Google+ Estórias Do Mundo: PASSADO: Casos (hetero)sexuais

quinta-feira, 26 de julho de 2007

PASSADO: Casos (hetero)sexuais

Introdução

Há uma necessidade de separar minhas primeiras experiências com meninos que hoje se dizem "heteros" com os casos que vou narrar aqui nesta nova série. Todos aqui ocorrem após a tomada de consciência sobre eu mesmo que ocorreu entre 18 e 21 anos. Nesta época eu sofri os principais conflitos e me fechei como ostra até despontar como pérola, ou será que foi como Afrodite puxada num carro de madrepérola guiado por um sem número de golfinhos?

Caso A

Santa Rita. Praia deserta. Lua gigantesca banhando o mar com prata. A direita a praia se estende com seu tapete de areia, de um lado um mar crespo de arrecifes escondidos pela maré, do outro casas só habitadas no verão. A esquerda arrecifes que só o vento consegue vencer. A areia cobre alguns, o mar beija os pés de outros. Santa Rita. Uma casa. Amigos rindo. Vodca espalhada. Um carro com a mala aberta espalha axé e meninas ensinam umas as outras as coreografias que todos os rapazes sabem de cor. Eu faço massagem no pé de May. Sentado no chão eu faço ela gemer com uma massagem tailandesa, erótica, afrodisíaca. "Toda massagem nos pés tem segundas intenções". Ele, Diego, pede: me ensina. Ele, Diego, moreno, cabelo militar, corpo esculpido. Eu, só eu, ensino. Pega o pé, até o terceiro dedo, desce em linha reta até o início da cava do pé e pressiona aquele ponto. Ligado diretamente aos órgãos sexuais. Toda a energia que estava presa vai ser liberada e vai fluir. Ele fecha os olhos e geme. Ele me convida: vamos para outro lugar? Eu não entendi nada, achei que ele só queria um lugar mais discreto, afinal um homem estava fazendo ele gemer. Mas ao ficarmos, nós, sozinhos, ele, Diego, me pegou, me mordeu, me comeu.

Caso B

Tahity. Rua do Salsa. Música pop enche o ambiente. Felipe me acompanha naquela noite, como ele fazia em todas as quarta feiras quentes do verão de Natal. Caipirosca. Cigarros. Eu paro, já cansado no meio da noite e coloco as mãos para trás. Sinto uma bunda se encaixando na minha mão e me afasto. Novamente a bunda se aproxima, e se encaixa. Coloco-me ao lado e novamente. Decido então testar, no máximo levo um soco, e aperto. Nenhuma reação. Aperto mais. Nada. Aperto com as duas mãos ao mesmo tempo. Uma reboladinha. Eu não acredito. Ninguém está notando nada. Eu chuto a canela de Felipe e o faço perceber. Ele arregala os olhos e deixa o queixo cair de seus 1,60. Viro-me finalmente, e ai é minha vez de lançar meu queixo ao chão. Lindo. Lindo. Lindo. Ele sorri e vai em direção ao banheiro masculino, por um segundo eu hesito, mas logo depois Régulus brilha sobre mim. Enfrento. Encontro-o na fila. Esperando sua vez. Conversamos. Breno. Salesiano. 18 anos. Ele sorri. Eu respondo. E a fila cresce, tanto a masculina como a feminina do lado. Na hora que ele abre a porta para entrar olha com pena e entra sozinho. Eu espero. Faço cara de pena quando ele sai e ele volta a pista.
Minutos depois eu retorno, passo por ele e digo: "Me encontra lá fora" e saio. Ele me segue. Ruas vazias. Feitas de estacionamento. Uma hora da manhã. Árvores criam sombras. Ele conta que nunca ficou com um homem. Nunca beijou um homem. Nem nunca beijaria. Eu sorrio enquanto caminhamos. Ele diz que gostaria de ser ativo. Ai paramos. Ficamos nos olhando um tempo, ele não sabia o que fazer. Então eu agi. Protegidos pelas sombras das árvores, entre carros estacionados. Peguei. Bati. Ele me olhava no fundo dos olhos e me imitou. Continuava olhando nos meus olhos. Eu olhava para a boca dele. Mas ele havia dito, nada de beijos, quando de repente ele começa a olhar fixamente para minha boca. E Breno me beijou. Beijou.


Caso C

Noite chuvosa de junho em Natal. A chuva briga com as brasas das fogueiras acesas para as festas da estação. Eu saio, de guarda-chuva, adoro andar na chuva. Menino, 13 anos ainda. Branquinho. Imberbe. Uso um calção curto e camiseta. Chove. Mas não faz frio. Ele era alto. Moreno. Peito largo. Sempre o via por lá. Primo do meu vizinho. 28 anos. Corpo talhado a formão. Peito peludo. Noivo de uma menina linda. Parado no portão da casa do primo. Eu na rua, olhando a batalha épica entre as brasas e a chuva fina. E sentindo-me observado. Eu também observava. Com desejo e com malícia. Ele notava. E eu corava. Até que ele decide ir embora. Eu brincando, apenas tentando aproveitar para vê-lo mais um pouco, vou seguindo ele de longe. Até que ele sorrindo nota e volta. Encontra-me num beco escuro e ele pergunta meu nome. Gaguejo a resposta inebriado pelo som da voz dele. Pergunta onde moro, e explico claramente. Ele toca no meu rosto e olha para os lados. Ele entra no guarda chuva comigo, meio abaixado e quase que me pega no colo apertando minhas coxas grossas e brancas, e me beija. Primeiro beijo de homem. E me coloca no chão. E vai embora sorrindo com a aliança dele refletindo a luz incandescente da iluminação pública.





19 comentários:

  1. Amigoooooooooooooo! Blz? Nossa, e hoje, por onde eles andam? Beijos!

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  2. Gostei dos três casos!
    Só não entendi... no terceiro vc tinha 13 anos? (E no começo vc diz que aconteceram os casos com vc depois dos 18).
    Mas muito bom mesmo, vc escreve bem!
    Grande abraço, rapaz!

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  3. Aff!! Em chamas!!! Muito bem escritos, adorei!!

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  4. Adorei! Grande semana para você!!!

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  5. Caraleow, poucos blogs me deixm com vontade de tê-los escrito. O seu é um deles. Parabéns

    PS: Acabei de entrar na blogsfera, se puder, passa lá e comenta...

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  6. POZÃO que animal que ficou esse texto. Sorte sua né.. abraço

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  7. Meu amigo foxx... Vc tem história pra contar hein...rsrsrs
    Faz como a Bruna... Só que em vez de ser veneno do escorpião, pode ser o da anaconda, que vc acha?! =P
    Bjoo

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  8. adoro esse tipo de história. mas tenho que confesar, as vezes seu estilo de escrever me irrita...
    hahahahaha
    quero te propor uma brincadeira!
    ^^
    depois nos falamos pelo msn, vamos ver se voce aceita
    =P

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  9. Tõ falando que eu vou dar na tua cara da próxima vez que você reclamar hein! Olha o tanto de coisa que tu já fez, minino! =P

    =*

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  10. Curioso como há coisas e pessoas, por mais fugazes que tenham sido nas nossas vidas, que permanecem.
    Eu sempre estranho aquela coisa de não querer beijar, como se isso fosse o último resquício de uma intimidade não partilhada. A premissa de um não envolvimento. Para mim, é o beijo, tantas vezes, que me mostra se vale a pena ir ou não mais além.
    Abraço.

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  11. Meu llindoooooo!! Ai, caralho!!! Eu amo o que vc escreve! Vc tem uma leveza, uma suavidade, que beira o poético sem ser meloso e esbarra no erótico, sem ser chulo! Ou xulo... não sei!

    Se algum dia vc for dar algum curso sobre redação e estilo, me avisa!

    Sou seu fã!!!!!

    Beijão!

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  12. uau!

    tô sem palavras.
    adorei os 3 casos!

    - quando eu crescer quero escrever igual você!


    [boa semana!]

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  13. Cada linha de um texto teu é um gole doce e refrescante.

    E a sede é grande.

    Haja repertório, rapaz!

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  14. POR MUITO QUE CUSTE A MUITA �BOA� GENTE, N�O VAMOS DEIX�-LO ESQUECER.

    Esta semana venho incomodar todos os blogues brasileiros. E por qu� Porque n�o quero que esta data fique esquecida. Mas que data? Pois � � mesmo isso! Este ano, de 2007 faz 160 �cento e sessenta anos�, que nasceu um grande vulto da poesia brasileira. Quem foi?
    Faz tamb�m este ano, 2007, 136 �cento e trinta e seis anos� a data do seu falecimento.
    Quem foi? A resposta deve ser dada com iniciais, nada de nome completo.
    Eu n�o devia ajudar nada, mas vou-vos dar um cheirinho: �Espumas Flutuantes�, Salvador da Bahia, 1870.

    Quem souber, pode deixar a resposta no meu �ltimo poste.
    Quem n�o souber, tenha a dignidade de perguntar no mesmo local. Pois aprender n�o enche barriga nem mata miolo.

    David Santos

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  15. Repetindo o que o Ricardo disse, texto leve e suave sem ser pornográfico. Texto com o estilo Foxx de escrita!


    Bjs

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  16. nossa..isso td em lugares nao gays, com pessoas nao declaradas pra vc?
    Sera que a a gente gosta de sofrer um pouquinho? pq essas situacoes sao as melhores, onde vc nunca tem 100% de certeza se o cara vai te querer hhee
    abcs foxxxxxx
    muito interessante os fatos

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  17. Pois é... Taí um garoto de sucesso...
    Mas esses são os casos com "heteros" ou são os exclusivamente gays (ai, esse lôro... Eh, eh,eh...)
    Beijo.

    www.vilser.blig.com.br

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  18. Meu Deus... Quanta história....

    Mas eu gostei.

    =)

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  19. Eu tô chegando
    No blog do comedor
    Ele é o Foxx
    O carinha do caô
    Fica de 4
    Te chupa
    Te beija
    Será que um dia
    Eu vou ter a "certeza"?

    Foforoxx,
    Que pegação, hein?
    Sobre o post antes deste, que decepção! Você transando sem preservativo? Que mundo vc vive?
    Decepção é pouco.

    Sobre esses "héteros"... Bem, eu acho estranho. Eu tb tive brincadeirinhas com vizinhos. Hoje eles são casados, namoram, tem filhos. E eu permaneci com meu desejo!
    Vai entender...

    Abraço.

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" Gosto de ouvir. Aprendi muita coisa por ouvir cuidadosamente."

Ernest Hemmingway