É, começando uma nova sessão de ficção aqui no blog. São exercícios de criatividade. Chamem de pequenos contos. Tudo irreal, repito! Espero que gostem.
Lembra-te como nos conhecemos? Eu não. Não tenho idéia, porque, impressio-namente, nunca pensei que poderíamos nos tornar o que somos hoje. É estranho isso não?
Em compensação, eu lembro em detalhes do dia que descobri que seríamos tudo o que somos hoje: lembro da festa na piscina na casa do Rodrigo, em detalhes, como o dia amanheceu meio nublado, o Rodrigo me ligou preocupado: “Será que vai chover?”, ele me perguntou. Respondi rindo, que bobagem se preocupar. Mas fez sol.
Lembro quando você chegou, o sorriso habitual, o sorriso que tinha me feito tornar-me seu amigo. Nos cumprimentamos de longe, afinal, nem tão próximos éramos, você tinha mais intimidade com a Dri, não era? Não! Era com a Alice. Alice, cadê ela hein?
O destino é mesmo estranho. A festa rolou, tinha tanta gente, mas em um instante virou só eu e você, e depois virou tudo uma música de Cássia Eller (que estou ouvindo agora para me inspirar). Eu te vi se apoiando na borda da piscina, e a porta do nosso amor estava se abrindo. Como isso aconteceu? Foi tão rápido. Quando me vi, na minha boca só morava teu nome, e você era a vista que eu queria ver.
E não sei como ninguém percebeu, temos amigos muito burros não? Passei a festa te olhando, percebendo o que nunca tinha visto. O jeito de arrumar o cabelo ao sair da água, a forma de andar, o jeito correto de comer, de olhar para aquele com quem está conversando (parece que todo mundo é importante). Nunca tinha reparado, outros sim, sua educação já fora comentada lá em casa, meus pais te elogiavam e me diziam: “Você nunca é assim”. Eu te detestava!
Mas ali tudo ficou tão bonito, que peça se encaixou em mim? Como dizem suas poesias, acho que foi ali que fui flechado. É, o Cupido deve existir, alguém deve decidir por quem vamos nos apaixonar. E este Cupido é louco, muito.
Mas é agora que sei que tinha me apaixonado ali. É claro que eu não percebi, eu só comecei a reparar tanto em você, mas ninguém percebeu. Quer dizer, a Alice percebeu não foi? Também, sua melhor amiga, claro que era a quem eu ia perguntar algo sobre você, e naquele instante, apesar de seu amigo, eu nem sabia se você estava namorando (e, graças a Deus não estava).
Meu súbito interesse, dizia ela. Ela nunca comentou nada com você? Provavelmente. Mas eu não estava preparado pra falar com você. Pela primeira vez, fiquei encabulado pra me aproximar de alguém. Isso me irritava, nunca fui tímido, mas você me causava isso. Foi aí que percebi, agora eu estava apaixonado! O caso inédito!
Sempre foram as meninas que se interessavam, ou se apaixonavam, por mim. Eu ficava ora, por motivos óbvios, não que eu nunca tivesse amado alguém, mas nunca fora “o primeiro”. Mas agora era, e você?! E, pior, você parecia nem me enxergar. Não como homem, apenas como amigo. E como você mesmo diz: “Amigo não tem sexo.”
Foi difícil deixar de ser só seu amigo não? E até ficamos antes disso, mas você ainda me enxergava como seu amigo. O que pra mim, definitivamente, não era o bastante. Lembro que foi quando fomos para a casa de praia dos meus pais que finalmente fui falar com você: como arquitetei uma estratégia para falar com você, e na hora tudo fugiu. Sentados na praia, eu e você sozinhos. Você com seus fones de ouvido, eu de cabeça baixa juntando coragem...
Tenho esta cena gravada na minha cabeça: Lua cheia, você ao luar, eu disse teu nome, você se virou, e respirei fundo e falei: “Quer namorar comigo?” Você riu, e eu me senti ridículo. Você se virou para mim e disse: “Piada né?”. Eu respirei fundo aí, eu tinha duas opções: “Sim” ou “Não”. Uma me livrava daquela cena humilhante, e a outra me expunha a você. Mas após umas horas olhando para a areia (pelo menos foi o tempo que senti) eu disse “Não, eu gosto de você de verdade.”
Lembro de sua surpresa. Lembro que não entendi sua surpresa. Lembro de ter tido raiva de sua surpresa. Eu pensei “Eu te amo, caralho, entende?”. Pensei que você deveria dizer: “Eu também te amo, mas a timidez sabe? Por isso nunca disse nada.” (eu já havia notado sua timidez mesmo antes da festa na casa do Rodrigo). Mas não... você continuou em silêncio. Olhava para o mar, e eu olhava para você, tentava descobrir o que você pensava. E assim você permaneceu, em silêncio.
Eu levantei puto. Nem olhei para trás. Fui para a casa, peguei a primeira rede que vi e me enterrei nela, todos perceberam que eu estava estranho. A Dri até tentou descobrir o que era, mas eu não disse. Logo adormeci, não vi você voltar.
Só nos vimos no outro dia não foi? E não lembro se nesse dia era eu que te evitava ou você que fazia isto. E aí o mundo (leia-se nossos amigos) percebeu. O que lembro desse dia é quando o sol se pôs, você estava na varando observando o espetáculo, quando cheguei, e por acaso você estava na minha rede.
Quando nos vimos, você logo me pediu desculpas, lembra? Disse que havia silenciado porque não sabia o que dizer simplesmente, pois não acreditava no que acontecera. Eu perguntei se era impossível por acaso que eu me apaixonasse por você. E você do alto de sua baixa auto-estima disse que era impossível qualquer um se apaixonar por você.
Ri com a bobagem que você disse, e acabamos rindo juntos. E foi assim, rindo que começamos a namorar. Não foi a partir de um beijo, e muito menos a partir de sexo. Foi, sim, a partir de uma boa gargalhada – daquelas que só entre amigos conseguimos dar.
Não me arrependo de nada desde então… só porque agora estamos juntos.
Domingo, 19 de outubro de 2003.
00h44min
Consegui imaginar a cena direitinho. Ficou tudo tão bonito... a forma como tudo aocnteceu, a descoberta do sentimento... e com a praia sendo testemunha de tudo isso...
ResponderExcluirEu queria ter esse tipo de experiência pra contar. Mas quem sabe um dia! =)
Beijo!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirIsso é ficção ou realidade?
ResponderExcluirSeja o que for, é bonito!
=(
É tão bom os primeiros momentos, o primeiro contato, tudo que antecede o finalmente.
Enfim...
Tô torcendo pelo romance, tááá?
Huihauihauiaa!
T+.
Lindo.
ResponderExcluirComeçar um namoro rindo...
Gostei. Muito.
Abraço.
hum... Adorei! Show de bola!!
ResponderExcluirÉ tão bom "começar!!!"
Abraço!!!
Nossa.. mto linda essa história...
ResponderExcluirEle sabe da existência do teu blog?
Foxx, tu tens uma sensibilidade pra gravar certos momentos que me impressiona...
Fico muito feliz de ter conhecido alguém tão especial e ter me tornado seu amigo! =)
Beijo =*
Ok ok...
ResponderExcluirNão li o teu comentário antes da postagem...
Mas o que eu disse no comment anterior não foi só pelo que eu li hoje naum.. foi por tudo o que tu já escreveu de verídico...
Entaum... agora que eu descobri que a tal carta é ficção..rsrs... tu continua tendo o dom da sensibilidade pra mim =)
Pq é impossível de se escrever um texto desses sem ter sentido ele... Não é como algo que escrevemos para um trabalhinho da escola... tu colocou a tua alma no papel...
=*
Nossa linda história. Muito bem criada na riqueza dos detalhes. Quem não gostaria de ver esta ficção tornar-se realidade. Na praia seria d+ pra mim. Pelo menos aki em MG. hahahahaahha. Adorei. Lindo mesmo.
ResponderExcluirHehehehe!!!
ResponderExcluirPerfect!!! Gostei!!!
E o Sr. Preto e Branco, né? Quem será??? Hehehehe!!!!
Valeu pela visita amigo!!!
Abração!!!
Meu lindo,... que coisa mais envolvente...
ResponderExcluirVc já sabe que eu sou fã de tudo que vc escreve, mas esse conto se superou! Eu gostaria de tê-lo escrito!!!
E meu lindo, cada momento tem sua perfeição. O seu momento também será perfeito, acredite!
Beijão!
PS. Por que não aparece mais no MSN?
Ufa...senti o vento do mar...
ResponderExcluirAi, FoxX! Num tive tempo de ler esse teu post, mas deixo meu pedido de desculpas, e a confirmação de que com certeza foi um post maravilhoso, como todos os seus... ^^'
ResponderExcluirÉ que eu tou sem muito tempo de parar no PC! =/
Abraço!
muito bom!
ResponderExcluirquando eu crescer quero ser igual a você.
otimo fim de semana
Lindo! Gostaria que um dia alguém escrevesse algo assim para mim.
ResponderExcluirO interessante é que eu tb escrevo poesias...
Ah, que lindo!
ResponderExcluirAdorei, Raposenho! Mesmo!
Viajei aqui agora relembrando o início do meu namoro... foi tão bom! =)
Beijos!
Ficção??? ok! Raposa, todos os posts que li muito bonitos, sobre aquela mulher, acho que vc deve dar uma 2ª chance, sobre aquele texto, a parte do jardim realmente discordei e concordo com vc, eu não pensaria em algo melhor para escrever, mas a 1ª parte do texto eu concordo, a pessoa que não está interessada na gente não é a pessoa da nossa vida... bjoxx!
ResponderExcluirAmigooooooooooo! que tudo esse texto teu! Adorei!
ResponderExcluirMe Lembro De Tudo Amor...
ResponderExcluirSorrisos..
Te Amo³
Que lindo!!!!!!
ResponderExcluirAdorei!!!
To meio sumido, mas já estou voltando.....
Bjo
Foxx, Foxx... meu lindo!
ResponderExcluirVc disse tudo naquela mensagem deixada em meu blog! Sofremos do mesmo problema!
Mas... essa sua postagem é... impressionante além de linda! Como já disseram todos acima: Não existem quem não gostaria de viver tudo isto!
Beijo!
Não postou???
ResponderExcluirAinda com virus???
Beijão!
Le,.....saudades....bj ae
ResponderExcluirmeras palavras, apagadas ao redor de um sorrizo
ResponderExcluir"tu me fais tourner la tête."
baiser garçón.
Que estória bonita!
ResponderExcluirE que carta interessante..
E tantas coisas poderiam ser escritas assim né..
E qtas estórias já se assemelharam a esta tb..
Enfim, boa semana querido!
Oi, Foxx!!!
ResponderExcluirComo vai você???
Abraços.
E viva o absinto!!!
ResponderExcluirHahahaha!!!
Abraços!!!!
É, ao contrário, do que muitos pensam, nem tudo começa no sexo, mas sim numa boa gargalhada. De preferência, partilhada.
ResponderExcluirAbraço.