Google+ Estórias Do Mundo: A Virada (capítulo três)

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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A Virada (capítulo três)



Pelo bate-papo do Facebook, eu apenas respondi ao Fernando que entendia os motivos dele, obviamente, não gostava porque eu gostaria de ter um relacionamento e ele seria ótimo para isso. "Você também seria, Foxx, você tem tudo o que alguém como eu deseja. Inteligente, bonito, essa barba linda, esse jeito de proteger a gente, mas eu realmente não posso criar vínculos com alguém aqui em Natal". Eu sorri, com a ilusão dele de que seria possível sairmos frequentemente, como ele propunha, e não criar-se entre nós nenhum vínculo. Era tarde, nos despedimos e fomos dormir.
No outro dia, segunda-feira, no trabalho, foi um dia tranquilo. Postagens para programar, reparar se alguém tentou se comunicar com os nosso clientes durante o fim de semana e responder essas mensagens. Deu tempo de mandar um "Então, moço, como vai nesta segunda?" para o Artie, pelo Whatsapp. O menino que fiquei no sábado, na Virada. Ele respondeu rápido, e eu falei do sono que eu estava no trabalho, ele riu e perguntou no que eu trabalhava, eu expliquei: "gerente de nódoas sociais", reclamei do corretor automático do telefone e ele riu bastante, eu corrigi: "gerente de mídias sociais". Conversávamos e eu via a foto dele que ele usa no perfil: ele tem 21 anos, 10 a menos do que eu, uma boca vermelha que pede um beijo e olhos que se apertam quando ele sorri, magro, disse que preferia os gordinhos quando reclamei do meu peso. As mensagens tornaram-se comuns então, entre "bom dia!" e "como foi seu almoço?", falamos sobre quem somos e ele demonstrou claramente estar fazendo o joguinho de "vou fingir que não estou interessado", apesar de que se dá ao trabalho de responder todas as mensagens.
Conversei a semana toda, sempre amenidades, pelo Facebook sempre com o Fernando, conversas que não duravam nada mais do que uma ou duas frases; e pelo Whatsapp com o Artie, conversas que duravam uma tarde toda, as vezes, em mensagens que iam e que vinham pelo aplicativo do celular. Até que na sexta-feira, após Fernando chegar do emprego em casa por volta da meia-noite, ele resolveu abrir a câmera para mim para que eu pudesse vê-lo apenas de sunga no seu quarto. Típica provocação. Acabamos, apesar da sunga dele do outro lado e da bunda linda que ela escondia, conversando bastante. Ele comentou que jogou meu nome no Google porque um amigo de São Paulo ficou curioso. Descobriu sobre meus livros publicados, meu currículo acadêmico, eu brincando falei que isso não era nada: "Eu também canto, desenho, danço e sei levantar parede...". Ele riu, lá do outro lado, mas disse não duvidar que sou cheio de talentos. "Vamos nos ver amanhã?", ele convidou, "É minha folga e podemos fazer algo juntos". Eu concordei. E ele falou que teria que ir na academia, depois retocar uma das tatuagens que tem no braço esquerdo, mas depois disso estaria livre para me ver. "Você me liga amanhã ao meio-dia para confirmarmos direitinho?", eu assenti  e ele se despediu. Já era tarde mesmo e precisávamos dormir.
A ligação no dia seguinte não durou mais do que um minuto. Ele combinou de nos encontrarmos no studio de tatuagem próximo da casa dele, em Ponta Negra, na zona sul da cidade. Eu fui encontra-lo e ficamos conversando enquanto ele grunhia por causa das agulhas sobre X-Men e qual nossos personagens preferidos em Harry Potter, ele disse que era óbvio que eu ia gostar da Hermione, também falamos de minha coleção de filmes antigos (eu comecei ano passado uma coleção de DVDs de filmes antigos, para ser mais preciso, de filmes históricos que retratam o período da Antiguidade), pois eu havia acabado de adquirir A Queda do Império Romano e Rômulo e Remo, ficaram n'As Americanas O Egípcio e Os Dez Mandamentos,  e também que ele detestava O Pequeno Príncipe. "Mas você já leu?", ele me olhou torto e confirmou que não. "É um preconceito, tá?", admitiu, "Não quero virar miss de nada não!". O retoque da tatuagem terminou rápido, e ao sairmos do studio ele fez o convite que eu não sabia como reagir: "Vamos para minha casa?"

20 comentários:

  1. caramba... agora que ta ficando "quente", vc para hehe

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  2. Se fosse um filme francês, o final estaria perfeito!
    Maldade isso! :))
    Abração

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    1. Sim, sem final! O filme acaba, de repente. O resto da história, você deduz! Ou a história fica sem um final, mesmo!

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    2. ah, tá, entendi, mas ainda tem mais estória pela frente sim, Alex. =)

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  3. Se fosse um filme francês, o final estaria perfeito!
    Maldade isso! [2]

    Sim um filme françês ...

    Voltei ... saudades ...

    bjão

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  4. eu quero saber de tudooooo, para de suspense e conta logo.
    bjao

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  5. Continuação rápido, aff, meus olhos ficaram caçando o resto rsrs
    Abraços!

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    1. Luiz e Drama, gente, o suspense é a alma da coisa, o gancho para vocês voltarem nos próximos capítulos. hehehe

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  6. Peraí.. nao sabia como reagir pq??? VC DISSE SIM NÉ?? Conta tudo! Vaiiii.

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    1. tem que ler o próximo capítulo para saber. kkkk

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  7. Isso está parecendo novela das oito, acaba na melhor parte!

    Beijo, seu lindo!

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  8. e vc foi? fiquei curiosos ehehehe

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    1. ou seja, minhas aulas de suspense tem valido a pena né?

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  9. E bota "demon" nisso, nzé? Hahaha! Bjs!

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  10. Se ele pôs o seu nome no google, então ele achou o seu blog, também?

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    1. se vc joga meu nome no Google aparece meu trabalho acadêmico apenas, como historiador, meu nome não é mencionado aqui exatamente para evitar que alguém que procure o historiador encontre o blogayro, porque são personas distintas que profissionalmente eu prefiro manter separadas.

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  11. Mas na falta de grana a gente faz uma "vaquinha" e reparte a compra do boy-toy...daí cada um usa uma vez... ou - pelo visto - cada um usa de um lado, nzé? Hahahahahaha! Bjs!

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  12. Oi Foxx, tudo bem? Menino, tá movimentada a coisa heim? rsrs
    Depois de eras resolvi voltar definitivamente ao blog, voltei a visitar os blogs dos amigos, dos desconhecidos, rsrs
    Curioso pra saber a continuação, rsrs
    Bjo menino

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" Gosto de ouvir. Aprendi muita coisa por ouvir cuidadosamente."

Ernest Hemmingway