Eu caminhava voltando da casa dos meus pais. Minha mãe havia me convidado para jantar com ela os camarões que o sogro de um dos meus irmãos mais velhos havia lhe dado. Ele deu uns cinco quilos do crustáceo, coisa comum aqui em Natal, tanto o ato de presentear com comida, quanto o fato desta comida ser camarões frescos. O congelador ficou lotado com aquele saco enorme e ela reclamou, enquanto eu comia, do trabalho para descascar tudo aquilo por causa do meu pai que não come camarão com casca. Com certeza não passava, ainda, de 22:30h, quando eu já no quarteirão de minha casa senti uma presença atrás de mim, muito perto. Virei-me assustado e ele anunciou o assalto. "Passa tudo o que você tem!". E me apontava algo que ele escondia através da camisa. Eu balbuciei que não tinha nada comigo. "Me passa tudo o que você tem ou te dou um tiro!". Eu o observei. Era um menino magro, vestido uma gola polo que devia ter sido comprada em alguma feira de Caruaru, uma bermuda jeans folgada e uma sandália Ryder. "Atira!", respondi com um sorriso. Ele foi pego de surpresa com minha reação e ameaçou de novo. "Me passa tudo ou te dou um tiro!". Eu que havia me surpreendido com minhas primeiras palavras, vi elas brotarem de novo da minha boca. "Pois atire se você tiver coragem!", e ri. Ele avançou, eu notei que não havia nada mais que o dedo dele apontando para mim atrás daquela camisa, ele puxou a alça da minha bolsa que eu carregava a tira-colo, e eu, aproveitando o movimento dele em minha direção, o puxei pelo colarinho. Ele se desequilibrou, eu o girei duas vezes, agarrando-o pela camisa que, por fim, senti ceder e rasgar, ele então escapou de minha mão e caiu, de costas, no paralelepípedo da rua. Eu me aproximei e o chutei no estômago, ele se curvou em posição fetal; eu o chutei no rim que ficara exposto e ele gemeu alto de dor, com certeza sem conseguir atinar para o que estava acontecendo. "Não tente me assaltar de novo, seu pedaço de merda!", eu gritei. Foi nesse momento que vi um homem negro, alto e forte se aproximando. Achei que era mais seguro eu entrar rapidamente em casa naquele momento. Foi o tempo de eu entrar no meu prédio, e subir as escadas para a varanda que da para rua, que o homem negro alcançou o assaltante que agora tentava se levantar somente para cair novamente no chão com um soco que deve ter-lhe arrancado sangue ou quebrado-lhe o nariz. "Para você tomar vergonha e não tentar assaltar pessoas no bairro em que você mora", disse enquanto espancava o malandro caído no chão. O assaltante gemia que era inocente, "Eu não fiz nada! Não tentei assaltar ninguém!", e eu me questionei se havia apenas me defendido ou deliberadamente tentado me matar.
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terça-feira, 27 de agosto de 2013
Tentativa de Suicídio?
Eu caminhava voltando da casa dos meus pais. Minha mãe havia me convidado para jantar com ela os camarões que o sogro de um dos meus irmãos mais velhos havia lhe dado. Ele deu uns cinco quilos do crustáceo, coisa comum aqui em Natal, tanto o ato de presentear com comida, quanto o fato desta comida ser camarões frescos. O congelador ficou lotado com aquele saco enorme e ela reclamou, enquanto eu comia, do trabalho para descascar tudo aquilo por causa do meu pai que não come camarão com casca. Com certeza não passava, ainda, de 22:30h, quando eu já no quarteirão de minha casa senti uma presença atrás de mim, muito perto. Virei-me assustado e ele anunciou o assalto. "Passa tudo o que você tem!". E me apontava algo que ele escondia através da camisa. Eu balbuciei que não tinha nada comigo. "Me passa tudo o que você tem ou te dou um tiro!". Eu o observei. Era um menino magro, vestido uma gola polo que devia ter sido comprada em alguma feira de Caruaru, uma bermuda jeans folgada e uma sandália Ryder. "Atira!", respondi com um sorriso. Ele foi pego de surpresa com minha reação e ameaçou de novo. "Me passa tudo ou te dou um tiro!". Eu que havia me surpreendido com minhas primeiras palavras, vi elas brotarem de novo da minha boca. "Pois atire se você tiver coragem!", e ri. Ele avançou, eu notei que não havia nada mais que o dedo dele apontando para mim atrás daquela camisa, ele puxou a alça da minha bolsa que eu carregava a tira-colo, e eu, aproveitando o movimento dele em minha direção, o puxei pelo colarinho. Ele se desequilibrou, eu o girei duas vezes, agarrando-o pela camisa que, por fim, senti ceder e rasgar, ele então escapou de minha mão e caiu, de costas, no paralelepípedo da rua. Eu me aproximei e o chutei no estômago, ele se curvou em posição fetal; eu o chutei no rim que ficara exposto e ele gemeu alto de dor, com certeza sem conseguir atinar para o que estava acontecendo. "Não tente me assaltar de novo, seu pedaço de merda!", eu gritei. Foi nesse momento que vi um homem negro, alto e forte se aproximando. Achei que era mais seguro eu entrar rapidamente em casa naquele momento. Foi o tempo de eu entrar no meu prédio, e subir as escadas para a varanda que da para rua, que o homem negro alcançou o assaltante que agora tentava se levantar somente para cair novamente no chão com um soco que deve ter-lhe arrancado sangue ou quebrado-lhe o nariz. "Para você tomar vergonha e não tentar assaltar pessoas no bairro em que você mora", disse enquanto espancava o malandro caído no chão. O assaltante gemia que era inocente, "Eu não fiz nada! Não tentei assaltar ninguém!", e eu me questionei se havia apenas me defendido ou deliberadamente tentado me matar.
Qualquer que seja a resposta, curti a Raposa Ninja!
ResponderExcluirMeu caro, papai que ensinou. =)
ExcluirGostei tb da atitude da Raposa, mas convenhamos ... vc se expôs por demais ...
ResponderExcluirTambém acho, Paulo, quando parei para pensar, quando a adrenalina baixou, ai eu vi o perigo que me expus, por isso o questionamento final... será que fiz, apesar de inconscientemente, de propósito?
ExcluirNossa que corajoso, eu nessas situações seria assaltado, até minhas roupas era capaz de perder..
ResponderExcluirah, amigo, coragem é meu sobrenome.
ExcluirUm risco muito grande que não vale a pena. A vida vele a pena.
ResponderExcluirBjux
huahauahau
Excluiracho que vc não lê meu blog pra dizer que minha vida vale a pena...
kkkkkk
Acho que você se arriscou muito! Eu passei por uma situação semelhante no meu trabalho e não esbocei reação alguma. Mas eu diria que essas situações são tão inesperadas que qualquer um tem sua própria reação!É como um instinto, você queria se defender!! Se cuida..bj
ResponderExcluirSinceramente, espero que tenha sido um instinto de proteção mesmo, sinceramente...
ExcluirQue susto tomeir ... antes de ler pensei Pronto morreu antes de eu conhecer ele pessoalmente :( . Thomas
ResponderExcluirQue bonitinho, Thomas, manda um e-mail pro le.foxx@hotmail.com pra gente conversar mais...
ExcluirOlha, vc se arriscou, mas pelo menos desta vez o risco se pagou... vc fez uma coisa linda, que eu adoraria, dar uns bons chutes num "feladaputa" desses...
ResponderExcluirBem, não é a primeira vez, Otávio, sempre que tentaram me assaltar na região próxima a minha casa, eu sempre reagi da mesma maneira...
Excluiras opções de resposta são excludentes? =x
ResponderExcluirEu sinceramente não sei, Cris.
Excluircorreu um risco desnecessário...
ResponderExcluirGente... Isso é verídico?!? E por mais ninja que tu sejas... reagir não eras, nzé? Tu tem lábia, verbo e latim suficiente pra vencer qualquer meliante sem usar de força física... Te cuida! Bjs!
ResponderExcluirmas é claro que é verídico ora...
Excluirvcs num vão parar nunca de achar que eu tô mentindo aqui, é?
kkkkkk
Meu querido... se tenho uma certeza nessa Blogsville é que tu não mente mesmo... ;)
ExcluirVoce se arriscou, mas entendo a "subida da adrenalina". Isso ja aconteceu comigo, não com assalto, graças, mas com "volante". Por vezes chegava da faculdade a noite e me questionava como cheguei viva. Tenho, digamos, o pé pesado no acelerador.
ResponderExcluirNão faço mais isso... agora penso antes e não depois!
Abraços Foxx
Foste corajoso, caramba...
ResponderExcluirSoy una persona valiente
ExcluirFoxx menino, que perigo. Tu é louco rsrs e corajoso só prs constar rsts.
ResponderExcluirBjo menino
Se sua atitude foi corajosa, eu me considero um covarde e medroso. Convicto e feliz.
ResponderExcluirSe vc não tinha nada, por que arriscar?
E mesmo que tivesse...
Acho que você mesmo sabe a resposta à sua pergunta!
Como disse a Margot, essas reações tem que ser pensadas antes. Deixar a adrenalina comandar na hora pode ser fatal.
Abraços