Abraham Maslow foi um psicológo americano que viveu nos primeiros 70 anos do século XX, o irmão mais velho de uma família judia do Brooklin com sete crianças. Ele trabalhou no Massassuchets Institute of Technology (MIT) e fundou o National Laboratories for Group Dynamics. Neste laboratório realizou sua pesquisa mais famosa, em 1946, no qual ele criou os T-Groups (T de training) em que ele reunia pessoas que tinham conflitos e expunha quais eram os problemas que estes estavam passando para depois tentar alterar a situação. Porém a grande contribuição de Maslow para a ciência da alma foi a criação do que chamava de Psicologia Humanista. Maslow acreditava que o enfoque psicanalítico no determinismo do subconsciente e o método do behaviorismo não levavam em conta que o ser humano é detentor de liberdade de escolha, inclusive dentro de seu próprio tratamento. Ele apresentou três conceitos que se tornaram basilares para a Psicologia: a congruência, ser o que se sente, sem mentir para si mesmo e nem para os outros; a empatia, a capaciade de sentir o que o outro quer dizer e entender seu sentimento; e a aceitação incondicional, que significa aceitar o outro como ele é, em seus defeitos, angústias e qualidades. Esta Psicologia Humanista também reconheceu que quando um homem sente um vazio de sentido na vida, busca auxílio (na religião, nos amigos e amantes, na ciência, na psicologia) porque não se sente confortável em viver sem sentido ou ideais. Ele também reconhece que alguns eventos fortes podem adiantar a busca pelo sentido da vida (a morte de um ente querido, o fim de um relacionamento, algo desse tipo) e estes eventos normalmente trazem desconforto ou trauma intenso, mas se superados fortalecem o indivíduo.
É nesta busca para entender como os seres humanos conseguem satisfação em suas vidas que Maslow propôs uma de suas mais controversas ideias: a sua hierarquia de necessidades. Também conhecida como Pirâmide de Maslow, esta hierarquia propõe que os seres humanos têm necessidades que precisam ser alcançadas para conseguir auto-realização, segundo Maslow essas necessidades compõem uma hierarquia no qual é preciso galgar uma para conseguir a próxima. Ele define cinco conjuntos:
- na base da pirâmide estão as necessidades fisiológicas básicas, como fome, sede, sono, sexo, abrigo;
- no segundo degrau existem necessidades de segurança como um emprego estável, um plano de saúde, uma boa casa, basicamente necessidades materiais de existência;
- no terceiro degrau da pirâmide se apresentam as necessidades sociais como amor, afeto, afeição e o desejo de fazer parte de um grupo, clube e família;
- no quarto estão as necessidades de estima que passam por duas vertentes: o reconhecimento de nossas próprias capacidades como ser humano e o reconhecimento dos outros à nossa capacidade de adequação as funções que desempenhamos;
- e, por fim, no topo, estão as necessidades de auto-realização em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser.
Lendo as pesquisas dele dois pontos me chamaram atenção. O primeiro, sobre a ordem das necessidades colocada pela pirâmide. A maior parte das críticas da teoria de Maslow é exatamente sobre que, para alguém sentir-se completamente realizado, uma pessoa não precisa conseguir todas as necessidades que ele coloca, nem muito menos seguir essa ordem exata. Contudo, em ambos os casos, se pensarmos que esta ordem piramidal é a correta ou se nos apoiarmos que estas necessidades não precisam ser conseguidas todas para alguém se sentir realizado, em ambos os casos repito, vai de encontro ao senso comum que para alguém encontrar amor, uma pessoa precisa amar-se primeiro. Todos sempre jogam na minha cara que minha solidão é por falta de auto-estima ou de amor próprio (ah se eles estivessem dentro da minha cabeça e soubessem o quanto eu já gosto de mim, talvez até me chamassem de ególatra e narcisista). Todos repetem para si mesmo esta frase feita, inclusive. Torturam-se e torturam outros. Mas, lendo sobre Maslow, eu não pude deixar de pensar que este argumento simplesmente não faz sentido. Maslow e seus críticos concordam em um ponto: a necessidade de ter amor e a necessidade de ter auto-estima são ambas desejos ontológicos, isto é, fazem parte do ser humano. Mas eles também concordam que são desejos independentes.
Pode ser que a hierarquia seja real, e no caso o amor venha antes à auto-estima, talvez ela não seja e estas duas necessidades humanas podem ser conquistadas independentemente, porém em ambas as opções o argumento do senso-comum, repetido por todos, simplesmente não faz sentido. Não é preciso que você se ame para que alguém ame você. Não é uma lógica de troca. E nem as pessoas leem as outras tão bem. Na verdade, o que nós entendemos, muitas vezes, sobre auto-estima (sempre associada a cuidar de si no sentido de, por exemplo, malhar numa academia) é sempre de uma superficialidade tão gritante que não há como isso interferir em algo que entendemos tão mais profundo como o amor. Sei que vocês argumentarão que o relacionamento não vai durar porque os problemas de auto-estima da pessoa podem fazê-la ser infiel, ou ciumenta, ou sem perspectiva na vida, mas, queridos, para isso vocês já teriam que ter se envolvido com a pessoa. O amor já apareceu, ele pode não se manter por falta de auto-estima, mas este último não vai impedir alguém de se interessar por você. Ninguém tem como farejar isso sem se envolver com você.
Pode ser que a hierarquia seja real, e no caso o amor venha antes à auto-estima, talvez ela não seja e estas duas necessidades humanas podem ser conquistadas independentemente, porém em ambas as opções o argumento do senso-comum, repetido por todos, simplesmente não faz sentido. Não é preciso que você se ame para que alguém ame você. Não é uma lógica de troca. E nem as pessoas leem as outras tão bem. Na verdade, o que nós entendemos, muitas vezes, sobre auto-estima (sempre associada a cuidar de si no sentido de, por exemplo, malhar numa academia) é sempre de uma superficialidade tão gritante que não há como isso interferir em algo que entendemos tão mais profundo como o amor. Sei que vocês argumentarão que o relacionamento não vai durar porque os problemas de auto-estima da pessoa podem fazê-la ser infiel, ou ciumenta, ou sem perspectiva na vida, mas, queridos, para isso vocês já teriam que ter se envolvido com a pessoa. O amor já apareceu, ele pode não se manter por falta de auto-estima, mas este último não vai impedir alguém de se interessar por você. Ninguém tem como farejar isso sem se envolver com você.
O segundo ponto que me chamou atenção na pesquisa de Abraham Maslow é que para que um homem se torne realmente feliz e realizado, ele precisa passar por todas as etapas, ele precisa alcançar realização em cada um destes aspectos de sua vida. E há uma frase de Maslow que diz: "O que os humanos podem ser, eles devem ser. Eles devem ser verdadeiros com sua própria natureza". Este é o último patamar da pirâmide, pois ele considera que uma pessoa tem que ser coerente com aquilo que é na realidade para alcançar a própria realização. Diz ele: "temos de ser tudo o que somos capazes de ser, desenvolver os nossos potenciais". E me lembrei também de todos os homens gays e mulheres lésbicas que fogem daquilo que realmente são. Negação, homofobia internalizada, transtorno egodistônico. E como estes terão sempre, em sua vida, um buraco a preencher porque eles não podem atingir todo seu potencial. Os críticos de Maslow podem ter razão, mesmo faltando algo todos nós podemos ser felizes, porque a personalidade, as motivações pessoais e o meio social influenciam diretamente em como alguém se sente, portanto, estas podem não se sentir frustradas, na verdade. Mas elas estão completas?
A questão aqui é que um homem gay pode sim ser feliz escondendo e negando para si mesmo este aspecto importante de sua personalidade porque o meio em que ele foi criado o ensinou que ser aquilo que ele é é tão errado que o sofrimento criado ao se assumir é superiormente mais insuportável que, e isso acontece normalmente à nível subconsciente, este homem escolhe suprimir este lado da própria sexualidade. Minha dúvida aqui é como uma pessoa dessas se sente já que eu nunca passei por esta experiência de tentar não ser gay. Será que ela sente falta de algo? Ou não, já que para sentir a falta de algo é preciso tê-la conhecido/experimentado?
A questão aqui é que um homem gay pode sim ser feliz escondendo e negando para si mesmo este aspecto importante de sua personalidade porque o meio em que ele foi criado o ensinou que ser aquilo que ele é é tão errado que o sofrimento criado ao se assumir é superiormente mais insuportável que, e isso acontece normalmente à nível subconsciente, este homem escolhe suprimir este lado da própria sexualidade. Minha dúvida aqui é como uma pessoa dessas se sente já que eu nunca passei por esta experiência de tentar não ser gay. Será que ela sente falta de algo? Ou não, já que para sentir a falta de algo é preciso tê-la conhecido/experimentado?
Com pesquisa ou sem pesquisa, para mim, em minha existência e em minhas experiências vividas é auto-estima é a base de qualquer felicidade .. pode faltar tudo não faltando isto o SER pode ser feliz sim ...
ResponderExcluirPaulo, sinceramente, quero ver você ser feliz com sua auto-estima quando o salário não dura todo o mês. Quando existe a verdadeira chance de você passar fome durante o mês. Se suas pesquisas acham que auto-estima é a chave é porque você, definitivamente, viveu uma vida de muita sorte.
ExcluirEu so acho uma coisa: Seja quem vc é , seja feliz, deixe de neuras e escreva sua propria historia, vc pode ser o que vc quiser ser e isso e alegria pura!
ResponderExcluirDernier, tudo bom? Acho que você não entendeu que meu questionamento aqui é o que é ser feliz. Ser feliz corresponde a ter comida na mesa? É encontrar amor? É ter auto-estima? Eu acredito que ser quem nós somos, respeitar nossa natureza, é a principal coisa para alcançarmos nossa felicidade, mas já o Paulo, acima, pensa diferente. E para você: o que é ser feliz?
ExcluirTu faz psicologia ou já terminou?
ResponderExcluirMashow e suas ideias, um querido. Gosto de ler sobre ele, concordo com algumas coisas, discordo de outras.
Acredito que ser feliz e realizado é relativo, vem de cada um a partir das suas escolhas e percepções; difícil pensar em teorias e questões que contemplem tudo.
dentrodabolh.blogspot.com
Não, não sou psicólogo, eu apenas leio sobre o assunto porque sou um curioso mesmo! hehehe E também porque já me acusaram tanto de estar doente que eu preciso de argumentos para impedir que eu me interne no primeiro sanatório que encontrar pela frente. Afinal esse povo acha que qualquer lágrima derramada merece ser tratada com litium, né?
ExcluirEu concordo sim, que ser feliz e realizado é muito relativo, o que me deixa feliz e realizado não é o que te deixa feliz e realizado, não é? Mas as categorias do Maslow fazem pensar, nos fazem avaliar, né?, se falta algo em nossas vidas, ou se não sentimos falta de algo que para outras pessoas é importante. É um parâmetro interessante.
Ah sim, falou com tanta propriedade e tantos argumentos que considerei que pelo menos psicologia você fazia! rs
ExcluirDoente? Em que sentido?
Não necessariamente, não sou uma pessoa a favor de remédio para tudo, pelo contrário, acho que remédio é necessário em certos momentos. As pessoas acham demais de psicólogo, termino psicologia no final do ano rs Estou totalmente disponível caso você queria conversar das coisas que ler, seria um enorme prazer.
Sim, Maslow também me faz pensar, estou com ideias de fazer o trabalho de conclusão de curso sobre a teoria da pirâmide dele... sua postagem me deu mais ideias!
Que bom que eu ajudei em alguma coisa, então, fico feliz.
ExcluirEu falei com propriedade foi? Eu li algumas coisas, fiz uma boa pesquisa para pode escrever esse texto. Na verdade eu procurava algo que dissesse que eu estou errado, mas acabei confirmando minhas teorias.
Sobre doença, por causa da minha tristeza (causada pela solidão + solteirice + desapontamentos com minha vida profissional, em resumo, tudo deu errado), muitos me acusaram de depressão. Eu mesmo, depois de tanto ouvir, comecei a acreditar, mas algumas consultas descartaram logo o problema. Porém vez ou outra ainda acusam minha tristeza de doença, pq eu tenho uma vida que é uma merda, mas sou obrigado a ser feliz assim mesmo sob pena de ser internado em manicômio, sabe como é?
Se quiser conversar meu email está disponível: leninfoxx@gmail.com
Muito bom! Esse é o típico texto que daria uma bela discussão entre amigos. De preferência, tomando aquele café dos bons, mais alguns petiscos pra acompanhar! (rs) Vamos ver se não me “enrolo” ao escrever, resumidamente, o que eu penso.
ResponderExcluirÀ primeira vista me parece uma teoria bem construída, cheia de sentido. Mas, tem uma coisa que me incomoda: quando eu analiso essa pirâmide, toda “certinha”, toda “sequencial”... é ou não linear ao extremo? Pra mim (já escrevi isso algumas vezes aqui!) nada no “mundo real” acontece nesse formato. Você mesmo deu um bom exemplo: para que alguém ame outra pessoa não existe a necessidade de que essa outra pessoa se ame, ou tenha uma alta autoestima! São sentimentos com origem e processos diferentes. É óbvio que eles se inter-relacionam, se complementam, se retroalimentam. Mas nada, nem a pura lógica, pressupõe que, para a existência de um, obrigatoriamente deva existir o outro.
Na minha pobre opinião (rs), todos os movimentos da vida, todos os processos, se comportam de uma forma mais aleatória. Muitos dos sentimentos lá do “topo dessa pirâmide” podem se instalar, mesmo que ainda não existam alguns sentimentos das partes inferiores da pirâmide. Pra mim a vida de cada pessoa tem uma trajetória peculiar. E, se eu entendi corretamente essa teoria, para que alguém se sinta plenamente realizado em sua esfera pessoal, haveria que passar gloriosamente (rs) por todas as etapas que a antecedem. É isso? É justamente esse tipo de assertiva que me incomoda. Concorda comigo?
Abração, meu querido!
Claro que eu concordo, Adriano. A nossa vida não é um videogame em que você precisa vencer uma fase para começar outra não é? Você não vive vidas separadas primeiro buscando vitória profissional, depois encontrando o amor, depois buscando auto-estima, tudo isso acontece ao mesmo tempo. E cada um, cada pessoa, encontra vitórias ou derrotadas em cada um desses campos em momentos diferentes da vida, portanto, estabelecer uma linha progressiva para essa trajetória, com certeza, seria pra dizer o minimo falso.
ExcluirPorém eu sei que a base do seu argumento é que a vida não possui padrões e eu discordo de você neste caso. Na verdade, o problema é que cada caso é um caso não é? Pra você a pirâmide do Maslow pode não fazer nenhum sentido, para mim pode também não servir de nada (porque o padrão da MINHA vida é completamente outro), mas também é possível que alguém tenha exatamente este trajeto não é? Cada caso é um caso! Eu acho que existem padrões na vida sim, existe o padrão da minha vida, da sua, do padeiro da esquina, da presidente Dilma, inclusive este padrão pode ser o da aleatoriedade, mas existem padrões. A vida de cada indivíduo costuma manifestar alguns padrões, se você ficar atendo pode reconhecê-los e saber como lidar com eles. Eu acredito nisso, sinceramente.
Não, meu amigo, eu não disse que a vida não possui padrões. Eu sei que existem e são importantes. Acredito que esses padrões são as formas que os nossos comportamentos e processos se organizam. É através dos padrões que nos manifestamos, que agimos frente a adversidades, que resolvemos problemas. O que me incomoda é a maneira linear que muitas teorias têm pra explicar os fenômenos. Apenas isso.
ExcluirBem, não foi o que você disse quando eu falei sobre padrões na minha vida. De fato, você utilizou os mesmos argumentos, afirmando que meus padrões eram muito lineares e que não havia espaço para aleatoriedades. Eu não vejo meus padrões como lineares, na verdade, pensando bem eles são circulares, mas não existe espaço para o aleatório em minha vida. Eu estou definitivamente preso num círculo vicioso em que nada diferente acontece e os mesmos fatos se repetem dia após dia.
ExcluirDeixa eu esclarecer (rs). Eu não me referia a você quando falei em linearidade. Eu me refiro às teorias que você expos nesse post e no anterior (Maslow e Hegel, respectivamente). Com relação a você viver em um círculo vicioso (ou padrões circulares, como você diz), se me permite, acho que em algum momento já comentei sobre isso. Sei que você, por exemplo, não tem baixa autoestima. Sei que você é inteligente e, portanto, espero (rs) que você não seja fatalista a ponto de acreditar que “não tem jeito”. Não sei se é aplicável a você, mas, se repetimos determinados procedimentos, que não deram o resultado que esperávamos, é praticamente certo que continuaram a não dar. E tem outra coisa: não acredito que existam receitas prontas e que sirvam para todas as pessoas. Portanto, eu não saberia nem sugerir algo novo que você pudesse tentar.
ExcluirE é justamente nisso que ressalto a aleatoriedade dos processos que vivemos. Não acredito em karmas negativos! Muito menos em “pensamento positivo”, ou algo do gênero, que, uma vez ativados, mudariam nossas vidas. Acredito, sim, que, por nossas ações, conseguimos de alguma forma abrir brechas na aleatoriedade das coisas e alcançar alguns objetivos. Mas sei que, o que funciona pra mim, não necessariamente funcionaria para outra pessoa. No seu caso eu apenas posso dizer que acredito no seu potencial. Eu vejo suas qualidades. Agora, sobre o que fazer para que todo esse bom potencial que você tem aí dentro, reverta em uma direção sólida e feliz de vida, isso eu não saberia dizer. Se o padrão é circular, como você diz, a única forma é escapar dele, seja como for. E, sem “solução final”, né! Que isso é de uma pobreza atroz!
Adoro conversar com você por aqui, Adriano. Vc é inteligente e faz comentários interessantes. Obrigado por continuar lendo o blog e comentando.
ExcluirObrigado também pelos seus elogios, mas vc está enganado, é exatamente por ser tão inteligente que eu acredito que não tem mais jeito. Tentar novamente (sobretudo em relação a amor) me faz me sentir um idiota. Eu simplesmente sinto vergonha, como se eu fosse um viciado que não consegue ficar longe de algo que o faz mal. Eu também acho que procedimentos que deram errado antes, se repetidos, terão o mesmo resultado. É exatamente por isso que eu chamo de círculo vicioso, porque qualquer procedimento que eu tome me leva sempre ao mesmo resultado. Tentei mudar radicalmente de área de trabalho, o resultado não foi positivo; tentei me aproximar de homens de todas as maneiras conhecidas pela humanidade e o resultado foi sempre o mesmo (a única forma que eu não tentei, de fato, foi um amigo me apresentar alguém pq nenhum amigo nunca tentou me apresentar alguém, acho que meus amigos também não acham que eu seja alguém que valha a pena).
Eu também acredito que a solução para escapar do padrão circular é pular para fora dele, por isso eu parei de me mover. Se todo movimento meu causa o mesmo padrão, que termina sempre do mesmo jeito, eu resolvi parar. Desisti de sonhos e decidi que viver com aquilo que tenho agora, isto é, o necessário a minha sobrevivência apenas, sem nenhum prazer, é a única coisa que posso fazer. Eu, ou apesar toda minha inteligência ou graças a ela, não vejo outra saída. Ah, de fato, a única saída que ainda enxergo seria suicídio, não que eu queira me matar, eu não quero (que fique claro), mas é a única coisa que poderia mudar algo na minha vida, que romperia algum padrão, no mais tudo há de continuar o mesmo.
Ser feliz é um estado momentâneo,assim como a tristeza,também. Ser feliz o tempo todo assim como qualquer coisa em excesso exauri e chateia.
ResponderExcluirDe fato, Raphael, inclusive ser feliz o tempo todo é uma doença, euforia, tal qual a depressão.
Excluir"Exaure"
ResponderExcluirTeorias e ideias como essas de Malow são ótimas. Para nos ajudar a compreender o ser humano, suas possibilidades e necessidades, caminhos e descaminhos. Nada mais.
ResponderExcluirQuanto ao geral, concordo com Adriano. Ele já escreveu aí com muito mais propriedade do que eu poderia fazê-lo. Quanto aos aspectos pessoais, creio que me faltaria conhecimento para falar. E falar sem conhecer seria temerário falar qualquer coisa. Nem creio que você precise de conselhos. É inteligente e tem conhecimento bastante para encontrar seu próprio caminho.
Quanto ao amor, acho que amar e ser amado são coisas independentes. E a pessoa pode descobrir a autoestima amando primeiro. Aquele que não se acredita capaz, que não se acredita digno, ao amar, descobre em si a própria humanidade. E isso é um grande passo para ser feliz.
Receita pra ser feliz? Não existe. Ou melhor, existe, mas é customizada para cada um, e só a própria pessoa pode estabelecer o caminho. Mas a primeira coisa fundamental nisso é querer ser feliz. E, daí, a cada dia, saber que fez o melhor de si, a cada passo. Ser feliz é bem mais simples do que se supõe. E exige esforço, dedicação.
E, finalmente, amor de par é importante, sexo é importante, mas o que não pode mesmo faltar na vida é comida. Para todo o resto a gente consegue se adaptar e, sim, pasme, ser feliz sem.
Ai, Alex, como você está enganado sobre mim. É claro que eu preciso de conselhos, ora. Eu sou inteligente, sou!, mas também sou imaturo e inexperiente. Eu não vivi nada da minha vida. Estava ocupado enfurnado nos livros. Minha única experiênci é através de livros,.por isso todo conselho é útil. Eu sinceramente não sei.o que fazer com minha vida agora, por exemplo.
ExcluirNo mais, eu concoreo com vc. =)
Pois eu acho que pouca gente sabe o que fazer com a vida. Eu, por exemplo, sempre fui apenas vivendo. Admiro muito quem tem planos, metas, lutas etc. Então, não sou uma pessoa apropriada pra falar sobre isso.
ResponderExcluirTb admiro quem tem planos e metas, eu já tive. Aos 17 anos entrei na faculdade e quis me tornar doutor e só parei quando vi isso realizado. E, durante o período, eu não vivi. Eu estudei. Vc é uma pessoa apropriada para falar exatamente porque viveu algo, ao contrário de mim.
ExcluirAs teorias são boas, o que não quer dizer que são completas e 'imexíveis'. Não temos que encaixar toda uma pessoa, uma vida, uma obra, numa teoria. Além disso, na prática a teoria é outra.
ResponderExcluirE qundo você diz: "Ser feliz corresponde a ter comida na mesa? É encontrar amor? É ter auto-estima?" (Resposta ao Dernier), a resposta é sim, sim, sim. Felicidade não é algo monolítico, tudo depende do momento, do lugar, da pessoa, etc..
Existem padrões no mundo e na vida, mas torna-se difícil enfiar tudo num mesmo padrão.
Belo post!
Abraço.
Exato, Tesco, eu concordo, existem padrões, no plural, e não um único, no singular, não é?
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