstram que a crítica no Livro é aos relacionamentos sexuais cometidos em lugares sagrados, sobretudo os realizados pelos próprios sacerdotes. O verso B27 é outro que explica que não importa se os atos sexuais impuros eram realizados com homens ou mulheres. E, no Egito, os atos sexuais eram considerados impuros, o pecado contra a pureza citado no verso B20, quando feitos em momentos do ano, durante as festas religiosas, em que qualquer tipo de relacionamento sexual era interdito.
É.. No fim da historia o lance nem é a homossexualidade e sim o sexo em si... Mas olha, tb nunca me deitei com mulheres o que já deve ser meio caminho andado... Mas só meio mesmo pk com Nk e Nkk... xiiiiiiiiiiiii... to careca... ahauhauahauahaua
ResponderExcluirAh, pára eu tenho um Cânion por cultura egípcia... nem chega a ser uma queda. Eu amei conhecer um pouco mais aqui..
ResponderExcluir-> Beijos, meu lindo. Acho que minha viagem vai rolar sim, estou empolgado!
*DB*
Nem tenho o que comentar, só agradecer pela aula. Acho muito interessante a tua área.
ResponderExcluir;)
Um beijo.
uma leitura que faz toda a diferença, incluir todos os excertos na interpretação. e não gostei do nome dado pelo egiptólogo, sou muito mais a versão mais próxima do nome original. =p
ResponderExcluir"Como disse nossa colega!! só tenho a agradecer... é bom sempre ouvir algo novo... até para mim.. que não gosto de historia... sempre é bom ver seus post!!"
ResponderExcluirxx
http://youngfashionporraphael.blogspot.com
Gostei muito deste (não que não tenha gostado dos outros).
ResponderExcluirSempre interessante saber sobre a indagação, eterna, sobre a vida além-túmulo, ou além-cinzas, como cada um preferir...
Aqui ou lá, de qualquer forma, partirei sem entender porque o sexo, e o que fazemos, pode ter tanta importância, quando o que realmente vale (vou morrer achando isso) é o que a gente realmente faz de bem ou mal, ao próximo como a nós mesmos...
Sobre mim... o mal se abateria...
Aposto que é com todo esse dote (ui!) histórico que tu fisgas os incautos alunos, nzé?????? Hahahahaha!
ResponderExcluirEu aprendo muito com esses textos e acultura egípicia, mitológica e qualquer outra a.C me interessa. Amei!
ResponderExcluirEntão é qualquer tipo de sexo que não pode?? Danou-se!!! Hehehehe
ResponderExcluirEmbora o texto tenha me proprcionado 1 deliciosa e 1 curiosa leitura, não foi surpresa.
ResponderExcluirPareceu bíblico d+, mesmo q o livro seja tão anterior a Cristo.
Parece coisa do juízo final e das polêmicas do catolicismo s/ homossexualidade e casamento.
Foxx, 1 sugestão: colok os links das redes sociais nas postagens. : )
ResponderExcluirÉ interessante como era a relação das culturas antigas com o "sexo passivo"e o dominante ativo. O mais interessante era a de "inferioridade" associada a quem praticava(passivo),
ResponderExcluirPS: Adorei a história de Horus sendo "penetrado" por Seth. Por que minha mente é tão fantasiosa?
Seu doutorado não era sobre história do brasil? hehehehh
ResponderExcluirSenão, devia pensar seriamente num doutorado sobre história da homossexualidade ou algo do gênero, seria TUDO ! HEHEH
Meu querido... conteúdo tenho certeza que não te falta... e nem bunda, claro. Hahahahahaha! Hugz!
ResponderExcluirLove your post . Really
ResponderExcluirVimax
Valeu, Foxxito! Mega fds pra ti, man!
ResponderExcluirAs dificuldades de aceitar o sexo como um ato comum já descende de muito tempo, por isso que atualmente ainda existem bloqueios na sociedade para tal assunto, por isso admiro aqueles que por meritocracia são respeitados ao abordar o assunto com a naturalidade que tal se deve.
ResponderExcluirhttp://deblacktie.wordpress.com
Não entendo nada de historia antiga ... foi uma aula :)
ResponderExcluirConcordo com os demais amigos comentadores! Estou aprendendo demais com seu blog! A leitura é instigante! :D Adorei! Bjs, @marcpbb
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