Google+ Estórias Do Mundo: PRESENTE: Adeus ano velho, feliz ano novo

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

PRESENTE: Adeus ano velho, feliz ano novo


Problemas a vista? Sim! Alguns!!
Quarta feira, última, resolvi dormir na casa de Henrique. Os pais dele viajaram e eu pensei em me mudar para lá durante esta semana. E parece que minha mãe previu o que iria acontecer esta semana, porque no primeiro dia que dormi lá, quando voltei em casa para pegar minhas coisas para voltar, ela fez um escândalo. Disse que não tinha me criado para viver na casa das pessoas. Que não sabia quem eram essas pessoas. Que eu só devia estar fazendo coisa errada. E meu pai acrescentou: "Isso é coisa de bandido". Chocados? Esperem, vai piorar.
Achei melhor não brigar. Calei-me e nem disse que pretendia passar esta semana na casa de Henrique. Afinal no fim de semana eles iriam para a casa de praia de qualquer forma. E eu aproveitaria o reveillon na festa que Henrique estava organizando. Quem sabe até sairia do atraso de vida que eu estou (leia-se "sofrendo pelo fim do namoro"). Mas, minha mãe acrescentou. "Você vai com a gente pra casa de praia, nem invente". Eu engoli seco. E aí meu pai começou a fazer a chantagem que ele faz tão bem. "É verdade, até parece que ele tem vergonha da gente". Disse que todos os meus primos apareciam na casa de praia. "Mas você é o único que nunca aparece". O que, não nego, é completamente verdade.
A praia é Santa Rita. Meus pais tem essa casa a mais ou menos 6 anos. E, enquanto eles estão lá, todos os fins de semana, juntando as vezes que fui, acho que não dá 2 meses. Vocês devem estar achando que é uma loucura, não é? A casa é estremamente confortável. Quatro quartos, sendo duas suítes. Mais um banheiro social. Varanda. Uma enorme sala de estar e jantar. Cozinha equipada. A casa em si é perfeita. E a praia? Deserta! Fica a vinte minutos da cidade, mas é completamente deserta. Linda. Mar calmo. Perfeita para relaxar. Perfeita para ficar agarrado com o seu amor. Mas quem te disse que eu quero relaxar? E o que vocês acham que sente alguém que acabou de terminar o namoro ver aquela paisagem perfeita para curtir com seu namorado?
Fui. Sábado, as 7h da manhã eu estava dentro do carro. De fones de ouvido. Ouvindo KT Tunstall. Óculos Triton tipo mascara no rosto. E Mate-me por favor, sobre meu colo. Mais blasée impossível. Fui a viagem toda, calado. Desprezando a tudo e a todos. Odiando cada centimetro daquela estrada. E pensando: "Eu tenho 25 anos, eles não tem direito de fazer isso". Minha vontade era abrir aquela porta. Descer e voltar para casa. "Não quero ir, droga!". Imaginei até a cena, eu saltando do carro em movimento. Um rolamento. Eu caindo de pé. Praticamente uma das Panteras. Ai eu percebi que aquilo funcionava em filmes, que eu teria que agüentar meus pais reclamando quando retornassem para casa. Então, me aquietei. E fiquei lá. Passivo. Vegetando.
Chegamos rápido na casa. Apossei-me de um quarto. Tranquei-me lá dentro. E li. Li Mate-me por favor, 280 páginas apenas no sábado, depois falo do livro. Mas ele só aumentava a raiva que eu estava sentindo. E eu gostei. Tive raiva de ainda morar na casa dos meus pais. Tive raiva de estar sofrendo por alguém que não me ama. Tive raiva de ainda não ter terminado minha dissertação de mestrado a esta altura. E disse: "Cansei!", e dormi o resto do dia.
Quando acordei, minha tia, que cuidava de mim quando eu era um bebê enquanto minha mãe trabalhava, veio conversar comigo. Ela me considera seu filho mais velho, e por isso estava preocupada porque eu tinha me trancado no quarto. Contei-lhe que estava ali obrigado. E ele veio com um papo muito estranho de dizer que me amava "independente do que eu fazia com minha vida", e que meus pais também deveriam ser assim. Disse que ía tentar me libertar do meu cativeiro, mas não conseguiu, como eu sabia que não ía conseguir. Eu ainda ouvi minha mãe dizer que eu deveria ter vergonha deles, por isso não gostava de ficar ali naquela casa. Mas aí eu expliquei meus motivos. "Não tem nada, absolutamente nada pra fazer aqui". Enquanto, naquele exato momento, a festa na casa de Henrique já deveria ter começado (havia sido marcada para as 2h da tarde) e, mais tarde, uma rave começaria em Pipa (a praia mais badalada do Estado e a segunda mais procurada para o reveillon no Brasil). E eu estava lá, em Santa Rita, durmindo, lendo e ouvindo minha tia dizer que me amava apesar de minha vida, enquanto o som dava uma trégua dos Bregas que esta mesma tia gostava de ouvir.
Logo a noite chegou. Logo a meia-noite chegou. Fogos. Cidra (cidra?!? cidra!!!). E meus olhos se encheram de lagrimas. Lágrimas porque estranhamente meu coração não se encheu de esperança como ele costumava se encher. Não. Este ano vai ser diferente. Realmente será. Porque desta vez não espero nada dele. Claro que comi minhas uvinhas. E fiz meus pedidos. Não vou conta-los. Não pode, senão não realiza, mas quando eles se realizarem, vou contando aqui, não se preocupem. Mas sinceramente não pareceu nada mais do que qualquer outro dia.

10 comentários:

  1. Ótimo início de ano pra vc querido...Bjs

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  2. Eu estava desesperançoso antes do dia 31, a partir de então acho que meu 2007 vai ser algo bom, parece que tivemos situações invertidas.

    Amigo, não deixe que uma festa de réveillon estrague todo um ano que ainda está por vir :]

    Abraço!

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  3. Rapá...
    Lembre-se sempre de Pollyana...
    Sempre poderia ser pior...
    Grande abraço, e força que 2007 só começou!

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  4. Não sei com vc,mais comigo sempre q combino alguma coisa com o meu namorado...meus pais acho q sacam na hora.ainda mais viajem...
    mais o ano começou...e tomara q ele seja perfeito.
    com muitas alegrias e nada de stress com os nossos velhos!
    hehe!
    passando pra conhecer.
    abraçoo!

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  5. Queridooo.. lembra do meu no ano passado? passei em casa Sozinho... de branco.. porque? marcelaaaaaaaaa.. enfim.. amenidades... e que 2007 seja caridoso conosco.. tudo de bom para ti.. te amo horrores.. viu? estou sumido mais ainda te adoro.. beijos!

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  6. É uma mer** mesmo qdo a gente ñ consegue fazer as coisas do nosso modo, mas ñ fica assim não...
    Espero que seus desejos se realizem em 2007. Esse reveillon é melhor vc esquecer.
    Andei linkando vc lá no meu blog, agora volta com mais frequencia, ok ? Abraços

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  7. Cara, eu já passei (e ainda passo de vez em quando) por exatamente tudo isso: os pais que te acham estranho, a casa de praia que você odeia ir, os olhares críticos quando se dorme fora de casa, a tia que diz que te ama apesar da sua vida... Juro que sei o que é tudo isso. É assim mesmo. Depois passa. Apenas tome cuidado para não odiar quem te ama, porque o processo se torna muito mais doloroso para todos.

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  8. Eita! Que beleza! Léo

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  9. e eu q pensei q só eu tinha pais assim
    é ond vou? com quem vc vai? aonde q é? volta q horas?
    creio q o resto do interrogatório vc jah deve conhecer, mas cara, não se preocupe. aki por exemplo, eu não vou a lugar nenhum contra minha vontade. q endo me obrigam eu me tranco q eu não saio pra nada, nada msm, uma vez minha família queria passar um dia na roça, mas como só tinha a veiarada, eu decidi ficar em ksa, pq na outra vez q eu fui eu passei um dia inteiro trancado no carro, disse q só saíria pra entrar em casa e no meu quarto, pq q hj eles jah sabem, q se me levarem pra lugar q eu não kero ir, eu me tranco no quarto ou no carro q eu não saio pra nada.
    abraão meu amigo
    um feliz ano novo
    té mais
    fuiizzzzzz

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  10. Brother,
    Massa seu blog! Huhauihauia, maneiro seu bom humor, sinceridade... Comecei um, me visita, ok?! Abraço!

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" Gosto de ouvir. Aprendi muita coisa por ouvir cuidadosamente."

Ernest Hemmingway