Google+ Estórias Do Mundo: julho 2011

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Experiência Antropológica

, em Belo Horizonte - MG, Brasil
Foxx: Amigo, 'tô na seca! Sério! Muito na seca... se eu tivesse um consolo hoje eu iria usá-lo... que saudade de sexo!
: (risos) Imagino a sua situação... a vontade deve estar bem grande p'ra você estar assim...
Foxx: Ah, 'tô numa situação periclitante. Já faz um ano que eu não sei o que é vida sexual ativa.
: Depois do Tato?
Foxx: Sim, depois dele. Tudo bem que fiz sexo no carnaval no Rio né? Mas sexo uma vez por ano não é vida sexual ativa né?
: ...
Foxx: Bê, amigo, eu quero dar!
: (gargalhando) Amigo, porque você não sai, não conhece pessoas? Sabe você está precisando é de um sex buddy. Alguém que você conhecesse e viesse resolver seu problema agora, por exemplo. Just a call. E... você não ficou com ninguém na Parada Gay ontem?
Foxx: Fiquei, querido! Beijei dois meninos. Um, no início, assim que pisei na Praça da Estação, o que causou um pouco de despeito dos meninos que foram comigo; e outro no final, que preferiu ficar comigo e não com o Anselmo (lembra dele?, que morou comigo?). E aí que se localiza o problema que inviabiliza o sexy buddy para me dar assistência "técnica". Convenhamos... se eu quisesse apenas dar teria dado p'ra qualquer um desses dois com que fiquei, não é? E... olha... sempre que eu estou saindo eu costumo ficar com meninos, isso nunca foi problema. 
: Então qual é o problema? Apesar que eu sei que você não tem problema para encontrar gente que queira sexo...
Foxx: Não... não tenho mesmo nenhum problema p'ra isso. Tipo, vou fazer uma experiência p'ra você ver (tive essa idéia agora). Vou entrar no bate-papo do Uol e ver em quanto tempo eu consigo alguém p'ra vir me comer aqui. 
: (risos) Quais são os parâmetros da experiência?
Foxx: Vou entrar com um nick chamativo: PASSqrATVagora, que tal?
: (risos) A-do-ro!
Foxx: Agora vou entrar numa sala de Belo Horizonte. E falar: "Alguém afim?".
: (risos) Vai lá e vai me contando. Vou acompanhando por aqui.
Foxx: A título de registo: (15:14) PASSqrATVagora entra na sala 
...
Foxx: O primeiro já veio falar comigo: HxH Contorno.
: Já? 
Foxx: Já! 15:19h!
...
Foxx: Nada com ele. Mas já tem outros falando comigo já: Alex26, Dotado e HomemAtivo. 15:24h.
: Os nomes sempre muito óbvios, não é?
Foxx: Mas, claro!, a idéia é exatamente essa! Ser óbvio! Afinal ninguém quer perder tempo, não é? 
: Verdade, afinal se chama fast foda né?
Foxx: Aham!
...
Foxx: 15:44! Trinta minutos! (gargalhando)
: Trinta?
Foxx: Encontrei e marquei. H Interessante, mora aqui do lado, me chamou p'ra ir até a casa dele. Marcou de me ver ali na frente do supermercado e de lá a gente subir p'ra casa dele. Disse que quer comer muito a minha bunda a tarde toda.
: E você vai?
Foxx: Claro que não! Meu objetivo nessa conversa era só comprovar o meu ponto. Só precisei de trinta minutos p'ra conseguir alguém. Não estou sem fazer sexo porque ninguém quer me comer... ora, sou um homem bonito, pelo amor de Deus. Mas eu não quero assim...
: Você quer que signifique algo...
Foxx: Eu quero que signifique algo!



terça-feira, 26 de julho de 2011

Mespotâmia: O Manual de Summa Alu

, em Belo Horizonte - MG, Brasil






Summa Alu, um manual acádio (região central da Mesopotâmia) usado para prever o futuro, são um conjunto de 126 tábuas de argila encontrado por volta da década de 1930, mas que faz referência a metade do segundo milênio antes de Cristo, por volta de 2500 a.C.. Eles são um conjunto de presságios baseados no comportamento animal, nas características físicas das pessoas e aspectos da casa, e, também no comportamento humano, inclusive, no comportamento sexual. Destes, relacionados ao comportamento sexual, cinco presságios são relacionados com comportamento homoeróticos. Podemos citar, a partir da tradução de Bruce L. Gerig:

"Se um homem copula com um igual por trás, ele se torna o líder entre seus pares e irmãos".

"Se um homem anseia por expressar sua masculinidade quando está na prisão, e se utiliza de um assinnu (prostituto sagrado), o amor pelos homens tornar-se-á seu desejo, e ele vai experimentar o mal".

"Se um homem copula com um assinnu (um prostituto sagrado), todos os problemas vão deixá-lo".

"Se um homem copula com um gerseqqu (um cortesão masculino ou servo real), a preocupação vai consumi-lo por um ano, e então deixá-lo".

"Se um homem copula com um escravo nascido em sua casa, um destino duro cairá sobre ele".

Segundo o texto do manual, então, o comportamento homoerótico em Akkad não era considerado, em si, negativo; todavia ele acontecia dentro de certos limites, isto é, havia algumas regras para este comportamento acontecer, afinal entre o segundo e o terceiro presságio, por exemplo, o uso da prostituição sagrada de homens (falaremos sobre esta instituição num próximo texto) é idêntica, mas o resultado muda radicalmente dependendo da situação do usuário (no caso, livre ou prisioneiro). Havia certas situações em que era permitido os relacionamentos homoeróticos, e em outras que era proibido. 
Outro exemplo, é a relação sexual com um escravo nascido dentro de sua própria casa.  As relações de escravidão evocam, sem sombra de dúvida, uma relação parental, isto é, o senhor de escravos tem um poder patriarcal dentro de sua casa e com os seus escravos, portanto, nesta relação, com um escravo nascido dentro de sua própria casa o que está sendo criticado é uma relação incestuosa (entre pai e filho, no caso do dono do escravo com o escravo; e entre irmãos, no caso do filho do dono do escravo com o escravo).
Contudo, já o quarto presságio, que se refere ao gerseqqu é o mais nebuloso de todos. Levando em consideração que a palavra "homem" nesta tradução deve ser entendida como cidadão, já que um escravo não seria incluído nesta acepção de "homem", a situação entre o cidadão e este gerseqqu é um tanto problemática.
No entanto, como explica Martti Nissinen, o sexo com outro homem sempre representa a dominação e a obtenção de poder. O que importa aqui é o espaço social masculino, o corpo social masculino. Além disso, é também importante lembrar que, neste caso, o comportamento sexual que é socialmente aceito é o comportamento ativo, aquele que penetra, e não o passivo. 

sábado, 23 de julho de 2011

Único

, em Belo Horizonte - MG, Brasil
Dedicado ao Tato


Ele terminara de gargalhar alto, de uma piada de gosto extremamente duvidoso, sentado no banco do motorista daquele carro e, meio sem ar, arrematou:
- Não sei como você me ama nesses momentos...
Um silêncio se instalou naquele instante. Aquele silêncio que sucede uma gargalhada. Em que as pessoas estão recuperando o ar. Foi quando o outro, sentado no banco do passageiro, que não tinha nem esboçado um sorriso por causa da piada, após olhar rapidamente para o namorado, voltou seu olhar fixamente para a estrada, e falou:
- Eu te amo porque você é único. "Porque no meio de tanta gente eu encontrei você", porque no meio de seis bilhões e meio de pessoas no mundo, você é a única que conseguiu me amar... e não... não pense que eu só te amo em retribuição ao amor que você me tem (o que, convenhamos!, já não seria pouca coisa), mas eu te amo porque você é único - nesta palavra notava-se a intensidade de sua voz -, não entende? Único, - falou de voz embargada - especial!  Tão especial que conseguiu ver através dos meus defeitos, ou melhor, viu meu defeitos e os amou também. Você me ama. E eu te amo porque você é essa pessoa única. A única... a única que eu poderia amar. A única capaz...
Só aí olhou novamente para o motorista, seu namorado, e o viu olhando fixamente para a estrada. Imóvel, praticamente. Viu, então, uma lágrima brotar e rolar pela pele castigada pelo aparelho de barbear, ele então esticou sua mão e pousou na do motorista que segurava, firme, a direção do carro. E eles não precisaram dizer mais nada.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

terça-feira, 19 de julho de 2011

Isso Que Se Chama Amizade ou Chocando A Tradicional Família Mineira

, em Belo Horizonte - MG, Brasil
Ele dançava na minha frente, em cima de um banco de alvenaria na parede lateral daquele porão de teto baixo, onde fica o Velvet Club. Havia me percebido ali, antes de eu vê-lo, mas ao notá-lo, não poderia não me interessar. Moreno, corpo magro, pernas grossas. Mas, de onde eu estava, meu único movimento foi começar a dançar juntamente com ele. Ele sorriu de lá. E logo desceu, se aproximando de mim, envolvi a cintura dele e aproximei meu quadril, e nossas bocas se colaram. Nenhuma palavra dita, nunca é preciso nenhuma palavra. Minhas mãos desceram pelo seu quadril e eu apertei suas nádegas com força, ele então, delicadamente, tirou minha mão de suas nádegas, e eu pensei: "Ele não deve gostar de que façam isso em público", mas ele me surpreendeu, empurrando sua mão para dentro de sua bermuda, e falando no meu ouvido: "Faz assim que é muito melhor!". Apertei-lhe a bunda por cima do tecido fino da cueca. Ele: "Não! Assim não! Se vai apertar, aperta direito!". Eu somente sorri em resposta e meus dedos acharam o caminho entre a pele dele e o elástico da cueca. Ele me beijava com intensidade, esfregava o próprio rosto na minha barba, seus braços estavam em torno do meu pescoço. Foi quando um amigo seu chegou, I wanna go all the way taking out my freak tonight explodia nas caixas de som, me afastei e eles começaram a dançar, o amigo estava por trás e falava algo com ele, ao pé do ouvido, ele respondia, sorrisos trocados, e ele me puxou para perto novamente. Segurei em sua cintura, e começamos a dançar os três. O amigo, o garoto com quem eu estava ficando e eu. Foi quando o menino que eu estava ficando tirou minhas mãos de suas cintura e colocou na bunda do seu amigo. Foi quando reparei nele. Muito mais bonito que o garoto que eu estava ficando, também moreno, cabelos cacheados, forte, com seus músculos definidos, e as nádegas rijas, tão bonitas quanto a do amigo. Foi quando ele levantou o meu queixo, e me beijou. Beijou-me e me puxou para perto dele. O outro, que eu já estava ficando, foi para minhas costas, beijava meu pescoço, mordiscava também minha orelha. E logo procurou nossas bocas e tivemos nosso primeiro beijo triplo naquela noite. Sabendo que estou em Minas Gerais, quando paramos o beijo triplo, eu olhei em volta e vi a tradicional família mineira chocada ao nosso redor, sorri, e beijei o primeiro menino, minha mão novamente dentro da sua bermuda, o segundo agora foi quem se aproximou e iniciou um segundo beijo triplo, minha outra mão então desceu para a calça do segundo, apertei-lhe a nádega com força, e ele me beijou na mesma intensidade. Naquele momento me vi com uma bunda diferente em cada mão e, de repente, duas mãos apalpando meu pau ao mesmo tempo. Foi quando o primeiro, disse no meu ouvido, que ia até o bar, que o segundo aproximou-se do meu ouvido e disse: "Te achei uma gracinha, falei isso para o meu amigo, aí ele falou que podíamos dividir você". E riu, gargalhando. Eu só pude pensar: "Tudo para conservar uma amizade, não é?".

sexta-feira, 15 de julho de 2011

(Sem Título)

, em Belo Horizonte - MG, Brasil
É domingo. Noite de domingo. Estou sentado no sofá da casa dele. Folheio O Pampulha, um semanário gratuito que é distribuído entre os condomínios de Belo Horizonte. Ele está sentado na mesa da sala de jantar. E escreve no computador sobre a ditadura militar, após um spaguetti ao molho branco que eu preparei para nós dois na cozinha dele. Trocamos impressões sobre o trabalho dele, mas principalmente ele me pergunta coisas que eu como historiador tenho mais familiaridade, mas também comento as matérias do jornal. Sobretudo, a matéria sobre as semanas de moda de Paris e Milão em que a jornalista, inconformada com a incapacidade dos estilistas de criarem moda masculina para homens heterossexuais, critica com palavras ásperas e um certo desprezo que beira o preconceito. Rimos de tudo. E quando ele levanta e retorna a cozinha, volta, acompanhado do seu cachorro, um pastor de Shetland, e com duas taças e uma garrafa de vinho chileno. Ele pede que eu abra a garrafa enquanto salva o que já escreveu. e senta ao meu lado no sofá. Conversamos ali, enquanto a noite se aprofunda, sobre cinema e TV, gargalhando das lembranças que só quem nasceu na década de 1980 pode ter. Às vezes nós nos tocamos, a mão dele pousa na minha coxa, minha mão no ombro dele desliza pelas costas desnudas. Faz um calor atípico a julho naquela noite. Ele me convida para dormir por lá mesmo. Já é tarde para voltar para casa e eu aceito. Ele me oferece uma escova de dentes, e enquanto escovo a boca, ele não tem a menor vergonha de entrar, despir-se e tomar um banho, enquanto conversa comigo. Fala sobre um ex-namorado que depois de dois anos no mais absoluto silêncio resolveu comentar numa postagem sua no Facebook. Ele quer minha opinião sobre o que significa aquilo e eu comento apenas que este deveria estar tentando se aproximar. Ao sair do banho, vestindo apenas uma camiseta, ele prepara minha cama, um colchão no chão, coberto com um lençol, travesseiro e coberta e, quando adormeço, tenho um sono agitado. Sonho com ele, que eu mudava as plantas dele de lugar e tinha que ir logo embora dali, devia fugir como se fosse errado mudar as plantas de lugar. Acordo, sentindo a garganta querendo inflamar, pensando que estou atrasado para ir para terapia, mas ainda eram 7:52h da manhã.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Mesopotâmia: As Leis Assírias

, em Belo Horizonte - MG, Brasil

Como vimos no texto anterior, o sul mespotâmico, a Suméria, cujas cidades principais são Uruk, Ur e Eridu, não via problemas com os relacionamentos homoeróticos, tanto que a única estória que se conservou sobre um dos seus reis mais importantes, da qual outras dinastias faziam questão de descender, é exatamente o de seu romance homoerótico. Contudo, ao norte, na região chamada Assíria, cuja principal cidade chamnava-se Assur, terra de pastores e guerreiros, montanhosa e árida, uma lei demonstra uma posição, talvez, contrária. É interessante perceber que entre todos os códices de leis encontrados na região da Crescente Fértil (região do mapa acima) - incluindo Urukagina (2375 a.C.), Ur-Nammu (2100 a.C.), Eshunna (1750 a.C.) e Hammurabi (1726 a.C.) - em nenhum deles existe registro de leis que regulem as relações homoeróticas, contudo em tabuletas de argila que datam dos séculos entre 1450 e 1250 a.C., de origem assíria, mantém dois parágrafos (19 e 20). O primeiro prevê penalidades para aquele que acusa falsamente alguém de ter praticado atos homoeróticos, sobretudo, sendo passivo no ato sexual. A lei exige testemunhas e na inexistência, o acusador seria marcado com um símbolo de vergonha. Já o parágrafo 20 diz: "Se um homem deitar-se com um amigo seu, e o penetrar, e isto for provado, a mesma coisa será feita com ele e ele se tornará um eunuco". As leis mesopotâmicas são as famosas leis de Talião, olho por olho, dente por dente, então não é de surpreender o primeiro trecho desta lei que exige reparação idêntica ao ato. Contudo, os historiadores questionam-se é sobre a parte final da lei: "e ele se tornará um eunuco". A castração parece um tanto de exagero para um crime citado apenas duas vezes no códice todo. Contudo, o contexto em que esta lei aparece, entre outros crimes sexuais como estupro e defloramento de virgens propõe uma outra dimensão para a sua interpretação. 
Propõem alguns historiadores que esta segunda lei puna na verdade o estupro masculino, isto é, o ato sexual não consensual entre dois homens, o argumento aqui é que como apenas aquele que penetrou o outro é castigado, isto quer dizer que o ato sexual em si não é o problema, mas a sua falta de consensualidade. Os assiriologistas acreditam que a melhor tradução para o texto é inclusive "Se um homem cometer violência com um amigo seu". Podemos concluir, então, que na Assíria também não haveria proibição as relações homoeróticas. Elas não seria condenadas como licenciosidade ou imoralidade, ou que transgredisse qualquer lei humana ou divina, podendo qualquer um, inclusive visitar um prostituto, mas isso fica para o próximo texto.

PS: O Junnior, do Identidade G, me chamou atenção para o uso da palavra "amigo". Vejam nos comentários a observação dele por completo, mas em resumo, ele diz que se o legislador usa amigo é porque seria consensual, este é um problema de tradução, novamente, amigo aqui quer dizer aqueles que são do mesmo nível, concidadãos, seria a melhor tradução. O crime só existe se for entre dois cidadãos, se o mesmo ato acontecesse com um escravo, por exemplo, não seria crime.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O Pequeno Príncipe

, em Belo Horizonte - MG, Brasil
O PRÍNCIPE: Admito, eu não gostei de você chamando o Samuel de Príncipe! Eu sou O Príncipe.
FOXX: Você sempre foi meu "Pequeno Píncipe", ora, do livro.
O PRÍNCIPE: Sei, sei...
FOXX: Lembra: "cabelos de trigo"?
O PRÍNCIPE: Sim...
FOXX: Você tem que entender que para o Samuel, chamá-lo de Príncipe é porque ele é o "Príncipe Encantado", dos contos de fadas, perfeitinho e que salva princesas em perigo no cavalo branco, entende?
O PRÍNCIPE:  Hunf! Isso é você tentando me convencer?
FOXX:  Quer dizer que eu não estou conseguindo ser perdoado?
O PRINCIPE: A côrte está pensando a respeito do seu caso. Ainda não dei meu veredito real como príncipe.
FOXX: O que você não entende é que ele é o "Príncipe Encantado", mas você é meu Pequeno Príncipe, que mora no asteiróide B612 e que me cativou. Você é MEU príncipe, o personagem do livro, que mora longe de mim, e que eu não posso ter para mim, que tem cabelos de trigo e que cativou a raposa. Se você entender que você é o Pequeno Príncipe você vai entender o que você significa para mim, o quanto você é-me especial.
O PRÍNCIPE: Ai, nem é assim! Vai! Sou qualquer um... qualquer um que você batizou com esse título aí.
FOXX: Não, você é o homem que eu namoraria hoje, a pessoa que eu já sonhei várias vezes que estou namorando e quando me liga, ou manda mensagem, me deixa suspirando.
O PRÍNCIPE: Ai, pára! Mentira! (risos)
FOXX: Não! Se você quiser pergunte ao Bruno, como eu estou apaixonadinho por você. Eu não invisto em você porque você mora ai no Rio de Janeiro e, principalmente, porque você tem namorado, né? Eu não invisto em você porque o senhor tem namorado e eu vou respeitar isso, claro!
O PRÍNCIPE: Eu não preciso perguntar, você já deixa transparente isso. Só que você vacila comigo, não é?, como no caso do principe.
FOXX: Meu anjo, p'ra ser bem sincero com você, eu não sei como agir com você. Simplesmente eu não sei o que você sente por mim, você não diz!
O PRÍNCIPE: Own amore, é que eu me sentia exclusivo com o lance do principe, e você quebrou minha exclusividade e eu amo ser exclusivo em algo!
FOXX: Mas você é exclusivo!
O PRÍNCIPE: Mas tudo bem. Eu te perdôo! Com uma condição: que de agora em diante EU seja o seu único príncipe. Cara. Eu ia fazer até um cordão... com uma coroa, sei lá, ou escreve príncipe no cordão, saca?, de tanto que eu gostava de quando vc me chamava assim.
FOXX: Então de hoje em diante você será o único. Prometo! Em nome do amor que sinto por você!
O PRÍNCIPE: Eba! \o/ Obrigado, meu lindo!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Romantismo

, em Belo Horizonte - MG, Brasil
Acordaram tarde naquele domingo, acordaram juntos sob o mesmo cobertor, verde, na cama de solteiro. Não se importavam com a falta de espaço, até preferiam porque estava frio lá fora, mas, sobretudo, porque gostavam do contato do corpo um do outro. Das pernas que se enroscavam, do braço em torno do pescoço, do sexo de um em contato com a bunda do outro. Gostavam. Mas acordaram e um dos dois levantou e vestiu apenas uma cueca. E, apesar do frio, saiu do quarto quase desnudo, deixando o outro ainda tão sonolento que quando o de cuecas retornou com café quente, torradas, queijo, granola e duas laranjas, aquele que ficara não percebera o tempo do outro ausente. Eles então sentaram, um de cuecas, daquelas brancas, de algodão, e abertura na frente; o outro nu. Comeram na cama, alheios ao mundo lá fora, porque nem as cortinas abriram. O sol entrava então filtrado pela cortina multicor. Conversaram banalidades de domingo, o de cucas ligou o computador e colocou num site de TV por internet, e eles terminaram de comer assistindo algum seriado do Warner Channel, que servia, na verdade apenas como som ambiente para as opiniões compartilhadas por aqueles dois, namorados, nos dias em que acordavam juntos, principalmente nos fins de semana que nenhum tinha que correr para o trabalho, e era possível se deixar ficar mais naquele quarto. 
E voltaram para cama., sonolentos, após o desejum. O que estava nu voltou primeiro, foi ele quem abriu a coberta e chamou o outro para junto de si. O de cuecas abandonou sua vestimenta antes de se aninhar nos braços do namorado, estendido na cama, estreita, porém perfeita para eles dois. Recebeu um beijo perfumado com café e laranja nos cabelos quando encaixou a bunda no sexo do outro. O namorado, rapidamente, adormeceu de novo. O que estava antes de cuecas continuou assistindo o Warner Channel no computador ligado, mas o som oriundo do computador agora continuava sendo apenas  pano de fundo para o ronco baixinho do outro ao seu lado, que aos poucos lhe ninava e o levava a compartilhar o sono e até os sonhos com o namorado, dormindo ali, apertado ao seu lado, na cama de solteiro. 

sábado, 2 de julho de 2011

O Homem Ideal

, em Belo Horizonte - MG, Brasil
: Beecha, a senhora já 'tá de volta do cinema?
Foxx: Não, eu estou no Café Belas Artes com meu note, esperando o Couto.
: Ay que phyyynaaaa! Gente, amay a finesse! Só toma cuidado, BH não é Europa, principalmente com ônibus.
Foxx: Eu sei, eu sei! Bê, estou aqui pensando sobre uma coisa que falei na terapia hoje: o meu homem ideal sou eu!
: Gente, que sucesso!!! Homem ideal? 'Tô amando essa terapia
Foxx: É, porque as características que eu procuro em alguém são as que eu quero p'ra mim. Tipo, acho sexy homens com talento musical porque eu gosto de cantar, então, será que eu estou procurando apenas por mim mesmo? Seria o egoismo q as cartas falaram quando jogamos e falou q eu tinha um problema de egoísmo para resolver que atrapalhava meus relacionamentos?
: Humm! Talvez, hein! Mas eu acho que é meio normal procurar nos outros alguem como nós, porém isso deve ter um limite!
Foxx: Não é "como nós", é como eu gostaria de ser.
: Ah, sim, você procura no outro o que não tem em você e, no fim, é um método mais facil achar isso em alguém para te completar... Meu Deus! Você acabou de me contar o motivo de todos os meus problemas! (quem é egoista aqui??? haha)
Foxx: Isso mesmo, então, se um dia eu me tornar essa pessoa, esse homem ideal, eu vou precisar tanto de outro pra me completar? Não! Mas eu tenho um medo... neste cenário...
: Gente... I'm following...
Foxx: Será que eu vou querer alguém do meu lado quando eu me tornar meu homem ideal? Porque, assim, sem sombras de dúvida eu vou conseguir isso, não tenho a menor dúvida disso. E, aí, sabe, desenvolver uma auto-suficiencia que as pessoas ao seu redor se tornam um estorvo?
: Humm! Ótima pergunta! Gente, eu queria muito chegar a esse nivel de auto-conhecimento que você 'tá chegando, te invejo nesse momento. 
Foxx: Isso acontece quando somos o homem ideal! =D