Então neste domingo inúmeros brasileiros saíram às ruas dizendo que protestariam contra a corrupção e a má gerência da Petrobrás, mas na verdade somente falaram contra o governo Dilma Rousseff e o quarto mandato do Partido dos Trabalhadores, apesar das afirmações contrárias de muitos que defendiam as manifestações em redes sociais. Eu, sinceramente, não entendi a lógica que impulsionava eleitores de direita de tomar o passeio público e os de esquerda de permanecerem em suas casas, a única explicação para mim é enxergá-los como times de futebol.
Não fazia sentido alguém que fez campanha e votou em Aécio Neves nas eleições de outubro se enrolar agora em uma bandeira brasileira e pintar-se como os Caras Pintadas patrocinados pela Globo nos anos Collor para criticar o governo petista. A sra. Rousseff adotou as propostas defendidas pelo candidato tucano e eles, agora, protestavam contra o projeto que votaram seis meses atrás. Outros, todavia, diziam que não era contra o novo plano econômico petista e sim contra a corrupção exposta no caso Petrobrás. Se isto é verdade, porque nenhuma crítica ao Partido Progressista (PP), cujos deputados e senadores estão quase todos envolvidos no escândalo, foi vista? Por que nenhuma crítica ao PMDB também envolvido? Por que nenhuma citação ao envolvimento de Aécio Neves e Antônio Anastasia? Por que somente o PT que aparece com, se não me engano, com apenas dois dos seus parlamentares é criticado e por que também a figura da senhora presidenta, como ela gosta de ser chamada, não obstante ela não ter sido citada de forma alguma, é associada ao processo?
Ao mesmo tempo, a presidente não é criticada por seus correligionários de forma alguma. Dilma, no entanto, os traiu. Como ela vendeu os votos LGBT em troca de garantir a governabilidade no mandato passado, agora ela abandou as promessas feitas aos trabalhadores durante sua campanha em outubro e vende seus direitos a quem possa pagar melhor (isto é uma metáfora, que fique claro, não estou acusando a presidente de corrupção, apenas de traição). Nenhum petista levantou-se contra Dilma sentindo-se traído (como eu me senti no mandato passado, e não faço agora porque apensar de ter votado nela eu sabia que ela se comportaria do mesmo jeito independente do que estava prometendo). Nenhum membro do partido da presidente fez a legítima crítica que precisa ser feita às novas regras trabalhistas e ao pacote econômico, aos cortes nas universidades públicas e a falta de diálogo com a classe média que tem criado o sentimento anti-petista tão grande que vemos pelas cidades mais populosas do país.
Como torcedores de times de futebol, os petistas traídos continuam apoiando Dilma e os tucanos beneficiados pelos novos programas do governo continuam detestando o governo. Os sentimentos dos dois grupos independem dos fatos. São apenas torcedores de times de futebol que exultam somente as belas jogadas de seus próprios times e xingam, sem pensar duas vezes, toda vez que o adversário toma a bola. Se é assim, eu faço uma proposta que resolverá para sempre o problema político brasileiro: por que não colocamos na direção da nação o presidente do clube que vencer o campeonato brasileiro de futebol? Afinal o Tribunal Superior Desportivo julga tudo em menos de três dias; a CBF mantém um controle efetivo sobre qualquer denúncia, nunca saberíamos de nada; e, por fim, poderíamos torcer contra sem nenhum peso na consciência quando nosso time não vencesse, porque uma vez torcida adversária sempre torcida adversária.
Simplesmente discordo desta perspectiva simplista ...
ResponderExcluirentão mostre seus argumentos, Paulo, simplesmente dizer que discorda não é uma forma de construir uma discussão, é apenas ser arrogante.
ExcluirApoiado!
ResponderExcluirainda tem a vantagem que a gente não precisa votar né?
ExcluirEu sinceramente já não sei mais o que dizer dessa (com o perdão das palavras) palhaçada parlamentar ... protestos que já não adiantam de nada, o povo se reunindo e indo as ruas e de nada adianta, chama atenção mas nada se resolve, até quando?
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