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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Egito: O Amante Misterioso de Akhenaton

, em Belo Horizonte - MG, Brasil

Akhenaton

Na tumba do faraó maldito Akhenaton (1364-1338 a.C.), maldito porque este faraó foi o que estabeleceu no Egito o monoteísmo em honra de Aton, isto é, uma religião que cultuava apenas um deus, destituindo todos os outros deuses do panteão egípcio (Osíris, Ísis, Seth, Neith, Mâat, Ptah, Thot, Anúbis, etc.),  foi encontrada a múmia de um jovem, com no máximo 27 anos, com a inscrição:

       Smenkhkare, amado de Akhenaton

Egiptólogos têm dúvidas da existência de Smenkhare por causa do desaparecimento da rainha Nefertiti, após a destituição e morte do faraó por aqueles que eram contrários ao monoteísmo que ele pregava. Alguns historiadores propõe que ela teria mudado o próprio nome (e imagem) para um nome masculino para assumir o cargo de faraó, como fez antes a rainha Hatshepsut. É necessário lembrar aqui que para ser regente, as rainhas egípcias poderiam facilmente assumir o trono, em nome de um filho, por exemplo; contudo, nenhuma mulher poderia assumir as coroas de faraó, cargo exclusivamente masculino. A favor desta tese, há uma inscrição no túmulo do faraó-menino Tuthankamon, filho do faraó maldito e de uma esposa secundária de seu harém, o qual assumiu o trono com apenas dez anos após o fim do reinado de Smenkhkare, entre 1338 e 1334 a.C.. Na inscrição, o nome de Nefertiti aparece dentro de um quadrado ladeado pela figura de Anúbis o que quer dizer que a rainha ainda estava viva. 

Nefertiti

Porém, não obstante estas informações, sabe-se que Smenkhkare chegou a casar-se com a filha mais velha de Akhenaton, Meritaton, quando esta tinha dezesseis anos, casamento este que o tornaria faraó, já que a possibilidade de tornar-se faraó era transmitida pelas mulheres da casa real, por ter nascido de uma delas, ou por ter casado com uma delas. Contudo, isto não impossibilita que Nefertiti ainda seja Smenkhkare. A rainha poderia ter feito o casamento ritual com a própria filha para assim garantir sua coroa como faraó. 
Muitas teorias foram propostas criando este mistério em torno deste amante que tornou-se faraó, porém esta discussão toda fora realizada deixando de lado uma questão fundamental. Não sei se vocês, leitores, também notaram, mas a múmia do amado de Akhenaton é de um homem. A discussão na História é empurrada para o plano político, em busca de Nefertiti, por dois motivos: 1) o puritanismo dos historiadores; 2) a relação entre o monoteísmo de Aton e o Cristianismo. Falemos sobre um de cada vez.

Smenkhkare e Meritaton

Os historiadores, nos últimos séculos, sempre têm evitado tocar nos assuntos relacionados a sexualidade. O sexo e a sexualidade só tornaram-se assuntos passíveis de serem investigados historicamente da década de 1960 para cá. Sendo assim, era bem comum que ao deparar-se com questão ligadas a sexualidade este tipo de história fosse considerada "anedotas de alcova" e, portanto, depreciadas como parte do conhecimento científico. Um amante do faraó, neste caso, não passaria de uma piada de mal gosto a ser contada na mesa d'algum bar.
Além disso, o monoteísmo proposto por Akhenaton é a primeira proposição de uma religião monoteísta do qual a história tem conhecimento. Todos os estudiosos do cristianismo e outras religiões monoteístas reconhecem que graças a presença hebraica no Egito, durante o reinado do faraó maldito, estes foram influenciados pela reforma na religião que o faraó estava propondo. Não seria exagero afirmar, inclusive, que é Akhenaton, no Egito, o grande pai das religiões monoteístas que foram construídas séculos mais tarde ainda ali na Crescente Fértil. Portanto, dar crédito que o grande pai do Cristianismo tivera um amante, provavelmente um jovem eunuco, que tornara-se tão importante publicamente que assumira a coroa do Alto e Baixo Egito, importante o bastante para casar-se com a princesa e proteger a rainha que também era perseguida, até sua própria morte poucos anos depois.
O mistério de Smenkhkare, no entanto, persiste. Enquanto o túmulo de Nefertiti pelo menos não é encontrado. O que provavelmente não acontecerá já que ela ainda estava viva após a morte do faraó-menino Tuthankamon. A mais bela rainha, como diz seu próprio nome, provavelmente fugiu e morreu anonimamente. 

17 comentários:

  1. Fiquei aqui imaginando a situação do amante no meio disso tudo...
    Abraçooo e óo adorei o texto mesmo!

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  2. Gosto, mas acho sempre complicadas essas relações todas.
    Pra mim sempre fica a certeza de que, se nossos tempos são sombrios, nunca foram tão claros, no que se refere à nossa autoaceitação, antes de mais nada. E que tudo que contraria as maiorias sempre foi, de alguma forma, condenado.

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  3. nossa. que história! sou mto ignorante quando se fala em história antiga sabia? Trauma de infância. sempre ia mal na matéria, seja lá qual a época estudada.

    o francês tá bem! um fofo, to feliz!

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  4. O historiadores não sabem o sexo da múmia e ficam na dúvida se era realmente um homem amante do faraó ou a rainha? Mas se a múmia está suficientemente bem preservada pra se determinar a provável idade, não seria fácil determinar o sexo dela utilizando da clara diferenciação anatômica entre homens e mulheres (constituição óssea, por exemplo)??? E nem seria preciso destruir a múmia nesse caso. Bastaria um exame de raio-x ou similar...

    Sinto cheiro de coelho nesse mato...

    Abraços!!

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  5. Acho essas histórias do Egito tão enigmáticas. Múmias, faraós, pirâmides. É tão fascinante!!
    E todo o mistério em volta dessas histórias faz o Império do Egito permanecer vivo até hoje.
    Às vezes fico imaginando que vivi nessa época em alguma encarnação. Mas não tenho a pretensão de ter sido um faraó, um escravo que construía as pirâmides tava bom. rsrs

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  6. Eu adoro histórias do gênero. Passaram-se séculos e elas continuam interessante, servindo de "moral da história" e enfim.

    Abração.

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  7. A múmia de Smenkhkare chegou a ser encontrada e foram comprovados 27 anos?
    Bom, eu não sei muito sobre isso, mas quando li algo sobre Nefertiti, lembro que ela teria morrido por volta dos 35 anos.
    Então, um não pode ser o outro, né não?

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  8. isso fica muito na suposição... e minha opinião sobre isso tudo é nula, por pura ignorância. rs
    bjus!

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  9. Adoro historia e ler ela num blog tem um tom de fofoca, sabe?? Tantas conspirações;;; Um vucu vucu.. AMo!!!

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  10. nossa, eu confesso minha ignorancia no assunto e com isto muito cetisismo, nao consigo acreditar que vao descobrir a verdade sobre estas coisas, vai sempre sempre baseado no achismo...

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  11. Incrivel como as "necessidades" humanas de poder conseguem ir muito mais além do que a mera criatividade para uma trama comum de um livro de mistérios.

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  12. Se a Dilma governasse no antigo Egito, não seria alvo de anedotas homofóbicas do Bolsonaro. rs

    #comenteinopostdehistoria

    Abcs, querido.

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  13. Particularmente acho que Akhenaton teve uma relevante importância histórica descrita por vários egiptólogos que o estudaram profundamente. O seu genro Anjjeperura Semenchkare ou Semenejkara foi marido de sua filha mais velha Meritaton. Akhenaton revelou o único Deus através da luz cósmica que saia do disco solar, afirmando que DEUS É LUZ. Akhenaton fundou o ATONISMO que foi conhecido no meio esotérico como religião da luz, sendo o primeiro monoteísmo estrito revelado. Akhenaton realmente amava fraternalmente e confiava em seu genro chegando ao ponto dar-lhe uma co-regência. O amor de Akhenaton por Semenchkare era de um pai para com um filho. Nefertiti, esposa de Akhenaton, escondeu dos perversos sacerdotes politeístas Tutankaton (Tutankamon) até que ele pudesse assumir o trono do Egito. Akhenaton foi tratado como “maldito” pelos antigos sacerdotes politeístas que perderam suas posses e o comércio religioso no antigo Egito. Contudo, acredito que Akhenaton realmente não foi maldito e sim BENDITO, pois a partir de sua religião (Atonismo) surgirão três importantes religiões para a humanidade: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Obrigado!

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    1. E o criador das religiões monoteístas não poderia ter relações homoeróticas não é? Vc não percebe que vc está interpretando um dado histórico com base em um preconceito pessoal? Um preconceito seu que deveria ser revisto. O que vc deveria estar pensando agora era: será que o fundador do monoteísmo, este bendito faraó, tb tinha relação sexuais com seu genro? Será que o homem que criou as bases para as três religiões monoteístas e com adeptos mais.homofóbicos do mundo na verdade era "gay"? Vc tem a chance com meu texto de questionar o seu conhecimento, mas prefere questionar a validade da minha interpretacão. Minha pergunta para você é: pq minha interpretação vale menos do que a sua?

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    2. Parabéns, anônimo. De todos os comentários, o seu é o mais coerente e verdadeiro.

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" Gosto de ouvir. Aprendi muita coisa por ouvir cuidadosamente."

Ernest Hemmingway