Eu e o Peter Pan chegamos as 3h da manhã naquela sexta-feira na Vogue. Eu já estava bebendo desde as 16h da tarde, quando abri a primeira lata de cerveja ajudando o Bobtuso a preparar a festa surpresa para o namorado dele. Decorei o salão com o tema "festa infantil", balões e pirocoptéros, chapéus de papel e línguas-de-sogra, e arrumei mesas ouvindo Beyoncé no iPod, ajudei a arrumar as comidas que os convidados traziam, três mesas de doces, brigadeiros, torta de limão, bolo de aniversário de morango e chantilly, cupcakes kosher de rum; outra estação de pratos salgados, patês, cachorro quente de soja, cachupa, nachos e batata-frita e arroz com passas. Era muita comida. Bebida também: garrafas de vodca, rum, tequila e licor de jabuticaba, mais muitas cervejas. Os convidados demoraram a chegar, o aniversariante também. Mas completamente surpreendido pela festa ele chegou, assustado e vermelho. Ficamos lá, sentados, conversando, durante toda noite, comendo até se fartar, bebendo até não aguentar. Foi quando o Peter me ligou, por volta de meia-noite já. Perguntando onde eu estava. Contei-lhe da festa surpresa, e ele crash over.
Ficamos lá até os últimos convidados saírem. Porque sou do tipo que fica até o final para ajudar na faxina. Levamos a comida e a bebida que sobrou para o apartamento do Bobtuso, ainda tomei um banho por lá e, em seguida, saímos para a boate. Era tarde, e eu não esperava nada demais, ia por insistência do Peter Pan. Ao entrar decidi que já havia bebido demais e comprei apenas fichas para refrigerantes. Gosto do sistema de fichas da Vogue, você chega e compra o que vai consumir, e vai trocando no bar, no fim, não existem filas para sair da boate, o que é sempre uma vantagem imensa. Na boate, o primeiro ambiente, com música ao vivo e uma banda de samba-reggae com dois dançarinos musculosos dançando ao lado de um cantor de pernas finas, estava lotado. Muito lotado! Achei então que a boate estava bem cheia. No entanto, no segundo ambiente, em que o dj toca, poucos dançavam na pista. Encontrei um único amigo lá e perguntei se as pessoas já haviam ido embora. Ele respondeu que não. Que a noite toda fora daquele jeito.
Estava ainda no meu primeiro guaraná quando reencontrei um menino que deu em cima de mim semanas atrás quando eu ainda estava com o blogueiro que contei aqui (é, o verbo está certo, "estava"). Eu havia o dispensado quando ele, bem direto, me pediu um beijo. Eu beijei-lhe a bochecha e disse que era o único beijo que eu poderia dar-lhe. Ele se aproximou, dessa vez, e perguntou: "Estou com mais sorte hoje?". Eu sorri e como não tenho mais nenhum compromisso o beijei. Ele tem um sorriso bonito. Ele é negro, magro, com uma bunda bonita, boa de apertar. Tinha no máximo 19 anos. Um menino que ficava admirando minha barba e sorria quando encontrava a minha barriga com a ponta dos seus dedos finos. Foi quando ele encontrou os pêlos do meu peito que falou: "Gosto de homem assim, que parece homem!". E me beijou, me empurrando contra a parede, o que aproveitei para colocar minha mão por dentro de sua calça e sentir a pele coberta por uma fina penugem de suas nádegas. Ele, porém, foi embora logo. Seu amigo chegou dizendo que eles já estavam indo, "É tarde, João, temos que ir", e eu olhei no relógio: 4h. Ele me puxou até a porta da boate para um último beijo e saiu com seu amigo.
Foi quando eu voltei para a frente do palco. Peguei outro guaraná e fiquei conversando com o Peter Pan e ouvindo a música que a banda de samba-reggae que tocava, tentando observar a ligação entre a coreografia dos dançarinos e a letra da música, que notei inexistente. Lembrei das minhas aulas de dança, quando me foi ensinado que a coreografia devia contar uma estória, lembrei de inclusive bandas de samba-reggae como o É o Tchan que faziam isso com qualidade sim. Criando novos passos e absorvendo elementos de outras danças de salão para dentro da coreografia, agora eu observava aqueles dois homens, muito bonitos sem dúvida, dançando ali, mas percebia que não havia absolutamente nada de novo no que eles faziam. Conversando sobre isso com o Peter comprei uma Fanta e do bar eu observei um menino sambando do lado do palco, de costas para mim. Um corpo bonito, uma bunda redonda e bem feita, que ele rebolava. De fato, prendeu minha atenção.
Foi quando ele virou-se para mim e sorriu. Eu respondi fazendo o mesmo e um sorriso como tréplica soou como um convite para que eu me aproximasse. Sentei-me do seu lado e tentávamos conversar, mas o barulho da banda não permitia e eu o convidei para sentarmos no terceiro ambiente da boate, um videobar com cadeiras de metal e um único banheiro unissex. Sentamos e ele falou que era tímido e contou que tinha 21 anos e se chama Israel. "Então, se você é tímido quer dizer que eu que tenho que tomar a iniciativa para te beijar?". Ele sorriu e respondeu que sim. E eu puxei sua nuca para perto de mim e nossos lábios se tocaram pela primeira vez. Foi um beijo que começou suave e foi pegando fogo. Quando o incêndio se instalou ele sentou no meu colo, e minhas mãos buscaram sua bunda instintivamente, ele passava a mão no meu cabelo, e eu mordia seu lábio inferior, ele então me segurou a cabeça com as duas mãos e eu vi sua pele indígena contrastando com a minha pele branca e seus olhos de um castanho profundo me olhando. Ele sorriu. Um sorriso bonito e largo. Eu o beijei de novo, e ele rebolava no meu colo. Foi quando o amigo dele apareceu do nosso lado o chamando para ir, nos levantamos e ele me puxou pela mão até seus amigos os quais me apresentou e me pediu que o levasse até a porta também. Na volta eu olhei no relógio e vi que já eram 5h da manhã e reencontrei o Peter que conversava com um amigo nosso em comum. "Vamos embora, Peter?".
No carro, ao fechar o cinto, virei-me para o Peter e falei: "Será que eu devia adotar a pedofilia, não, minto, a pederastia?". Ele apenas me olhou esperando mais informação. "É que pedofilia é você ficar com pessoas menores de idade, não é?". Ele concordou. "Pois então, a pederastia é o que os homens de Atenas faziam aos 30 anos que sempre eram ativos com os meninos entre 18 e 20 anos". Ele gargalhou, mas reclamou. "Ah, não, mais competição p'ra mim?". Agora era minha vez de rir. "Ora, desde que eu adotei esse visual com cabelo raspado e barba, essa faixa etária tem dado tanto em cima de mim... eu os evito, por causa de um preconceito meu, de pensar que um relacionamento com alguém tão novo não vai dar certo". Ele mantinha-se em silêncio. "Eu quero um namorado que tivesse maturidade o suficiente para saber que, por exemplo, ele deseja ficar comigo, sabe?, que não ficasse fazendo joguinhos de conquista". Ele nem ligara o carro ainda me ouvindo falar. "Fora que não tenho paciência p'ra alguém que não sabe o que quer, né?". Peter continuava em silêncio, apenas girou a chave do carro e saímos, eu olhei pelo vidro e perguntei ao dia que começava a nascer: "Será que vale a pena eu voltar a tentar conquistar alguém, me dar a esse trabalho, e investir nestes meninos?".
Ficamos lá até os últimos convidados saírem. Porque sou do tipo que fica até o final para ajudar na faxina. Levamos a comida e a bebida que sobrou para o apartamento do Bobtuso, ainda tomei um banho por lá e, em seguida, saímos para a boate. Era tarde, e eu não esperava nada demais, ia por insistência do Peter Pan. Ao entrar decidi que já havia bebido demais e comprei apenas fichas para refrigerantes. Gosto do sistema de fichas da Vogue, você chega e compra o que vai consumir, e vai trocando no bar, no fim, não existem filas para sair da boate, o que é sempre uma vantagem imensa. Na boate, o primeiro ambiente, com música ao vivo e uma banda de samba-reggae com dois dançarinos musculosos dançando ao lado de um cantor de pernas finas, estava lotado. Muito lotado! Achei então que a boate estava bem cheia. No entanto, no segundo ambiente, em que o dj toca, poucos dançavam na pista. Encontrei um único amigo lá e perguntei se as pessoas já haviam ido embora. Ele respondeu que não. Que a noite toda fora daquele jeito.
Estava ainda no meu primeiro guaraná quando reencontrei um menino que deu em cima de mim semanas atrás quando eu ainda estava com o blogueiro que contei aqui (é, o verbo está certo, "estava"). Eu havia o dispensado quando ele, bem direto, me pediu um beijo. Eu beijei-lhe a bochecha e disse que era o único beijo que eu poderia dar-lhe. Ele se aproximou, dessa vez, e perguntou: "Estou com mais sorte hoje?". Eu sorri e como não tenho mais nenhum compromisso o beijei. Ele tem um sorriso bonito. Ele é negro, magro, com uma bunda bonita, boa de apertar. Tinha no máximo 19 anos. Um menino que ficava admirando minha barba e sorria quando encontrava a minha barriga com a ponta dos seus dedos finos. Foi quando ele encontrou os pêlos do meu peito que falou: "Gosto de homem assim, que parece homem!". E me beijou, me empurrando contra a parede, o que aproveitei para colocar minha mão por dentro de sua calça e sentir a pele coberta por uma fina penugem de suas nádegas. Ele, porém, foi embora logo. Seu amigo chegou dizendo que eles já estavam indo, "É tarde, João, temos que ir", e eu olhei no relógio: 4h. Ele me puxou até a porta da boate para um último beijo e saiu com seu amigo.
Foi quando eu voltei para a frente do palco. Peguei outro guaraná e fiquei conversando com o Peter Pan e ouvindo a música que a banda de samba-reggae que tocava, tentando observar a ligação entre a coreografia dos dançarinos e a letra da música, que notei inexistente. Lembrei das minhas aulas de dança, quando me foi ensinado que a coreografia devia contar uma estória, lembrei de inclusive bandas de samba-reggae como o É o Tchan que faziam isso com qualidade sim. Criando novos passos e absorvendo elementos de outras danças de salão para dentro da coreografia, agora eu observava aqueles dois homens, muito bonitos sem dúvida, dançando ali, mas percebia que não havia absolutamente nada de novo no que eles faziam. Conversando sobre isso com o Peter comprei uma Fanta e do bar eu observei um menino sambando do lado do palco, de costas para mim. Um corpo bonito, uma bunda redonda e bem feita, que ele rebolava. De fato, prendeu minha atenção.
Foi quando ele virou-se para mim e sorriu. Eu respondi fazendo o mesmo e um sorriso como tréplica soou como um convite para que eu me aproximasse. Sentei-me do seu lado e tentávamos conversar, mas o barulho da banda não permitia e eu o convidei para sentarmos no terceiro ambiente da boate, um videobar com cadeiras de metal e um único banheiro unissex. Sentamos e ele falou que era tímido e contou que tinha 21 anos e se chama Israel. "Então, se você é tímido quer dizer que eu que tenho que tomar a iniciativa para te beijar?". Ele sorriu e respondeu que sim. E eu puxei sua nuca para perto de mim e nossos lábios se tocaram pela primeira vez. Foi um beijo que começou suave e foi pegando fogo. Quando o incêndio se instalou ele sentou no meu colo, e minhas mãos buscaram sua bunda instintivamente, ele passava a mão no meu cabelo, e eu mordia seu lábio inferior, ele então me segurou a cabeça com as duas mãos e eu vi sua pele indígena contrastando com a minha pele branca e seus olhos de um castanho profundo me olhando. Ele sorriu. Um sorriso bonito e largo. Eu o beijei de novo, e ele rebolava no meu colo. Foi quando o amigo dele apareceu do nosso lado o chamando para ir, nos levantamos e ele me puxou pela mão até seus amigos os quais me apresentou e me pediu que o levasse até a porta também. Na volta eu olhei no relógio e vi que já eram 5h da manhã e reencontrei o Peter que conversava com um amigo nosso em comum. "Vamos embora, Peter?".
No carro, ao fechar o cinto, virei-me para o Peter e falei: "Será que eu devia adotar a pedofilia, não, minto, a pederastia?". Ele apenas me olhou esperando mais informação. "É que pedofilia é você ficar com pessoas menores de idade, não é?". Ele concordou. "Pois então, a pederastia é o que os homens de Atenas faziam aos 30 anos que sempre eram ativos com os meninos entre 18 e 20 anos". Ele gargalhou, mas reclamou. "Ah, não, mais competição p'ra mim?". Agora era minha vez de rir. "Ora, desde que eu adotei esse visual com cabelo raspado e barba, essa faixa etária tem dado tanto em cima de mim... eu os evito, por causa de um preconceito meu, de pensar que um relacionamento com alguém tão novo não vai dar certo". Ele mantinha-se em silêncio. "Eu quero um namorado que tivesse maturidade o suficiente para saber que, por exemplo, ele deseja ficar comigo, sabe?, que não ficasse fazendo joguinhos de conquista". Ele nem ligara o carro ainda me ouvindo falar. "Fora que não tenho paciência p'ra alguém que não sabe o que quer, né?". Peter continuava em silêncio, apenas girou a chave do carro e saímos, eu olhei pelo vidro e perguntei ao dia que começava a nascer: "Será que vale a pena eu voltar a tentar conquistar alguém, me dar a esse trabalho, e investir nestes meninos?".