Era segunda-feira de carnaval, e eu não aguentava mais a Farme de Amoedo, havia feito dramáticas ameaças de suicídio se voltássemos aqueles quarteirões que dão para a praia de Ipanema. Contudo, como uma criança mimada, eu fui enganado pelo Bruno, Antônio Castro e o Júlio. Eles me levaram ao centro, vimos o desfile dos Caciques de Ramos, mas logo que acompanhamos o bloco e ele se dispersou, eles me arrastaram pelo metrô novamente para a Farme. "Voto vencido!", foi o que argumentei quando o amigo do Candy me perguntou porque eu vim.
Mas eu já estava lá e nem por isso me fiz de rogado quando um belo menino de olhos orientais, mas pele morena, passava junto com os amigos e se inclinou, sem dizer uma palavra, e me beijou. "É carnaval", repetia o Bruno, junto com "Foxx, safadinho". Paramos a um certo ponto da Farme de Amoedo após a Visconde de Pirajá, no sentido oposto a praia, o Bruno beijava, o Antônio Castro e o Júlio também. Fiquei observando os passantes quando um cara, mais baixo que eu, olhos castanhos quase claros e pele branca, passou a mão na minha barba e sorriu, eu sorri de volta e ele, com cara de safado, começou a se aproximar e me beijou. Beijou devagar e sem pressa, com calma nossos lábios se conheciam, nossas línguas se tocavam, com cuidado o sabor dos dentes se espalhava entre nossas bocas. Enquanto beijávamos ouvi alguém ralhar com ele. Dizia: "Não acredito que é você! Como se atreve a ficar com ele?!". Ergui os olhos assustados e vi o menino que Bruno estava ficando se aproximando dele e o abraçando. Ele então se explicou com pressa, dizendo que aquele era um dos amigos do seu ex-namorado, eu ri, repetindo, "Que mundo pequeno, né?", mas não achei necessário explicar que eu conhecia o rapaz que o Bruno estava beijando do dia anterior, também não achei necessário explicar quem era o menino que o amigo do ex-namorado dele era o meu amigo. Não tinha que explicar nada para ele, não é?
Ele ficou conversando um pouco, e eu me afastei, dei-lhe um pouco de espaço. Foi neste momento, contou-me o Bruno, que ele encheu-me de elogios. Falou para o amigo que o cara com quem ele estava era perfeito, gostoso, beijo bom, bonito e tudo mais. Foi quando o amigo disse-lhe: "É, eu conheço ele! É amigo do Bruno aqui!". Ele ficou vermelho, mas ao voltar para perto de mim não comentou absolutamente nada, apenas me beijou com mais afinco e pôs a mão na minha bunda. Foi nesse momento que todos decidiram ir para o outro lado da Visconde de Pirajá e todos saíram em fila indiana, ele fez questão de ir atrás de mim, segurando meu ombro como quem marca propriedade e me encoxando quando ficava mais apertado.
Já haviamos conversado e sabíamos que morávamos os dois em Belo Horizonte já, nessas coincidências do destino. Em bairros não muito distantes inclusive. Ele riu da coincidência, e comentou que perdera muito tempo por não ter me conhecido na capital de Minas Gerais. "Podíamos aproveitar bastante!", dizia ele apertando minha nádega, o que respondi com "Sim, poderíamos aproveitar muito!". Ele sorriu, me beijou de novo, e agora alojara sua mão na minha bunda, apertando e cutucando sem o menor pudor. Foi quando ele virou-se e no meu ouvido perguntou: "Então... quando é que você vai me dar?". Eu sorri, sem graça, e tentei pensar numa boa resposta, mas a única que eu consegui foi: "Olha, aqui eu não vou dar p'ra você mesmo, mas se você quiser marcar depois, em Belo Horizonte, será um imenso prazer". Ele não parecia acreditar na minha resposta. "Mesmo? Você vai se fazer de dificil?". Eu segurei a mão dele naquele momento e tirei da minha bunda. "Não, eu não estou me fazendo de difícil, eu só não vou dar p'ra você hoje porque não estou afim! Não hoje, não agora, não assim". Ele se irritou e se afastou. Saiu sem dizer nada e eu fiquei lá, com minha lata de cerveja em uma mão, procurando o isqueiro para acender um Lucky Strike. Pouco depois, o Bruno veio todo sem jeito me comunicar que o pobre mineiro não queria mais ficar comigo e eu só pude responder: "Quem não quer mais sou eu! Next!!".
No carnaval não rola momentos de maior intimidade, pode dar merda, comigo já deu. Por isso nesse carnaval, nomes não existiram, hehe
ResponderExcluirAbs
off-topic: o Lucky Strike era meu.
ResponderExcluirquanto ao post... era carnaval. não perdeu nada.
Esse carnaval foi pra lá de bom, foi ótimo. Ainda bem que você aproveitou muito, amanhã, é outro dia.
ResponderExcluirBjão
Amores de carnaval são breves, amores da Farme então..rs
ResponderExcluirBj querido
Hhehehehe ... e a gente não se trombou por lá... ou trombou? Enfim, o carnaval foi excelente... adorando estas histórias do mundo... mesmo!!
ResponderExcluirBjo
Ôpa, tem um paulistano aqui na fila. brinks! NOT!
ResponderExcluirAdorei a resposta, Foxx.
"Quem não quer mais sou eu! Next!!"
ResponderExcluirRi alto, haha
Azar o dele, né?
ResponderExcluirImpressão minha ou a atitude mudou após saber que Bruno e vc são amigos???
ResponderExcluirMuito burrinho esse cara, o seu ficante!
ResponderExcluirVocê mandou muito bem!
Carnaval é carnaval, ok, mas nem por isso você precisa ficar com gente escrota, mesmo que seja só uma vez. Amor-próprio faz bem pro ego. Muito mais do que uma boa trepada, aliás.
Me confundi em algumas partes.
ResponderExcluirMas só o que eu posso dizer é que Carnaval é isso ai. Sem mais.
Beijo Primo.
Ah... os tolos que só sabem lidar com o agora...
ResponderExcluirSeu carnaval foi "proveitoso", digo, "diferente", hein? =D
Tô curtindo os relatos ;)
Xêro!
"Ele sorriu, me beijou de novo, e agora alojara sua mão na minha bunda, apertando e cutucando sem o menor pudor."
ResponderExcluirA ÚNICA QUE ELE TINHA, NÉ?
#bichamá
Gente...isso mesmo!!!
ResponderExcluirArrasou na resposta!
bj bj
ah, tem selo pra vc
Perdeu PRaiboy!!!!!
ResponderExcluirAzar o dele.
Hugzzzz!
Tava na hora de vc começar a dar umas respostas assim... rs
ResponderExcluirPassando pra deixar meu abraço.
ResponderExcluirBom resto de semana.
Abraços
Achei perfeita tua idéia de tattoo! Faça logo e mostra pra nós! Hugz, fio!
ResponderExcluirIh primo, relaxa, é pra rir mesmo hahaha
ResponderExcluirperfeito!
ResponderExcluirse bem que uma boquetiznha podia né?
brincando...