PARTE UM
Acordei naquele domingo de primavera, em que o sol brilhava alto, dando a Belo Horizonte cores brilhantes, sem esperar muito. Na verdade, esperava apenas assistir os filmes que baixei e ler o novo livro da Lolita Pille que comprei por R$ 9,90. Tudo isso na minha cama, entre cobertores e o edredom. Nem abrira a cortina ainda quando liguei o laptop, precisei ligar a luz para que o programa de reconhecimento facial ativasse o computador, e entrei no Facebook, para checar as novas mensagens e as atualizações, ritual que faço todos os dias de manhã, junto ao Twitter e agora também o Tumblr. No Facebook então, no canto direito, havia o recado "André e outras 4 pessoas te cutucaram". As três eu sabia quem eram, mas André não. Era um desconhecido. E entrei no seu perfil então para descobrir mais sobre ele, e encontrei, entre várias fotos da Madonna, um homem de 1,90m de altura, corpo sarado e sobrenome alemão. Um homem belohorizontino de sorriso safado, olhar penetrante e judeu. Um homem de trinta anos, fã de The Corrs, da década de 1980, e de Adorável Psicose. Resolvi responder, não com outra cutucada, mas mandei uma mensagem dizendo: "é bom receber uma cutucada logo cedo assim de um homem tão interessante, faz bem!". Ele respondeu a mensagem também, minutos depois, dizendo que era um prazer e em seguida me adicionou. Eu aceitei, porque não afinal de contas, porque não?, e logo ele me dizia "oi" no bate-papo.
PARTE DOIS
Conversamos no bate-papo do Facebook por horas, até que por volta das 15h daquele domingo ele fez um convite. "Que tal nos conhecermos pessoalmente ainda hoje?". Eu concordei, o que ele contou depois ter se surpreendido porque mineiros não fazem isso nunca. Encontramo-nos num shopping no centro da cidade e ele era ainda mais bonito do que parecia nas fotos. Tímido, sorria olhando para baixo, e andava com as mãos dentro dos bolsos da calça. Tinha braços tão grossos quanto minhas pernas e eu ficava na altura de seu queixo. Eu pensei imediatamente, enquanto caminhávamos para as mesas da praça de alimentação: "Nunca que um homem desses vai se interessar por mim...". Mas quando sentamos a primeira surpresa aconteceu: "Você disse no Facebook que se eu quisesse bastava pedir um beijo, então... cadê meu beijo?". Eu sorri e ele também, aquele mesmo sorriso safado das fotos. E insistiu no pedido. "Aqui? Na praça de alimentação do Shopping Cidade?". Ele confirmou e eu o beijei. Afinal, porque não?
Depois daquilo, ele pediu para sairmos, procurarmos um lugar para ficarmos mais a vontade. Eu não sabia que lugar ir e ele sugeriu imediatamente: "Que tal um motel?". Eu sorri, estávamos já saindo do shopping quando ele propôs e eu respondi que não. "Olha, nada contra, mas eu não vim aqui p'ra fazer sexo com um cara que eu mal conheço. Prefiro sentar em um bar e conversar para nos conhecermos e talvez... depois...". Pela minha experiência, eu seria dispensado ali, vinte e seis minutos depois de encontrá-lo, mas ele sorriu e disse que tudo bem, "mas então vamos para onde?". Ali do lado havia um bar gay, o Vila Paraty, inspirado nas praias do histórico porto no Rio de Janeiro, mas que só estaria aberto em uma hora, e eu o convidei para darmos então um passeio pelo Parque Municipal e ele topou, não sem antes, me puxar pela mão e me beijar, com vontade, ali mesmo na Rua Rio de Janeiro. Caminhamos até o parque de mãos dadas, a mão dele, grande, cobria a minha completamente, ele não se importava com quem nos visse e mesmo no parque, ao sentarmos em um dos bancos, ele não evitou passar a mão em meus ombros e conversarmos juntinhos, como namorados. Falamos sobre gostos pessoais, que ele me adicionara porque adorava barba e pêlos, falamos também das nossas famílias, de irmãos, de nossas ascendências, falamos de livros, música e ele falou animadamente de Madonna e Kylie Minogue. Falamos do meu pai e do sobrinho de três anos dele, falamos sobre os problemas da educação no Brasil e sobre os acidentes que aconteceram naquele parque meses atrás. Conversamos sobre a internet wi-fi ser disponível dentro do parque e sobre o corte de cabelo de um amigo dele que mandava mensagens enquanto conversávamos.
Foi quando, uma hora depois, ele me chamou para voltarmos ao Vila Paraty, alguns quarteirões dali, e ao entrarmos ele não fez nenhuma questão, me puxou, e falando: "Eu estava louco p'ra fazer isso!", me beijou com intensidade, me puxando para junto do corpo dele. Pude sentir o corpo forte dele, os músculos do braço em torno do meu corpo, o peito largo em contato com o meu, a bunda rija sobre meus dedos. Ele sorriu: "Que mão boba! Adorei!". E conseguimos uma mesa. Conversamos mais. Sobre meu doutorado, e que moro sozinho aqui em Minas Gerais, sobre a tv brasileira no domingo e o Faustão. Falamos sobre o tempo que ele gasta fazendo musculação e sobre eu fazer aula de canto. Até, e já eram 22h, ele se convidar para dormir comigo naquele domingo.
Depois daquilo, ele pediu para sairmos, procurarmos um lugar para ficarmos mais a vontade. Eu não sabia que lugar ir e ele sugeriu imediatamente: "Que tal um motel?". Eu sorri, estávamos já saindo do shopping quando ele propôs e eu respondi que não. "Olha, nada contra, mas eu não vim aqui p'ra fazer sexo com um cara que eu mal conheço. Prefiro sentar em um bar e conversar para nos conhecermos e talvez... depois...". Pela minha experiência, eu seria dispensado ali, vinte e seis minutos depois de encontrá-lo, mas ele sorriu e disse que tudo bem, "mas então vamos para onde?". Ali do lado havia um bar gay, o Vila Paraty, inspirado nas praias do histórico porto no Rio de Janeiro, mas que só estaria aberto em uma hora, e eu o convidei para darmos então um passeio pelo Parque Municipal e ele topou, não sem antes, me puxar pela mão e me beijar, com vontade, ali mesmo na Rua Rio de Janeiro. Caminhamos até o parque de mãos dadas, a mão dele, grande, cobria a minha completamente, ele não se importava com quem nos visse e mesmo no parque, ao sentarmos em um dos bancos, ele não evitou passar a mão em meus ombros e conversarmos juntinhos, como namorados. Falamos sobre gostos pessoais, que ele me adicionara porque adorava barba e pêlos, falamos também das nossas famílias, de irmãos, de nossas ascendências, falamos de livros, música e ele falou animadamente de Madonna e Kylie Minogue. Falamos do meu pai e do sobrinho de três anos dele, falamos sobre os problemas da educação no Brasil e sobre os acidentes que aconteceram naquele parque meses atrás. Conversamos sobre a internet wi-fi ser disponível dentro do parque e sobre o corte de cabelo de um amigo dele que mandava mensagens enquanto conversávamos.
Foi quando, uma hora depois, ele me chamou para voltarmos ao Vila Paraty, alguns quarteirões dali, e ao entrarmos ele não fez nenhuma questão, me puxou, e falando: "Eu estava louco p'ra fazer isso!", me beijou com intensidade, me puxando para junto do corpo dele. Pude sentir o corpo forte dele, os músculos do braço em torno do meu corpo, o peito largo em contato com o meu, a bunda rija sobre meus dedos. Ele sorriu: "Que mão boba! Adorei!". E conseguimos uma mesa. Conversamos mais. Sobre meu doutorado, e que moro sozinho aqui em Minas Gerais, sobre a tv brasileira no domingo e o Faustão. Falamos sobre o tempo que ele gasta fazendo musculação e sobre eu fazer aula de canto. Até, e já eram 22h, ele se convidar para dormir comigo naquele domingo.
PARTE TRÊS
Chegamos no meu apartamento cedo, não havíamos comido nada no Vila Paraty e eu me propus a fazer uma pizza para nós dois. Ele se surpreendeu por eu saber fazer uma pizza from sketch e pediu para me ver fazer. Ficou parado então, na porta da cozinha, de braços cruzados, enquanto eu misturava farinha, fermento, sal, óleo e água quente para fazer a massa. Deixei a massa descansando, seriam dez minutos, antes de ir ao fogo, quando me aproximei dele e outro beijo intenso.
Ele beijava com força, sugando minha língua, também me apertando, até me afastar e tirar minha camisa, olhando diretamente para meus pêlos no peito, foi quando ele enrolou os dedos entre eles, dizendo: "que macio!". Chamei-o para o quarto e comecei a trocar de roupa, disse-lhe para tirar os sapatos e ofereci-lhe uma bermuda. Ele aceitou. E assim que nos trocamos, ele me puxou para a cama, me beijando novamente e esfregando seu quadril contra o meu. Mordi-lhe a orelha, fazendo-o gemer e logo passei minha barba em seu pescoço.
Ele olhou para mim naquele momento, seu olhar era intenso, parecia de um desejo forte. "Tenho que preparar a pizza p'ra gente". Ele sorriu. Abri a massa da pizza rapidamente. E ele estava lá, atrás de mim. Sorria tranquilo. "Tem que ficar mais quinze minutos no fogo agora". Ele me abraçou naquele momento. "Então temos tempo". E me puxou para o quarto novamente. "Sua barba é linda!". E eu sorri. E nos beijamos de novo.
Minha mão entrou por dentro de sua bermuda e eu apertei sua bunda, macia e dura ao mesmo tempo como é o corpo masculino. "Você gosta mesmo de uma bunda hein?". Eu confirmei e ficamos no quarto entre beijos até ser hora de cuidar novamente da pizza. Bastava retirá-la do forno, espalhar sobre o disco de massa o molho de tomate, depois muçarela ralada e presunto e mais quinze minutos de fogo. Ele começou então a falar sobre Adorável Psicose e resolvemos assisti-lo on-line enquanto esperávamos.
Ele sentou na cama, e me puxou para deitar no seu peito, me abraçava e não largava minha mão, mas em quinze minutos a pizza estava pronta, o tempo de metade de um episódio, comemos assistindo outros dois, e quando terminamos, ele sorriu, safado, e perguntou: "Não quer comer outra coisa também não?". E eu só pude me perguntar: por que não?
Que intenso. haha E ainda é fã da Kylie, a verdadeira rainha do pop...
ResponderExcluirE que sorte levar uma cutucada no face e depois poder "cutucar" a bunda dele. haha
definitivamente dois safados ... mas é por aí mesmo q as coisas boas nascem ... q bom q vc não regateou ... parabéns ... agora é investir em outros aspectos a serem observados, analisados, sentidos, sem pressa e sem preconceitos ... boa sorte e beijão ...
ResponderExcluirE ai??? Tah rolando????? Passou do primeiro encontro??? Conta pra gente!!!
ResponderExcluirPS. Tb amo adorável psicose...
As cutucadas e suas vantagens... muito bom...
ResponderExcluirQuem diria, hein? E tudo começou com uma cutucada! Hahahaha
ResponderExcluirP.S.: Mas agora eu fiquei curioso... Não é um conto, né? As tags indicam que não, MAS...
ResponderExcluir"Por que não" é uma pergunta que normalmente nos permite abrir várias portas... ou zípers... hehehe!
ResponderExcluirE calma... que outras camisetas virão... Hugz!
Nossa!! Todos os detalhes, os gestos, as brincadeiras... Isso comprova que nossa vida está repleta de contos, de partes de um filme. Visualizei cada cena. Tudo muito intenso! E ele parece ter gostado de vc! Terá uma parte cinco? Porque a quatro a gente já sabe como foi, ou deduzimos! rsrs
ResponderExcluirIa comentar algo óbvio, mas esperarei mais novidades.
ResponderExcluirAté lá.
Bjaum.
sem drama hj por aqui! gosto muito! :D
ResponderExcluirah, e sua vinda pra ca?!?!
ResponderExcluirSafadjhenho! hahaha
ResponderExcluirAdoro.
gostei da idéia de colocar tudo junto.
ResponderExcluir;D
Opa... fã de The Corrs? Subiu no meu conceito... rs
ResponderExcluirsó posso plagiar um video que vi pelos youtube da vida:"ninguém me cutuca no facebbok!"
ResponderExcluirAi, ai, ui, ui, que delíciaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!
ResponderExcluirAdorei a tua resposta pra ele no FB, atitude é tudo e saber portar-se frente a uma iniciativa conta muito!
Parabéns, guri!
=D
Um beijo.
Fox .. fox ... me fala uma coisa o que vc espera de tudo isso ???
ResponderExcluirAchei legal a forma como vc descreveu tudo .. mas para um conto !
Agora se vc espera algo de mais concreto de tudo isso, acho que vc agiu mal colocando tudo isso aqui e pior ainda se no seu FB tem link para o blog , eu não iria gostar de conhecer alguém e está pessoa ficar contando nossa historia para o mundo !!! E pior assim vc entrega o ouro e acaba com o mistério !!!
abs
Aaaaaaaai Sim!!! ;)
ResponderExcluirQue Livro novo da Lolita Pille?
Pra começar, amo Lollita!!! Agora sobre isto tudo... nossa, adorei. Claro, vc escreve TAO bem, mas a história tbém. Demais.
ResponderExcluirMe deu vontade de passar por uma situaçao assim... mas oi, eu já teria ido pro motel de cara...
Hummmmm,logo cedo cutucada e a noite vc cutucando o bumbum dele,hein.
ResponderExcluirEsperando a próxima parte.kkkk.
Abraços,menino.
A vida acontece, né?
ResponderExcluirQue delícia de post!
ResponderExcluirSucessoooo querido, tô na torcida...rs.
ResponderExcluirLinda semana. Abraços.
Depois de acompanhar tantas idas e vindas, fico na torcida pra não ser apenas um conto, e que evolua, destruindo todas as suas convicções sobre o destino à solidão antes aqui expressas e para as quais não há nem haveria argumentos. Há coisas na vida que se resolvem de maneira bem mais prosaica e menos filosófica!
ResponderExcluirBoa sorte!
Uhull! Que bela cutucada heheh Aproveita mesmo! Bjs qrdo
ResponderExcluirIsso tudo em um dia de encontro?!
ResponderExcluirEu não levaria alguém pra minha casa logo no primeiro encontro.
Mas enfim...
Espero que a cutucada se torne em um namoro sólido. Boa sorte! :)
Peraí, vc faz pizza em casa? Além de tudo, isso?
ResponderExcluirA primeira leitura, a "estória" parece Inverosímil entretanto, no mundo de hoje, não é dificil encontrar pessoas tão interessantes e solitárias.
ResponderExcluirHum, este o rapaz que falou que não quer se envolver??? Hum...no início estava até bem envolvido. Enfim....bola pra frente e vamos ver no que vai dar. Abraço.
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