Roberto
Natação. Água. Piscinas. A aula termina e o professor deixa-nos brincando na piscina, até que o horário da próxima turma comece. Roberto é mais velho do que eu três anos. Filho de uma colega de trabalho da minha mãe. Loiro, olhos verdes, tem aquele corpo de menino que está se transformando em homem. Músculos salientes. Sexo desenvolvendo-se. Brincamos. Ele ainda é menino, como eu era menino, para brincar. Nadamos, meu irmão mais novo também participa, por debaixo das pernas, toques acidentais. Eu seguro em suas coxas grossas como as do Gato de Capitães da Areia. Ele passa a mão na minha bunda da qual apenas a sunga separa da pele dele. Ele ri malicioso. Meu sorriso é tímido, mas quero mais. Ele também. Mergulhamos de novo, ele segura minha mão e coloca sobre seu sexo. Duro já. Rijo, grande, grosso. O meu não era tanto, o que três anos não fazem a alguém. Era quase de homem. Vamos para a borda da piscina. Fingimos conversar. Meu irmão se distrai com as outras crianças. Ele não me deixa tirar a mão. Meu irmão se aproxima e ele fala: "Vou no vestiário". Eu o sigo. Cheio de más intenções. Ele também não tem boas. Encontro-o no reservado. Porta aberta, sem sunga, me espera. Ele sabe que eu venho. Ele sabe que eu vou vir. Ele sabe que me tem e vai poder fazer o que quiser comigo. E assim o faz. Puxa-me para dentro. Puxa-me e fecha a porta. Puxa-me e puxa minha sunga para baixo. Joga-a no chão e com experiência de quem já fez isso antes aproveita a água da piscina, que ainda está no meu corpo, e a usa para facilitar a penetração. Ele me possuí, ali, de pé. Não sem pedir que eu o chupe. Coisa que não gostava, aquilo era demais para mim. O que me fez sair.
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quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
domingo, 23 de dezembro de 2007
A Ponte
Estava mexendo nas minhas agendas antigas e encontrei este texto. Só sei que ele foi escrito antes de 2004, não preciso o dia, nem sei o porquê do clima fúnebre, mas ele merece ser perpetuado aqui.
Cheguei carregando uma garrafa de Chateaux. Claro que Charteau. Meia hora antes quando eu procurava o que beber, pensei: "por que não comprar a mais cara?". Afinal eu não queria pensar no amanhã. Não queria me preocupar com o outro dia.
Ainda não estava bêbado quando cheguei naquela ponte. Sei isso porque lembro que olhei para o fundo daquele vão e ainda senti minhas pernas fraquejarem devido a vertigem que me envolveu.
E fiquei lá, recostado sobre aquele parapeito, que deveria proteger-me da queda, com minha suave garrafa de Chateaux. Senti a suavidade do vinho levar as dúvidas e trazer as lágrimas.
Foram as lágrimas que me fizeram subir no parapeito. Talvez porque meus olhos úmidos não me deixaram ver as trevas profundas, ou por causa do álcool que corria nas minhas veias, só sei que não senti mais medo. O Chateaux acabou. A garrafa então tornou-se pesada, e meus braços se recusaram a segura-la. Ouvi-a cair.
Olhei para as estrelas. Admirei-as. Sorri um sorriso triste e larguei a coluna que eu me segurava. Senti o vento abraçando meu corpo. Um carinho frio. Pensei no passado e no presente, e quando pensei no futuro, gargalhei. A melhor gargalhada de toda minha vida.
Aí me soltei. Abracei o vento. A queda. Caí. No segundo seguinte me senti livre. No outro, me arrependi. Meu coração se encheu de esperança. Tudo pareceu tão pequeno. Nada vale isso. Para quê desistir? Para quê pular? Quando as trevas me alcançaram, eu só pensava em uma coisa: eu queria saber voar.
Cheguei carregando uma garrafa de Chateaux. Claro que Charteau. Meia hora antes quando eu procurava o que beber, pensei: "por que não comprar a mais cara?". Afinal eu não queria pensar no amanhã. Não queria me preocupar com o outro dia.
Ainda não estava bêbado quando cheguei naquela ponte. Sei isso porque lembro que olhei para o fundo daquele vão e ainda senti minhas pernas fraquejarem devido a vertigem que me envolveu.
E fiquei lá, recostado sobre aquele parapeito, que deveria proteger-me da queda, com minha suave garrafa de Chateaux. Senti a suavidade do vinho levar as dúvidas e trazer as lágrimas.
Foram as lágrimas que me fizeram subir no parapeito. Talvez porque meus olhos úmidos não me deixaram ver as trevas profundas, ou por causa do álcool que corria nas minhas veias, só sei que não senti mais medo. O Chateaux acabou. A garrafa então tornou-se pesada, e meus braços se recusaram a segura-la. Ouvi-a cair.
Olhei para as estrelas. Admirei-as. Sorri um sorriso triste e larguei a coluna que eu me segurava. Senti o vento abraçando meu corpo. Um carinho frio. Pensei no passado e no presente, e quando pensei no futuro, gargalhei. A melhor gargalhada de toda minha vida.
Aí me soltei. Abracei o vento. A queda. Caí. No segundo seguinte me senti livre. No outro, me arrependi. Meu coração se encheu de esperança. Tudo pareceu tão pequeno. Nada vale isso. Para quê desistir? Para quê pular? Quando as trevas me alcançaram, eu só pensava em uma coisa: eu queria saber voar.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
AMIGO SECRETO: VILSER
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
EXTRA, EXTRA, EXTRA: Acredita Nisso?
- Alô?
- Você é corajoso, hein?
- Como?
- Deixar o telefone p'ra mim assim... no banco do ônibus bem do meu lado.
- E quem disse que eu deixei o telefone p'ra você? Eu coloquei no bolso e caiu... na cadeira. Na cadeira bem do seu lado.
- Ah, foi? Que pena! Eu esperava que você tivesse deixado p'ra mim. Bem do meu lado.
- Bem... já que você esperava... podemos pensar que foi o destino.
- O destino?
- É. Ele fez o papel cair, bem do seu lado, para que você achasse... e me ligasse.
- E eu liguei...
- É, ligou.
Sim, isso aconteceu sim. Eu deixei o telefone e não foi que o menino (lindo de morrer) ligou?!
- Você é corajoso, hein?
- Como?
- Deixar o telefone p'ra mim assim... no banco do ônibus bem do meu lado.
- E quem disse que eu deixei o telefone p'ra você? Eu coloquei no bolso e caiu... na cadeira. Na cadeira bem do seu lado.
- Ah, foi? Que pena! Eu esperava que você tivesse deixado p'ra mim. Bem do meu lado.
- Bem... já que você esperava... podemos pensar que foi o destino.
- O destino?
- É. Ele fez o papel cair, bem do seu lado, para que você achasse... e me ligasse.
- E eu liguei...
- É, ligou.
Sim, isso aconteceu sim. Eu deixei o telefone e não foi que o menino (lindo de morrer) ligou?!
sábado, 15 de dezembro de 2007
PRESENTE: Como Vinho
Horário de almoço. Família reunida (ou quase): eu, minha mãe, meus dois irmãos. Almoçamos feijão branco, arroz e atum. Termino, ergo-me, passo pela tv ligada para ninguém que exibe o Video Show em que Sarah entrevista Maria Paula sobre o novo bebê que ela aguarda. "Só três meses, não dá nem p'ra notar ainda". Passo pomada no cabelo. "Ela que percebeu que eu estava grávida". Coloco a bolsa a tira-colo. A reportagem termina. "Isso que é uma reportagem de conteúdo", comento. Cruzo a cozinha e vou escovar os dentes e, do banheiro, escuto. "Ele é o contrário do vinho, quanto mais velho, pior fica". Aguço os ouvidos. "Continua muito arrogante". Eu? Por causa de um comentário contra o Vídeo Show? Retorno, controlado: "Você é arrogante!".
E todas as humilhações que enfrentei calado passam pela minha frente. "Florzinha", minha mãe, enquanto eu ajudava ela a arrumar a casa e me detinha encantado com as plantas que ela cuidava tão carinhosamente. Acho que ali eu desisti de ser botânico. Na rua. Passo com meu pai, tenho dez anos. Um menino de calções, descalço e sujo aponta o dedo para mim e me chama de bichinha. Meu pai não diz nada com o garoto, apenas meu puxa pelo braço e reclama o caminho todo para casa do meu cabelo, do meu jeito de andar, da minha mão, da minha voz. E eu calado. Acho que ali eu desisti de ser homem. Meu irmão mais velho adentra as portas de casa exigindo que eu levasse uma surra. Eu tinha treze anos. Ele e os amigos na rua tinham-me visto passar voltando do colégio. Eu trazia muitos livros e os carregava contra o peito porque na semana anterior tinha visto na tv que essa era a melhor forma de proteger a coluna. "Mas isso é jeito de mulher carregar livros". E gritou. "Os caras da rua ficam todos rindo". Meu pai não me bateu, mas meu irmão disse que tinha vergonha de mim. E ali desisti de ter irmãos.
Humilhado. Pelos de casa. Na rua aprendi a olhar para um ponto fixo e me dirigir a ele. Não vendo olhares. Não ouvindo comentários. Eu parto com o nariz apontado para o céu. "Levanta a cabeça senão montam em você". Aprendi também a responder críticas com trabalho. Se eu fora o filho do qual se envergonhavam, me tornei e primeiro a cursar uma faculdade. Se era aquele que não merecia ser ouvido, me esforcei para ser aquele que estava sempre certo. Se era aquele que não merecia nem ser visto, me tornei aquele que mesmo sem se esforçar, ganha destaque.
Se sou arrogante, como minha mãe diz que sou? Eu acho que sim. Mas em outro sentido. Já assistiram Dogville? O filme é de um diretor dinamarquês, Lars Von Trier, o mesmo diretor de "Dançando no Escuro". Lançado em 2003, chama atenção pela simplicidade de seus cenários pois foi todo filmado dentro de um galpão na Suécia, com poucas mesas e algumas paredes, e apenas marcações no chão indicando que ali é a casa de tal personagem. Apesar das personagens fazerem constantes referências a paisagem ou ao céu, o fundo é infinito, tendo constantes alterações de luz e cor que indicam mudanças temporais e climáticas. O filme ainda tem um narrador onisciente e é o próprio Lars von Trier quem controla a câmera, garantindo cortes não convencionais e artimanhas do diretor, autor do manifesto Dogma 95, para que o público não se esqueça de que assistem uma peça de ficção, valorizando os atores. O resultado é aberto a opiniões: alguns espectadores saem maravilhados com a sensibilidade do diretor e a atuação brilhante de Nicole Kidman, e outros acham o filme longo e maçante.
A trama acontece numa cidade pequena dos Estados Unidos, no meio do nada, chamada "Dogville", situada no fim de uma estrada que vai até as Montanhas Rochosas, na época da grande depressão americana, e lá Grace (Nicole Kidman) come o pão que o Diabo amassou. Ela chega a cidade dizendo que foge de gangsters, e a princípio os moradores da cidade recusam-se a aceitá-la, até que ela começa a ajudar-lhes nas tarefas cotidianas. Mas mesmo assim sua proteção não está garantida, porque apesar de afirmarem o tempo todo o quanto são generosos, quando descobrem um cartaz dizendo que Grace é procurada pela polícia, às exigências se tornam ainda maiores, e são aceitas silenciosamente.
Um elemento interessante, no entanto, é ainda no começo quando Grace afirma ser arrogante, que foi criada para ser arrogante numa família rica, contudo conforme tudo acontece no filme, ela não demonstra em momento algum arrogância, pelo menos do jeito que a entendemos, muito pelo contrário. Além disso, ela perdoa tudo o que fazem com ela. Exatamente como eu. Todo o mal que os habitantes de Dogville fazem com ela. Exatamente como eu. Porém no final ela explica a própria arrogância.
Arrogante para ela é uma pessoa que perdoa tudo. Ela diz que para uma pessoa perdoar outra é necessário que ela se coloque como alguém superior a outra, só uma pessoa superior pode conceder perdão. Como Deus que pode perdoar os homens por ser superior. Nós, homens, somos todos iguais e se nós perdoamos - esquecemos àqueles males que nos foram feitos - estamos sendo arrogantes. A moral do filme é: Não seja arrogante! Não perdoe!!
Com isso, quando os moradores da cidade finalmente decidem entregá-la aos gangsters, descobre-se somente aí que Grace é a filha de um gangster e fugia do pai que pergunta a filha se ela perdoa os moradores de Dogville, e sua última fala é "Eu não sou arrogante a este ponto". E toda a cidade é massacrada, com excessão de um cachorro. Assistam.
Preciso dizer mais? Não sejam arrogantes, como eu.
E todas as humilhações que enfrentei calado passam pela minha frente. "Florzinha", minha mãe, enquanto eu ajudava ela a arrumar a casa e me detinha encantado com as plantas que ela cuidava tão carinhosamente. Acho que ali eu desisti de ser botânico. Na rua. Passo com meu pai, tenho dez anos. Um menino de calções, descalço e sujo aponta o dedo para mim e me chama de bichinha. Meu pai não diz nada com o garoto, apenas meu puxa pelo braço e reclama o caminho todo para casa do meu cabelo, do meu jeito de andar, da minha mão, da minha voz. E eu calado. Acho que ali eu desisti de ser homem. Meu irmão mais velho adentra as portas de casa exigindo que eu levasse uma surra. Eu tinha treze anos. Ele e os amigos na rua tinham-me visto passar voltando do colégio. Eu trazia muitos livros e os carregava contra o peito porque na semana anterior tinha visto na tv que essa era a melhor forma de proteger a coluna. "Mas isso é jeito de mulher carregar livros". E gritou. "Os caras da rua ficam todos rindo". Meu pai não me bateu, mas meu irmão disse que tinha vergonha de mim. E ali desisti de ter irmãos.
Humilhado. Pelos de casa. Na rua aprendi a olhar para um ponto fixo e me dirigir a ele. Não vendo olhares. Não ouvindo comentários. Eu parto com o nariz apontado para o céu. "Levanta a cabeça senão montam em você". Aprendi também a responder críticas com trabalho. Se eu fora o filho do qual se envergonhavam, me tornei e primeiro a cursar uma faculdade. Se era aquele que não merecia ser ouvido, me esforcei para ser aquele que estava sempre certo. Se era aquele que não merecia nem ser visto, me tornei aquele que mesmo sem se esforçar, ganha destaque.
Se sou arrogante, como minha mãe diz que sou? Eu acho que sim. Mas em outro sentido. Já assistiram Dogville? O filme é de um diretor dinamarquês, Lars Von Trier, o mesmo diretor de "Dançando no Escuro". Lançado em 2003, chama atenção pela simplicidade de seus cenários pois foi todo filmado dentro de um galpão na Suécia, com poucas mesas e algumas paredes, e apenas marcações no chão indicando que ali é a casa de tal personagem. Apesar das personagens fazerem constantes referências a paisagem ou ao céu, o fundo é infinito, tendo constantes alterações de luz e cor que indicam mudanças temporais e climáticas. O filme ainda tem um narrador onisciente e é o próprio Lars von Trier quem controla a câmera, garantindo cortes não convencionais e artimanhas do diretor, autor do manifesto Dogma 95, para que o público não se esqueça de que assistem uma peça de ficção, valorizando os atores. O resultado é aberto a opiniões: alguns espectadores saem maravilhados com a sensibilidade do diretor e a atuação brilhante de Nicole Kidman, e outros acham o filme longo e maçante.
A trama acontece numa cidade pequena dos Estados Unidos, no meio do nada, chamada "Dogville", situada no fim de uma estrada que vai até as Montanhas Rochosas, na época da grande depressão americana, e lá Grace (Nicole Kidman) come o pão que o Diabo amassou. Ela chega a cidade dizendo que foge de gangsters, e a princípio os moradores da cidade recusam-se a aceitá-la, até que ela começa a ajudar-lhes nas tarefas cotidianas. Mas mesmo assim sua proteção não está garantida, porque apesar de afirmarem o tempo todo o quanto são generosos, quando descobrem um cartaz dizendo que Grace é procurada pela polícia, às exigências se tornam ainda maiores, e são aceitas silenciosamente.
Um elemento interessante, no entanto, é ainda no começo quando Grace afirma ser arrogante, que foi criada para ser arrogante numa família rica, contudo conforme tudo acontece no filme, ela não demonstra em momento algum arrogância, pelo menos do jeito que a entendemos, muito pelo contrário. Além disso, ela perdoa tudo o que fazem com ela. Exatamente como eu. Todo o mal que os habitantes de Dogville fazem com ela. Exatamente como eu. Porém no final ela explica a própria arrogância.
Arrogante para ela é uma pessoa que perdoa tudo. Ela diz que para uma pessoa perdoar outra é necessário que ela se coloque como alguém superior a outra, só uma pessoa superior pode conceder perdão. Como Deus que pode perdoar os homens por ser superior. Nós, homens, somos todos iguais e se nós perdoamos - esquecemos àqueles males que nos foram feitos - estamos sendo arrogantes. A moral do filme é: Não seja arrogante! Não perdoe!!
Com isso, quando os moradores da cidade finalmente decidem entregá-la aos gangsters, descobre-se somente aí que Grace é a filha de um gangster e fugia do pai que pergunta a filha se ela perdoa os moradores de Dogville, e sua última fala é "Eu não sou arrogante a este ponto". E toda a cidade é massacrada, com excessão de um cachorro. Assistam.
Preciso dizer mais? Não sejam arrogantes, como eu.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
PASSADO: Coisas de Menino II
André
André era meu vizinho. Morava a 3 casas da minha. Moreno, todos os dias passava em frente a minha casa indo para as aulas de futebol. Diariamente. Voltava coberto de areia, mais tarde que os outros meninos porque gostava de fazer alguns abdominais após o treino para manter a barriga estreita e pequena. Nesta hora, eu estava na escola, sempre na escola, estudava de manhã, como meu irmão mais novo, enquanto meus pais trabalhavam. Mas a noite, eu e André nos encontrávamos. Haviam brincadeiras. Nós nos escondíamos. E a mão de André corria para os meus glúteos e ele apertava forte. E meus lábios deslizavam para os seus. Mas ele não me beijava com paixão. Eram coisas rápidas, toques excitantes, penetrações sem gozo, beijos roubados. Reservávamos coisas mais calorosas para as manhãs de sexta. Meus últimos horários nas sextas-feiras, naquele ano, eram de arte e ensino religioso. Arte no qual eu não aprendia nada, ensino religioso que eu nunca entendi o porquê de estar lá. Consciente, eu faltava. Fugia do colégio durante o intervalo e corria para casa. Corria para chegar a tempo de assistir Cavaleiros do Zodíaco, mas também para aproveitar meu tempo sozinho em casa. Normalmente eu chegava a tempo de ver André voltar da aula de futebol, suado, coberto de areia, ele passava na frente de casa e eu corria para vê-lo. Vê-lo e avisá-lo que eu estava sozinho. Ele sorria. Corria em casa e tomava um banho. E logo chegava a minha casa. Às vezes, quando eu demorava, naquelas sextas, ele já me esperava sentado sobre a sombra de uma árvore que ficava a frente de minha casa. Fingia-se de despreocupado, mas eu sabia que ele me esperava. As manhãs de sexta então eram ocupadas. Entre os gozos e abraços de André.
PS: Esta semana, eu publiquei um artigo numa revista científica portuguesa. Se alguém se interessar por conhecer o lado profissional do Foxx, aqui está o link: Homoerotismo e Homossexualismo: a historicidade de um conceito. O artigo trata de como o conceito de homossexual e de gay foram criados em determinados momentos de nossa história, e por isso não possam ser naturalizados, ao contrário das ações - do amor, do sexo entre pessoas do mesmo gênero - que existem desde os primeiros passos da história humana e, portanto, a palavra mais indicada para falar deles é homoerotismo. Se interessou? Lê lá.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
EXTRA, EXTRA, EXTRA: Onde Nenhuma Raposa Jamais Esteve 3
Sim, eu falei que eram dois textos, mais quem disse que coube. Então, número três.
Meio-dia. "Já cheguei no metrô". 40 minutos. 20. 18 minutos. 5. Ele desce as escadas. Negro. Forte. Mãos nos bolsos. Peito largo. Braço grosso. Sorriso no canto da boca. Eu abro meu sorriso. Ele só indica que devemos entrar no trem. Eu entro, ele finalmente fala. Sotaque macio. De malandro. De quem sabe os caminhos. De quem pretende contorná-los.
Vamos para a Urca. Conversas. Inteligentes intimidades. Eu digo que ele é facil, ele rebate que tenho medo de altura. "Vamos dar uma volta no bondinho?". Eu soco o braço dele. Ele ri. Estranho conhecer tão bem alguem que você está vendo pela primeira vez agora. Piadas. Acusações. Freud. Foucault. Homoerotismo. "Ainda hoje a burguesia vai foder com o proletariado". Ele ri encabulado. O carioca malandro ri, encabulado pela rapozinha potiguar.
"Não me olha assim". Não? Por que? Rio Sul. Bar do Bigode. Cerveja. Conversas. Alunos da Unirio ocupando as mesas ao lado. Fabi, amiga dele. "Eu dou o cu sim". Ela irrompe. Narra verdades sexuais que fez apenas com o único namorado. Nós rimos. Mais cerveja. Petiscos. "Se importam se eu fume?". "Só se você não me der um trago". Mais sexo permeia a mesa, viagens, futuros, passados. Falamos sobre bobagens, amores e entulho. Mas sob a mesa, a perna dele toca a minha. Eu sorrio. Pele com pele. Os olhinhos dele se apertam, índios, sorrindo com as sobrancelhas. E agora, somente agora, ele decide que me quer. Enquanto eu o queria quando ele desceu as escadas, de mãos nos bolsos e sorriso no canto de boca. Quando o encarava timido dentro do vagão do trem e nossas mãos se esbarravam naquela barra resfriada pelo ar condicionado.
Agora Lapa. No ônibus, planejamos nosso futuro. Ele olha nos meus olhos, eu desejo sua boca. Ele propõe irmos ao Cabaré Casanova: "A gente fica lá se curtindo", mas eu não aguento mais beber. Só o que vier dele. Fugimos dali. Hotel barato. Putas entrando com clientes. Uma sorri para mim quando entramos. Ele nem vê. Concentrado no quarto que estava. Entra, tranca a porta e se joga na cama, mexendo no radio. "Rádio?". Deito sobre ele, beijo-o, e a partir dali o controlo. Arranco-lhe as roupas. Arranco as minhas. Ele pergunta como quero e sou atendido. "Gosto de ser primeiro passivo e depois ativo". E ele também me obedece quando sua pele de ébano me preenche e lentamente me incendeia. "Deixa eu fazer uma coisa...". E é a vez de ele enlouquecer. Mas como é bom enlouquecê-los, e depois interrompê-los, vê-los loucos de desejo, vê-los pedindo mais, mas era a hora de eu consumi-lo. Abençoados pela boêmia, eu o possui. Naquela noite, ele deu o próprio corpo a mim. E olhares de ternura. E beijos de desejo. E aquela noite, somente por ela, tornamo-nos um.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
EXTRA, EXTRA, EXTRA: Onde Nenhuma Raposa Jamais Esteve 2
Todo mundo merece vir ao Rio. Falo isso aqui do Galeão. Não por que o Rio é a cidade maravilhosa, a cidade das pessoas bonitas e do sexo fácil (não achei nada disso por lá), mas porque sem conhecer o Rio, você não conhece o Brasil. É o mesmo que conhecer os Estados Unidos e ir para uma cidadezinha do Utah, você tem que ir para Nova Iorque. Se você vai a França, tem que conhecer Paris, não uma cidadezinha do Lague-doc. Estas cidades são a porta. A entrada dos países. E o Rio de Janeiro é a entrada do Brasil.
Notei isso andando com o Razi e o Lê pelos pontos históricos da cidade. Programa de historiador, eu sei, chamem de vício profissional. Mas passar a vida estudando, ou lendo sobre, o Passo Imperial, o Passeio público, Santa Tereza, Ipanema, Copacabana, Urca, Pão-de-açúcar, Cristo Redentor, e nunca vê-los, é como ser um enólogo abstêmico. É nunca apreciar as belezas daquilo que você entende.
Todos devem ir ao Rio. Faz bem, mesmo que seus planos não dêem certo como os meus não deram. Para quem não sabe, viajei ao Belo Horizonte e para o Rio para tentar doutorado. Tentei a seleção na UFMG, em BH, e a da UFF, em Niterói. E, bem, na ilha fluminense foi um fracasso mesmo antes de pisar nas terras cantadas por Vinícius de Morais. Fui reprovado (estranhamente) na primeira fase, com uma nota 3,2 (enquanto o mesmo trabalho ganhou 8 em Belo Horizonte), que sinceramente abalou minha confiança em toda empresa. Eu só pensava no dinheiro (que eu não tinha) gasto em tudo aquilo.
Mas uma voz cálida, a 7 horas de distância, me fez levantar o rosto e sorrir. O Razi, e por trás dele, o Lê, me fizeram acreditar que ainda havia chance. Que a UFF era uma máfia. E que meu trabalho não estava desmerecido, a despeito da opinião deles. Deram-me impulso para continuar. "E qualquer coisa venha p'ra cá, que tem ombro p'ra você chorar os 2 mil que gastou". E por isso fui. Mesmo sem ter um motivo, além de conhecer essas pessoas encantadoras, eu fui para o Rio.
Cheguei ao Rio de Janeiro antes do combinado. Dois dias antes para ser exato. E reconheci de longe, me recebendo de braços abertos, o Razi acompanhado do seu amor, o Lê. Estes, mesmo atarefados, me guiaram, me cuidaram, me mimaram, por aquela cidade grande. E apesar de eu me sentir o tempo todo atrapalhando, incomodando, achando-me intruso entre eles, eu fiquei encantado em conhecê-los: sr. Ricardo Razi e, seu marido, Lê. Obrigado por me receberem.
P.S.: Ah! Não passei no Rio. Não fui aceito naquela torre de marfim. Mas passei em BH, sim. Em 2008, o Foxx vai morar na capital mineira. Morar sozinho. Pois como diz o Sunshine, se mudar é tendência. E vou mudar, de ares, talvez me reinventar, então preparem-se, 2008 traz uma nova fase para mim e, consequentemente, uma nova fase para este blog. Brindemos! Ao futuro! Ao novo!
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
PRESENTE: Onde Nenhuma Raposa Jamais Esteve
A viagem foi longa, conheci muita gente, por isso, dividirei o texto em dois: um texto sobre minha estada em BH, em Minas Gerais, e outra sobre a estada no Rio de Janeiro.
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
25°C. 5:30 da manhã. O Garoto Rebelde acabou de sair daqui. Esse menino de sorriso fácil, mais alto e mais forte que eu, de olhar tímido e ombros arqueados de quem tem vergonha de ser alto. Saímos juntos, eu, ele e o Lu para a Confessionário. Naquela boate, com jeito de lounge, num sobrado que a arquitetura intocada criava nos três ambientes um clima nublado e aristocrático como se saísse de um filme de Patrice Chéreau, sempre com luz indireta, onde as pessoas fumavam e bebiam sentadas em puffs e reclinadas em chaises, enquanto no bar se serviam hi-fi e cubas libres.
"Se você disser que eu danço mal no seu blog, eu vou em Natal te matar". Foi com essa frase do Rebelde que invadimos a pista de dança em que o pop fervia e a luz estroboscópica fazia seu serviço. Tonto com a luz, saquei meus óculos Chili Beans e como óculos na boate exige carão, mandei ver. Porém, não durou muito.
Um menino magrinho, de olhos grandes e boca em botão, passou por mim. Para dá-lo espaço para passar, eu dei um passo para trás. Ele, no entanto, me segurou pela cintura e me beijou. "Promiscuous boy". Não disse nada. "You already know". Não perguntou meu nome, simplesmente me olhou com desejo e me beijou. "That i’m all yours, what you waiting for?". E como beijo e copo d'água não se nega a ninguém - apesar que não faço mais caridade - eu correspondi. "Let's get to the point, cause we're on a roll".
O menino tirou a má impressão do beijo mineiro que o Carlos deixou na noite anterior, quando saí com o Carinha do Blog, o Marco. Na noite anterior, eu e o Marcos corremos a noite da cidade, Estúdio da Carne, lutando contra borboletas - piada interna -, e depois na Giz. "I just wanna be your lover". Foi na Giz que o Carlos cruzou comigo, passou, sorriu, eu sorri de volta, ele voltou, sorriu de novo, e me chamou para acompanha-lo. "I wanna be your baby". Sem saber o Marco me chamou para irmos na direção que o Carlos foi, e este quando me viu se aproximar, abriu um sorriso de contentamento. Perguntou-me o nome. Perguntou-me a idade. E de onde eu vinha. E aí me beijou. "For you to justify my love". Um beijo bom, macio, mas sem mãos, sem corpo, sem aperto, sem comunhão, eu não gostei. O beijo do menino, no Confessionário, tinha toque, intensidade, corpo, era um beijo com corpo, com mãos, pernas e bunda. Não era só lábios, fundia. Até que me puxou para o VideoBar.
Segurando-me pela mão, ele me levou e sentou-se no sofá. No trajeto, eu pesnava em como iria me livrar daquele menino, mas não precisei de muito trabalho para isso.
- Seu nome?
- Foxx. E o seu?
- Breno. Tua idade?
- 26 e vc?
- 18.
- Tem certeza?
- Todo mundo diz isso. 18, faço 19 em dezembro.
Mas alguns beijos e ele fala:
- A gente se esbarra por aí.
Respirei aliviado, e saí de lá antes que ele mudasse de idéia. Eu queria mais. Muito mais. "Gimme more". Contudo, assim que voltei, encontrei o Rebelde enconstado na parede. "If you're on a mission, you got my permission". Coloquei minhas mãos em volta do pescoço dele e o envolvi, ele me abraçou e não resisti mais, o beijei. O melhor beijo deste estado, posso dizer agora. Intenso, forte, devastador. "Do it, do it". Ele me puxava contra ele. "You do it, do it". Pressionava seu quadril contra o meu. "You're do it well". Mordia meu lábio com desejo. E, juntos, ficamos, o resto da noite.
Apesar que o Rebelde ainda beijou o Breno e eu, o amigo saradinho do Breno que nem o nome eu sei. Mas, no fim, o Rebelde foi para o hotel comigo, contudo dizendo: "Eu sei me controlar, viu?". E soube mesmo. "Mas que você é o cara mais provocante que já fiquei, ah, isso é".
Rebelde, você é um lindo, maravilhoso, tesudo, e aprenda uma coisa: Ou você começa a enxergar essa pessoa maravilhosa que você é, ou eu vou ai te dar uns cascudos.
Lu, vamos se jogar, né, amigo? Porque quando você se joga - com um pouquinho de álcool na cabeça - você até que fatura bem.
Marco, se posso considerar essa viagem perfeita é porque te conheci, carinha. Também posso dizer é que se esse blog me trouxe algo de bom foram pessoas iguais a você.
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
25°C. 5:30 da manhã. O Garoto Rebelde acabou de sair daqui. Esse menino de sorriso fácil, mais alto e mais forte que eu, de olhar tímido e ombros arqueados de quem tem vergonha de ser alto. Saímos juntos, eu, ele e o Lu para a Confessionário. Naquela boate, com jeito de lounge, num sobrado que a arquitetura intocada criava nos três ambientes um clima nublado e aristocrático como se saísse de um filme de Patrice Chéreau, sempre com luz indireta, onde as pessoas fumavam e bebiam sentadas em puffs e reclinadas em chaises, enquanto no bar se serviam hi-fi e cubas libres.
"Se você disser que eu danço mal no seu blog, eu vou em Natal te matar". Foi com essa frase do Rebelde que invadimos a pista de dança em que o pop fervia e a luz estroboscópica fazia seu serviço. Tonto com a luz, saquei meus óculos Chili Beans e como óculos na boate exige carão, mandei ver. Porém, não durou muito.
Um menino magrinho, de olhos grandes e boca em botão, passou por mim. Para dá-lo espaço para passar, eu dei um passo para trás. Ele, no entanto, me segurou pela cintura e me beijou. "Promiscuous boy". Não disse nada. "You already know". Não perguntou meu nome, simplesmente me olhou com desejo e me beijou. "That i’m all yours, what you waiting for?". E como beijo e copo d'água não se nega a ninguém - apesar que não faço mais caridade - eu correspondi. "Let's get to the point, cause we're on a roll".
O menino tirou a má impressão do beijo mineiro que o Carlos deixou na noite anterior, quando saí com o Carinha do Blog, o Marco. Na noite anterior, eu e o Marcos corremos a noite da cidade, Estúdio da Carne, lutando contra borboletas - piada interna -, e depois na Giz. "I just wanna be your lover". Foi na Giz que o Carlos cruzou comigo, passou, sorriu, eu sorri de volta, ele voltou, sorriu de novo, e me chamou para acompanha-lo. "I wanna be your baby". Sem saber o Marco me chamou para irmos na direção que o Carlos foi, e este quando me viu se aproximar, abriu um sorriso de contentamento. Perguntou-me o nome. Perguntou-me a idade. E de onde eu vinha. E aí me beijou. "For you to justify my love". Um beijo bom, macio, mas sem mãos, sem corpo, sem aperto, sem comunhão, eu não gostei. O beijo do menino, no Confessionário, tinha toque, intensidade, corpo, era um beijo com corpo, com mãos, pernas e bunda. Não era só lábios, fundia. Até que me puxou para o VideoBar.
Segurando-me pela mão, ele me levou e sentou-se no sofá. No trajeto, eu pesnava em como iria me livrar daquele menino, mas não precisei de muito trabalho para isso.
- Seu nome?
- Foxx. E o seu?
- Breno. Tua idade?
- 26 e vc?
- 18.
- Tem certeza?
- Todo mundo diz isso. 18, faço 19 em dezembro.
Mas alguns beijos e ele fala:
- A gente se esbarra por aí.
Respirei aliviado, e saí de lá antes que ele mudasse de idéia. Eu queria mais. Muito mais. "Gimme more". Contudo, assim que voltei, encontrei o Rebelde enconstado na parede. "If you're on a mission, you got my permission". Coloquei minhas mãos em volta do pescoço dele e o envolvi, ele me abraçou e não resisti mais, o beijei. O melhor beijo deste estado, posso dizer agora. Intenso, forte, devastador. "Do it, do it". Ele me puxava contra ele. "You do it, do it". Pressionava seu quadril contra o meu. "You're do it well". Mordia meu lábio com desejo. E, juntos, ficamos, o resto da noite.
Apesar que o Rebelde ainda beijou o Breno e eu, o amigo saradinho do Breno que nem o nome eu sei. Mas, no fim, o Rebelde foi para o hotel comigo, contudo dizendo: "Eu sei me controlar, viu?". E soube mesmo. "Mas que você é o cara mais provocante que já fiquei, ah, isso é".
Rebelde, você é um lindo, maravilhoso, tesudo, e aprenda uma coisa: Ou você começa a enxergar essa pessoa maravilhosa que você é, ou eu vou ai te dar uns cascudos.
Lu, vamos se jogar, né, amigo? Porque quando você se joga - com um pouquinho de álcool na cabeça - você até que fatura bem.
Marco, se posso considerar essa viagem perfeita é porque te conheci, carinha. Também posso dizer é que se esse blog me trouxe algo de bom foram pessoas iguais a você.
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Desafio 3.0
Desafio dos Blogs para escolher o próximo Next Brazil Top Sexy Blogger
Votem na enquete no blog do Goiano.
sábado, 24 de novembro de 2007
Next Brazil Top Sexy Blogger
Oi pessoas... quem esta postando hoje é o Goiano.
O Foxx esta descansando a beleza em Belo Horizonte (deve estar passando o rodo geral, mas não temos nada com isso... e ele voltando conta os detalhes picantes da viagem), e me deixou com as chaves da casa, para dar um up por aqui enquanto estiver longe.
Rapozito também participa da disputa dos blogs e no dia 26 vai ter fotita dele semi-nu aqui também!
Eu garanto que vão gostar!!!
Para os desinformados a disputa dos blogs tem as seguintes regras:
- O participante deverá publicar uma foto sexy no dia 26/11/2007.
- A foto é de tema livre, pode ser de qualquer parte do corpo, desde que sexy.
- Na foto deverá constar o banner da promoção do lado esquerdo (o banner ai em cima, só recortar e colar).
- Deve-se visitar os outros participantes.
- Quem conseguir um namorado por causa da promoção deve divulgar hahaha.
- Votar na enquete de quem foi o mais sexy, a enquete estará no meu blog .
Eu espero a adesão de todos! Com fotos ou com votos!
Quem for postar fotos deixa um recado no meu blog para fazer a devida divulgação de todos participantes.
Beijos a todos.
Goiano
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
PRESENTE: Novos Horizontes
Bem, carissímos, aviso-lhes que estarei sumido por uns dias. Viajo na próxima semana. Quinta-feira. Meu roteiro inclui algumas horas em Recife, no dia 22 de novembro, e chego a noite na capital do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, que não conheço ainda. Fico uma semana na capital mineira e, se tudo correr como nos meus planos, me debando por volta do dia 29 para a cidade maravilhosa, a qual só conheço o Galeão, de uma escala retornando de São Paulo, e o Leblon das novelas de Manoel Carlos. Viagens a trabalho (detalhes se tudo der certo, sabe como é né?), mas com bastante tempo para conhecer as cidades e os bloggers que quiserem e puderem estar comigo. Encontros confirmados já são com o Garoto Rebelde, o Bernado e o Carinha do Blog em BH, e com o Râzi e Lê, o Por Dentro do Armário e o Bily, no Rio. Agora, se mais alguém desejar, já que o Goiano diz que sou celebridade, deixa um recadinho aí...
Até a volta
sábado, 10 de novembro de 2007
PASSADO: Coisas de Menino I
Eu estava lendo o novo blog do Vilser (link abaixo), em que o nosso grande cartonista resolveu agora contar suas experiências e agora ele está se dedicando a seus amores adolescentes, e suas descobertas, resolvi então começar uma série para falar sobre algumas pessoas que me marcaram muito, são histórias dos meus treze anos, algumas boas, outras ruins.
Sílvio
Eu havia mudado de escola. Estava deslocado, não conhecia ninguém lá. Entrei na escola e descobri que eu que tinha que ir procurar meu nome nos papeis colados na parede. Colégio público, e eu havia saído de uma escola particular, aquela liberdade e responsabilidade toda me chocou. Aquele "cuide de sua vida" foi demais para mim. Entrei na sala da 6ª série e sentei na primeira cadeira, junto a porta. Eu estava com medo. Adentrar ali ainda mais, me expor daquele jeito. Eu estava nervoso. Sentei e fiquei esperando o professor. Outros alunos chegaram. Muitos outros. Todos mais relaxados que eu. Foi quando ele entrou. Trazia os livros na mão, algumas canetas no bolso, branco, com os cabelos negros, pernas grossas, mais velho dois anos que eu, repetente, os amigos que o acompanhavam eram todos de séries adiante. Sim, ele tinha amigos que o acompanhavam. Amigos não, um séquito. E entrou, foi até o meio da sala, segunda fileira de carteiras, jogou os cadernos e voltou. Antes de sair, sorriu para mim. "Digaí?". Sorri apenas em resposta, quis falar algo, mas quem disse que eu consegui.
Com o passar do ano, sempre sentamos nos mesmos lugares, mas com o tempo, meio sem querer, ou querendo, acabei sentando cada vez mais próximo àquele menino que me encantava. Era desportista. Capitão do time de Handebol da escola. Falava sempre sobre os jogos. Com os outros. Eu apenas ouvia calado. Ele me puxava para os assuntos. Tratava-me bem, quase como um irmão mais novo, ou melhor, melhor do que ele tratava o irmão mais novo, que tinha minha idade e estudava comigo, e este sim era muito mais próximo a mim do que Sílvio, até porque Sílvio tinha seus amigos mais velhos. Tinha suas namoradas lindas. Ele era um dos meninos mais bonitos do colégio. Porque ser amigo daquele menino gordinho, de cabelo em cuia, que tirava boas notas em todas as matérias, menos matemática.
Eu só sei que eu me apaixonei. Mas nunca disse-lhe nada. Apenas um dia escrevi uma carta, sem assinar, disfarçando a letra para ele nunca descobrir. Uma daquelas cartas de amor ridículas que canta o poeta. Eu fui nervoso para entregar-lhe, ainda coloquei dentro do livro amarelo de matemática. Mas, voltando a lucidez, tomei-a de volta, e rasguei-a em pedaços antes que alguém visse. Antes que Sílvio visse.
No fim daquele ano em que eu suspirava olhando para Sílvio, ele foi para outra escola. E perdi contato com ele, e seu irmão. Sumiram e junto com ele foi embora toda minha paixão. Toda aquela que me fazia imaginar castelos em que namorávamos. Se foi, com Sílvio.
E bem, também recebi um novo selo, este que vocês vêm e deveria indicar 5 blogs, mas como recebi dois selos, pelo Estórias do Mundo e pelo Espartanos, tomei a liberdade de escolher então 10 blogs para indicar.
Ao Trinta com a Casa dos Trinta, porque todo mundo merece as tiradas geniais deste cara de trinta e poucos;
Ao PH com o seu Chave Errada, afinal sua poesia perturbada vale sempre a pena;
Ao Just no Just (More One) boy, pois eu não vivo sem suas críticas a sétima arte;
Ao Sun pelo No Divã com Marcelo Sunshine, pela sua língua ferina e sua inteligência afiada;
Ao David pelo No Banheiro Masculino, meu conterrâneo, que enxerga poesia na noite quente de Natal;
Ao Ocean pelo OceanMar, afinal sua vida em si já é um aprendizado;
Ao Ricardo pelo O que me define?, pois comentários inteligentes e bom humor não se acha em qualquer lugar;
Ao Menino G pelo Perfeita (In)Perfeição, já que erotismo de bom gosto não é uma coisa fácil de se encontrar;
Ao Poison pelo Sátiros e Faunos, porque uma pitada de veneno tempera a vida;
E ao Vilser pelo Histórias do Vilser, seu novo blog, que mostra que a felicidade não vêm fácil para ninguém.
terça-feira, 6 de novembro de 2007
PRESENTE: Diálogo das Grandezas
Diálogo semi-ficcional.
- Ei, 'to me sentindo culpado aqui.
- Por que, amigo?
- Ah, Cris, é que um amigo meu veio agora no MSN todo feliz me dizer que 'tá namorando.
- Ahnn?
- É! Sinceramente, não fiquei feliz por ele. Fiquei com inveja.
- Como assim... "com inveja"?
- Eu queria estar namorando também.
- Bem, Foxx, você não deve se sentir culpado. Nunca se sinta culpado pelas coisas que você fez, faz ou pensa. Afinal, é bem melhor ser sincero.
- Mas inveja é uma coisa feia...
- É sim, se for daquele tipo que derruba a outra pessoa. Você ficou lá desejando que ele terminasse o namoro só p'ra você não ser o único solteiro?
- Aff, claro que não, ainda não cheguei a esse nível não.
- Então o que você sentiu foi só a vontade de ser igual a ele...
- É!
- Isso também pode ser chamado de admiração. A gente admira pessoas que tem coisas que a gente gostaria de ter. Você não admira ninguém? Não gostaria de ser igual a ninguém?
- Muitas pessoas! Se for citar só aqui do blog. Admiro o Razi e o Lê, por exemplo, ou mesmo você e o Dehdo, o Bê e o Glauber, o Vilser e o Robson, gente que tem relacionamentos saudáveis, duradouros, frutíferos...
- E você não quer que eu fique solteiro como você, ou quer?
- Não! Deus-o-livre! Nunca que tal desejo vai passar na minha cabeça.
- Então... essa "invejinha" que você sentiu... bem, usa ela p'ra mudar.
- Mudar?
- É, crescer, ficar melhor, evoluir...
- Ih, começou a complicar... como se faz isso? Se eu quero ter um namorado, basta a gente desejar que consegue é? E eu tenho esse problema sério aqui... quem quer namorar comigo mora no mínimo a 8h de distância de Natal.
- Tem gente que quer namorar você?
- Ter tem! Mas moram ou no interior do Estado, ou em outro Estado. Aí, é phoda!! "O problema é só a distância".
- Será que não é você que afasta as pessoas daí de sua cidade?
- Ahnn? Como assim?
- Talvez você afaste as pessoas que moram aí em Natal... p'ra se proteger, p'ra evitar se magoar, não que seja algo que você faz conscientemente, mas você se esconde atrás da tela do computador...
- Me escondo de quê?
- De qualquer coisa.
- Hummm...
- Não faz sentido, Foxx?
- Fazer faz! Explicaria muita coisa. E até... bem, pensando assim, eu poderia fazer isso porque quero sair de Natal e eu sei que se encontrasse um grande amor nesta cidade poderia me ver tentado a ficar aqui. E para evitar isso... para evitar eu abrir mão de um sonho por um amor que pode fatalmente acabar... eu estaria fugindo de relacionamentos aqui em Natal.
- Então...
- Mas, Cris... pense comigo...
- Fale...
- Mas se isso tivesse realmente acontecendo eu deveria estar sabotando meus relacionamentos. Mas eu não tenho relacionamentos.
- Não? Você teve algumas tentativas de relacionamento que não deram certo, não foi?
- Foi. Uns dois ou três...
- Dois ou três?
- Deixa eu contar aqui... o hetero que preferiu ficar com a namorada quando eu apertei... o professor de academia que não estava procurando relacionamentos, só sexo... o médico que não tinha tempo para mim... ah, e o bonitinho pegajoso da boate, o Jeff... quatro, número oficial.
- Pegajoso?!
- Triste! Esse eu que fugi dele, admito, mas os outros não não terminaram por minha culpa... eles que não quiseram ficar comigo. Apesar que sim... quando a gente começou a ficar mais sério, eu pensei sim, se isso atrapalharia meu sonho de morar fora de Natal... mas, da minha parte, pelo menos conscientemente, como você mencionou, eu continuei...
- Mas será que você se empenhou como você se empenharia antes? Antes deste teu sonho de morar fora de Natal estar tão próximo?
- Me empenhar? Você diz correr atrás? Ligar? Insistir?
- Sim! Exatamente isso!
- Bem, antes eu realmente faria isso mais... mas sou só eu que deveria correr atrás?
- Não, eles também deveriam, mas tem certeza que eles não fizeram?
- Não sei te dizer...
- Então acho que solucionamos o mistério "Por que o Foxx é mais interessante na net do que pessoalmente"!
- Ei, 'to me sentindo culpado aqui.
- Por que, amigo?
- Ah, Cris, é que um amigo meu veio agora no MSN todo feliz me dizer que 'tá namorando.
- Ahnn?
- É! Sinceramente, não fiquei feliz por ele. Fiquei com inveja.
- Como assim... "com inveja"?
- Eu queria estar namorando também.
- Bem, Foxx, você não deve se sentir culpado. Nunca se sinta culpado pelas coisas que você fez, faz ou pensa. Afinal, é bem melhor ser sincero.
- Mas inveja é uma coisa feia...
- É sim, se for daquele tipo que derruba a outra pessoa. Você ficou lá desejando que ele terminasse o namoro só p'ra você não ser o único solteiro?
- Aff, claro que não, ainda não cheguei a esse nível não.
- Então o que você sentiu foi só a vontade de ser igual a ele...
- É!
- Isso também pode ser chamado de admiração. A gente admira pessoas que tem coisas que a gente gostaria de ter. Você não admira ninguém? Não gostaria de ser igual a ninguém?
- Muitas pessoas! Se for citar só aqui do blog. Admiro o Razi e o Lê, por exemplo, ou mesmo você e o Dehdo, o Bê e o Glauber, o Vilser e o Robson, gente que tem relacionamentos saudáveis, duradouros, frutíferos...
- E você não quer que eu fique solteiro como você, ou quer?
- Não! Deus-o-livre! Nunca que tal desejo vai passar na minha cabeça.
- Então... essa "invejinha" que você sentiu... bem, usa ela p'ra mudar.
- Mudar?
- É, crescer, ficar melhor, evoluir...
- Ih, começou a complicar... como se faz isso? Se eu quero ter um namorado, basta a gente desejar que consegue é? E eu tenho esse problema sério aqui... quem quer namorar comigo mora no mínimo a 8h de distância de Natal.
- Tem gente que quer namorar você?
- Ter tem! Mas moram ou no interior do Estado, ou em outro Estado. Aí, é phoda!! "O problema é só a distância".
- Será que não é você que afasta as pessoas daí de sua cidade?
- Ahnn? Como assim?
- Talvez você afaste as pessoas que moram aí em Natal... p'ra se proteger, p'ra evitar se magoar, não que seja algo que você faz conscientemente, mas você se esconde atrás da tela do computador...
- Me escondo de quê?
- De qualquer coisa.
- Hummm...
- Não faz sentido, Foxx?
- Fazer faz! Explicaria muita coisa. E até... bem, pensando assim, eu poderia fazer isso porque quero sair de Natal e eu sei que se encontrasse um grande amor nesta cidade poderia me ver tentado a ficar aqui. E para evitar isso... para evitar eu abrir mão de um sonho por um amor que pode fatalmente acabar... eu estaria fugindo de relacionamentos aqui em Natal.
- Então...
- Mas, Cris... pense comigo...
- Fale...
- Mas se isso tivesse realmente acontecendo eu deveria estar sabotando meus relacionamentos. Mas eu não tenho relacionamentos.
- Não? Você teve algumas tentativas de relacionamento que não deram certo, não foi?
- Foi. Uns dois ou três...
- Dois ou três?
- Deixa eu contar aqui... o hetero que preferiu ficar com a namorada quando eu apertei... o professor de academia que não estava procurando relacionamentos, só sexo... o médico que não tinha tempo para mim... ah, e o bonitinho pegajoso da boate, o Jeff... quatro, número oficial.
- Pegajoso?!
- Triste! Esse eu que fugi dele, admito, mas os outros não não terminaram por minha culpa... eles que não quiseram ficar comigo. Apesar que sim... quando a gente começou a ficar mais sério, eu pensei sim, se isso atrapalharia meu sonho de morar fora de Natal... mas, da minha parte, pelo menos conscientemente, como você mencionou, eu continuei...
- Mas será que você se empenhou como você se empenharia antes? Antes deste teu sonho de morar fora de Natal estar tão próximo?
- Me empenhar? Você diz correr atrás? Ligar? Insistir?
- Sim! Exatamente isso!
- Bem, antes eu realmente faria isso mais... mas sou só eu que deveria correr atrás?
- Não, eles também deveriam, mas tem certeza que eles não fizeram?
- Não sei te dizer...
- Então acho que solucionamos o mistério "Por que o Foxx é mais interessante na net do que pessoalmente"!
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
PASSADO: Façam O Que Eu Digo E Não O Que Eu Faço
Diante da confusão que meu ultimo post causou. Além dos comentários, algumas postagens sobre minhas postagens como o Razi e o Mike, então resolvi fazer uma tréplica e me explicar. Até para limpar minha reputação e minha consciência. E, também, o que me fez notar é a responsabilidade com as mentes impressionáveis que lêem meu blog. Aquelas de 8 ou de 80 anos que ainda estão aprendendo a viver neste mundo. É, minha formação de professor também me cobrou o exemplo, como meu título faz perceber.
Primeiro, não pretendo me desculpar, não há desculpa para o que eu fiz. E sei muito bem que eu fiz algo errado, afinal já estive neste lugar. No lugar do amigo traído. Mas também não pretendo achar justificativas para o que eu fiz, apesar que o tom de vitória do meu post ser por causa de Beto, e não por causa do menino, afinal eu não estou tão mal de auto-estima para ficar cantando vitória só porque dei uns beijinhos em um menino dentro do banheiro. Mas se vocês não notaram, eu estava bêbado, completamente, e como vocês e os romanos antigos sabem "quando o vinho entra, a verdade sai", e fiquei feliz porque mesmo bêbado eu preferi ficar com o Nilson do que me humilhar aos pés de Beto como ocorreu no carnaval, o Sunshine que o diga. Pois bem, deixem-me contar estórias, afinal é para isso que estou aqui.
Lipe e Presuntinho
Eu conheci Presuntinho numa festa na faculdade. Centro de Convivência no campus da UFRN, numa meia luz, SeuZé tocando, chovia de leve lá fora, eu o vi magrinho, de mochila e all star no pé. Ficamos nos encarando. Sorrisos. Até que ele foi ao banheiro. Eu o segui. Ele apenas sorriu para mim no banheiro, eu o empurrei - literalmente - para o reservado e o beijei. Ele dizia que eu era louco, mas também me beijava, apertava meus braços, e eu a sua bunda pequena. Esquecemos o tempo, e percebemos apenas que ficamos horas quando o amigo dele vem chamá-lo. "Tá tudo bem contigo ai?". Ele respondeu que sim, eu fiquei em silêncio. Beijamo-nos mais uma vez e ele correu para junto dos amigos. Quando saí, encontrei com Lipe, e acabamos por conhecer os amigos de Presuntinho, e nos tornamos amigos. Eu e ele, ensaiando um namoro, ele e Lipe apenas amigos. Todo dia conversávamos ao telefone. Sempre nos encontrávamos. Mas o que eu não sabia é que Lipe também conversava com ele e eles sempre se encontravam, na casa de Presuntinho, sozinhos. Só descobri que eles estavam ficando quando Presuntinho deixou escapar que estava apaixonado, logo após eles terem feito sexo - coisa que comigo ele fazia pose de virgem - e aí eu pulei fora, porque não iria terminar uma amizade por causa de um macho que ao fim não me respeitou em nada.
Juan e Alê
Conheci Juan pela internet. Muitos papos no MSN, e ele era louco para ir a uma rave, pois nunca tinha ido. Na primeira que apareceu, no Seaway Shopping, eu o chamei para ir. Lá nos conhecemos e lá começamos a namorar. Juan era lindo. Magro, mas definido (meu tipo: adoro aqueles magros que quando você tira a roupa ele tem tudo no lugar, e cá entre nós, exatamente como o Sunshine e o Just), moreno e de olhos amendoados. Se eu fiquei babando por ele, todos os meus amigos também ficaram. Rogério e Lipe não deixaram de comentar isso lá mesmo, mas Alê foi mais sórdido. Pegou telefone, pegou MSN, e atacou. Mas, nenhum dos dois foi muito inteligente, no dia seguinte eles marcaram de sair e ficaram, porém eu cheguei e os peguei em flagrante. Juan implorou perdão. Chorava na parada de ônibus implorando que eu o perdoasse. As pessoas viam a cena. Já o Alê estava vermelho, de vergonha e de medo. Eu acabei por perdoar o Juan, e continuamos a namorar, e eu o traí no dia seguinte, mas isso fica para outro post. Porém Alê continuou. Continuou a cercar Juan, começou a freqüentar a casa dele e eu comecei a notar o que estava acontecendo e desencanei: "se ele quer cachorrada, cachorrada que vai ter". Mas eu ainda era o namorado. Juan inclusive começou a admitir que ficava com o Alê, mas eu era a "matriz" e Alê apenas uma "filial". Bem, como eu realmente não tenho problema com exclusividade, prefiro mil vezes a prioridade, então se encaixava com aquilo que eu estava disposto a viver naquele momento. Até que um dia, bêbado, Alê entrou no MSN e falou que estava perdidamente apaixonado por Juan e que iria fazê-lo se apaixonar por ele, lembro como se tivesse acontecido ontem a resposta que dei ao Alê: "Não faça isso, o Juan não gosta de ninguém". Mas ele estava categórico. Desisti então do Juan, e abri caminho para o Alê, eu não queria ser responsável pela infelicidade de um amigo. Terminei o namoro e quando Juan soube disso deixou de falar comigo, até hoje.
Estes casos não me dão o direito de fazer o que fiz com o Fê, claro que não. Estes casos demonstram que eu sei o que estar na pele do Fê e por isso eu sei o quão errada foi a minha ação. Desculpe os que se decepcionaram, mas só lembrem: o Foxxzinho aqui é só humano.
Primeiro, não pretendo me desculpar, não há desculpa para o que eu fiz. E sei muito bem que eu fiz algo errado, afinal já estive neste lugar. No lugar do amigo traído. Mas também não pretendo achar justificativas para o que eu fiz, apesar que o tom de vitória do meu post ser por causa de Beto, e não por causa do menino, afinal eu não estou tão mal de auto-estima para ficar cantando vitória só porque dei uns beijinhos em um menino dentro do banheiro. Mas se vocês não notaram, eu estava bêbado, completamente, e como vocês e os romanos antigos sabem "quando o vinho entra, a verdade sai", e fiquei feliz porque mesmo bêbado eu preferi ficar com o Nilson do que me humilhar aos pés de Beto como ocorreu no carnaval, o Sunshine que o diga. Pois bem, deixem-me contar estórias, afinal é para isso que estou aqui.
Lipe e Presuntinho
Eu conheci Presuntinho numa festa na faculdade. Centro de Convivência no campus da UFRN, numa meia luz, SeuZé tocando, chovia de leve lá fora, eu o vi magrinho, de mochila e all star no pé. Ficamos nos encarando. Sorrisos. Até que ele foi ao banheiro. Eu o segui. Ele apenas sorriu para mim no banheiro, eu o empurrei - literalmente - para o reservado e o beijei. Ele dizia que eu era louco, mas também me beijava, apertava meus braços, e eu a sua bunda pequena. Esquecemos o tempo, e percebemos apenas que ficamos horas quando o amigo dele vem chamá-lo. "Tá tudo bem contigo ai?". Ele respondeu que sim, eu fiquei em silêncio. Beijamo-nos mais uma vez e ele correu para junto dos amigos. Quando saí, encontrei com Lipe, e acabamos por conhecer os amigos de Presuntinho, e nos tornamos amigos. Eu e ele, ensaiando um namoro, ele e Lipe apenas amigos. Todo dia conversávamos ao telefone. Sempre nos encontrávamos. Mas o que eu não sabia é que Lipe também conversava com ele e eles sempre se encontravam, na casa de Presuntinho, sozinhos. Só descobri que eles estavam ficando quando Presuntinho deixou escapar que estava apaixonado, logo após eles terem feito sexo - coisa que comigo ele fazia pose de virgem - e aí eu pulei fora, porque não iria terminar uma amizade por causa de um macho que ao fim não me respeitou em nada.
Juan e Alê
Conheci Juan pela internet. Muitos papos no MSN, e ele era louco para ir a uma rave, pois nunca tinha ido. Na primeira que apareceu, no Seaway Shopping, eu o chamei para ir. Lá nos conhecemos e lá começamos a namorar. Juan era lindo. Magro, mas definido (meu tipo: adoro aqueles magros que quando você tira a roupa ele tem tudo no lugar, e cá entre nós, exatamente como o Sunshine e o Just), moreno e de olhos amendoados. Se eu fiquei babando por ele, todos os meus amigos também ficaram. Rogério e Lipe não deixaram de comentar isso lá mesmo, mas Alê foi mais sórdido. Pegou telefone, pegou MSN, e atacou. Mas, nenhum dos dois foi muito inteligente, no dia seguinte eles marcaram de sair e ficaram, porém eu cheguei e os peguei em flagrante. Juan implorou perdão. Chorava na parada de ônibus implorando que eu o perdoasse. As pessoas viam a cena. Já o Alê estava vermelho, de vergonha e de medo. Eu acabei por perdoar o Juan, e continuamos a namorar, e eu o traí no dia seguinte, mas isso fica para outro post. Porém Alê continuou. Continuou a cercar Juan, começou a freqüentar a casa dele e eu comecei a notar o que estava acontecendo e desencanei: "se ele quer cachorrada, cachorrada que vai ter". Mas eu ainda era o namorado. Juan inclusive começou a admitir que ficava com o Alê, mas eu era a "matriz" e Alê apenas uma "filial". Bem, como eu realmente não tenho problema com exclusividade, prefiro mil vezes a prioridade, então se encaixava com aquilo que eu estava disposto a viver naquele momento. Até que um dia, bêbado, Alê entrou no MSN e falou que estava perdidamente apaixonado por Juan e que iria fazê-lo se apaixonar por ele, lembro como se tivesse acontecido ontem a resposta que dei ao Alê: "Não faça isso, o Juan não gosta de ninguém". Mas ele estava categórico. Desisti então do Juan, e abri caminho para o Alê, eu não queria ser responsável pela infelicidade de um amigo. Terminei o namoro e quando Juan soube disso deixou de falar comigo, até hoje.
Estes casos não me dão o direito de fazer o que fiz com o Fê, claro que não. Estes casos demonstram que eu sei o que estar na pele do Fê e por isso eu sei o quão errada foi a minha ação. Desculpe os que se decepcionaram, mas só lembrem: o Foxxzinho aqui é só humano.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
PRESENTE: Quebixéssa?
10:27. Los Hermanos me despertam. Mensagem no celular. "Venha agora para a pousada Caicó em frente a rodoviária". Fê. Eu sei o que é. Beto está lá. Já sei que há dias que Beto está em Natal. E estava fugindo dele. Eu estava com medo. Medo de encontrá-lo. Medo de minha reação ao encontrá-lo. Medo de sentir algo ainda ao encontrá-lo. Mas, naquele domingo de céu claro e vento fresco, resolvi arriscar.
Fui. Com o coração na garganta e as mãos suando. Fui. Subi ao quarto 303 e foi Fê quem me abriu a porta sorrindo. Em seguida, só em seguida, que vi Beto. E, sinceramente, eu só pude pensar: "Quebixéssa?". Como eu pude namorar aquele menino? Achei-o feio, magrelo, bichinha, menina-quase-mulher. Como eu pude o namorar? Não há mais Beto em minha vida, descobri, percebi que ele não me abala enquanto secávamos um litro de martini e um de vodca. Enquanto fumávamos, cigarros e maconha. Enquanto eu me encantava pelo Nilson (que pernas perfeitas, voz macia, músculos no lugar, olhos verdes, costas definidas, sorriso lindo, inteligência) que só tinha o maldito defeito de ser namorado do Fê.
Só que Nilson fazia questão de conversar comigo. Fazia questão de me acompanhar quando eu ía buscar gelo. Fazia questão de me acompanhar quando fui comprar cigarros e bebida. Arranjava desculpas para ficarmos a sós. E eu não sou de ferro (e estou na secura, também). Então, ataquei. E ele parou. Olhou-me nos olhos por segundos, se aproximando lentamente. "Não acredito", pensei. Mas, ele antes de me beijar, recuperou a razão. "Eu quero, mas não posso fazer isso com o Fê". Eu, inteligente e ator como sou, disse que era tudo culpa minha, pedi mil desculpas e fiz cara de arrependido. Mas agora eu sabia que ele também queria.
E, sabendo disso, os flertes ficaram mais incisivos. Toques, olhares, cafunés, ele sorria, eu também, sorrisos só nossos, conversávamos, descobrimos afinidades, descobrimos intimidades. Ele, ator. Eu, atuando. Nisso, Beto decide que quer ir ao Feitiço, e como sou a única companhia disponível, ele resolve que vai pagar a minha entrada e Nilson decide que também vai. E como Fê não podia ir, ele me passa a tarefa de cuidar de Nilson para ele. Nilson rir e eu brinco: "Pois vou ficar andando com ele de mão dada pra todo mundo pensar que ele é meu namorado". Fê ri. Nilson entende.
E fomos para o Feitiço. Lá ficamos abraçados, mãos dadas, carinhos, cuidados, sem beijos, não na frente das pessoas, no banheiro, sozinhos, ele não resistiu. Beijou-me com desejo e com mãos, com sofreguidão, com toque, pressão. Um beijo bom. Um. Dois. Três.
E notaram? Cadê Beto?
Fui. Com o coração na garganta e as mãos suando. Fui. Subi ao quarto 303 e foi Fê quem me abriu a porta sorrindo. Em seguida, só em seguida, que vi Beto. E, sinceramente, eu só pude pensar: "Quebixéssa?". Como eu pude namorar aquele menino? Achei-o feio, magrelo, bichinha, menina-quase-mulher. Como eu pude o namorar? Não há mais Beto em minha vida, descobri, percebi que ele não me abala enquanto secávamos um litro de martini e um de vodca. Enquanto fumávamos, cigarros e maconha. Enquanto eu me encantava pelo Nilson (que pernas perfeitas, voz macia, músculos no lugar, olhos verdes, costas definidas, sorriso lindo, inteligência) que só tinha o maldito defeito de ser namorado do Fê.
Só que Nilson fazia questão de conversar comigo. Fazia questão de me acompanhar quando eu ía buscar gelo. Fazia questão de me acompanhar quando fui comprar cigarros e bebida. Arranjava desculpas para ficarmos a sós. E eu não sou de ferro (e estou na secura, também). Então, ataquei. E ele parou. Olhou-me nos olhos por segundos, se aproximando lentamente. "Não acredito", pensei. Mas, ele antes de me beijar, recuperou a razão. "Eu quero, mas não posso fazer isso com o Fê". Eu, inteligente e ator como sou, disse que era tudo culpa minha, pedi mil desculpas e fiz cara de arrependido. Mas agora eu sabia que ele também queria.
E, sabendo disso, os flertes ficaram mais incisivos. Toques, olhares, cafunés, ele sorria, eu também, sorrisos só nossos, conversávamos, descobrimos afinidades, descobrimos intimidades. Ele, ator. Eu, atuando. Nisso, Beto decide que quer ir ao Feitiço, e como sou a única companhia disponível, ele resolve que vai pagar a minha entrada e Nilson decide que também vai. E como Fê não podia ir, ele me passa a tarefa de cuidar de Nilson para ele. Nilson rir e eu brinco: "Pois vou ficar andando com ele de mão dada pra todo mundo pensar que ele é meu namorado". Fê ri. Nilson entende.
E fomos para o Feitiço. Lá ficamos abraçados, mãos dadas, carinhos, cuidados, sem beijos, não na frente das pessoas, no banheiro, sozinhos, ele não resistiu. Beijou-me com desejo e com mãos, com sofreguidão, com toque, pressão. Um beijo bom. Um. Dois. Três.
E notaram? Cadê Beto?
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
PASSADO: Meus Cafuçus ou Você Já Recebeu Uma Cantada Assim?
dicionário
Comecemos explicando o que é um cafuçu nas terras em que vivo. Cafuçu, ou KF, como aprendi em Caicó, é normalmente um menino pobre - apesar que conheci uns nem tão pobres assim - que se aproveita de seus atributos físicos para conseguir favores de outros homens. Que tipo de favores? Financeiros sobretudo. Ele pede, e oferece seu corpo em troca. A diferença de um garoto de programa, no entanto, é que o garoto de programa vê isso como uma profissão, enquanto o cafuçu não recebe por um trabalho, é uma ajuda, e também uma desculpa para ele poder realizar o desejo que ele está sentindo. Ele assim pode externar seu desejo por homens sem sentir-se culpado ou assumir uma homossexualidade.
mário
Mário era amigo de um vizinho meu, o Diogo. Lindo, magrinho, uma barriga estreita e bem definida, olhos verdes e cabelo loirinho cacheado. Mário comia um viado. Nas palavras dele. Mario chegava na casa de Diogo, em frente a minha casa, sempre de carro, com notas de cinquenta reais na carteira, e garrafas de rum e wisky dentro do carro (foi com estas garrafas que aprendi a beber). Mário pegava a gente no carro "do viado", levava a gente para as vaquejadas (sim, eu fui de forró, vaquejada e mulher, um dia na minha vida), onde ficava com as meninas, e às vezes me secava e um dia quase rolou, mas no fim voltava para a casa "do viado". Todos sabiam. Ninguém ligava. Mário se gabava. A mãe de Diogo dizia: "Deixe dessa vida, menino". E Mário ria. Feliz. E com notas de cinquenta reais na carteira.
livraria
Eu amo livros. Adoro. E sempre que posso, visito livrarias. Passei em direção a A.S. e ele estava parado em frente a Yellow Vídeo. Moreno, de olhos negros, pele queimada pelo sol. Passo direto. Olho-o de relance, só checando. E quando noto, ele está me seguindo. Eu entro na livraria e me surpreendo quando ele entra também. Vou a estante que me interessa. História. Olhos os livros. Títulos, autores. Ele faz o mesmo do outro lado. Usa uma regata justa, azul. Bermuda e tênis. Ele não me olha. Não, em nenhum instante que eu o olhava. Abaixo-me e sento num banquinho para ver os livros que estão mais perto do chão. Quando me ergo, ele está do outro lado da estante. Ele sorri. Eu também. Ele pergunta meu nome. Falo. Ele pergunta de novo sem entender. Eu sorrio. "É um nome russo". Ele sorri, pergunta sobre mim, onde moro, com que trabalho, eu demoro a responder, ele insiste, eu assustado e envergonhado de ser abordado assim, na rua, numa livraria que frequento sempre. Ele parece tão tranquilo.
Continua a conversar, perguntar os livros que gosto, que tipo de livro, ele fala que lê pouco, que deveria ler mais. "É um hábito muito saudável". Eu desarmo. Ele nota. "E aí? Rola quanto?". Eu peço que ele repita porque não entendi. Ele repete, tranquilamente, eu pego o livro, Portões de Fogo de Steven Pressfield, saco a carteira, declino-lhe a oferta e pago o livro no caixa. Saindo. Ainda olho para trás uma vez. E o vejo sair sem entender o que acontecera da porta da livraria. Sem nenhum livro.
aquário
A paixão por livros só se compara a minha paixão por quadrinhos. Entro no Via Direta, um outlet shopping, e caminho despreocupado em direção a banca de revistas que fica nos fundos do shopping, e na ultima via, a distância já observo um moreno lindo. Malhado. O tríceps força a manga da camiseta justa. O cabelo no ombro, negro, emuldurando um queixo quadrado, ele joga para os lados, a bermuda de surfista permite observar coxas grossas e uma bunda empinada, e ele olha para mim. Sem vergonha, me encara, mas passo direto, deve ser ilusão minha, "aonde que um homem lindo deste vai olhar pra mim", olho para trás, "mas ele continua olhando, ai meu deus!!". Vou a banca, compro as revistas. Na volta, sem pressa, paro e fico observando os peixinhos na loja de aquários ali próximo, e quando percebo o mesmo moreno me observa de longe. Ele se aproxima. Aproxima-se e abre um belo sorriso. Eu sorrio também. Ele fala dos peixes, diz que são bonitos, comento que são caros, ele pergunta se tenho um aquário e confirmo. Conto do aquário gigante que meu pai mandou fazer. Ele pergunta sobre o trabalho de cuidar de um aquário, aponto a ele o equipamento necessário e que facilita a lida com os frágeis animais. Ele sorri. Diz que vai comprar um. E olhando nos meus olhos pergunta: "Quanto você tá disposto a pagar?". Eu entendo. Mas me finjo de louco e falo que eu não pagaria muito caro por um aquário. "Não, pra mim!". Eu não consigo não conter a gargalhada. "É óbvio que ele ia me cobrar, eu sabia, porque por algum segundo pensei que não?". Bato no peito dele, sem violência, um tapinha camarada. "Foi mal aew, boy, não tô interessado".
segurança
Mesmo shopping. Via Direta. Ia encontrar alguns amigos para irmos a Ponta Negra. Marquei lá para poder tirar dinheiro na Caixa Economica. Vou ao Caixa, aproveito para dar uma passada no banheiro, cruzo com um homem, na faixa dos 30, 40 anos, loiro, olhos verdes, braços grossos, peitoral trabalhado, barriga de chopp, ele me olha com tesão acumulado. Ele tem o rosto vermelho como Dionísio. Bêbado. Volto em direçao ao caixa eletrônico e ele me aborda. Peço licença. Papo de bêbado não é comigo. Vou ao banco. Ele me reencontra. Saindo do banco ele me aborda de novo. Tento sair. Ele me segura pelo braço, firmemente, não o bastante para me machucar e fala: "Eu tenho o que você quer". Eu nem consigo rir de tanta habilidade com as palavras. Peço-o que me solte. Ele não me ouve. Apenas diz que eu posso conseguir o que quero por cinquenta reais. "Nem por cinco, quanto mais cinquenta". Ele se irrita. O segurança passa por perto e eu peço ajuda. "Não o conheço e ele não me deixa em paz". O segurança o leva dali, mais educadamente do que deveria.
ticket
Vinha da balada. Noite em Ponta Negra com Michel no Gringo's. Céu claro convidava a uma caminhada até em casa (até para sair um pouco do alcool). Duas da manhã. Rua repleta de bares, eu caminho por entre eles sem medo. Até que um menininho, de boné, lábios bem desenhados, camisa social e bermuda bem baixa começa a me acompanhar. E puxa assunto. Pergunta onde moro. "Logo ali". Fala sobre ele. Pergunto a idade. 15. Fala onde estuda. "Eu já trabalhei lá". Ele sorri e reclama que é uma pena eu não ter sido professor dele. Belo galanteio para um menino tão novinho. "Moro nesta rua". Ele para e pergunta se estou só em casa e falo que não. Ele diz que queria ficar comigo, mas apenas se eu tivesse algum dinheiro. "Cinquenta?". Começo a rir e falo que eu tava chegando de um bar, não tinha mais dinheiro. "Dez?". Reafirmo. Ainda abro a carteira para ele ver. "Cinco?". Eu peço desculpas, achando estranho a insistência. "Um?". Continua a negar. "Cinquenta centavos, ou um vale?". Meu queixo caiu. Eu tinha vale transporte na carteira. Puxei dois. E entreguei a ele. Ele sorriu satisfeito, foi para uma parte mais escura da rua e já começava a tirar a bermuda, quando bati no ombro dele e falei: "Vá para sua casa que é o melhor que você faz". E continuei meu caminho. Ainda o vi se masturbando ferozmente enquanto eu me afastava, mas continuei meu caminho.
cerveja
Primeira vez de Joshi numa boate gls. Ele animado. Poucas vezes tinha ficado com meninos. Muito menos com aquele liberdade de paquera. Um negão bahiano se aproxima do nosso grupo. Conversa. Todo animado. Dança. Mistura-se. Ele joga charme para todo o lado. O grupo formado por mim, Joshy, Trancer, hetero, e Thiago, curioso. Eu vacinado, com Thiago me cercando, não dei bola para o bahiano; mas Joshy inocente ia caindo nas garras. Eu observava de longe. Mas não imaginava que chegaria a este nível. "Me dá minha comanda?". Retiro a comanda que tá no meu bolso. Joshy some. Daqui a pouco, ele retorna sem nada na mão. "Valha, comprou o que?". E ele aponta a cerveja na mão do bahiano. Todo mundo se revolta. "Tá loco, bic?". E eu me prontifico para dar um jeito na situação. Aproximo-me do bahiano, ele tão seguro de si não percebe que eu não cai no charme dele, pego a cerveja da mão dele como quem vai tomar um golinho, engulo metade o líquido amargo e gelado, e "sem querer" deixo a cerveja cair aos nossos pés. "Desculpa?". Ele sorri charmoso, não poderia deixar se abalar, fora que tinha certeza que conseguiria outra. "Mas não nossa, querido".
show
Juh era lindo. Olhos apertadinhos e negros. Um tom índio de pele. Topetinho. Conversa boa. Inteligente. Irônico. Brincava e ria. Um cavalheiro também. Primeiros encontros dividia a conta. Fingia-se de desinteressado. Comecei a me derreter, a desejar, a gostar daquele menino que parecia tão interessante. Interessante, carinhoso e preocupado comigo. Chegava a ser ciumento. Era bom sentir alguém tendo ciúme de mim. Mas aos poucos, Juh começava a ter vergonha de admitir que não tinha dinheiro daquela vez. "Normal, somos amigos, pago desta vez, depois você me paga". E na segunda. E na terceira. Até que saio com meus amigos para o pagode do Feitiço, e ele me liga - ou melhor dá um toque para que eu retorne, como já havia se tornado hábito para ele - perguntando onde estou, não falo que é uma boate gls, afinal ele é ciumento, então ele vem de novo com aquele mesmo papo de quando ele não tem dinheiro para pagar o consumo e pede para que eu compre ingressos para um show para ele. Para ele ir com os amigos dele. Chocado não consigo responder nada, quer dizer, apenas isso: "Não sei, preciso ver, te dou a resposta depois". Ele diz que tudo bem. E desliga. E eu fecho o celular e desando a chorar. Afinal é sempre assim.
motel
Minha mãe me pediu que eu fosse à Cidade comprar umas coisas pra ela. Obediente acabei indo. E assim que cheguei lá, desci na parada mais distante – por acaso – e quando ia para a Americanas percebi um lindo homem atrás de mim. Era um moreno, com uns 1,75 de altura, olhos verdes e um corpo atlético. Continuei meu caminho, olhando de vez em quando para ele, mas sem nenhuma outra intenção. Reparei na roupa que ele usava: um abadá e uma bermuda surf wear. E me assustei quando percebi que ele estava se aproximando de mim e que pretendia falar comigo. Porém, quando ele chegou ao meu lado, eu cruzei com um primo meu e sua esposa. Parei para falar com eles. Trocamos notícias. E enquanto eles falavam, eu via o garoto se afastar. Com isso, desisti de algo que nem tinha acontecido. Mas como meu primo logo me dispensou, dizendo estar atrasado, eu pensei que poderia alcançá-lo. E pelo menos poder observar por mais tempo aquela divindade. E continuei andando. Como ele tinha passado por mim, e eu não fiquei muito tempo falando com meu primo, eu passei a ficar a uma pequena distância e assim pude admirar a bundinha dele. Linda. Redondinha. Gostosa! E me admirei quando vi que o garoto estava retardando o passo ao me ver se aproximar. Ele virou pra mim e apresentou-se: - Douglas! Ele era lindo. Uma voz macia. Um olhar profundo. E enquanto eu ia a loja, ele me acompanhou. Já que ele ia para a Ribeira. Ao chegarmos eu achei que ele ia continuar o caminho dele. Mas ele parou. Me esperou comprar o que eu tinha que comprar, conversando umas bobagens, rindo de algumas coisas, e me contou que morava há pouco tempo em Natal, vinha de Campina Grande, aí reconheci que o abada dele era da micaroa de Campina Grande. E que tinha vindo morar com o irmão, com quem ele ia almoçar. Depois, terminado o que eu tinha que fazer, ele notando que eu me preparava perguntou se não havia um lugar onde poderíamos ficar mais a vontade. Surpreso, disse não conhecer. Ele então revelou que haviam alguns hotéis baratinhos - leia-se chechelentos - na Ribeira que poderíamos ficar. "Só não sei quanto é". Falei que não tinha dinheiro ali. E ele soltou a pérola que eu nunca esqueci: "E você pretende sair com um cara sem dinheiro?". Engoli essa a seco, e acabei decidindo ver onde aquilo ia dar. Falei-lhe que poderia ir ao banco, enquanto ele ia ao hotel descobrir quanto seria a diária. Fui, tirei o dinheiro, reencontrei-o no lugar que marcamos, e fomos ao hotel. Quarto sujo. Paredes mofadas. Chão de xadrez. Ele me beijou. Beijava bem e delicadamente. Começou a tirar minha roupa, acreditando que me comeria ali fácil. Mas avisei-lhe que não. Virei-o de quatro. Mordi-lhe a bunda. Lambi-o e o penetrei com força por uns bons vinte minutos, de quatro, em pé, frango-assado e gozei com ele cavalgando e gozando junto, animado.
Comecemos explicando o que é um cafuçu nas terras em que vivo. Cafuçu, ou KF, como aprendi em Caicó, é normalmente um menino pobre - apesar que conheci uns nem tão pobres assim - que se aproveita de seus atributos físicos para conseguir favores de outros homens. Que tipo de favores? Financeiros sobretudo. Ele pede, e oferece seu corpo em troca. A diferença de um garoto de programa, no entanto, é que o garoto de programa vê isso como uma profissão, enquanto o cafuçu não recebe por um trabalho, é uma ajuda, e também uma desculpa para ele poder realizar o desejo que ele está sentindo. Ele assim pode externar seu desejo por homens sem sentir-se culpado ou assumir uma homossexualidade.
mário
Mário era amigo de um vizinho meu, o Diogo. Lindo, magrinho, uma barriga estreita e bem definida, olhos verdes e cabelo loirinho cacheado. Mário comia um viado. Nas palavras dele. Mario chegava na casa de Diogo, em frente a minha casa, sempre de carro, com notas de cinquenta reais na carteira, e garrafas de rum e wisky dentro do carro (foi com estas garrafas que aprendi a beber). Mário pegava a gente no carro "do viado", levava a gente para as vaquejadas (sim, eu fui de forró, vaquejada e mulher, um dia na minha vida), onde ficava com as meninas, e às vezes me secava e um dia quase rolou, mas no fim voltava para a casa "do viado". Todos sabiam. Ninguém ligava. Mário se gabava. A mãe de Diogo dizia: "Deixe dessa vida, menino". E Mário ria. Feliz. E com notas de cinquenta reais na carteira.
livraria
Eu amo livros. Adoro. E sempre que posso, visito livrarias. Passei em direção a A.S. e ele estava parado em frente a Yellow Vídeo. Moreno, de olhos negros, pele queimada pelo sol. Passo direto. Olho-o de relance, só checando. E quando noto, ele está me seguindo. Eu entro na livraria e me surpreendo quando ele entra também. Vou a estante que me interessa. História. Olhos os livros. Títulos, autores. Ele faz o mesmo do outro lado. Usa uma regata justa, azul. Bermuda e tênis. Ele não me olha. Não, em nenhum instante que eu o olhava. Abaixo-me e sento num banquinho para ver os livros que estão mais perto do chão. Quando me ergo, ele está do outro lado da estante. Ele sorri. Eu também. Ele pergunta meu nome. Falo. Ele pergunta de novo sem entender. Eu sorrio. "É um nome russo". Ele sorri, pergunta sobre mim, onde moro, com que trabalho, eu demoro a responder, ele insiste, eu assustado e envergonhado de ser abordado assim, na rua, numa livraria que frequento sempre. Ele parece tão tranquilo.
Continua a conversar, perguntar os livros que gosto, que tipo de livro, ele fala que lê pouco, que deveria ler mais. "É um hábito muito saudável". Eu desarmo. Ele nota. "E aí? Rola quanto?". Eu peço que ele repita porque não entendi. Ele repete, tranquilamente, eu pego o livro, Portões de Fogo de Steven Pressfield, saco a carteira, declino-lhe a oferta e pago o livro no caixa. Saindo. Ainda olho para trás uma vez. E o vejo sair sem entender o que acontecera da porta da livraria. Sem nenhum livro.
aquário
A paixão por livros só se compara a minha paixão por quadrinhos. Entro no Via Direta, um outlet shopping, e caminho despreocupado em direção a banca de revistas que fica nos fundos do shopping, e na ultima via, a distância já observo um moreno lindo. Malhado. O tríceps força a manga da camiseta justa. O cabelo no ombro, negro, emuldurando um queixo quadrado, ele joga para os lados, a bermuda de surfista permite observar coxas grossas e uma bunda empinada, e ele olha para mim. Sem vergonha, me encara, mas passo direto, deve ser ilusão minha, "aonde que um homem lindo deste vai olhar pra mim", olho para trás, "mas ele continua olhando, ai meu deus!!". Vou a banca, compro as revistas. Na volta, sem pressa, paro e fico observando os peixinhos na loja de aquários ali próximo, e quando percebo o mesmo moreno me observa de longe. Ele se aproxima. Aproxima-se e abre um belo sorriso. Eu sorrio também. Ele fala dos peixes, diz que são bonitos, comento que são caros, ele pergunta se tenho um aquário e confirmo. Conto do aquário gigante que meu pai mandou fazer. Ele pergunta sobre o trabalho de cuidar de um aquário, aponto a ele o equipamento necessário e que facilita a lida com os frágeis animais. Ele sorri. Diz que vai comprar um. E olhando nos meus olhos pergunta: "Quanto você tá disposto a pagar?". Eu entendo. Mas me finjo de louco e falo que eu não pagaria muito caro por um aquário. "Não, pra mim!". Eu não consigo não conter a gargalhada. "É óbvio que ele ia me cobrar, eu sabia, porque por algum segundo pensei que não?". Bato no peito dele, sem violência, um tapinha camarada. "Foi mal aew, boy, não tô interessado".
segurança
Mesmo shopping. Via Direta. Ia encontrar alguns amigos para irmos a Ponta Negra. Marquei lá para poder tirar dinheiro na Caixa Economica. Vou ao Caixa, aproveito para dar uma passada no banheiro, cruzo com um homem, na faixa dos 30, 40 anos, loiro, olhos verdes, braços grossos, peitoral trabalhado, barriga de chopp, ele me olha com tesão acumulado. Ele tem o rosto vermelho como Dionísio. Bêbado. Volto em direçao ao caixa eletrônico e ele me aborda. Peço licença. Papo de bêbado não é comigo. Vou ao banco. Ele me reencontra. Saindo do banco ele me aborda de novo. Tento sair. Ele me segura pelo braço, firmemente, não o bastante para me machucar e fala: "Eu tenho o que você quer". Eu nem consigo rir de tanta habilidade com as palavras. Peço-o que me solte. Ele não me ouve. Apenas diz que eu posso conseguir o que quero por cinquenta reais. "Nem por cinco, quanto mais cinquenta". Ele se irrita. O segurança passa por perto e eu peço ajuda. "Não o conheço e ele não me deixa em paz". O segurança o leva dali, mais educadamente do que deveria.
ticket
Vinha da balada. Noite em Ponta Negra com Michel no Gringo's. Céu claro convidava a uma caminhada até em casa (até para sair um pouco do alcool). Duas da manhã. Rua repleta de bares, eu caminho por entre eles sem medo. Até que um menininho, de boné, lábios bem desenhados, camisa social e bermuda bem baixa começa a me acompanhar. E puxa assunto. Pergunta onde moro. "Logo ali". Fala sobre ele. Pergunto a idade. 15. Fala onde estuda. "Eu já trabalhei lá". Ele sorri e reclama que é uma pena eu não ter sido professor dele. Belo galanteio para um menino tão novinho. "Moro nesta rua". Ele para e pergunta se estou só em casa e falo que não. Ele diz que queria ficar comigo, mas apenas se eu tivesse algum dinheiro. "Cinquenta?". Começo a rir e falo que eu tava chegando de um bar, não tinha mais dinheiro. "Dez?". Reafirmo. Ainda abro a carteira para ele ver. "Cinco?". Eu peço desculpas, achando estranho a insistência. "Um?". Continua a negar. "Cinquenta centavos, ou um vale?". Meu queixo caiu. Eu tinha vale transporte na carteira. Puxei dois. E entreguei a ele. Ele sorriu satisfeito, foi para uma parte mais escura da rua e já começava a tirar a bermuda, quando bati no ombro dele e falei: "Vá para sua casa que é o melhor que você faz". E continuei meu caminho. Ainda o vi se masturbando ferozmente enquanto eu me afastava, mas continuei meu caminho.
cerveja
Primeira vez de Joshi numa boate gls. Ele animado. Poucas vezes tinha ficado com meninos. Muito menos com aquele liberdade de paquera. Um negão bahiano se aproxima do nosso grupo. Conversa. Todo animado. Dança. Mistura-se. Ele joga charme para todo o lado. O grupo formado por mim, Joshy, Trancer, hetero, e Thiago, curioso. Eu vacinado, com Thiago me cercando, não dei bola para o bahiano; mas Joshy inocente ia caindo nas garras. Eu observava de longe. Mas não imaginava que chegaria a este nível. "Me dá minha comanda?". Retiro a comanda que tá no meu bolso. Joshy some. Daqui a pouco, ele retorna sem nada na mão. "Valha, comprou o que?". E ele aponta a cerveja na mão do bahiano. Todo mundo se revolta. "Tá loco, bic?". E eu me prontifico para dar um jeito na situação. Aproximo-me do bahiano, ele tão seguro de si não percebe que eu não cai no charme dele, pego a cerveja da mão dele como quem vai tomar um golinho, engulo metade o líquido amargo e gelado, e "sem querer" deixo a cerveja cair aos nossos pés. "Desculpa?". Ele sorri charmoso, não poderia deixar se abalar, fora que tinha certeza que conseguiria outra. "Mas não nossa, querido".
show
Juh era lindo. Olhos apertadinhos e negros. Um tom índio de pele. Topetinho. Conversa boa. Inteligente. Irônico. Brincava e ria. Um cavalheiro também. Primeiros encontros dividia a conta. Fingia-se de desinteressado. Comecei a me derreter, a desejar, a gostar daquele menino que parecia tão interessante. Interessante, carinhoso e preocupado comigo. Chegava a ser ciumento. Era bom sentir alguém tendo ciúme de mim. Mas aos poucos, Juh começava a ter vergonha de admitir que não tinha dinheiro daquela vez. "Normal, somos amigos, pago desta vez, depois você me paga". E na segunda. E na terceira. Até que saio com meus amigos para o pagode do Feitiço, e ele me liga - ou melhor dá um toque para que eu retorne, como já havia se tornado hábito para ele - perguntando onde estou, não falo que é uma boate gls, afinal ele é ciumento, então ele vem de novo com aquele mesmo papo de quando ele não tem dinheiro para pagar o consumo e pede para que eu compre ingressos para um show para ele. Para ele ir com os amigos dele. Chocado não consigo responder nada, quer dizer, apenas isso: "Não sei, preciso ver, te dou a resposta depois". Ele diz que tudo bem. E desliga. E eu fecho o celular e desando a chorar. Afinal é sempre assim.
motel
Minha mãe me pediu que eu fosse à Cidade comprar umas coisas pra ela. Obediente acabei indo. E assim que cheguei lá, desci na parada mais distante – por acaso – e quando ia para a Americanas percebi um lindo homem atrás de mim. Era um moreno, com uns 1,75 de altura, olhos verdes e um corpo atlético. Continuei meu caminho, olhando de vez em quando para ele, mas sem nenhuma outra intenção. Reparei na roupa que ele usava: um abadá e uma bermuda surf wear. E me assustei quando percebi que ele estava se aproximando de mim e que pretendia falar comigo. Porém, quando ele chegou ao meu lado, eu cruzei com um primo meu e sua esposa. Parei para falar com eles. Trocamos notícias. E enquanto eles falavam, eu via o garoto se afastar. Com isso, desisti de algo que nem tinha acontecido. Mas como meu primo logo me dispensou, dizendo estar atrasado, eu pensei que poderia alcançá-lo. E pelo menos poder observar por mais tempo aquela divindade. E continuei andando. Como ele tinha passado por mim, e eu não fiquei muito tempo falando com meu primo, eu passei a ficar a uma pequena distância e assim pude admirar a bundinha dele. Linda. Redondinha. Gostosa! E me admirei quando vi que o garoto estava retardando o passo ao me ver se aproximar. Ele virou pra mim e apresentou-se: - Douglas! Ele era lindo. Uma voz macia. Um olhar profundo. E enquanto eu ia a loja, ele me acompanhou. Já que ele ia para a Ribeira. Ao chegarmos eu achei que ele ia continuar o caminho dele. Mas ele parou. Me esperou comprar o que eu tinha que comprar, conversando umas bobagens, rindo de algumas coisas, e me contou que morava há pouco tempo em Natal, vinha de Campina Grande, aí reconheci que o abada dele era da micaroa de Campina Grande. E que tinha vindo morar com o irmão, com quem ele ia almoçar. Depois, terminado o que eu tinha que fazer, ele notando que eu me preparava perguntou se não havia um lugar onde poderíamos ficar mais a vontade. Surpreso, disse não conhecer. Ele então revelou que haviam alguns hotéis baratinhos - leia-se chechelentos - na Ribeira que poderíamos ficar. "Só não sei quanto é". Falei que não tinha dinheiro ali. E ele soltou a pérola que eu nunca esqueci: "E você pretende sair com um cara sem dinheiro?". Engoli essa a seco, e acabei decidindo ver onde aquilo ia dar. Falei-lhe que poderia ir ao banco, enquanto ele ia ao hotel descobrir quanto seria a diária. Fui, tirei o dinheiro, reencontrei-o no lugar que marcamos, e fomos ao hotel. Quarto sujo. Paredes mofadas. Chão de xadrez. Ele me beijou. Beijava bem e delicadamente. Começou a tirar minha roupa, acreditando que me comeria ali fácil. Mas avisei-lhe que não. Virei-o de quatro. Mordi-lhe a bunda. Lambi-o e o penetrei com força por uns bons vinte minutos, de quatro, em pé, frango-assado e gozei com ele cavalgando e gozando junto, animado.
sábado, 20 de outubro de 2007
PRESENTE: Sexta, a noite
Uma noite solitária. Saí de casa sob os costumeiros protestos de minha mãe. "Já vai sair?". Vestia uma camiseta vinho rasgada e um all star preto, com uma calça de alfaiataria. Cabelo com pomada holandesa para ficar milimetricamente desarrumado, junto com uma barba cuidadosamente deixada por fazer passam, por causa também do meu maço de Carlton Crema uma rebeldia que não sei se combina com meus 26 anos, ou com meu emprego de professor, ou com meu título de mestre, ou será que sou eu que não combino com nada disso? Será que sou eu que não combino com minha vida?
Planos para a noite: diante da busca infrutífera que durou o dia todo para achar alguma companhia para a Black Nite da Music, decidi ir ao Gringo's, aquele bar grunge que fica em Ponta Negra, a praia mais badalada da cidade. Gosto do ambiente do pub, a luz indireta, o ar underground, dos barthenders que querem te conhecer e da intimidade com o dono do lugar e da tv ligada para ninguém ver.
A noite como eu disse foi solitária. Sentei naquele balcão sozinho. Sentei, pedi uma cerveja e fumei como um desesperado. Faltou-me um livro. Noite e lugar perfeito para ler Paul Austen. Mas não pensei nisso. Conversei com dois caras no balcão sobre a eleição de Hillary Clinton, o sistema educacional brasileiro e pistache, com o dono do bar sobre musica grunge, Mate-me, por favor e que Jefferson canta igualzinho a Renato Russo. "Nem diga isso!". Não posso dizer que não me diverti, mas o assalto no fim da noite, depois que sair do bar, não me fez hoje acordar de bom humor.
Planos para a noite: diante da busca infrutífera que durou o dia todo para achar alguma companhia para a Black Nite da Music, decidi ir ao Gringo's, aquele bar grunge que fica em Ponta Negra, a praia mais badalada da cidade. Gosto do ambiente do pub, a luz indireta, o ar underground, dos barthenders que querem te conhecer e da intimidade com o dono do lugar e da tv ligada para ninguém ver.
A noite como eu disse foi solitária. Sentei naquele balcão sozinho. Sentei, pedi uma cerveja e fumei como um desesperado. Faltou-me um livro. Noite e lugar perfeito para ler Paul Austen. Mas não pensei nisso. Conversei com dois caras no balcão sobre a eleição de Hillary Clinton, o sistema educacional brasileiro e pistache, com o dono do bar sobre musica grunge, Mate-me, por favor e que Jefferson canta igualzinho a Renato Russo. "Nem diga isso!". Não posso dizer que não me diverti, mas o assalto no fim da noite, depois que sair do bar, não me fez hoje acordar de bom humor.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
PASSADO: Amores, Lama, Mármore e Véus
Texto escrito em 24 de abril de 2005. Para comemorar o meu aniversário de um ano de namoro com Beto. Se nós ainda estivessemos juntos. Porque, definitivamente, nosso namoro só funcionou quando estava no plano das idéias de Platão.
Os melhores amores são aqueles que nunca aconteceram. Por quê? Porque foram sonhados, não vividos. Porque nossos sonhos não são feitos para quando estamos acordados. Nossos sonhos pertencem ao encanto da Terra do Nunca. E só são reais lá.
A realidade transforma amores. Amores sonhados sofrem quando se tornam reais. Amores muito sonhados quando vividos se tornam reais demais. Amores sonhados não são feitos para se tornarem reais.
O problema da realidade é que, em nossos sonhos, nossos amores são ídolos de límpida mármore. E no mundo real seus ocultos pés de barro são a primeira coisa que percebemos. O barro então dissolvido por suor e lágrimas escorre, e logo. E nós mesmos, com nossos pés e mãos elameados, manchamos a fria mármore.
Com as manchas, a pureza de nossos sonhos se esvai, mas também as mesmas manchas cobrem a mármore de cor e carne, tal qual o amor de Pigmalião. Nossos ídolos se tornam humanos como nós.
É por isso que amar alguem enquanto sonho é fácil. A mármore só se move até onde o seu escultor deixa. Mas a lama! Esta parece ter vida própria. Escapa por entre os dedos. Não se mantém por muito tempo como a deixamos. Lama! E, ainda por cima, mancha nossos delicados véus, que teimamos em manter limpos.
Os melhores amores são aqueles que nunca aconteceram. Por quê? Porque foram sonhados, não vividos. Porque nossos sonhos não são feitos para quando estamos acordados. Nossos sonhos pertencem ao encanto da Terra do Nunca. E só são reais lá.
A realidade transforma amores. Amores sonhados sofrem quando se tornam reais. Amores muito sonhados quando vividos se tornam reais demais. Amores sonhados não são feitos para se tornarem reais.
O problema da realidade é que, em nossos sonhos, nossos amores são ídolos de límpida mármore. E no mundo real seus ocultos pés de barro são a primeira coisa que percebemos. O barro então dissolvido por suor e lágrimas escorre, e logo. E nós mesmos, com nossos pés e mãos elameados, manchamos a fria mármore.
Com as manchas, a pureza de nossos sonhos se esvai, mas também as mesmas manchas cobrem a mármore de cor e carne, tal qual o amor de Pigmalião. Nossos ídolos se tornam humanos como nós.
É por isso que amar alguem enquanto sonho é fácil. A mármore só se move até onde o seu escultor deixa. Mas a lama! Esta parece ter vida própria. Escapa por entre os dedos. Não se mantém por muito tempo como a deixamos. Lama! E, ainda por cima, mancha nossos delicados véus, que teimamos em manter limpos.
terça-feira, 2 de outubro de 2007
PRESENTE: Dores trágicas e Sorrisos líricos
Perdi o ônibus. É, eu estava na parada, e lendo "Meu reino por um cashmere", quando ergui a cabeça e vi o 76 se afastar. Quando vi aquele ônibus distante, eu sabia que era ele. "Droga, porque fui ler na parada, sempre acontece isso". Mas Ana Cristina Reis, bisneta da autora de "Minha vida de menina", me capturou com seus capítulos que cheiram a postagem de blog. "Espero o próximo?". Impossível! Outro 76 só daqui a trinta, quarenta minutos. São 13:13h, se esperar chego atrasado. Quando o acaso joga comigo assim gosto de pensar que o ônibus que perdi iria quebrar ou que eu encontraria algo/alguém desagradável nele e (os) deus(es) me protege(ram). Gosto de pensar assim. Então me pus a ir a outra parada, onde outros ônibus passariam em menos tempo. Caminho, ouvindo Moptop gritar nos meus fones de ouvido que tudo será sempre igual e o Linkin' Park cantar, entre palmas, gargantas cortadas, vejo meninos com quem gostaria de conversar e um cafunçuzinho encara meus óculos escuros, de aros dourados e lente verde, enquanto penso no que postar. "Meu blog precisa ser atualizado e 'tô sem net em casa". Decidi então republicar um texto. Um daqueles do meu primeiro blog, e que representa bem o que sinto hoje, então, um texto de 02 de abril de 2004, e ainda atual.
* * *
Quem disse que a vida da gente tem que ser perfeita para a gente ser feliz? Não! Não precisa! Minha vida por exemplo não é perfeita. Eu não amo ninguém, por exemplo. Estou me sentindo um tanto só e carente. Eu não tenho um amor para viver. Para sonhar. Para me esquecer.
Mas em compensação eu tenho amigos incríveis. Pessoas que se preocupam comigo, que se entristecem com minhas tristezas e vibram com minhas vitórias. É bom ouvir deles "te adoro". É bom ouvir que ninguém merecia mais do que eu da boca deles. É bom saber que eles vão estar lá pra qualquer coisa.
Porém a vida é de dores e sorrisos andando de mãos dadas. E meu bolso tem doído muito. Tenho um problema de relacionamento com dinheiro raro: ele não gosta de mim! Foge apavoradamente. E isso me estressa e cria problemas na minha casa. Todavia, eu estou numa fase profissional muito boa. Belas vitórias. Derrotas eu nem consigo lembrar. Tenho recebido belas batatas.
É a vida é assim. Estamos sempre entre as dores e os sorrisos, e se você pesá-los eles têm a mesma quantidade. As dores parecem ser mais persistentes, por são mais intensas, dramáticas; o lirismo dos sorrisos são exatamente o oposto. Diáfanos. Nossos sorrisos se desmancham como fumaça no ar. Somem fácil. Marcam pouco.
É, podemos ser felizes sem ter uma vida perfeita. Podemos sustentar sorrisos após dores lancinantes. Podemos esperar melhoras quando as dores nos consomem. Estou feliz hoje. Minhas dores nunca me pareceram tão distantes.
* * *
Quem disse que a vida da gente tem que ser perfeita para a gente ser feliz? Não! Não precisa! Minha vida por exemplo não é perfeita. Eu não amo ninguém, por exemplo. Estou me sentindo um tanto só e carente. Eu não tenho um amor para viver. Para sonhar. Para me esquecer.
Mas em compensação eu tenho amigos incríveis. Pessoas que se preocupam comigo, que se entristecem com minhas tristezas e vibram com minhas vitórias. É bom ouvir deles "te adoro". É bom ouvir que ninguém merecia mais do que eu da boca deles. É bom saber que eles vão estar lá pra qualquer coisa.
Porém a vida é de dores e sorrisos andando de mãos dadas. E meu bolso tem doído muito. Tenho um problema de relacionamento com dinheiro raro: ele não gosta de mim! Foge apavoradamente. E isso me estressa e cria problemas na minha casa. Todavia, eu estou numa fase profissional muito boa. Belas vitórias. Derrotas eu nem consigo lembrar. Tenho recebido belas batatas.
É a vida é assim. Estamos sempre entre as dores e os sorrisos, e se você pesá-los eles têm a mesma quantidade. As dores parecem ser mais persistentes, por são mais intensas, dramáticas; o lirismo dos sorrisos são exatamente o oposto. Diáfanos. Nossos sorrisos se desmancham como fumaça no ar. Somem fácil. Marcam pouco.
É, podemos ser felizes sem ter uma vida perfeita. Podemos sustentar sorrisos após dores lancinantes. Podemos esperar melhoras quando as dores nos consomem. Estou feliz hoje. Minhas dores nunca me pareceram tão distantes.
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
PASSADO: Aí tudo ficou confuso...
Ao contrário do que a maioria das pessoas que passam por esta blogosfera com o qual nos envolvemos, eu não tive um dia em que me descobri gay. Nunca isso aconteceu. E nasci assim. Sempre. Eu era um menino muito delicado, digamos assim, então desde pequeno, muito antes de eu entender o que era ser gay, eu achava que eu era, porque meus pais, irmãos e vizinhos, nunca cansaram de me definir assim. Por quê? Porque eu tinha problemas de formação óssea que me faziam (e fazem ainda) andar de uma forma nada máscula, é um problema físico, chamem de deficiência, mas meus pais - em uma ignorância típica de quem foi criado entre cavalos e casas de farinha - acharam que tratariam isso com psicólogos e não com um bom ortopedista. Hoje, aos 26, é tarde demais. Então, eu era (e sou) chamado de bichinha.
E bem, meus pais tinham certeza. Meus irmãos também. Meus dois irmãos mais velhos tinham vergonha de mim. Não queriam ser vistos comigo e exigiam que meu pai me castigasse porque os vizinhos riam quando eu passava, vindo do colégio (único lugar para onde ía, pois tinha tanta vergonha de sair de casa, afinal eu seria apontado, ririam de mim), e eles ficavam com vergonha. Lembro com todos os detalhes, quando um deles me disse que se eu queria ser gay depois que meu pai morresse, eu estava muito enganado, porque ele não permitiria. Lembro que eu estava no meu quarto, que dividia com meu irmão mais novo, deitado na cama dele, um beliche, lia revistas da Turma da Mônica, ele chegou, apontou-me o dedo e cuspiu aquelas palavras de ácido que ainda corroem minha alma. Naquele dia eu pensei, aos 13 anos, pela primeira vez em suicídio, porque eu achava que era gay, então se meu irmão me proibira como eu poderia viver? Achei, aos 13 anos, o caminho mais fácil, morrer!
Lembro também que meu irmão mais novo disse-me que não queria ser visto comigo na escola, em um dia que eu pacientemente esperei para voltarmos juntos para casa. O mesmo irmão que costumava buscá-lo na escola quando ele fazia apenas a 3ª Série. Lembro que fiquei paralisado no corredor enquanto todos saíam do colégio, as lágrimas saíram aos borbotões e eu voltei a pé para casa, chorando o caminho todo, sob o sol de Natal.
Então eu decidi me esconder. Fugia. Tinha vergonha. E não me vi crescer. Até que um dia meus pais não tiveram mais dinheiro para manter dois filhos numa escola particular. Segundo minha mãe, porque meu irmão mais novo tinha mais dificuldades de aprendizagem, eu fui o escolhido. Escola pública. Distante dois quilomêtros de casa, e voltava todos os dias a pé. Tinha calos nas minhas coxas, porque eram juntas demais (já falei do meu defeito 'tá?), mas todos os dias retornava. Sozinho. Abandonei aquela primeira escola, sem saudades, pois não haviam amigos lá. Haviam meninos de quem arranquei cabelos e dentes porque me chamavam de viadinho, e isso eu já ouvia de minha mãe ("tudo do Foxx é de florzinha"), e na escola nova eu tinha esperança de que seria diferente. Mas não foi. Arranquei sangue de meninas e meninos, e consegui me impor, naquela trágica 6ª série, eu só queria passar despercebido, mas não consegui, até que no outro ano, outros tomaram meu lugar.
Neste ano, no entanto, eu conheci Cíntia, e pela primeira vez me interessei por uma menina. E isso me preocupou. "Mas todos não diziam que eu era gay?", Quantos me atacavam por isso? Quantos me gozavam justamente por isso? Quantos me beijavam por causa disso? Mas de repente eu me excitava perto dela. E ela apenas sorria. Éramos amigos, estudávamos juntos, uma menina, e logo eu comecei a olhar para todas elas. Bundas e seios me atraíam o olhar e eu me envergonhava, tentava não olhar, fugia-lhes as pérolas dos sorrisos e a seda de seus seios, porque para mim parecia errado. Eu não podia gostar daquilo, todo mundo, sempre, era o que meus pais, meus irmãos, todo mundo, todos, diziam: eu era gay, devia ser. Eu era assumido, até a 7ª série, até que eu conheci Cíntia e aí tudo ficou confuso.
E bem, meus pais tinham certeza. Meus irmãos também. Meus dois irmãos mais velhos tinham vergonha de mim. Não queriam ser vistos comigo e exigiam que meu pai me castigasse porque os vizinhos riam quando eu passava, vindo do colégio (único lugar para onde ía, pois tinha tanta vergonha de sair de casa, afinal eu seria apontado, ririam de mim), e eles ficavam com vergonha. Lembro com todos os detalhes, quando um deles me disse que se eu queria ser gay depois que meu pai morresse, eu estava muito enganado, porque ele não permitiria. Lembro que eu estava no meu quarto, que dividia com meu irmão mais novo, deitado na cama dele, um beliche, lia revistas da Turma da Mônica, ele chegou, apontou-me o dedo e cuspiu aquelas palavras de ácido que ainda corroem minha alma. Naquele dia eu pensei, aos 13 anos, pela primeira vez em suicídio, porque eu achava que era gay, então se meu irmão me proibira como eu poderia viver? Achei, aos 13 anos, o caminho mais fácil, morrer!
Lembro também que meu irmão mais novo disse-me que não queria ser visto comigo na escola, em um dia que eu pacientemente esperei para voltarmos juntos para casa. O mesmo irmão que costumava buscá-lo na escola quando ele fazia apenas a 3ª Série. Lembro que fiquei paralisado no corredor enquanto todos saíam do colégio, as lágrimas saíram aos borbotões e eu voltei a pé para casa, chorando o caminho todo, sob o sol de Natal.
Então eu decidi me esconder. Fugia. Tinha vergonha. E não me vi crescer. Até que um dia meus pais não tiveram mais dinheiro para manter dois filhos numa escola particular. Segundo minha mãe, porque meu irmão mais novo tinha mais dificuldades de aprendizagem, eu fui o escolhido. Escola pública. Distante dois quilomêtros de casa, e voltava todos os dias a pé. Tinha calos nas minhas coxas, porque eram juntas demais (já falei do meu defeito 'tá?), mas todos os dias retornava. Sozinho. Abandonei aquela primeira escola, sem saudades, pois não haviam amigos lá. Haviam meninos de quem arranquei cabelos e dentes porque me chamavam de viadinho, e isso eu já ouvia de minha mãe ("tudo do Foxx é de florzinha"), e na escola nova eu tinha esperança de que seria diferente. Mas não foi. Arranquei sangue de meninas e meninos, e consegui me impor, naquela trágica 6ª série, eu só queria passar despercebido, mas não consegui, até que no outro ano, outros tomaram meu lugar.
Neste ano, no entanto, eu conheci Cíntia, e pela primeira vez me interessei por uma menina. E isso me preocupou. "Mas todos não diziam que eu era gay?", Quantos me atacavam por isso? Quantos me gozavam justamente por isso? Quantos me beijavam por causa disso? Mas de repente eu me excitava perto dela. E ela apenas sorria. Éramos amigos, estudávamos juntos, uma menina, e logo eu comecei a olhar para todas elas. Bundas e seios me atraíam o olhar e eu me envergonhava, tentava não olhar, fugia-lhes as pérolas dos sorrisos e a seda de seus seios, porque para mim parecia errado. Eu não podia gostar daquilo, todo mundo, sempre, era o que meus pais, meus irmãos, todo mundo, todos, diziam: eu era gay, devia ser. Eu era assumido, até a 7ª série, até que eu conheci Cíntia e aí tudo ficou confuso.
domingo, 23 de setembro de 2007
TV FOXX
Neste fim de semana, 22 de setembro, em Natal, Rio Grande do Norte, aconteceu a Paradise, a maior rave já realizada no estado. Sua principal atração foi o dj australiano, erradicado na Inglaterra há 40 anos, Raja Ram, "o vovô do trance", que com seus 65 anos, comandou as pick ups na Arena do Imirá, sobre as falésias vermelhas da Via Costeira, mirando o mar. Raja Ram é uma lenda da cena eletrônica mundial. Desde a década de 1970 tem trabalhado com música, incialmente voltando-se ao jazz e ao rock, mas a partir de 1990, ao aventurar-se no mundo das gravadoras com seu selo TIP WORLD, lançou a música eletrônica transformando-a no furor que invadiu as rádios e lojas de discos em todo mundo, saindo das boates. Dedicado ao trance e ao psytrance, as 6 horas da manhã, o "vovô" fez a vibe diante do sol nascendo.
Além do Raja Ram, completavam o set, Djs brasileiros que tocam em boates fora do país, como o DJ Lucas que toca na Inglaterra e João Loop, de Portugal, e outros djs de estados nordestinos, como Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Bahia, além de Espirito Santo e Brasília. Estes outros tocavam além do trance, muito house, mas a grande maioria, se voltava ao Psy. O house é um estilo de música desenvolvido nos Estados Unidos na década de 1970, que envolve samplers, alguns instrumentos e um pouco de voz, com bastante influência do funk e rap americano e da cultura hip-hop, e hoje em dia se encontra bastante difundida dentro da música pop, com seus remixes.
Em Natal, as raves acontecem desde meados da década de 1990, normalmente no seu estilo private - versões para um público menor de 800 a 1000 presentes -, estas festas que duram de 12 a 24 horas são normalmente regadas a muito psy. O Psy é um estilo de musica que surgiu em Israel, em 1980, caracterizada por músicas com uma batida rápida e que evita o grave. Normalmente associado a natureza, e ao estilo mais zen-hiduísta (é comum ver os frequentadores e djs que se associam a esse estilo usando camisetas com deuses hindus - brahma, shiva e vishnu, mas comumente - ou o simbolo sânscrito para o "om" que significa "deus"), as festas psy costumam ocorrer ao ar livre, em chacaras e sítios, ou como em Natal a beira-mar.
Outro estilo que tem sido incluído nas maiores raves aqui no Estado é o Chill Out. O termo quer dizer relaxar, e são espaços onde uma música mais suave e mais hipnótica toca, e os frequentadores largados em almofadas, esteiras e tapetes, conversam e descansam da música mais agitada de outro ponto da festa. O dj, neste caso, toca num lounge normalmente decorado de uma forma futurista, com neon e luz negra, mas sem jogo de luz comum a pistas de dança, acrescente-se isso, as referências ao misticismo hindu também muito presente.
sábado, 15 de setembro de 2007
ESPECIAL: Um ano de Estórias do Mundo
É. O Estórias do Mundo fez um ano. Quem diria. Quem diria. Comecei este blog por causa do meu querido Sunshine, por causa dele, com ciúme dos amigos que ele fez aqui - ele me largava no MSN para conversar com os bloGAYros - eu comecei, claro que ele estava lá do meu lado apoiando, elogiando meus textos, que já conhecia ESPARTANOS, então graças ao meu amado Marcelo, eu comecei a dividir minhas aventuras, anseios, medos, felicidades e reflexões, nestas linhas virtuais, e o que me aconteceu graças a esse gesto?
Penso hoje em quem eu era há um ano. Quando eu comecei esse blog. No menino apaixonado que eu era. Eu estava namorando, completamente apaixonado, naqueles tempos. Ah, aqueles tempos!! Magro - apesar de que se você me perguntasse eu diria que estava gordo -, e até poderiamos dizer saradinho, até certa medida. Estudava como um louco, apesar de passar mais tempo pensando em Beto do que qualquer outra coisa. Eu era só professor bacharel, e trabalhava como um desesperado para pagar contas que só cresciam, acabara de mudar de colégio, tudo novo a me incomodar. Quem eu era há um ano? Tinha cabelos castanhos, e tinha mais esperança, apesar dos 25 anos de sangue e de chão, sorria pra vida esperando muito mais. Não estava tão acostumado aos socos que a vida me dá. Bebia e fumava menos, muito menos, fazia sexo mais, muito mais. Saia o mesmo, e me divertia o mesmo, com amigos diferentes, mas destes gosto mais. Ai, ai, quem eu era a um ano atrás? Há um ano atrás eu frequentava bate-papos e tinha MSN de caça, um ano atrás eu corria a net procurando pessoas, conversando, conhecendo gente, hoje não faço isso mais. Eu recolhia foras por onde ia, e não tinha vergonha, era mais atrevido, mais espevitado, e beijava bem mais do que hoje. Há um ano atrás eu ficava triste se não beijasse ninguém numa noite, hoje eu saio e nem me preocupo mais com isso. Estava mal acostumado, hoje sou outro.
E que outro sou? Sou mais cheio de amigos, e cheio de planos, e cheio de gente que quer me ajudar a fazer com que esses planos se tornem realidade, me apoiam, sonham comigo, vibram com minhas felicidades. Amigos, é eu sou cheio de amigos. O blog me trouxe grandes amigos. Citá-los? Não posso, afinal são 42 contatos no meus MSN. Mas alguns são grandes amigos, pessoas encantadoras que eu quero do meu lado pra sempre. (ih, se fudeu, agora tem que me aguentar!!!). Amores? Bem, amores não. O blog não me trouxe, nenhum. Trouxe pessoas interessantes, trouxe, mas alguns tinham namorados, outros estavam longes, "o problema é só a distância" e outros não me acharam tão interessante quanto eu os achei. Mas o que eu mais ganhei aqui foi conhecimento. Descobri que amores existem de verdade no Better Alone, no O que me define?, no Vamu querer? e no Senhor Marido e Senhor Esposo do Vilser. Descobri que quando a gente espera os amores aparecem com o Jovem Aventureiro e o Minduinzin, com o Bi du Surf e o "finado" Divorciado (como era mesmo o titulo do blog?). Aprendi que minhas dúvidas nem se comparam as que correm por cabeças por ai no A metamorfose de Oz, no Cara Imperfeito, no Chave Errada, no Crônicas do Mr. Hyde, entre os nossos Ouriços (os dois). E também percebi que eu estou longe de ser bem resolvido como o Se Joga do Sunshine, na Casa dos Trinta, o Perfeita (In)perfeição, o Homem, Manual de operações, o Sátiros e Faunos e o Oceanmar. Mas principalmente eu aprendi que ainda tenho muito o que aprender - afinal eu leio Uillow, Eu leio, tu lês e o Just a Boy - porque por causa deste blog eu descobri que essas pessoas são incriveis, e tenho que correr muito para poder bater no peito e estar a altura de dizer que sou amigo de todos eles.
Obrigado meus amigos. Este um ano de blog é todo para vocês.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
EXTRA, EXTRA, EXTRA: (sem título)
Estou amargo hoje. Quase azedo. Caindo no ácido. Músicas doces me causam ânsia. Beijos apaixonados deixam-me doente. Não quero tons de rosa, nem azul-bebê, muito menos comédias românticas e baladinhas tortas, quer preto, púrpura, filmes art-noir e solos de guitarra rasgando a paz e o silêncio de Roma. Acordei hoje para guerra e as críticas irônicas, abri meus livros com tragédias e escondi os contos de fada longe do meu olhar. Levantei com o pé esquerdo sentindo o meu hálito amargo entre os dentes, abri a janela e o dia não combinava comigo, luminoso, dourado, azul-celeste, anil. Mas meus olhos hoje são cinza, chumbo e prata. E quero que os passarinhos explodam. É, os passarinhos, quero-os longe da minha janela. Já disse: hoje só guitarras e baixos, nada de flautas. Não quero nem minha roupa lavada, perfumada com lavanda, macia. Quero linho! Tragam-me linho, fino, educado, chique, mas que fere minha carne como lâminas na pele. É bom, os outros não irão ver minha tragédia. Imaginarão que um exterior tão limpo reflete um interior no mesmo estado. Tolos! Mas também não chamar-me-ão dramático quando eu cortar os pulsos sem motivos aparentes, a não ser, claro, a morte de algumas quimeras, mesmo que meu sangue e lágrima só sirvam para que novas, como a fênix, se ergam às úmidas cinzas. Meu dia começou com cores de sangue, mas amanha é outro dia.
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
PRESENTE: Reflexões preconceituosas
Uma música de Madonna diz que não tem problema para um mulher ser parecida com um homem, porque ser homem é bom, mas como ser mulher é degradante, um homem se parecer com uma mulher é uma situação degradante. E acho que aí está a origem de toda homofobia neste lado do mundo. Outro dia, eu estava num bar com o Peter e o Andarilho, e ouvi em outra mesa um rapaz sacar a pérola: "Eu entendo duas mulheres, porque mulher é muito bom, mas dois homens?". A frase dele na verdade diz exatamente o contrário. Ele entende que duas mulheres queiram ocupar o lugar de um homem, mas nunca, ele conseguirá entender o que faz um homem querer se colocar na posição de uma mulher. Uma posição inferior. Sem palavra. De objeto falante, mas não pensante. Quem gostaria, em sã consciência, de abandonar o próprio trono e se tornar um pobre e desgraçado plebeu?
Então, o preconceito contra os gays, não passa de um preconceito disfarçado contra a mulher? Eu acho que sim. Historicamente, o apoio ao homoerotismo, e depois sua recriminação sob a alcunha de homossexualismo, se ligam sempre a situação social da mulher. Quando a mulher estava excluída das relações sociais, elas eram uma exclusividade masculina, neste caso, o homoerotismo era aceito, como na Grécia Antiga, no teatro medieval, renascentista e japonês com seus meninos castratti, a corte francesa nos séculos XVII e XVIII. Conforme as mulheres tomaram atitudes masculinas dentro da sociedade, elas ocuparam o lugar que antes era do homossexual. As mulheres se tornaram homens efeminados, e o homossexual foi jogado num gueto. Um gueto que por mais q ele tente, ele não pode sair, porque não há mais um lugar social para o gay. Agora, cabe os gays tornarem-se novamente homens, e assim tomarem o papel de homens numa sociedade em que você apenas pode ser homem ou mulher. Nada de meio termo. Enxergam onde nasce um novo preconceito?
O preconceito contra os efeminados é o preconceito contra um ser social sem lugar. Sem espaço. Sem área de atuação. Ele é aceito quando se encaixa. Quando é o cabelereiro da sua mãe. A manicure de sua irmã. Mas não quando é o amigo de seu primo, o professor do seu sobrinho, o colega de trabalho do seu cunhado, o seu filho. Porque estes lugares são exclusivos para homens. E isso se reflete no mundo gay. Por isso, os efeminados são excluídos. Por isso ninguém quer na novela um casal de "bixinhas". Querem ver gays que são "homens de verdade". Por isso eu não comemoro Carlos Casagrande e Sérgio Abreu. Eles reforçam um preconceito dentro de um grupo que sofre preconceito por todos os lados. E isso eu não suporto. Sinceramente não suporto. Negros com preconceito? Mulheres com preconceito? Gays com preconceito? Gente, se toca né?
Então, o preconceito contra os gays, não passa de um preconceito disfarçado contra a mulher? Eu acho que sim. Historicamente, o apoio ao homoerotismo, e depois sua recriminação sob a alcunha de homossexualismo, se ligam sempre a situação social da mulher. Quando a mulher estava excluída das relações sociais, elas eram uma exclusividade masculina, neste caso, o homoerotismo era aceito, como na Grécia Antiga, no teatro medieval, renascentista e japonês com seus meninos castratti, a corte francesa nos séculos XVII e XVIII. Conforme as mulheres tomaram atitudes masculinas dentro da sociedade, elas ocuparam o lugar que antes era do homossexual. As mulheres se tornaram homens efeminados, e o homossexual foi jogado num gueto. Um gueto que por mais q ele tente, ele não pode sair, porque não há mais um lugar social para o gay. Agora, cabe os gays tornarem-se novamente homens, e assim tomarem o papel de homens numa sociedade em que você apenas pode ser homem ou mulher. Nada de meio termo. Enxergam onde nasce um novo preconceito?
O preconceito contra os efeminados é o preconceito contra um ser social sem lugar. Sem espaço. Sem área de atuação. Ele é aceito quando se encaixa. Quando é o cabelereiro da sua mãe. A manicure de sua irmã. Mas não quando é o amigo de seu primo, o professor do seu sobrinho, o colega de trabalho do seu cunhado, o seu filho. Porque estes lugares são exclusivos para homens. E isso se reflete no mundo gay. Por isso, os efeminados são excluídos. Por isso ninguém quer na novela um casal de "bixinhas". Querem ver gays que são "homens de verdade". Por isso eu não comemoro Carlos Casagrande e Sérgio Abreu. Eles reforçam um preconceito dentro de um grupo que sofre preconceito por todos os lados. E isso eu não suporto. Sinceramente não suporto. Negros com preconceito? Mulheres com preconceito? Gays com preconceito? Gente, se toca né?
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Estórias de Uma Vida Não Vivida 2
Para avisar a todos: isso aqui é ficção, viu?
De Profundis
Que dia! Que dia!
Eu estava no computador, fazendo Deus sabe o quê, quando o interfone tocou. Era Bruno pedindo pra subir, nem perguntei o que era, ele logo subiu. Abri a porta olhando no rosto de Bruno tentando adivinhar o que ele queria me dizer. Ele estava sério e tenso. Eu sorri para relaxá-lo, mas ele continuou na mesma.
Pedi que ele sentasse e ele sentou no sofá, e continuou em silêncio. Perguntei o que tinha acontecido, e ele após uma pausa excessivamente dramática disse que era um assunto muito sério... e ele tava tomando coragem. Eu sorri e levantei, rindo e dizendo que quando ele tomasse coragem eu estaria na “biblioteca”.
Fui preocupado. Bruno estava preocupado mesmo com algo. E algo que me envolvia para ele ter que escolher tanto as palavras. Sentei no computador, vasculhei a net um pouquinho, mas nada me fez esquecer Bruno lá na sala ensaiando o que ia falar pra mim.
E algum tempo depois ele chegou. Ele começou cheio de dedos, me perguntando sobre o Douglas. Como era nosso relacionamento, se eu estava realmente gostando dele, me perguntou como nos conhecemos. Tudo coisas que ele já sabia. Eu imaginei que ele sabia de algo e queria me contar. E ele só começou o assunto quando eu fiz essa pergunta: “O que você quer me falar, Bruno?”
Doeu ouvir aquilo de Bruno. Subiu uma angústia a cada palavra que saia da boca dele. Ele começou dizendo que sempre que saíamos era sempre eu que pagava as coisas pro Douglas. Que conversando com a Camilla ele tinha descoberto que ele tinha comprado roupas no meu cartão e não pagou. Que, nas palavras de Bruno, “trocando em miúdos, eu estava sustentando àquele michê”. Como doeu ouvir isso.
E o pior é que eu neguei de forma tão veemente que qualquer um teria acredito em mim. Menos o Bruno. É terrível quando alguém conhece tua alma tão profundamente não? Mas eu só dizia não, não, não. Como foi difícil ouvir essa verdade, como eu me forcei para não vê-la. E por que tinha que ser justo Bruno que tinha que vir falar comigo?!
Mas eu continuei negando. E cada não meu irritava ainda mais o Bruno. Ele ficou possesso. E eu sentado no computador, olhando pra ele, e ele de costas pra estante de livros. Só sei que o final foi digno de uma novela. Inacreditável!
Eu continuava negando. Bruno, puto. Virou-se para a estante de livros e ficou olhando os livros. Dali a pouco, após um não, ele retirou um livro da estante e jogou em mim. Bateu no meu peito. Não doeu. E o susto não foi maior do quê a dor que eu senti na alma quando vi que livro era. “De Profundis”, Oscar Wilde. Quando levantei a cabeça, Bruno não estava mais lá. Quando apanhei o livro do chão, li a dedicatória. “Com todo meu ‘afeto’, Bruno”. E ouvi a porta bater.
Como chorei com aquele livro em minhas mãos. Eu chorava descontroladamente. Mas aos poucos me recuperei, e após enxugar as lágrimas vim extirpar minha dor, dividindo-a aqui.
De Profundis
Que dia! Que dia!
Eu estava no computador, fazendo Deus sabe o quê, quando o interfone tocou. Era Bruno pedindo pra subir, nem perguntei o que era, ele logo subiu. Abri a porta olhando no rosto de Bruno tentando adivinhar o que ele queria me dizer. Ele estava sério e tenso. Eu sorri para relaxá-lo, mas ele continuou na mesma.
Pedi que ele sentasse e ele sentou no sofá, e continuou em silêncio. Perguntei o que tinha acontecido, e ele após uma pausa excessivamente dramática disse que era um assunto muito sério... e ele tava tomando coragem. Eu sorri e levantei, rindo e dizendo que quando ele tomasse coragem eu estaria na “biblioteca”.
Fui preocupado. Bruno estava preocupado mesmo com algo. E algo que me envolvia para ele ter que escolher tanto as palavras. Sentei no computador, vasculhei a net um pouquinho, mas nada me fez esquecer Bruno lá na sala ensaiando o que ia falar pra mim.
E algum tempo depois ele chegou. Ele começou cheio de dedos, me perguntando sobre o Douglas. Como era nosso relacionamento, se eu estava realmente gostando dele, me perguntou como nos conhecemos. Tudo coisas que ele já sabia. Eu imaginei que ele sabia de algo e queria me contar. E ele só começou o assunto quando eu fiz essa pergunta: “O que você quer me falar, Bruno?”
Doeu ouvir aquilo de Bruno. Subiu uma angústia a cada palavra que saia da boca dele. Ele começou dizendo que sempre que saíamos era sempre eu que pagava as coisas pro Douglas. Que conversando com a Camilla ele tinha descoberto que ele tinha comprado roupas no meu cartão e não pagou. Que, nas palavras de Bruno, “trocando em miúdos, eu estava sustentando àquele michê”. Como doeu ouvir isso.
E o pior é que eu neguei de forma tão veemente que qualquer um teria acredito em mim. Menos o Bruno. É terrível quando alguém conhece tua alma tão profundamente não? Mas eu só dizia não, não, não. Como foi difícil ouvir essa verdade, como eu me forcei para não vê-la. E por que tinha que ser justo Bruno que tinha que vir falar comigo?!
Mas eu continuei negando. E cada não meu irritava ainda mais o Bruno. Ele ficou possesso. E eu sentado no computador, olhando pra ele, e ele de costas pra estante de livros. Só sei que o final foi digno de uma novela. Inacreditável!
Eu continuava negando. Bruno, puto. Virou-se para a estante de livros e ficou olhando os livros. Dali a pouco, após um não, ele retirou um livro da estante e jogou em mim. Bateu no meu peito. Não doeu. E o susto não foi maior do quê a dor que eu senti na alma quando vi que livro era. “De Profundis”, Oscar Wilde. Quando levantei a cabeça, Bruno não estava mais lá. Quando apanhei o livro do chão, li a dedicatória. “Com todo meu ‘afeto’, Bruno”. E ouvi a porta bater.
Como chorei com aquele livro em minhas mãos. Eu chorava descontroladamente. Mas aos poucos me recuperei, e após enxugar as lágrimas vim extirpar minha dor, dividindo-a aqui.
sábado, 1 de setembro de 2007
PASSADO: Bibliofilia
Meu grande amor por livros começou assim. Por algum motivo que ninguém sabe explicar aqui em casa, quando eu era bebê, eu aprendi a andar por causa de livros. Eu andava sempre agarrado a um livro, entre meus braços, ao meu lado, e quando tiravam o livro de mim, eu caía. Não lembro disso, meus irmãos e meus país que contam e riem. Não sei porque fazia isso, talvez eu usasse o livro como contra-peso pra me ajudar no equilíbrio, afinal eu tinha pernas tão tortas, talvez eu imaginasse que fosse algum tipo de amuleto que me protegeria. Bem... esta segunda opção é meio impossivel para um menino de um ano e oito meses, mas foi a explicação que me serviu dessas duas formas em vários momentos depois.
Minha adolescência foi muito triste. Eu não tinha amigos. Nenhum. Ninguém. Então meus amigos saíram diretamente dos livros. Samuel, Aurélia, Eugênio, Seixas, Peri, e outros, sempre foram meus grandes amigos. Foi com eles que eu aprendi o significado de palavras novas como amor, amizade, carinho, mister, não obstante e outrora... Foi por causa deles que eu sobrevivi a parte mais dolorosa de minha vida.
Sim. Meus livros são minha vida. Sim. Quero viver ao lado deles a maior parte do meu tempo. Sim. Adoro ganhar livros. Adoro compra-los. Adoro tê-los. Bem, eu me viciei neles e por causa deste vício, criei um sonho que este blog ajuda a realizar. Um dia serei escritor. Um dia criarei amigos para algum adolescente solitário. E tudo começou esta semana. Agora sou mestre. Um mestrado que como diz Michel Foucault me autoriza a escrever. Minha palavra agora ganha a autoridade de um título. Agora eu posso. E farei. Aguardem!
Minha adolescência foi muito triste. Eu não tinha amigos. Nenhum. Ninguém. Então meus amigos saíram diretamente dos livros. Samuel, Aurélia, Eugênio, Seixas, Peri, e outros, sempre foram meus grandes amigos. Foi com eles que eu aprendi o significado de palavras novas como amor, amizade, carinho, mister, não obstante e outrora... Foi por causa deles que eu sobrevivi a parte mais dolorosa de minha vida.
Sim. Meus livros são minha vida. Sim. Quero viver ao lado deles a maior parte do meu tempo. Sim. Adoro ganhar livros. Adoro compra-los. Adoro tê-los. Bem, eu me viciei neles e por causa deste vício, criei um sonho que este blog ajuda a realizar. Um dia serei escritor. Um dia criarei amigos para algum adolescente solitário. E tudo começou esta semana. Agora sou mestre. Um mestrado que como diz Michel Foucault me autoriza a escrever. Minha palavra agora ganha a autoridade de um título. Agora eu posso. E farei. Aguardem!