Google+ Estórias Do Mundo: Sobre Experiências, Traições e Afins

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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Sobre Experiências, Traições e Afins

Eu tenho uma curiosidade imensa daqui do meu lado da vida, de onde observo vocês, sabe? O que significa ser traído? Porque eu observo as pessoas e todas temem a traição de uma forma tão intensa, algumas pessoas chegam perto das raias da fobia, porque se esquivam de relacionamentos, de contatos com outras pessoas, ou mantendo relacionamentos superficiais, temendo que um dia possam vir a ser traídas. É um pavor que eu não entendo. De fato, não entendo. Eu sei que o argumento vai aparecer aqui então deixem-me dizer que onde falo, de onde estas questões surgem. Em primeiro lugar, todos sabem que minha experiência com namoros é praticamente nula, somente um que durou seis meses com o Tato (oi, Tato), portanto eu não tenho ideia do que é sentir-se traído e principalmente do sofrimento que isto pode causar em alguém. Minha falta de experiência com o assunto é real e por isso apelo a vocês para que me expliquem, eu não estou brincando, é uma dúvida real. Então, por favor, não respondam que se eu tivesse um namorado eu ia entender. Eu não tenho, e talvez por isso eu não entenda, talvez! Afinal exista a possibilidade que a minha concepção sobre traição seja real, apesar de nunca testada empiricamente.
Minha concepção de vida, filosófica, política, acadêmica formada através dos livros que li (porque, repito, minha experiência com tudo isso é puramente intelectual) em que eu não considero que a posse sobre alguém seja basilar ao amor, isto é, nunca acreditei em minha vida que para eu me sentir amado ou para que eu amasse alguém, eu teria que ser fiel e pertencer somente a uma pessoa. Em teoria, eu seria facilmente adepto do poliamor, nunca fui uma pessoa ciumenta, nunca acreditei que a base de um relacionamento saudável seja a fidelidade e sim a lealdade, e qual a diferença entre os dois? Fidelidade é você nunca se relacionar com outras pessoas, lealdade é você nunca enganar a outra pessoa, você pode ser fiel e nunca ter sido leal (por exemplo, mentindo sobre o trabalho, sobre a condição econômica, etc) e você pode não ser fiel, mas ser completamente leal (como em relacionamentos abertos). Obviamente, eu nunca pus nada disso a prova, afinal meu namoro a distância com o Tato (Belo Horizonte/MG - Cabo Frio/RJ) não é o melhor exemplo dado as inúmeras idiossincrasias que um relacionamento via MSN tem per si
Lembro também dos grandes traidores que eu conheci em minha vida, meu irmão mais velho e agora o Le Garçon Blond, (citarei apenas dois exemplos, mas não que eu não conheça outros mais), estes são sempre assombrados pelo fantasma da traição. Toda conversa sobre relacionamento com o Le Garçon sempre termina com ele falando sobre fidelidade e ele demonstrando que não confia em ninguém. Meu irmão mais velho perseguia suas namoradas e queria saber onde elas estavam o tempo todo porque ninguém poderia enganá-lo. Mas ambos traem continuamente as pessoas com quem se relacionam. É outra dúvida: pela minha experiência intelectual parece haver uma ligação entre aqueles que mais traem e aqueles que mais tem medo de ser traídos, isto procede ou minha amostragem está viciada? Eu inclusive conheço dois casos de pessoas que sempre traíram e temiam absurdamente serem traídos que ao casarem-se e finalmente dedicarem-se realmente a uma vida fiel perderam o medo de serem traídos também. Então, esta lógica faz sentido?
Estas perguntas são porque eu vejo este medo irracional das pessoas e eu fico aqui pensando comigo: por quê? Dói tanto assim que a pessoa prefere se privar de tudo o de bom que um relacionamento traz (companheirismo, amizade, sexo, amor, felicidade) por causa de uma possibilidade que pode vir a não se realizar? Ou estas pessoas tem um concepção de amor errada (afinal amar algumas pessoas eu já amei mesmo, uma única vez correspondido de 3), elas sentem que a precisam possuir a pessoa e é este sentimento que quando é rompido dói tanto, como quando uma criança mimada não tem aquilo que quer? É o ego magoado que dói tanto? Uma vez me disseram que se eu tivesse vivido estes amores que tive em sua completude, isto é, se o namoro com o Tato não tivesse sido a distância, ou se o Anjo em Belo Horizonte ou se o Menino Bonito aqui em Natal tivessem correspondido aos meus sentimentos eu não pensaria deste jeito. Será? Fico com minhas dúvidas, será que vocês podem ajudar-me?

30 comentários:

  1. A grande questão q fica desta reflexão Foxx é q o SER humano, hétero ou homo, continua com concepção mesquinha de q relacionamento implica em uma relação de posse. Claro q tudo isto tem seu fundamento em concepções machistas pré-históricas e, fundamentalmente no dogmatismo religioso. O q é TRAIÇÂO? Para mim traição é o falta de coragem de uma das partes para assumir q, para ele, o amor não existe mais e/ou q a relação não vale mais a pena. Daí ele se entrega e a outra relação paralela ou mesmo a aventuras constantes com outros na busca e algo q lhe assegure uma possibilidade de entrar em outra com segurança.
    Eventuais lampejos sexuais, circunstanciais não vejo como traição, isto vale para ambas as partes e, considero pura hipocrisia quem não admite q isto, de certa forma, faz parte do gênero humano, puramente físico e circunstancial ...

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    1. Excelente aspecto, Paulo, neste caso a pessoa se sentiria ofendida e magoada porque ela queria suprir todos os desejos sexuais da pessoa e quando vê que a outra pessoa olha para outra pessoa porque ela não é o ser humano perfeito que imagina ser, porque algo no outro atrai o namorado/a namorada a pessoa fica ofendida?

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  2. parei para pensar agora e acabei vendo que eu tb nunca passei por isso. esse medo de ser traído.

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  3. Foxx, primeiro preciso dizer que o texto está muito bem escrito, como sempre o faz. Agora me deixe dar a minha opinião.

    Enquanto lia pensava: o cara que tem medo da traição é justamente oq eu trai, e não deu outra, vc citou o que ia dizer.

    Existem paranoias de toda forma, mas deixar de se relacionar com alguém por medo da traição é uma bobagem. É o mesmo que adorar sorvete e nunca provar com medo do resfriado.

    Sou do tipo fiel, e por consequência leal. Dá sim pra ser as duas coisas ao mesmo tempo quando de gosta de alguém. O amor de verdade faz com que vc respeite e não queira o sofrimento do outro. A partir do momento que surge a vontade de ter algum tipo de contato físico com outros, essa história já não está mais 100% correta. Então se chegarem ao consenso da liberdade mutua ( oq acho terrível num relacionamento) então tudo bem, é um acordo de ambas as partes. Só não vale depois atirar verdades na cara do outro.

    Não acredito na posse. Ninguém é dono de ninguém, e quando isso ultrapassa o bom senso e as proibições surgem, é um prato cheio para que o outro escape entre os dedos. Conheço pessoas que traíram na cara dura, que traem sem remorso, que buscam farras sem ao menos corar o rosto. E todos tem o discurso de que é difícil encontrar amor. Não se dá chance ao amor, então, não reclame.

    Mas sei que existem os “acordos” e esses são bem entendidos por que existe a tal lealdade citada por vc. Na minha concepção não da certo. Não sou do tipo que divide. Então se não está bom, melhor cada um pra um canto.

    Confesso, já fui traído, mas posso afirmar que nunca devolvi na mesma moeda.

    Abração.

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    1. Acho que tem algumas confusões na sua fala, Rafael, coisas como "sou do tipo fiel, e por consequência leal", não acho que lealdade é consequência de fidelidade, acho o contrário, é ser leal com o outro que pode fazer você ser fiel. por exemplo: notei que você não participaria de um relacionamento aberto, ser leal a você significaria respeitar este seu sentimento e POR CAUSA DISSO ser fiel. Eu entendo a fidelidade como resultado de uma lealdade a você, não a causa primeira do relacionamento.
      Outra questão que você levantou: "surge a vontade de ter algum tipo de contato físico com outros, essa história já não está mais 100% correta", eu discordo, nós homens nos excitamos muito facilmente, com filmes, com contos, com alguém que cruza nosso caminho, eu duvido que durante seus namoros você não tenha conhecido alguém que vc não tenha pensado "se eu fosse solteiro eu pegava", isto já é desejar o contato físico que vc falou, mas o seu relacionamento não tem nenhum problema porque este pensamento passou pela sua cabeça, isso é normal. Eu conheci um menino, que traumatizado por causa das traições do pai, ele não se permitia ter este tipo de pensamento quando estava com alguém, era um sofrimento para ele! Ele se considerava o maior cafajeste do mundo e fugia de relacionamentos porque nenhum homem que ele ficava conseguia fazê-lo pensar somente nele. Acreditar que sua mente será ocupada para sempre pelo menos homem não é romantismo demais?
      As únicas pessoas que traem que prestam são as que traem sem remorso na minha opinião. Se for pra trair pra depois ficar se sentindo culpado, não faça, ora bolas! Mas, de fato, essas pessoas vendem mesmo este discurso que é difícil encontrar o amor e, pensando agora, para elas deve ser difícil mesmo, porque elas esperam encontrar um amor que os faça para de querer ficar com outras pessoas, devem ter esbarrado inúmeras vezes com o amor real e não reconheceram.
      Sobre os acordos, vc diz "na minha concepção não dá certo", acho que vc devia mudar a frase para "se fosse comigo não daria certo". Porque não é uma questão de concepção, você não aceitaria namorar alguém que pode ficar com outras pessoas, mas o fato é que isto da certo sim, para quem não tem problema, relacionamentos extremamente duradouros são criados com base nesta premissa.

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    2. Foxx, no inicio eu disse que era "minha Opinião"...to vendo que vc entende bem do assunto...então por que perguntou? rs.

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    3. E se vc não viu eu fiz outras perguntas no comentário. Porque suas respostas me fizeram pensar e a partir dela novas questões surgiram para mim.
      Eu não fiz uma pergunta para ouvir cegamente sua opinião. Eu fiz uma pergunta para começar um debate, um conversa, com você e com todos os leitores.

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  4. Menino... taí um assunto que rende! E muito! Pois apesar de ter passado a maior parte da minha vida em algum relacionamento com alguém eu ainda não entendi muito bem as nuances da tal da "traição".

    Eu acho que - assim como chifre - traição é algo que colocam na tua cabeça... hehe! Vou na linha de pensemento do Braccini... desejo é coisa que todo mundo sente... é inerente ao ser-humano. A diferença é como cada um lida com esse desejo ou tentação.

    Eu sempre digo que "fidelidade" é adjetivo que espero de um cão e não de um homem. Prefiro confiar no meu parceiro. Não tô dizendo "confiar" que ele não me "traia", mas confiar que ele seja sincero comigo. E principalmente com ele mesmo! E se ele ficar preso no elevador com o Brad Pitt eu espero sinceramente que ele não perca a oportunidade... #desses! ;)

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    1. Sempre fui o blogayro de fazer postagem que causavam alvoroço né, Fred? Seja por causa da minha bunda ou do meu cérebro, kkkkk.

      E, de fato, se um namorado meu ficasse preso com o Brad Pitt e não pegasse eu ia bater nele, e também bateria se ele pegasse e não tirasse fotos. Né?

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    2. Mas BP é tão feio!!! Já se fosse o Russel Crowe...

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    3. As fotos ainda renderiam algum din-din!!! #SóAcho!

      E se no "meu" elevador estivesse o Eduardo... daí só restava a ossada desse urso. E ainda pode entrar um raposa no meio! Se é pra fazer, vamos fazer bem feito... nzé??!

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    4. Ah, Edu, eu pegaria o BP de Lendas da Paixão ou de Clube da Luta, mas só, depois ele ficou "eh" pra mim.

      E Fred, com certeza essas fotos renderiam bastante. kkkk
      E quem não pegaria o Edu né, gente?

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    5. O Edu #todaspegam e #todasquerem! Passaram mel no mancebo! ;)

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    6. Olha só... eu volto aqui pra ler mais da discussão bacana e vejo meu nomezinho na boca do sapo... ou da raposa... ou que bicho/bicha for!

      Encabulo! :-)

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  5. Nunca fui traído. Nunca estive num relacionamento. Contudo, creio que ninguém se sentirá confortável sabendo que o/a companheiro/a se envolveu com outra pessoa. Creio que é um factor de desestabilização numa relação amorosa, a menos que não haja sentimento que una. Não se trata de posse; trata-se de confiança. Trata-se também de honrar um compromisso. As relações humanas baseiam-se na confiança recíproca, na lealdade e também, por que não dizê-lo?, na fidelidade, no caso dos relacionamentos amorosos. Trair já pressupõe o engano, daí que a distinção, que existe, sim, entre fidelidade e traição não seja tão importante assim.

    Estou à vontade para falar no assunto, até porque não acredito no amor. Acredito num bem-querer, numa necessidade de atenção e estima. Não mais do que isso. Mantenho o que disse relativamente às traições. Não acreditando no amor, não signifique que não reconheça um papel social de primeira linha na estabilidade nos relacionamentos, na constituição de famílias que se desejam harmoniosas. Se a nossa sociedade assentasse na volatilidade das relações, promovida pelas traições, acredito que tudo desmoronaria de vez.

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    1. *da estabilidade, *da constituição

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    2. Primeiro, "tamo junto!
      Segundo, eu não acho que se a pessoa não sente ciúmes é porque não tem nenhum sentimento pela outra pessoa, mas eu concordo sobre que quando alguém não honra o compromisso firmado é difícil de confiar, se o compromisso foi ser fiel, é preciso que se honre; se o compromisso foi que não precisa ser fiel, que também se honre, porque pensando bem também é traição quando alguém que entrou em um relacionamento aberto começa a ter ataques de ciúme, o compromisso foi quebrado, a outra pessoa não vai confiar nela e pode por isso terminar o relacionamento ou reconstruir o relacionamento de outra forma não é? acho que nunca ninguém pensa por este lado.
      Mas, de qualquer forma, eu não acho que alguém que não se importa se o namorado fica com outras pessoas ame menos aquele com quem estar do que aquele que morre de ciumes, acho que é somente um modelo que não estamos acostumados a ver e pensamos nele com preconceito.
      Outra coisa, fiquei bastante curioso: porque você não acredita no amor? Você acha que toda pessoa que diz que ama alguém está na verdade mentindo?

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    3. Só corrigir (de novo!): no último período do primeiro parágrafo, eu disse que a distinção entre fidelidade e traição não faz tanto sentido assim...; eu queria dizer entre fidelidade e lealdade, já que fidelidade e traição dizem respeito ao mesmo. -.-' Em minha desculpa abona o facto de ter dormido muito mal na noite anterior a esse primeiro comentário...

      Bom, eu acredito no amor filial / paternal, no amor por outros familiares. Nesse amor eu acredito. No outro, não. Não passa de um bem-querer, como referi, um medo da solidão, de não ser querido e, também, de algum egoísmo. "Amamos" na expectativa de sermos retribuídos nesse sentimento, de forma a preenchermos as carências. A pessoa verdadeiramente forte é aquela que consegue ser autosuficiente nesse aspecto. É a minha tese. :)

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    4. Nossa, Mark, que terrível! Respeito sua opinião, mas eu não vejo o amor desse jeito. Eu pelo menos sempre pensei que o amor é algo que devemos doar aos outros, que é exatamente o contrário do que vc descreveu, e eu acredito que ele exista exatamente porque eu já o senti. Das 3 vezes que eu senti amor, duas delas não me deram o prazer de ser amado em retorno, então eu sempre me contentei em deixar este sentimento fluir por mim e chegar aqueles que eu amava para fazer bem a eles, sem esperar que eles precisassem me amar de volta. Não era o que vc descreve, não foi isso que eu senti. Acho que talvez vc não tenha encontrado ainda o amor. Poderia ser isso?

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  6. Lealdade sempre. Questão de princípios, cláusula pétrea na vida. Fidelidade, essa que está sendo discutida aqui, me parece cada vez mais um conceito artificial e tosco, hipócrita para boa parte das pessoas. O que não significa que não existam pessoas que sejam fiéis nesse sentido, e felizes assim. Cada um é cada um. Eu não sou fiel, jamais seria. Ainda que não tocasse em outros corpos. Mas sempre fui e sempre serei leal, honesto, verdadeiro. No limite de minha capacidade de elaborar, entender e expressar minhas atitudes e meus sentimentos mais profundos.
    Vou na linha do Braccini, e mais além: pra mim não existe traição. Existe desejo e a decisão de vivê-lo ou não. Qualquer decisão está correta, se lhe faz feliz, e se não torna o outro infeliz. (Mas a decisão de continuar infeliz contido é dele, não sua). Um verdadeiro amor não admite posse e quer o bem do outro. Um ser evoluído é capaz de entender que amar outro, ter prazer com outro, não torna menores o amor do outro por mim, nem, o prazer que o outro me proporciona. E vice-versa. Discordo ainda de que se não existe mais "fidelidade", a relação acabou. Isso é a mesma coisa que dizer que, pra maioria de nós, não existe a possibilidade de relação duradoura (pela vida toda). Uma das coisas que mais me incomoda nos encontros casuais é isso. Você fica com um cara, tá tudo bem, poderia ser uma coisa gostosa, mas ele é solteiro, quer alguém pra chamar de "seu", e fica na certeza de que "se eu estou galinhando, é porque minha relação já está a ponto de acabar". Quando entende que não é nada disso, que ele não será promovido a titular absoluto, muitas vezes dá escândalo. Ora, eu nunca prometi nada, e muito menos escondi que era casado, há quase 20 anos. Se ele ainda tem, como eu tive no passado, esse conceito materialista, capitalista, machista, hipócrita e falso-moralista do amor e das parcerias estabelecidas com base e a partir desse amor, problema dele. Paciência. Compreendo. Eu também precisei sentir muita dor de corno, muita insegurança, me analisar muito, e ir decidindo ao longo desses anos todos, que o amor vale a pena, que uma relação baseada no amor profundo prescinde dessa fidelidade lugar-comum, e até se enriquece quando ela é superada. Fidelidade é conceito relativo, e lealdade imprescindível.
    Mas isso não é receita. Cada um é cada um. Quem acredita nesse conceito artificial de fidelidade corporal, de lealdade, go on.
    Pra mim não serve. Eu quero, sim, cada vez mais, amar mais e mais. E isso não diminui, nunca, o amor que tenho por quem eu sei que me ama.
    Finalmente, acredito que aqueles que não cultivam a hipocrisia, e que estão dispostos a viver profunda e plenamente uma relação, mais cedo ou mais tarde, abandonarão o conceito de fidelidade que torna o corpo do outro minha propriedade privada.
    Eu sou comunista. Inclusive no amor e nas relações. Mas sei, também, que com o homem que atualmente ainda habita a Terra, é inviável. Procuro apenas viver meu comunismo afetivo particularmente. Sou comunista, mas acredito e defendo vida privada!! Haha.
    Quem nunca traiu, que atire a sua

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    1. Corrigindo; contiGo, e não contiDo, na linha 4 do §2º;
      E a última frase saiu truncada. "Quem nunca traiu, que atire a primeira pedra. Eu me esconderei numa caverna pra me proteger. Talvez eu seja mesmo um ser das cavernas.

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    2. É, Alex, se eu tivesse um relacionamento eu acho que pensaria do mesmo jeito que você. Mas infelizmente não posso saber se na hora que eu namorasse, ia baixar um cara possessivo e ciumento do nada. Não tenho como saber, infelizmente.

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  7. Ah, e para não parecer radical, embora seja mesmo, admiro muito os poucos féis que eu conheço e que não sentem necessidade de partir pra relação física com outros. São bem poucos esses. Agora, que não têm nem desejos, ainda não conheci nenhum.

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  8. Nunca namorei, mas penso que se for para me envolver com alguém para além da ficada esse indivíduo tem que ser especial. É uma ideia romantizada, idealista, culturalmente construída e sei disso, mas ainda sim insisto nela.
    Para mim, se fosse "traído", seria como se ele dissesse: "está vendo, estou com você por comodismo, conveniência, o diabo a quatro. Você é apenas mais um, se não for você será qualquer outro. Eu não me importo."
    Não me vejo como uma pessoa ciumenta, possessiva, que proibiria amizades, passeios com amigos ou que instalaria um GPS no namorado. Na verdade acredito que seria até um pouco distante, comparado aos relacionamentos de conhecidos meus (onde eles encontram tanto assunto para falar no celular?...) Mas quando estivéssemos juntos gostaria que a simples presença um do outro bastasse para proporcionar a satisfação que ambos desejam.
    Não recriminaria se ele consumisse pornografia, que ele dissesse que fulano de tal é ma-ra-vi-lho-so, que ele "pegaria sem pensar duas vezes". Sério, acharia até graça. Mas se ele partisse para os finalmentes a história mudaria de figura, pois seria como se ele estivesse desistido de nosso relacionamento, buscando algo que eu não sou.
    Ser "traído" seria uma negação da singularidade, do amor como concebo. Se eu não estou de acordo com os seus anseios de vida, me deixe e procure por alguém que atenda tais critérios. Mas não me iluda com algo que você não tem a oferecer.
    Embora saiba que não somos únicos, não somos imutáveis, tão pouco especial, afinal a vida sempre continua, o homem se consola mais ou menos daquilo que perde, amor para mim seria isso, ambos cedendo, apreendendo com as diferenças, a medida que não pode mudar suporta os "defeitos" do outro, sempre insistindo no relacionamento, sempre TORNANDO o parceiro único, ao meu ver ser "traído" contraporia tudo isso.
    Meu parecer sobre amor, "traição". Existem muitas formas de amar, essa é a minha, por enquanto ao menos.

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    1. em resumo: traição pra vc significa que vc não é o bastante para o outro e ele só pode querer vc sempre na vida dele?

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  9. Não sei o que dizer, só que sou inseguro e carente. Acho que numa traição, não há problema em perdoar, por exemplo. Ou terminar o relacionamento. Vai do acordo do casal, o que as partes decidem fazer dali pra frente. Eu penso isso porque algumas amigas já foram traídas e perdoaram e foram julgadas por isso, é o que me veio à cabeça.

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    1. não acho que vc é inseguro ou carente, muito pelo contrário, significa maturidade, segurança e total falta de carência entender que a pessoa só ficou com outra, isso não significa que ela tenha deixado de gostar de vc e tal, não é tão simples assim, e todo mundo já traiu um namorado ou ficou com alguém enquanto gostava de outra pessoa (meu caso) e sabe que vc pode fazer sexo com A e continuar amando B como se nada tivesse acontecido.

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  10. Bem, eu acredito que vivemos numa sociedade com MUITA imaturidade emocional. A maioria das pessoas confunde amor ou com paixão, ou com desejo sexual, ou com admiração, ou com afinidade... Raros são os que têm clareza dos próprios sentimentos e a coisa já começa errada por aí!

    Por não entender a si próprios, muitos têm concepções distorcidas sobre o que seria uma traição. Como diria Marcelo Camelo "saiba: traições são bem mais sutis"...

    Eu concordo com o Bratz sobre o que seria uma traição e acredito que as pessoas se magoam quando vivenciam uma "traição sexual" vinda de seu par por um mito construído socialmente de que "existe alguém que nos completa"...

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" Gosto de ouvir. Aprendi muita coisa por ouvir cuidadosamente."

Ernest Hemmingway