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quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
PASSADO: Coisas de Menino II
André
André era meu vizinho. Morava a 3 casas da minha. Moreno, todos os dias passava em frente a minha casa indo para as aulas de futebol. Diariamente. Voltava coberto de areia, mais tarde que os outros meninos porque gostava de fazer alguns abdominais após o treino para manter a barriga estreita e pequena. Nesta hora, eu estava na escola, sempre na escola, estudava de manhã, como meu irmão mais novo, enquanto meus pais trabalhavam. Mas a noite, eu e André nos encontrávamos. Haviam brincadeiras. Nós nos escondíamos. E a mão de André corria para os meus glúteos e ele apertava forte. E meus lábios deslizavam para os seus. Mas ele não me beijava com paixão. Eram coisas rápidas, toques excitantes, penetrações sem gozo, beijos roubados. Reservávamos coisas mais calorosas para as manhãs de sexta. Meus últimos horários nas sextas-feiras, naquele ano, eram de arte e ensino religioso. Arte no qual eu não aprendia nada, ensino religioso que eu nunca entendi o porquê de estar lá. Consciente, eu faltava. Fugia do colégio durante o intervalo e corria para casa. Corria para chegar a tempo de assistir Cavaleiros do Zodíaco, mas também para aproveitar meu tempo sozinho em casa. Normalmente eu chegava a tempo de ver André voltar da aula de futebol, suado, coberto de areia, ele passava na frente de casa e eu corria para vê-lo. Vê-lo e avisá-lo que eu estava sozinho. Ele sorria. Corria em casa e tomava um banho. E logo chegava a minha casa. Às vezes, quando eu demorava, naquelas sextas, ele já me esperava sentado sobre a sombra de uma árvore que ficava a frente de minha casa. Fingia-se de despreocupado, mas eu sabia que ele me esperava. As manhãs de sexta então eram ocupadas. Entre os gozos e abraços de André.
PS: Esta semana, eu publiquei um artigo numa revista científica portuguesa. Se alguém se interessar por conhecer o lado profissional do Foxx, aqui está o link: Homoerotismo e Homossexualismo: a historicidade de um conceito. O artigo trata de como o conceito de homossexual e de gay foram criados em determinados momentos de nossa história, e por isso não possam ser naturalizados, ao contrário das ações - do amor, do sexo entre pessoas do mesmo gênero - que existem desde os primeiros passos da história humana e, portanto, a palavra mais indicada para falar deles é homoerotismo. Se interessou? Lê lá.
nada como boas lembranças!
ResponderExcluiré otimo se pegar do nada lembrando daquilo que te fez bem...
um grande abraço!
Olha, tem uma pesquisa lá do lado =D
ResponderExcluirCavaleiros do Zodíaco? Mas então nem faz tanto tempo, assim!hehe
belas lembranças.
ResponderExcluirpor falar no artigo..
otimo ele..
adorei cara
É um privilégio poder ler-te! Penso que muitos de nós teremos estórias destas guardadas na nossa infância... E vou já verificar o artigo! Abraço!
ResponderExcluiramei ler vc
ResponderExcluiramei o conto
q lindo, o amor é lindo seja qual for a nossa opção ou a nossa idade.
bj
a.
Mas você é safado desde pequeno então.. e tem falado com o André?
ResponderExcluirParabéns pelo artigo, abraço.
Hellooo! Primeiro de tudo: que drama, hein, vc fez no meu blog? Rsssss... Relaxa, gato, vc tava com mil preocupações na cabeça, eu entendi o porque da tua falta de presentes... Fiquei contente que vc passou lá em BH! Mas, ano que vem, se não tiver presente, já sabe! Rsss...
ResponderExcluirAgora...
Então, né? vc desde pequenino já torcia o pepino, hein? Rssss...
E o show, como foi? Beijos!
Essas lembranças nunca saem de nossa mente. rsrs.
ResponderExcluirDepois vou dar uma passada pra ler seu artigo.
Mil deculpas por nao ter dado muito atenção a vc no msn hj. Mas nao faltarão oportunidades ok?!
Abração!
Bom Final de semana!
sempre instigantes relatos...
ResponderExcluirquisera minha infância tivesse sido tão gostosa.. hehehe
lerei mais tarde o artigo..
beijao
Vou ler o artigo, já estou salivando de curiosidade.
ResponderExcluirJá que vc gosta do assunto e gosta de ler quero te indico livros de semiótica que falam mais sobre essa questao do perluccionismo e do iluccionismo que a palavra HOMOSSEXUAL e GAY possam ter.
É mesmo uma praxis que tem se impregnado cada vez mais de mudanças socio-culturais.
Meu próximo post será sobre um desses livros que QUASE ME FIZERAM GOZAR INTELECTUALMENTE após a leitura hehehhe
agora vou indo to atrasado para o trabalho.
It must have been lunch but it's over now :(
Abraçao
Ei querido...o artigo não está abrindo...será que a minha net tá com pau ou não está mesmo abrindo?
ResponderExcluirverifica ai tah
HEHEHE
Hugs
Calvin
todos temos lembranças do tipo...
ResponderExcluirtava sumido, mas voltei a ativa!
abraços!
Huahuahuahuahau essas lembranças são gostosas, não é mesmo? É incrível como quando garotos nós éramos tão, digamos, safadinhos!
ResponderExcluirPassando para lhe desejar um feliz natal e um hiper ano novo e pra dizer que as recordações são os melhores ensinamentos que podemos ter...
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirme interessei em saber mnais de andre
ResponderExcluiro que aconteceu
onde ele esta
se vcs se encontram
ahahahaha
vc sabe q sou curioso
bjos
É... e onde tá o André hoje? Tem notícias dele ainda?
ResponderExcluir=*
Nossos temos um andré em nossas vidas, pq acho esssa historia tão minha?
ResponderExcluirParabens pelo texto, parabens pelo homem fantastico que voce é!
Olá
ResponderExcluirBrigado por ter passado no meu blog =D
Tenho 15 anos.
Xau
E com certeza mto interessante o artigo!
ResponderExcluirNão é pra qualquer um!
Com relação a André,
Algo tão próximo
Tão íntimo o relato não?
Booom!
Boa Noite!
Bjo
Eita que essa "série" vai ser bem extensa!
ResponderExcluirRs...
Tb já tive um André na infância!
Bela história de infância:)
ResponderExcluirParabéns pelo artigo:)
PS- Haiku é um poema Japonês:)