Apolo é um deus com uma origem tripla, Walter Burkert definiu três componentes no culto apolíneo, o que ele chamou de um componente dório, um componente cretense-minóico e um componente de sírio-hitita, adotado pelos gregos e, Febo Apolo se tornou o pastor do povo, o guia dos gregos, protetor contra o mal, deus das artes, da medicina e protetor contra as doenças, deus da magia, da profecia. Sua origem dória pode ser rastreada pelo seu nome aproximado do macedônio pella (pedra). Ele é o deus da pedra sagrada (omphalos) de Delfos. O culto de Apolo em Delfos também tem um elemento minóico que pode ser reconhecida por que seus sacerdotes eram chamados de Labryaden, os homens do duplo machado. O labrys era o simbolo de Creta. Seu hino homérico narra, inclusive, que transformado em golfinho (delfim), o deus levou cada um dos seus sacerdotes de Creta para Delfos, onde instalaram as suas práticas religiosas. Em Creta, Apolo é o acompanhante masculino da Senhora dos Animais, Britomartis, que mais tarde foi transformada em Ártemis, ele era aquele que carregava o arco. Contudo, também é um deus oriental, como dissemos. E é no seu mito que reconhecemos a ligação com o Oriente, mas também no seu culto oracular apolínio também é uma tradição da Anatólia, onde existiam os mais antigos santuários em que sacerdotisas possuídas pela divindade profetizavam o futuro, referências hititas e assírio-babilônicas já dão conta desta prática. Apolo, inclusive, não aparece entre os deuses que protegem os gregos na Ilíada, ele é retratado no poema como um terrível deus que defende as portas de Tróia (na cidade, inclusive, ele chamava-se Appaliunas).
Conta o mito de Apolo que ele é filho de Zeus e Leto, esta era uma deusa da Ásia Menor, pela etmologia da palavra, Junito Brandão afirma que ela seria uma deusa lícia que foi integrada ao panteão grego tornando-se filha dos Titãs Ceos e Febe, sendo uma deusa das estrelas como as irmãs Astéria e Ortígia. Ao estar próxima ao parto, Leto, transformada em loba, procurou no mundo inteiro um lugar para que pudesse dar a luz aos gêmeos que carregava, Apolo e Ártemis. Hera, todavia, esposa de Zeus, ordenou que nenhum lugar no planeta desse-lhe abrigo. Ortígia, irmã da deusa, no entanto, que anos antes havia se transformado em ilha flutuante para fugir das insistentes avanços do rei dos deuses (exatamente prevendo perseguições da rainha do Olimpo), por não estar fixada em lugar nenhum e, por isso, não pertencer a nenhum lugar no planeta, abrigou a irmã, no mar dos Hiperbóreos, ao norte da Hélade, onde a neve nunca deixa de cair. Foi lá que nasceram os deuses luminosos, Febo Apolo e Ártemis, após um sofrimento de nove dias porque Hera, ainda mordida de ciúmes, detivera no Olimpo Ilítia, a deusa dos partos, impedindo que os bebês nascessem. Todas as deusas apiedaram-se do sofrimento de Leto e enviaram à sua rainha um presente, um colar de ouro e âmbar, para que ela permitisse que Ilítia descruzasse as pernas da pobre amante de Zeus. De joelhos, junto a uma palmeira, Leto deu a luz primeiro a Ártemis e depois a Apolo. Os deuses da luz teriam nascido entre março e abril, no início da primavera.
Apesar de permitir o parto, Hera não havia perdoado nem as crianças, nem a mãe, e enviou-lhes a serpente Píton para devorar os recém-nascidos. Leto fugindo, retornou a Lícia, sua casa, montada em cisnes brancos. A fuga da deusa e os jovens filhos da serpente continuou por anos até o jovem Apolo ter idade suficiente para, com seu arco, matá-la. O deus fez isso quando estava na cidade de Delfos. Febo varou-a com seu arco e depois arrancou a pele da serpente com a qual cobriu a trípode na qual sentaria, a partir dalí, sua sacerdotisa, a pitia ou pitonisa, que presidiria o oráculo que ele instituiu na cidade, substituindo o antigo oráculo pertencente a Têmis ou a Géia. É instaurando o oráculo em Delfos que Apolo se transforma no grande deus nacional da Grécia, na Ilíada, firma Junito Brandão, ele ainda é o deus oriental protetor dos lícios e troianos, é com Delfos que ele se torna protetor dos gregos também.
Deus do sol, das artes, da luz, da adivinhação, da beleza, da cura, da vingança, protetor dos pastores, dos músicos, da família, dos lares, dos marinheiros, são mais de duzentos epitetos, tantos atributos fundidos em somente um deus demonstra que Apolo é um amálgama de várias divindades sintetizadas em um só deus. Ele substitui divindades pré-helênicas como Hélios, o sol; Ptós e, em Tebas, Ismênio, os quais transformaram-se em filhos do deus; e em Delfos, o próprio Píton e Têmis. O novo deus-sol, todavia, iluminado pelo espírito grego clássico, harmonizou tantas polaridades e tornou-se um ideal de cultura e sabedoria, realizador de equilíbrio e da harmonia de desejos, não visava suprimir pulsões humanas, mas orientá-las numa tentativa de espiritualização progressiva, como explica Brandão.
Alto, bonito e majestoso, Apolo fazia-se notar por suas mechas negras, com reflexos azulados, os filósofos descreviam como pétalas do pensamento. Amou inúmeras ninfas e mulheres mortais, mas também alguns homens, porém todos os amores pelo qual o deus passou podem ser considerados trágicos, nunca tendo ele paz ao lado de alguém. Jacinto Brandão, em Dicionário Mítico-Etimológico, faz uma ressalva, contudo sobre suas relações homoeróticas. Diz o autor que as relações com homens do deus não devem ser interpretadas como episódios de "homossexualismo", mas antes como a substituição de antigas divindades agrárias pré-helênicas pelo deus solar. Acreditamos que a teoria sobre substituição de divindades, sabendo que Apolo de fato substituiu inúmeros outros deuses que foram integrados ao seus ciclo, faz de fato sentido, mas isto não impede em nada que os gregos tenham sim imaginado o deus participando de relacionamentos homoeróticos como era comum em sua sociedade. É o caso de, por exemplo, o mito de Jacinto.
Jacinto, cujo nome refere-se a primavera, umidade e fertilidade, era um antigo deus ctônico dos povos que habitavam a Hélade antes da chegada dos dórios, principalmente a península do Peloponeso. Filho de Amiclas e Ébalo, e numa variante isolada de Píero e a musa Clio, era de rara beleza, despertando o amor do cantor trácio Tâmiris, que criou-lhe inúmeras canções; e do deus Zéfiro, o vento-sul, (em outra versão Bóreas, o vento-norte) que passara a visitar o jovem sempre que ele pastoreava os carneiros do pai. Contudo, ouvindo as canções de Tâmiris, Apolo ficou curioso sobre o jovem de tanta beleza e dirigiu-se ao Peloponeso para conhecê-lo, o deus ao vê-lo foi tomado de profundo encantamento e apaixonou-se de imediato, e apresentou-se ao jovem que não resistiu a beleza do deus e abandonou seu antigo amante, Tâmiris em algumas versões (nesta versão, Zéfiro não é senão um que tenta fazer a corte ao belo Jacinto mas este não lhe dá atenção), ou o vento em outra, para amar o deus das artes. Numa tarde, no entanto, a sina amorosa de Apolo manifestou-se e enquanto eles jogavam disco, Zéfiro, cego de ciúmes, desviou o que arremessara e a arma decepou a cabeça do jovem príncipe. Tomado de profunda dor, Apolo transformou o corpo do amante numa flor, o jacinto, cujas pétalas trazem uma marca que lembra o grito de dor divino (AI) e a inicial do jovem (Y, em grego).
A nós este mito chegou em fragmentos gregos (existe uma versão latina, de Ovídio que é mais completa), como trechos de Hesíodo, no Catálogo de Mulheres do século VIII (fragmento 102, Oxyrhynchus Papiro 1359, fr 3): "e ela deu Jacinto, a um inocente e forte .. [falta texto] quem, em um tempo Febo se matou sem querer, com um disco de implacável"; de Pseudo-Apolodoro, no Bibliotheca (3.116): "Amiclas e a filha de Diomedes, Lapites, tiveram Cinortes e Jacinto. Eles contam como este Jacinto foi amado por Apolo, que, acidentalmente, matou-o enquanto lançando um disco" ou de Pausânias, na Descrição da Grécia (3, 193-4): "Nicias, filho de Nicomedes, apareceu como Jacinto, mesmo no auge da beleza juvenil, insinuando o amor de Apolo por Jacinto de que a lenda diz ... Quanto a Zéfiro, como Apolo acidentalmente matou Jacinto , e a história da flor, devemos nos contentar com as lendas, embora talvez eles não são verdadeira história". Bion, poeta do século II a.C., em Poemas (11): "Quando ele viu o teu [Jacinto] em agonia Febo era mudo Ele procurou todos os remédios, ele recorreu à astúcia artes, ungiu toda a ferida, ungido-o com ambrosia e com o néctar. Mas todos os remédios são impotentes para curar as feridas da Destino", em Luciano, poeta sátiro do século II d.C., temos vários trechos, no Diálogo dos Deuses, por exemplo:
"Hermes: Por que tão triste, Apolo?
Apolo: Ai de mim, Hermes, - meu amor!
Hermes: Oh; isso é ruim. O que, você ainda está remoendo esse caso de Daphne?
Apolo: Não. Eu luto pelo meu amado; o lacedemônio, filho de Oibalos.
Hermes: Jacinto? Ele não está morto, está?
Apolo: Morto.
Hermes: Quem o matou? Quem poderia ter o coração? Aquele menino lindo!
Apolo: Foi o trabalho de minha própria mão.
Hermes: Você deve estar louco!
Apolo: Não, louco, foi um acidente.
Hermes: Ah? e como é que isso aconteceu?
Apolo: Ele estava aprendendo a jogar a malha, e eu estava jogando com ele. Eu tinha acabado de enviar meu disco para o ar como de costume, quando por ciúmes, Zéfiro (maldito seja ele acima de todos os ventos que tinha sido por muito tempo no amor com Jacinto, embora meu amado não teria nada a dizer a ele!) - Zéfiro veio tempestuoso para baixo de Taygetos, e empurrou o disco sobre a cabeça da criança; sangue escorria do ferimento em riachos, e em um momento em que tudo estava acabado. Meu primeiro pensamento foi de vingança; eu lancei uma flecha no vento-sul, e perseguir seu vôo para a montanha. Quanto à criança, eu o enterrei em Amiclas, no local fatal; e de seu sangue que eu fiz uma flor brotar, mais doce, mais bela das flores, inscrito com letras de aflição -. é a minha dor irracional?
Hermes: É, Apolo. Você sabia que você tinha definido o seu coração em cima de um mortal: não lamentar depois de sua mortalidade.
Apolo: Bem, meus amores nunca prosperará; Daphne e Jacinto foram minhas grandes paixões, ela então me detestava preferindo ser transformada em uma árvore do que estar comigo, e ele eu mesmo matei com um disco. Nada me resta deles, somente uma coroa com suas folhas e flores." (16-17)
Outro triste amor de Apolo é Ciparisso. Não é comum, na literatura e nos comentadores sobretudo da Idade Moderna e Contemporânea, confundir-se Jacinto e Ciparisso em um único personagem, talvez na intenção de concentrar em Apolo apenas um único caso amoroso com homens. Contudo, eles não são o mesmo personagem como podemos ver. Ciparisso era filho de Teléfo, era amado do deus pela sua beleza e habilidade com a cítara. Tinha como companheiro um veado domesticado que amava profundamente, um dia o jovem matou o animal acidentalmente e foi tomado por uma intensa tristeza. Louco de dor, pediu a Apolo um favor que o deus prometeu realizar imediatamente. O jovem pediu ao deus que suas lágrimas corressem eternamente. O deus tentou demove-lhe do pedido. Implorou para que ele voltasse atrás, mas Ciparisso foi contundente. Apolo não teve outra opção a não ser atende-lhe o pedido e, pungido de dor, transformou o seu belo favorito na árvore do cipreste, a árvore da tristeza. Somente em Ovídio, que é romano, sobreviveu alguma referência a esta história como conta em Metamorfoses (10, 106):
A nós este mito chegou em fragmentos gregos (existe uma versão latina, de Ovídio que é mais completa), como trechos de Hesíodo, no Catálogo de Mulheres do século VIII (fragmento 102, Oxyrhynchus Papiro 1359, fr 3): "e ela deu Jacinto, a um inocente e forte .. [falta texto] quem, em um tempo Febo se matou sem querer, com um disco de implacável"; de Pseudo-Apolodoro, no Bibliotheca (3.116): "Amiclas e a filha de Diomedes, Lapites, tiveram Cinortes e Jacinto. Eles contam como este Jacinto foi amado por Apolo, que, acidentalmente, matou-o enquanto lançando um disco" ou de Pausânias, na Descrição da Grécia (3, 193-4): "Nicias, filho de Nicomedes, apareceu como Jacinto, mesmo no auge da beleza juvenil, insinuando o amor de Apolo por Jacinto de que a lenda diz ... Quanto a Zéfiro, como Apolo acidentalmente matou Jacinto , e a história da flor, devemos nos contentar com as lendas, embora talvez eles não são verdadeira história". Bion, poeta do século II a.C., em Poemas (11): "Quando ele viu o teu [Jacinto] em agonia Febo era mudo Ele procurou todos os remédios, ele recorreu à astúcia artes, ungiu toda a ferida, ungido-o com ambrosia e com o néctar. Mas todos os remédios são impotentes para curar as feridas da Destino", em Luciano, poeta sátiro do século II d.C., temos vários trechos, no Diálogo dos Deuses, por exemplo:
"Hermes: Por que tão triste, Apolo?
Apolo: Ai de mim, Hermes, - meu amor!
Hermes: Oh; isso é ruim. O que, você ainda está remoendo esse caso de Daphne?
Apolo: Não. Eu luto pelo meu amado; o lacedemônio, filho de Oibalos.
Hermes: Jacinto? Ele não está morto, está?
Apolo: Morto.
Hermes: Quem o matou? Quem poderia ter o coração? Aquele menino lindo!
Apolo: Foi o trabalho de minha própria mão.
Hermes: Você deve estar louco!
Apolo: Não, louco, foi um acidente.
Hermes: Ah? e como é que isso aconteceu?
Apolo: Ele estava aprendendo a jogar a malha, e eu estava jogando com ele. Eu tinha acabado de enviar meu disco para o ar como de costume, quando por ciúmes, Zéfiro (maldito seja ele acima de todos os ventos que tinha sido por muito tempo no amor com Jacinto, embora meu amado não teria nada a dizer a ele!) - Zéfiro veio tempestuoso para baixo de Taygetos, e empurrou o disco sobre a cabeça da criança; sangue escorria do ferimento em riachos, e em um momento em que tudo estava acabado. Meu primeiro pensamento foi de vingança; eu lancei uma flecha no vento-sul, e perseguir seu vôo para a montanha. Quanto à criança, eu o enterrei em Amiclas, no local fatal; e de seu sangue que eu fiz uma flor brotar, mais doce, mais bela das flores, inscrito com letras de aflição -. é a minha dor irracional?
Hermes: É, Apolo. Você sabia que você tinha definido o seu coração em cima de um mortal: não lamentar depois de sua mortalidade.
Apolo: Bem, meus amores nunca prosperará; Daphne e Jacinto foram minhas grandes paixões, ela então me detestava preferindo ser transformada em uma árvore do que estar comigo, e ele eu mesmo matei com um disco. Nada me resta deles, somente uma coroa com suas folhas e flores." (16-17)
Outro triste amor de Apolo é Ciparisso. Não é comum, na literatura e nos comentadores sobretudo da Idade Moderna e Contemporânea, confundir-se Jacinto e Ciparisso em um único personagem, talvez na intenção de concentrar em Apolo apenas um único caso amoroso com homens. Contudo, eles não são o mesmo personagem como podemos ver. Ciparisso era filho de Teléfo, era amado do deus pela sua beleza e habilidade com a cítara. Tinha como companheiro um veado domesticado que amava profundamente, um dia o jovem matou o animal acidentalmente e foi tomado por uma intensa tristeza. Louco de dor, pediu a Apolo um favor que o deus prometeu realizar imediatamente. O jovem pediu ao deus que suas lágrimas corressem eternamente. O deus tentou demove-lhe do pedido. Implorou para que ele voltasse atrás, mas Ciparisso foi contundente. Apolo não teve outra opção a não ser atende-lhe o pedido e, pungido de dor, transformou o seu belo favorito na árvore do cipreste, a árvore da tristeza. Somente em Ovídio, que é romano, sobreviveu alguma referência a esta história como conta em Metamorfoses (10, 106):
"Entre a multidão [de árvores] o cipreste em forma de cone de pé, uma árvore agora, mas em tempos passados um menino, amado pelo deus que amarra tanto lira e arco. Uma vez, sagrada para as ninfas que habitam entre campos de Carthaea [na ilha de Keos], houve um veado gigante, cuja propagação chifres lançava uma tela de sombra sobre a sua cabeça. Esses chifres brilhavam de ouro e de seu pescoço sedoso um colar pendurado sobre os ombros, com pedras preciosas. Em cima de sua testa, protegido por cordas finas, uma medalha de prata balançava, dado no seu nascimento, e redondo têmporas ocos, brilhando brilhante, a partir de qualquer um dos ouvidos um pingente de pérola pendurada. bastante destemido, toda a sua timidez natural, perdido, muitas vezes ele visitou as casas dos homens, e ele deixou até mesmo estranhos tempos pescoço. Mas de todos eles, ele era o favorito de Ciparisso, mais belo jovem do Cea. Ele era quem costumava levar o veado para o pasto e as águas da primavera. Flores de muitas cores que iria tecer em torno de seus chifres ou, montado em suas costas, um cavaleiro feliz, andar para cima e para baixo, guiando sua boca concurso com rédeas carmesim.
Era meio-dia em cima de um dia de verão; brilhantes raios do sol estavam queimando como o Caranguejo, que ama a linha de costa, abriu as garras curvas. O veado deitou-se sobre a grama para descansar e respirava o frescor da sombra do pinheiro. Sem saber, com a sua afiada lança jovem Ciparisso perfurou o coração. E que o viu morrer da ferida, de modo cruel. Que palavras de conforto Febo tentou dar! Que advertências para não ceder à tristeza tão dolorida, tão mal proporcionada! Ainda assim, ele gemeu e pediu uma última benção dos deuses, para que pudesse chorar para sempre. E agora, com soluços sem fim, com sangue drenado, seus membros começaram a tomar um tom esverdeado; seu cabelo enrolado que para baixo da testa subiu em uma crista, a crista de cerdas, e como a rigidez espalhou uma torre graciosa olhando para o céu estrelado. Apolo gemeu e disse com tristeza "Vou chorar por você, por outros que você lamentarão; você [a árvore de cipreste] deverá comparecer quando homens com dor são rasgados ".
E por fim, Himeneu. Segundo algumas versões, o deus do casamento seria filho de Apolo e Afrodite, ou Dionísio e Afrodite, o que o faz parte do cortejo alegre que cercava toda a festa, em todos os casos um deus de origem estrangeira como os seus pais podem atestar. Seria andrógino, parte homem e parte mulher (mais outra característica de deuses estrangeiros), e de uma beleza insuperável. Ele era evocado em todos os casamentos (gritava-se seu nome) porque um casamento em que não tivesse a presença do deus não poderia ser feliz. Um conto tardio diz que teria nascido um ateniense pobre que se apaixonara por uma bela jovem rica, e que sequestrado por piratas junto com várias mulheres, confundido com uma delas, teria matado os piratas e trazido as jovens de volta à suas famílias e como prêmio pode desposar a mulher que amava, e depois de tornar-se deus, por causa de sua origem divina, passou a abençoar todas as celebrações em nome do amor.
Contudo, no Megalai Ehoiai, no entre os séculos VIII a VII a.C., a versão mais antiga, atribuído a Hesíodo, faz dele filho de Magnes e da musa Calíope, de incrível beleza, pelo qual Apolo se apaixona e, com isso, não deixou a casa do rei por tanto tempo que Hermes roubou-lhe o seu gado. Ele já aparece à época de Hesíodo como deus do casamento, em Homero e também em Safo, ambos antes da história que o faz filho de Apolo/Dionísio e Afrodite, o que nos faz acreditar que esta é uma explicação posterior do mito do deus, seu mito, na verdade se perdeu, mas talvez as palavras de Hesíodo no seu poema deem-nos uma pista do verdadeiro mito que relaciona Himeneu, Apolo e o casamento. Diz o poeta:
"Magnes ... morava na região de Tessália, na terra que os homens chamados depois dele Magnésia. Ele tinha um filho de beleza notável, Himeneu. Apolo quando viu o menino, foi apreendido com amor por ele, e não saía de casa de Magnes. Então Hermes fez projetos em rebanho de gado que estavam pastando no mesmo lugar que o gado de Admetos [que Apolo pastoreava]" (fragmento 16, v. 256).
"Magnes ... morava na região de Tessália, na terra que os homens chamados depois dele Magnésia. Ele tinha um filho de beleza notável, Himeneu. Apolo quando viu o menino, foi apreendido com amor por ele, e não saía de casa de Magnes. Então Hermes fez projetos em rebanho de gado que estavam pastando no mesmo lugar que o gado de Admetos [que Apolo pastoreava]" (fragmento 16, v. 256).
Será que estes versos indicam que finalmente a sina de amores destruídos de Apolo se encerraram nos felizes braços de Himeneu? A nós não chegaram nada mais do que estes três versos, não podemos afirmar nada com certeza. Mas talvez possamos imaginar que Himeneu represente o casamento feliz, o sucesso da vitória do amor, porque finalmente o deus Apolo pode viver com ele em paz, feliz, sem nenhuma preocupação. Porém isto é apenas uma suposição.
nu.
ResponderExcluirachei sintético, achei pós-moderno, achei mineiro.
ExcluirExcelente texto. Obrigado pela partilha.
ResponderExcluirEu agradeço por você tê-lo lido, João.
ExcluirOi Foxx, tudo bem?
ResponderExcluirEu sou apaixonado por mitologia grega, fico maravilhado com as histórias e esse é incrível. O tempo é o melhor conselheiro que existe, pena nem todos possam compreender ele.
Um bjo menino
Adorei o viado que tinha um viado de estimação... rsrsrsrs
ResponderExcluirBrincadeiras a parte, acho tão triste quando o povo tenta esconder os relacionamentos homoeróticos dos personagens históricos e mitológicos...
verdade, Cara Comum, é quando fica óbvio a interferência do pesquisador/historiador nos fatos, é como, por exemplo, os índios no Brasil, que não existem pesquisas sobre relações homoeróticas entre os índios porque se vende o discurso que eles são criaturas puras e se falarmos sobre homossexualidade entre eles é possível, inclusive, que se legitime uma situação que permita retirá-los de suas terras também.
Excluirfoxx, feliz aniversário! muitas felicidades, saúde e sucesso!
ResponderExcluirvocê é sempre a pessoa mais fofa desta blogosfera não é, Railer?
Excluirobrigado!
Amo essas tuas considerações mitológicas, lindas histórias as do Apolo e seus romances
ResponderExcluirque bom que vc gosta, Dernier, fico muito feliz.
Excluir