Instruções: Aperte play e siga lendo.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
sábado, 24 de julho de 2010
ESPECIALMENTE: Banho
Por Sebek
Estava no banho. Em meio as espumas lembranças da noite de ontem... o desejo, o tesão, a paixão a primeira vista. Não, mas eu não posso e ele está tão longe de mim... Água, shampoo, cabelos ensaboados, enxaguados...desliga o chuveiro. Toalha tocando o corpo másculo e normal, nada definido, apenas um homem comum, com poucos atrativos, poucos sonhos e poucas esperanças, muitos medos e decepções... que perda de tempo pensar nele, vou parar de pensar nisso... Telefone toca! Alô! Era ele. Como você está? - Não dormi! Deve ter passado a noite com outro! Tá ae? Cade você? Sim, porque não dormiu? Passei a noite em claro! Em claro? Sim, em claro! Virando de um lado pro outro! Mas você é um pegador, um tarado, um demônio! Nem anjo, nem demônio, apenas mais um apaixonado insone, excitado, querendo estar do seu lado!
Estava no banho. Em meio as espumas lembranças da noite de ontem... o desejo, o tesão, a paixão a primeira vista. Não, mas eu não posso e ele está tão longe de mim... Água, shampoo, cabelos ensaboados, enxaguados...desliga o chuveiro. Toalha tocando o corpo másculo e normal, nada definido, apenas um homem comum, com poucos atrativos, poucos sonhos e poucas esperanças, muitos medos e decepções... que perda de tempo pensar nele, vou parar de pensar nisso... Telefone toca! Alô! Era ele. Como você está? - Não dormi! Deve ter passado a noite com outro! Tá ae? Cade você? Sim, porque não dormiu? Passei a noite em claro! Em claro? Sim, em claro! Virando de um lado pro outro! Mas você é um pegador, um tarado, um demônio! Nem anjo, nem demônio, apenas mais um apaixonado insone, excitado, querendo estar do seu lado!
terça-feira, 20 de julho de 2010
quarta-feira, 14 de julho de 2010
ESPECIAL NATAL: E Agora?
- Uma última notícia: Agora a Argentina vota o casamento gay. Se o projeto for aprovado, a Argentina será o primeiro país latino-americano a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Boa Noite... disse Alexandre Garcia, encerrando o Jornal Nacional na Globo.
Assistíamos eu, meu pai e minha mãe, na sala que eu havia mudado a decoração dias antes, quando a nova televisão chegou. Meu pai e eu sentados em um sofá, minha mãe numa poltrona, eu entre eles dois.
- Casamento o quê? Pergunta meu pai, assustado, mas recostado no braço do sofá.
- Casamento entre pessoas do mesmo sexo. Respondo, com um certo receio, olhando-o por cima do meu ombro.
- Deus me livre! - diz minha mãe do outro lado - Graças a Deus ninguém na nossa família tem essas idéias absurdas! Meu Deus!
- Até porque casamento só pode ser entre homem e mulher... diz meu pai, interrompendo minha mãe.
- O casamento é p'ra constintuir família, não isso... complementa minha mãe, como se não tivesse ouvido meu pai falar nada.
- Casamento é entre homem e mulher... repete meu pai, tentando atrair o centro da conversa para ele.
- Mas porque entre homem e mulher? Questiono tentando levandar a discussão, e percebo meu pai exitar como quem não tem muitos argumentos.
- É - diz minha mãe batendo no peito - e meus filhos que não inventem moda. Filho meu vai casar é com uma mulher de Deus.
Sou obrigado a ficar em silêncio, fiquei sem palavras, sem saber exatamente o que dizer. Um filme passou pela minha cabeça, dois na verdade: um, eu casando com uma mulher, uma mulher de Deus somente para enganar minha família; outro, eu batendo no peito naquele momento mesmo, e dizendo: "Me desculpa, mas desse mato aqui não sai coelho". Meu pai permanecia em silêncio também, no entanto, minha mãe decide que deve levar tudo para um outro rumo.
- Mas, venha cá, que não adianta a gente discutir isso porque a gente não muda nada, como é que você vai fazer quando vier definitivamente de Belo Horizonte para Natal? Como vai trazer suas coisas de lá?
- De ônibus, mãe, de ônibus. Mas eu só pensava: e agora?
Assistíamos eu, meu pai e minha mãe, na sala que eu havia mudado a decoração dias antes, quando a nova televisão chegou. Meu pai e eu sentados em um sofá, minha mãe numa poltrona, eu entre eles dois.
- Casamento o quê? Pergunta meu pai, assustado, mas recostado no braço do sofá.
- Casamento entre pessoas do mesmo sexo. Respondo, com um certo receio, olhando-o por cima do meu ombro.
- Deus me livre! - diz minha mãe do outro lado - Graças a Deus ninguém na nossa família tem essas idéias absurdas! Meu Deus!
- Até porque casamento só pode ser entre homem e mulher... diz meu pai, interrompendo minha mãe.
- O casamento é p'ra constintuir família, não isso... complementa minha mãe, como se não tivesse ouvido meu pai falar nada.
- Casamento é entre homem e mulher... repete meu pai, tentando atrair o centro da conversa para ele.
- Mas porque entre homem e mulher? Questiono tentando levandar a discussão, e percebo meu pai exitar como quem não tem muitos argumentos.
- É - diz minha mãe batendo no peito - e meus filhos que não inventem moda. Filho meu vai casar é com uma mulher de Deus.
Sou obrigado a ficar em silêncio, fiquei sem palavras, sem saber exatamente o que dizer. Um filme passou pela minha cabeça, dois na verdade: um, eu casando com uma mulher, uma mulher de Deus somente para enganar minha família; outro, eu batendo no peito naquele momento mesmo, e dizendo: "Me desculpa, mas desse mato aqui não sai coelho". Meu pai permanecia em silêncio também, no entanto, minha mãe decide que deve levar tudo para um outro rumo.
- Mas, venha cá, que não adianta a gente discutir isso porque a gente não muda nada, como é que você vai fazer quando vier definitivamente de Belo Horizonte para Natal? Como vai trazer suas coisas de lá?
- De ônibus, mãe, de ônibus. Mas eu só pensava: e agora?
segunda-feira, 12 de julho de 2010
sábado, 10 de julho de 2010
ESPECIAL NATAL: Rodado
- Sim, me conte então direito essa estória do seu namoro.
Disse-me Michel enquanto caminhávamos pela orla de Ponta Negra. A noite acabara de se alojar entre a areia e o mar, e o vento começava a mudar de direção.
- Bem... ele mora em Cabo Frio, no Rio de Janeiro...
- Como é que é? Espera...
Ele então arruma o cabelo recém alisado que o vento da praia insistia em bagunçar.
- Continuando... você me sai de Natal e vai para Belo Horizonte e me arranja um namorado que mora no Rio de Janeiro? Rodado... você é rodado, hein, meu filho?
- É como o Peter reclamou uma vez? "Essa mania que você tem de conhecer gente pela internet"?
Michel gargalhou.
- Exatamente! Por isso que gosto do Peter, ele fala umas verdades p'ra você de vez em quando... mas por que, meu Deus, por que você faz isso?
- Amigo, nós nos conhecemos há quantos anos? Cinco, não é?
Ele pensa e confirma com um aceno de cabeça.
- Pois então... quando foi que você me viu conhecer alguém pelos métodos tradicionais? Só quem se interessa por mim pessoalmente é garoto de programa. E tenho dito.
Ele sorri.
- Realmente, sou obrigado a admitir, você não faz o tipo que agrada aqui em Natal. Você já passou dos 22 anos, usa barba, 'tá ficando careca e tem pêlos. Aqui, sabemos, faz bem mais sucesso os meninos novinhos e imberbes, com o mínimo de pêlos possível no corpo.
- Sem esquecer que eles têm que ser magros, sarados e/ou atléticos, né?
- É! E você, apesar de eu não te considerar nem um pouco feio, não se encaixa em absolutamente nada dessa descrição de homem perfeito natalense.
- So Advocate! Acrescentando ainda que sou muito bicha né?
E rimos juntos.
- É! E aqui é bem mais dificil ser bicha. Eu também sofro com esse preconceito.
- Os meninos só se interessam se você puder se passar por hétero, e agora, beirando meus trinta anos, isso definitivamente não é mais uma preocupação da minha vida.
- Se é que um dia foi, né bee?
Disse-me Michel enquanto caminhávamos pela orla de Ponta Negra. A noite acabara de se alojar entre a areia e o mar, e o vento começava a mudar de direção.
- Bem... ele mora em Cabo Frio, no Rio de Janeiro...
- Como é que é? Espera...
Ele então arruma o cabelo recém alisado que o vento da praia insistia em bagunçar.
- Continuando... você me sai de Natal e vai para Belo Horizonte e me arranja um namorado que mora no Rio de Janeiro? Rodado... você é rodado, hein, meu filho?
- É como o Peter reclamou uma vez? "Essa mania que você tem de conhecer gente pela internet"?
Michel gargalhou.
- Exatamente! Por isso que gosto do Peter, ele fala umas verdades p'ra você de vez em quando... mas por que, meu Deus, por que você faz isso?
- Amigo, nós nos conhecemos há quantos anos? Cinco, não é?
Ele pensa e confirma com um aceno de cabeça.
- Pois então... quando foi que você me viu conhecer alguém pelos métodos tradicionais? Só quem se interessa por mim pessoalmente é garoto de programa. E tenho dito.
Ele sorri.
- Realmente, sou obrigado a admitir, você não faz o tipo que agrada aqui em Natal. Você já passou dos 22 anos, usa barba, 'tá ficando careca e tem pêlos. Aqui, sabemos, faz bem mais sucesso os meninos novinhos e imberbes, com o mínimo de pêlos possível no corpo.
- Sem esquecer que eles têm que ser magros, sarados e/ou atléticos, né?
- É! E você, apesar de eu não te considerar nem um pouco feio, não se encaixa em absolutamente nada dessa descrição de homem perfeito natalense.
- So Advocate! Acrescentando ainda que sou muito bicha né?
E rimos juntos.
- É! E aqui é bem mais dificil ser bicha. Eu também sofro com esse preconceito.
- Os meninos só se interessam se você puder se passar por hétero, e agora, beirando meus trinta anos, isso definitivamente não é mais uma preocupação da minha vida.
- Se é que um dia foi, né bee?
quarta-feira, 7 de julho de 2010
A RAPOSA E O PEQUENO PRINCIPE: A Briga
Instruções: Deixe Macy Gray cantar I Try enquanto você lê o texto.
Lancei meu corpo sobre a cama quando a briga acabou. Em cima de três livros, um cinto de lona, um caderno e folhas verdes de papel ofício. Deitei-me de costas, com a cabeça no travesseiro de fronha verde e os pés sobre o bolo que formavam um lençol, uma manta e um edredom. Olhei para o teto branco e a luz incadescente dourada me cegou por alguns instantes quando a fitei diretamente.
Fechei os olhos então e a briga reapareceu diante deles. Cada palavra dita, algumas extremamente verdadeiras, outras nem tanto. Muitas banhadas em ironia, muitas em raiva. Poucas, mas sinceras, enormemente tristes. Gestos agressivos, tons de voz elevados, palavrões. Até que, cansados, darmos a briga por encerrada.
Na cama baixa, na verdade um colchão disposto no chão sobre um estrado, eu senti meu estômago embrulhar e um incômodo agudo instalar-se no meu peito. Doía lentamente como quando se retira, com cuidado, um pedaço de vidro que crava-se profundamente dentro do seu pé. A respiração teimava em faltar-me. E uma lágrima não evitou de cair, muito a contragosto, mas caiu.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
"É Tudo Puta Mesmo!"
O inverno chegou em Belo Horizonte com um calor que me subia pelas pernas. Então decidi que correr faria um bem a mim e a Pampulha é o melhor lugar para isso. As árvores, o sol deitando seus raios dourados de pôr-do-sol sobre as águas, biguás e galinhas-d'água, além de lindas garças brancas. Bem ao corpo e bem a alma. Mas a Pampulha também é ponto de prostituição, feminina e masculina. A primeira começa suas funções a partir das 16h da tarde. Carros pegam moças em trajes sumários que conversam nas esquinas. A noite é reservada aos homens, os primeiros rapazes chegam as 19h e circulam por lá, mas somente mais tarde tomam seus lugares embaixo de postes da iluminação pública com as mãos nos bolsos e uma pé apoiado no concreto, todos com um risível ar blasé.
Além disso, a lagoa construída pelos sonhos megalomaníacos de JK também serve aqueles que pretendem aliviar seus desejos, mas não gostam (ou não podem) pagar por serviços profissionais. Pegação! Sim, é o que acontece entre as árvores e barrancos, em meio as sombras projetadas pelas árvores frondosas e a luz da lua. É junto com os garotos de programa que chegam para o seu trabalho que os primeiros homens chegam por lá, mas alguns atrevem-se a luz do dia. Passam de carro, lentamente, observando aqueles que passam por lá, correndo ou caminhando, ou sentado na grama esperando a noite chegar. Outros passam a pé, fingem o exercício ou um tempo livre após o trabalho, e estes apertam paus deles ou fixam descaradamente o seu. Mas muitos param, e esperam, até alguém chegar neles ou eles se interessarem em alguém.
Mas como eu dizia eu corria. E meu treino inclue 5km de corrida intercalados com 10km de caminhada. Foi quando passei por um homem alto, que usava um moletom atlético, mas o rosto eu não pude identificar pelas sombras que o início da noite já projetava. Mas senti seus olhos me fitando. Mas eu corria. Contudo um barulho atraiu meu olhar para trás e foi qndo eu vi ele exibindo o pau, com as calças arriadas. Acelerei o ritmo da corrida rápido, pensando: "Isso não está acontecendo, não está, não está!", e tentei esquecer a cena. Foi quando, quilômetros mais tarde, observo um homem se aproximando. Ele vem em minha direção e tira o moletom exibindo o torso sem pêlos e musculoso, peitoral definido e um abdômen talhado a formão, foi quando reconheço: "É o cara que me mostrou o pau?!". Ele passou me encarando, novamente eu corria naquele instante, mas nos segundos que nossos olhos nos encontraram eu entendi que ele tinha pego o carro e me seguido para agora exibir seus outros dotes.
Mas como eu disse eu estava correndo. E corri. Mas não pude me furtar a pensar: "Sério? Era só isso que você tinha a me mostrar? Um pau e um corpo malhado? Mesmo? A técnica Nº 01 não funcionou então vamos ao plano B? Really?!". E continuei correndo, pensando como esse tipo de pessoa só reforça o estereótipo... "é tudo puta mesmo!".
*Inaugurando nova fase aqui no blog.
Além disso, a lagoa construída pelos sonhos megalomaníacos de JK também serve aqueles que pretendem aliviar seus desejos, mas não gostam (ou não podem) pagar por serviços profissionais. Pegação! Sim, é o que acontece entre as árvores e barrancos, em meio as sombras projetadas pelas árvores frondosas e a luz da lua. É junto com os garotos de programa que chegam para o seu trabalho que os primeiros homens chegam por lá, mas alguns atrevem-se a luz do dia. Passam de carro, lentamente, observando aqueles que passam por lá, correndo ou caminhando, ou sentado na grama esperando a noite chegar. Outros passam a pé, fingem o exercício ou um tempo livre após o trabalho, e estes apertam paus deles ou fixam descaradamente o seu. Mas muitos param, e esperam, até alguém chegar neles ou eles se interessarem em alguém.
Mas como eu dizia eu corria. E meu treino inclue 5km de corrida intercalados com 10km de caminhada. Foi quando passei por um homem alto, que usava um moletom atlético, mas o rosto eu não pude identificar pelas sombras que o início da noite já projetava. Mas senti seus olhos me fitando. Mas eu corria. Contudo um barulho atraiu meu olhar para trás e foi qndo eu vi ele exibindo o pau, com as calças arriadas. Acelerei o ritmo da corrida rápido, pensando: "Isso não está acontecendo, não está, não está!", e tentei esquecer a cena. Foi quando, quilômetros mais tarde, observo um homem se aproximando. Ele vem em minha direção e tira o moletom exibindo o torso sem pêlos e musculoso, peitoral definido e um abdômen talhado a formão, foi quando reconheço: "É o cara que me mostrou o pau?!". Ele passou me encarando, novamente eu corria naquele instante, mas nos segundos que nossos olhos nos encontraram eu entendi que ele tinha pego o carro e me seguido para agora exibir seus outros dotes.
Mas como eu disse eu estava correndo. E corri. Mas não pude me furtar a pensar: "Sério? Era só isso que você tinha a me mostrar? Um pau e um corpo malhado? Mesmo? A técnica Nº 01 não funcionou então vamos ao plano B? Really?!". E continuei correndo, pensando como esse tipo de pessoa só reforça o estereótipo... "é tudo puta mesmo!".
*Inaugurando nova fase aqui no blog.
Assinar:
Postagens (Atom)