Sábado, dia 9 de agosto, Josefine Classic. Eu chego lá, na verdade, já passaram da meia-noite, já é o décimo dia de agosto, o dia em que 27 anos atrás minha mãe me colocava no mundo sobre as estrelas de Leão, Touro, Sargitário e Virgem. Parabéns para mim. Fila na porta andando rápido, caixas e recebo fácil o meu cartão de consumo que vai direto para minha carteira Stalker. Caminho, mais seguranças na porta e, no lounge, me surpreendo com Walkíria de La Roche, a drag residente, deitada num divã acompanhada por dois go-go boys vestidos como marinheiros, sem camisa, dando-me as boas vindas e abrindo a cortina branca que dá para o bar principal e a pista central já aberta. Folhagens estilizadas em acrílico branco pendiam do teto, e no globo de vidro o nome Classic filtrava a luz refletida.
Eu estava sozinho naquela noite. Achando que a noite não ia render. Ledo engano! Fui para beber a meu aniversário e comemorar o simples fato de estar vivo, mas o destino me reservava coisas diferentes. Comecei apenas com uma Pepsi. Uma Pepsi, dois Carlton, recostei-me no queijo que os go-gos subiriam ainda aquela noite. E logo percebo como aquela noite, na Josefine, estava sendo diferente. De um lado, um cara baixinho com um peitoral largo e braços fortes me observa atento, mais a frente um japinha magrinho e definido me olha, do outro lado, uma bicha de cabelos longos presos num cóqui também tenta flertar. Dirijo-me ao bar, é hora de uma cerveja, uma, duas, três Skol Beats. No bar, percebo: é a primeira vez que retorno a Josefine desde que vim aqui com Sibill e Brunno, ou seja, uns seis meses, e como todos sabem como mudei nestes últimos seis meses, não é?
Quando volto ao queijo, os go-go boys já subiram. Observo o show e quando percebo, o japinha está do meu lado. Ele me olha insistentemente. Eu acabo por sorrir e ele sorri de volta. Diante de sorrisos, eu sempre me aproximo. Puxo papo, me apresento, ele também, mas ele está nervoso, envergonhado, tímido, acaba colocando a mão no meu ombro e saindo, eu volto ao bar. Fora Nº 1. Mas quando retorno com mais uma Skol Beats na mão, ele está lá de novo, no mesmo lugar, me olhando. Ele quer que eu volte? Arrependeu-se? Não, amigo, comigo não rola.
A segunda pista abriu, Denaday toca e ele é o melhor DJ daquela boate. Subo. A pista é menor, luzes coloridas cobrem todo o teto e um sofá negro domina a parede esquerda. Outro cigarro, e um menino loiro e sarado pede a amiga o isqueiro, eu com o meu na mão me adianto e acendo o cigarro dele, ele sorri, surpreso e agradecido. Vou para o outro lado da pista, passo novamente pelo bar, subo no nicho do DJ para cumprimenta-lo pela qualidade do som, paquero lá de cima com um negro, alto, forte, musculoso, ele retribuí, mas quando volto o perco de vista e, tempos depois, reencontro com o loiro, ele sorri. Diante de sorrisos, eu sempre me aproximo. Puxo papo, me apresento, ele também, mas ele está nervoso, envergonhado, tímido. "É que meu namorado está lá embaixo". Eu entendo e peço desculpas. "É que nenhum estranho nunca tinha sido tão educado e charmoso me acendendo o cigarro assim". E me deu um beijo na bochecha, eu o seguro então pela nuca e roubo-lhe um beijo que ele não evitou dar. Ele repete sem força que não deve fazer isso. "Omi, relaxe". Ele olha nos meus olhos com seus olhos castanhos, quase mel, e me puxa para o Dark Room da boate. Lá ele me beija sem medo, passo a mão pelo seu abdomên perfeito e sua bunda empinada, ele não se nega a aproveitar de minhas pernas e braços. "Olha, já faz muito tempo, seu namorado deve estar te procurando". Eu o vejo sorrir constrangido, apesar do escuro daquela sala. Saímos, ele desce a escada de um lado, eu volto para a pista que nos encontramos, decidido a comprar mais uma cerveja.
No caminho, reencontro o negro que paquerava comigo enquanto eu falava com o DJ. Ele se aproxima - realmente alto, penso, eu fico na altura do seu peitoral forte e largo - e ele nem chega a perguntar meu nome, apenas me puxa pela cintura, como se eu fosse um boneco de pano, e me beija. Um beijo rápido, com gosto de homem, sem delicadeza, nem sentimento, que quando terminou chegou a me deixar envergonhado, ele apenas continuou seu passo, reencontrando o amigo dele que estava observando, chocado, ao lado. "E desde quando você beija meninos?", gritou.
Envergonhado, sinceramente envergonhado pela forma que fui abordado, desci daquela pista. Não sem encontrar o japinha novamente me encarando agora ali. Ele provavelmente vira o negro me abordando e me beijando. Desci, entrando na pista principal da Josefine, o loiro foi o primeiro que eu encontrei. Ele nem olhou para mim, nem eu para ele, comprei outra cerveja, dancei ao som de Katy Perry, e novamente reencontrei o japinha atrás de mim. Agora eu tinha certeza, ele se arrependera do que tinha feito, provavelmente fora uma reação involuntária, ele deve ter entrado em pânico por alguém ter chegado nele, coisa comum até mesmo comigo. Às vezes você não está preparado para que aquela pessoa que você está olhando, também esteja olhando para você. Porém, ele já teve a chance dele e, às 4 da manhã, entrei em um táxi em direção ao Caiçara. Sozinho.
E novidades: A partir de Setembro estarei de portas abertas para receber vocês aqui em BH. Quer conhecer o Foxx? Pode vir a BH, você vai ter lugar para ficar.
Eu estava sozinho naquela noite. Achando que a noite não ia render. Ledo engano! Fui para beber a meu aniversário e comemorar o simples fato de estar vivo, mas o destino me reservava coisas diferentes. Comecei apenas com uma Pepsi. Uma Pepsi, dois Carlton, recostei-me no queijo que os go-gos subiriam ainda aquela noite. E logo percebo como aquela noite, na Josefine, estava sendo diferente. De um lado, um cara baixinho com um peitoral largo e braços fortes me observa atento, mais a frente um japinha magrinho e definido me olha, do outro lado, uma bicha de cabelos longos presos num cóqui também tenta flertar. Dirijo-me ao bar, é hora de uma cerveja, uma, duas, três Skol Beats. No bar, percebo: é a primeira vez que retorno a Josefine desde que vim aqui com Sibill e Brunno, ou seja, uns seis meses, e como todos sabem como mudei nestes últimos seis meses, não é?
Quando volto ao queijo, os go-go boys já subiram. Observo o show e quando percebo, o japinha está do meu lado. Ele me olha insistentemente. Eu acabo por sorrir e ele sorri de volta. Diante de sorrisos, eu sempre me aproximo. Puxo papo, me apresento, ele também, mas ele está nervoso, envergonhado, tímido, acaba colocando a mão no meu ombro e saindo, eu volto ao bar. Fora Nº 1. Mas quando retorno com mais uma Skol Beats na mão, ele está lá de novo, no mesmo lugar, me olhando. Ele quer que eu volte? Arrependeu-se? Não, amigo, comigo não rola.
A segunda pista abriu, Denaday toca e ele é o melhor DJ daquela boate. Subo. A pista é menor, luzes coloridas cobrem todo o teto e um sofá negro domina a parede esquerda. Outro cigarro, e um menino loiro e sarado pede a amiga o isqueiro, eu com o meu na mão me adianto e acendo o cigarro dele, ele sorri, surpreso e agradecido. Vou para o outro lado da pista, passo novamente pelo bar, subo no nicho do DJ para cumprimenta-lo pela qualidade do som, paquero lá de cima com um negro, alto, forte, musculoso, ele retribuí, mas quando volto o perco de vista e, tempos depois, reencontro com o loiro, ele sorri. Diante de sorrisos, eu sempre me aproximo. Puxo papo, me apresento, ele também, mas ele está nervoso, envergonhado, tímido. "É que meu namorado está lá embaixo". Eu entendo e peço desculpas. "É que nenhum estranho nunca tinha sido tão educado e charmoso me acendendo o cigarro assim". E me deu um beijo na bochecha, eu o seguro então pela nuca e roubo-lhe um beijo que ele não evitou dar. Ele repete sem força que não deve fazer isso. "Omi, relaxe". Ele olha nos meus olhos com seus olhos castanhos, quase mel, e me puxa para o Dark Room da boate. Lá ele me beija sem medo, passo a mão pelo seu abdomên perfeito e sua bunda empinada, ele não se nega a aproveitar de minhas pernas e braços. "Olha, já faz muito tempo, seu namorado deve estar te procurando". Eu o vejo sorrir constrangido, apesar do escuro daquela sala. Saímos, ele desce a escada de um lado, eu volto para a pista que nos encontramos, decidido a comprar mais uma cerveja.
No caminho, reencontro o negro que paquerava comigo enquanto eu falava com o DJ. Ele se aproxima - realmente alto, penso, eu fico na altura do seu peitoral forte e largo - e ele nem chega a perguntar meu nome, apenas me puxa pela cintura, como se eu fosse um boneco de pano, e me beija. Um beijo rápido, com gosto de homem, sem delicadeza, nem sentimento, que quando terminou chegou a me deixar envergonhado, ele apenas continuou seu passo, reencontrando o amigo dele que estava observando, chocado, ao lado. "E desde quando você beija meninos?", gritou.
Envergonhado, sinceramente envergonhado pela forma que fui abordado, desci daquela pista. Não sem encontrar o japinha novamente me encarando agora ali. Ele provavelmente vira o negro me abordando e me beijando. Desci, entrando na pista principal da Josefine, o loiro foi o primeiro que eu encontrei. Ele nem olhou para mim, nem eu para ele, comprei outra cerveja, dancei ao som de Katy Perry, e novamente reencontrei o japinha atrás de mim. Agora eu tinha certeza, ele se arrependera do que tinha feito, provavelmente fora uma reação involuntária, ele deve ter entrado em pânico por alguém ter chegado nele, coisa comum até mesmo comigo. Às vezes você não está preparado para que aquela pessoa que você está olhando, também esteja olhando para você. Porém, ele já teve a chance dele e, às 4 da manhã, entrei em um táxi em direção ao Caiçara. Sozinho.
E novidades: A partir de Setembro estarei de portas abertas para receber vocês aqui em BH. Quer conhecer o Foxx? Pode vir a BH, você vai ter lugar para ficar.
Opa!! Vamos pra BH!!!! Mas tadinho do japa: além de pau pequeno ainda ficou na mão?? Vc é mau!!
ResponderExcluirNada como ficar com um corpo mais definido para deixar vir à tona o lado Cruela, né? Quer dizer que agora quem hesita fica literalmente na mão?
ResponderExcluirhahahahahahahaha
Jô e Skol Beats combinam. Eu sei que combinam.
Abraço.
jô, Skol beats... isso me lembra um amigo que morava aí e foi pra Lisboa! Ele adorava essa combinação.
ResponderExcluirFiquei com peninha do Japinha e com tesão só em imaginar o loiro e o negro. hehe.
Vou começar a estudar uma nova visita a BH. Vc me receberia? rsrs
Bjs! Boa semana.
É... tadinho do japa! rs Mas, afinal vc já tinha ganho a noite, praticamente, né? hehe Que seria um japa a mais ou a menos! kkk
ResponderExcluirAdorei a entrevista! rs
Beijo
Não frequento boite,mas ja passei por isto.É pessimo,rssss
ResponderExcluirAbração!
BH é legal ...
ResponderExcluirah, acho japonês os seres mais lindos o planeta!
beijos.
MEU PORTO SEGURO EM BH!!!!
ResponderExcluir(piadinha com cidades huauha)
eu quero minha pousada
e durmo na rede se for preciso
Estou atrasado, para os parabéns! Um grande abraço e que bela história, não?
ResponderExcluirFalei pra vc vir comemorar em Sampa!! Ai, é foda qdo a gente vai pra balada na pegada e acaba não rolando, ou quando rola não é tão bom assim... Mas enfim, baladas não faltarão pra corrigir isso!!
ResponderExcluirbeijão!
comemorando o aniversário MESMO
ResponderExcluir=D
Sobre como você estava vestido: com certeza não era de terno branco mas também não era desse jeito da foto!!! :-)
ResponderExcluireeee!! vai ter casinha de cachorro sobrando ai?
ResponderExcluirhehe
guri, agradeço novamente o selo, e temos que agilizar aqueles planos neh?
e acho que teu post ja vai pra alguma categoria kkkkkkkkkk
abraços
Dadinho você, né? Tô entrando no mesmo caminho! HAHAHAHA! Meu professor x)
ResponderExcluirÉ fox, finalmente chegaram seus dias de poder; viu como a idade traz um charme a mais a pessoa?....Eu tinha q ter visto isso tudo....nussa...Bjus, Sibill.
ResponderExcluirAdoooooooooooooooooro ter lugar pra ficar em BH com uma baladinha pra beijar váaaaaarios... hohoho...
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirsuper interessante!!! adorei o 'post' muito bom mesmo...
ResponderExcluir:)
http://strangerbeautiful.blogspot.com/
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Nada melhor do que sair sozinho, quando se está sozinho... hehhe se é que me entende!
ResponderExcluirAdorei aqui!
ResponderExcluirestou retribuindo a visita.
um abraço!
Já vi que temos algo em comum. Eheheh. Saudações!
ResponderExcluirSerá que não percebe que vc contribui para manter esta ROÇA ILUMINADA mais roça ainda?
ResponderExcluirFumando em ambiente fechado, espalhando veneno...
Vamos mandar a Anvisa lá nesta boate cafona como tudo em BH. Moderno é não fumar em lugares fechados, isso aqui ainda está na década de 1950.
Vigilante Urbano.