Tarde de domingo, um sol escaldante banhava o bairro de Ponta Negra com uma luz que exigia a presença de óculos escuro no rosto de qualquer um que ousasse sair a rua. Eu estava ministrando um curso sobre Astrologia Cármica por ali, e sai para comer com duas das minhas alunas porque voltaríamos a tarde para a segunda parte das aulas. Eu não o vi quando entrei, somente quando sentei no fundo do restaurante, o vi me observando lá do outro lado. Ele sorriu para mim com alguns dentes tortos. Era branquinho, com olhos apertados e corpo sarado. Cabelo arrumado para cima e pele lisa, sem pêlos ou aquela sombra de barba de quem tem muita testosterona no corpo. Rosto imberbe é a descrição correta. Ele me observava de frente a mim e eu calculava que ele não teria nada mais do que 19 anos. Um rapazinho. Almocei sobre seus olhares e levantei para pagar a minha conta, mas antes parei para tomar um chá e, por acaso, perto dele. Ele então se apresentou. O significado do nome dele é loiro. E eu sorri. Ele perguntou se já nos conhecíamos e eu disse que sim. Dias atrás (eu lembrei quando ele se aproximou), ele tinha me pedido meu telefone no ônibus, mas não ligara. Ele lembrou, mas não se envergonhou, só concluiu: "Pois desta vez eu vou ligar sim" e pediu, novamente, o telefone, o que eu dei, movido pelo meu sentimento de não querer ser o sabotador de minha vida amorosa. Ele me escreveu, no Whatsapp, no fim da tarde. Falou que ter me encontrado de novo era coisa do destino e que dessa vez ele não ia deixar passar, precisava me conhecer melhor. E eu senti cheiro de cafajeste. Ele se disse solteiro e falou sobre trabalho e eu, como quem não quer nada, perguntei-lhe o nome completo. E joguei no Facebook. E estava lá: em um relacionamento sério desde o dia anterior. Dezenove aninhos, achando que conhece a vida, e que sabe como enganar a raposa aqui, mas porque não brincar um pouco com ele?
Essas crianças... tão cheias de si, achando que "tá tudo dominado" por elas... Gozado termos idade (e sabedoria?) suficiente pra nos darmos conta disso sobre eles, rsrs - até "pouco tempo" éramos nós.
ResponderExcluirÉ o mais engraçado mesmo, Edu, eles são tão egocêntricos (acho que o problema é esse) que ele não vê que eu, obviamente, já passei por aquilo, não é? Acham que são os únicos que já passaram por isso e que foram os únicos que tiveram essas ideias. Pobres meninos que se acham tão inteligentes.
Excluirrs ... as crianças são todas assim, acham q são as tais, não conhecem bem as raposas ... rs
ResponderExcluirO mais engraçado, Paulo, é que ele é tão cheio de si, se acha tão esperto, que não enxerga que eu estou brincando com ele. É muito divertido de vê-lo se enrolar com a própria corda. kkkk
ExcluirEles pensam que tem poder....ja estivemos lá e o poder nao era nosso!!
ResponderExcluirInocencia!
Beijos Foxx
Eu me vejo bastante nele, Margot, o problema é exatamente este. Como eu já estive lá, fazendo o mesmo que ele, eu sei exatamente qual será o próximo passo, então, ele pensa que está me enrolando, e eu estou dois passos a diante dele.
ExcluirÉ isso aí, por que não brincar um pouco?
ResponderExcluirObrigado pela visita
Bjux
Eu não alinho em brincadeiras deste tipo. Tenho mais em que gastar o tempo.
ResponderExcluirEu fui chamado de desocupado? É isso?
Excluirkkkkkkkkk
Brinque e se divirta!! ;)
ResponderExcluirPode deixar comigo!
ExcluirFoxx, estou acompanhando... comecei no capitulo 3 e estou lendo de tras para frente...mas que este moleque é um safado isto eh
ResponderExcluirtá vendo o que estas crianças estão se tornando, HHP?
Excluiresse mundo tá perdido!