Google+ Estórias Do Mundo: O Que É Homofobia?

Páginas

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O Que É Homofobia?

Eu fiquei chocado demais com o último texto do Para Ladys para ficar em silêncio desta vez. O trecho que me incomodou eu repito abaixo:

Existem várias formas de ser preconceituoso. Outro dia eu admiti que não gosto de gays "afetados", alguns falaram que isso era homofobia, mas não é. Isso por que eu nunca agredi fisicamente ou verbalmente ninguém. Mas existe um tipo de preconceito que é o pior de todos, que são aquelas pessoas que se dizem abertas para a diversidade em seu discurso mas que na prática agem de forma preconceituosa.


Eu sinceramente reli esse excerto umas quinze vezes para ver se eu não estava entendendo errado. Pedi ajuda perguntando a algumas pessoas se eu não tinha lido errado, mas, infelizmente não li. O trecho repete um discurso extremamente comum, inclusive, de que homofobia só existe quando há uma agressão. O bom é a própria resposta ao comentário do Frederico que ele escreve em seguida: o pior tipo de preconceito é o que advém de pessoas que se dizem mente aberta ou que sofrem o preconceito, mas que na prática agem com preconceito. 
Deixem-me então ser mais didático e explicar o que é homofobia. O dicionário Priberam define homofobia como "repulsa ou preconceito contra a homossexualidade ou os homossexuais". É bom lembrar que o dicionário nos dá duas pistas, a primeira é a ideia de repulsa, a segunda de preconceito. Falemos da primeira. Repulsa, segundo o mesmo dicionário, se aproxima dos significados de repelir, rejeitar, recusar, afastar, você repele, rejeita, recusa, afasta de si, coisas que você não gosta, não é? Ou estou enganado? É quando você não gosta de algo que você a distancia de si, não é? Então, quando ele fala que ele "não gosta de gays afetados", ele afirma com todas as letras que repele, rejeita, recusa e afasta de si gays afetados, se ele faz tudo isso, ele tem repulsa a uma das formas em que a homossexualidade se apresenta. 
E que isso fique claro: ser efeminado, afetado, afeminado, é também uma das formas que a homossexualidade, como sexualidade humana, se apresenta. Homens com traços femininos fazem parte da História humana desde a Antiguidade e nunca deixaram de existir entre nós, muitos deles inclusive são heterossexuais, mas vários são homossexuais. Inclusive culturalmente, os japoneses e, aqui no Brasil, os mineiros têm uma expressão de sua masculinidade que para muitas outras regiões do mundo seriam consideradas efeminadas. Então, manifestar repulsa contra essa parcela da população homossexual é sim manifestar homofobia, não contra todos os gays, mas homofobia contra um parcela específica da população homossexual. Tipo este de homofobia extremamente comum entre os próprios gays em relação a grupos com os quais eles não se identificam, vejam os efeminados contra os machos, ou as barbies contra os ursos, ou os travestis contra todos os outros, preconceito comum, e preconceito homofóbico.
É importante lembrar que "não gostar de efeminados" não significa apenas não gostar de um determinado recorte do universo homossexual. É bem mais que isso! É rechaçar uma característica que é entendida historicamente no meio heterossexual como um sinônimo mais direto de homossexualidade. Um homossexual que nega de forma muito veemente características que são culturalmente impostas a condição gay talvez tenha dificuldades para se auto-aceitar e, por meio desta fuga destes elementos, seja ser efeminado, seja gostar de divas pops, seja manter o corpo sarado, tenta intimamente se heterossexualizar.
Voltando ao segundo significado dado pelo dicionário, o que significa preconceito? Preconceito, segundo o Priberam, é uma "ideia ou conceito formado antecipadamente sem fundamento sério ou imparcial", significa que no caso dos efeminados você nem viu o garoto, mas já define que não tem tesão por ele porque você já sabe por antecipação que nenhum homem que possua a característica de ser efeminado pode vir a despertar desejo em você. O segundo significado de preconceito no dicionário fala de manter uma "opinião desfavorável que não é baseada em dados objetivos", cito o texto do Frederico como exemplo (chamava-se Seria Eu Um Homofóbico?): neste ele dizia que homossexuais efeminados eram sempre mais escandalosos e "mal educados", foi a expressão que ele usou, quais dados objetivos ele levantou para afirmar que todos os homens gays efeminados do universo são mal educados?
Por fim, o dicionário dá o último significado para preconceito como um "estado de cegueira moral", e ai eu fico a pensar se não é exatamente esse o problema. Quando não reconhecemos nossa própria homofobia e criamos um blog que fala para um público imenso nossa opinião que está permeada com nosso preconceito, não enxergamos que estamos alimentando também a homofobia que nos atinge. Afinal todo blog tem a capacidade de falar para um público imenso, isso é a internet, e o Google está ai e alguém pode perguntar "Sou homofóbico?", e cair nos nossos blogs e por causa de textos como estes achar que não é. Ou pior, quando alguém afirma claramente que por que ninguém foi agredido fisicamente ou verbalmente o ódio pode existir, porque este pode não ser um significado presente no dicionário, mas quando vivemos numa sociedade em que seres humanos são brutalmente agredidos com lampadas, paus e pedras (um menino de 19 anos morreu a pedradas em Natal por ser gay essa semana) precisamos incluir no significado de homofobia também o ódio a homossexuais de tal maneira que pode mover alguém a acabar com a vida de uma pessoa inocente apenas por causa de sua orientação sexual. 
O ódio por outro ser humano não pode existir de forma alguma. Em nível algum. Sua homofobia não está perdoada se você a mantém apenas dentro de sua mente, se você não tirou sangue de nenhum viado que passou pela sua frente ou porque você não xingou ninguém que passava por você na rua. O respeito, "sentimento que nos impede de fazer ou dizer coisas desagradáveis a alguém", e a aceitação, "estar conforme com, admitir", não podem conviver com o mal, e como dizia Confúcio, o bem não está em não fazer o mal, está antes em não desejar fazê-lo.


52 comentários:

  1. Acho bem complicado você falar de mim sem me conhecer e falar por um texto que você leu. Mas respeito a sua opinião. E eu admito o meu preconceito por que penso que esse é o primeiro passa para eu superar ele. Acho que muitos tem preconceito e não conseguem nem admitir isso. Penso também que fui muito mal interpretado por você, mas a vida segue.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Frederico, desculpe-me, mas eu interpretei um texto seu. Eu li e interpretei. Eu interpretei e reagi ao que me incomodou. E não fui só eu. Como disse eu perguntei a outras pessoas se não estava vendo coisa onde não existe. Mas fico feliz que sua percepção sobre seu preconceito seja para muda-lo, isso realmente é um grande passo, mas neste caso eu não te interpreto mal quando apenas aponto seu preconceito. Vc mesmo admite que ele existe.

      Excluir
  2. Os efeminados e os travestidos são os homens mais corajosos desse mundo. São os que dão a cara a tapa.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. eu tb acho, Edu, os respeito e os admiro profundamente.

      Excluir
  3. Essa situação me lembra um pouco uma brincadeira que eu fazia antigamente... Gostava de entrar na UOL (em geral na sala de relacionamentos gays) com o nick de avaliador de nicks e daí saia gongando geral, né???

    E eu sempre via com um textinho no final que dizia algo do tipo: Sou funcionário da UOL e estou aqui na tentativa de fazer esse espaço um espaço com mais qualidade e coerência pra que seja mais agradável pra quem vê e traga melhores frutos pra quem busca.

    E nessa historia eu pegava o cara com o nick "Passivo quer namoro" e falava algo do tipo: Nota 5, pela incoerência... Gatinho, vc quer namoro e tá dizendo o que faz na cama antes de nego saber seu nome??? Assim confunde o tio...

    Daí nego me mandava tomar no cu e tals.. O lance é que brincando eu apontava pra um dado real.. Muita gente ali realmente queria algo mais sério, mas nos seus nicks, que são a primeira impressão, não transmitiam isso.

    E acho que é mais ou menos o que está acontecendo aqui.. Eu acredito de verdade que o Frederico não tenha a intenção deliberada de ser preconceituoso, mas foi uma colocação infeliz... Me espantou muito vindo dele, por acreditar que a ideia de que os afeminados e travestidos são aponta do movimento e quem mais devem ser preservados é uma discussão muito basal e considerando a profissão do cara, a temática do blog eu realmente esperava que ele tivesse...

    Mas é por ai mesmo, eu por exemplo trabalho com crianças excepcionais e to careca de ver instituições voltadas pra esse público com pessoas COMPLETAMENTE DESPREPARADAS... Onde muitas vezes as famílias apostam pensando ser um atendimento melhor, especializado e nego fala e faz coisa que não da pra acreditar.

    Frederico conclui tudo dizendo reconhecer a homofobia e ser esse um primeiro passo para sua mudança.. Se a discussão for vista desde o inicio o sujeito vai ver que essa é apenas uma das diversas incoerências... Mas olha... Seja verdade dele ou não, intencional ou não, voluntário ou não... Fico realmente feliz em saber que das duas uma: Ou é um reconhecimento real, ou é um motivo de vergonha que merece uma negação pública.



    ResponderExcluir
    Respostas
    1. eu só acrescento que fico feliz porque podemos discutir este assunto aqui, obviamente sem a intenção de ofender ninguém, apenas estamos discutindo um texto de um amigo.

      Excluir
    2. Eu falei que eu reconheço meu preconceito, não me considero homofóbico por que penso que isso é um limite extremo, por que eu entendo que expressar essa minha opinião é expressar um preconceito que eu tenho e não uma homofobia.
      E esse reconhecimento é bem real Gato, não precisaria estar mentindo por uma vergonha de uma negação pública, pois como vc ou o Foxx lembraram teve mais pessoas concordando do que descordando de mim.

      Excluir
    3. qual a diferença, Frederico, entre preconceito e homofobia? acho que ai está o cerne da questão, vc enxerga uma diferença, uma gradação entre esses dois, eu e o Gato não vemos do mesmo jeito.
      e é verdade: a maior parte das pessoas concorda com vc, o que me preocupa profundamente!

      Excluir
    4. Preocupa mesmo..

      E é isso ai... Homofobia é uma variação do preconceito, racismo é uma variação do preconceito, xenofobia é uma variação do preconceito, bullying é uma variação do preconceito.. E por ai vai...

      Excluir
    5. ...E daí dizer que seria melhor os negros voltarem para a África, que os estrangeiro deveriam voltar para seus países de origem e os efeminados não deveriam existir é um pulo. Discursos como esse é que embasam a violência direcionada aos gays e outras minorias. Pessoas assim, talvez sem perceber, apostem em um mundo de homens e mulheres, gays ou não, lindos, sarados, ricos, estudados, baladeiros,viajados e prontos para o amor. Dá medo ver que muita gente concorda com isso, contradizendo tudo aquilo pelo qual tanto lutamos: diversidade.

      Excluir
    6. que bom que tem gente que concorda que esse preconceito homofóbico só cerceia a diversidade, que bom!

      Excluir
    7. Eu diria que "ver tantas pessoas concordando com as colocações dele" no post é só um atestado da patologia que assola o nosso pensamento... Lembrei daquele tumblr "Não sou preconceituoso, mas..."

      Excluir
  4. Eu não li todo o texto do Frederico, mas apenas o trecho transcrito. Então, levarei em consideração que o restante não contradiz nem acrescenta.
    Foxx, quando alguém verbaliza que não gosta de gay ou, como no caso, de gay afeminado, evidentemente pode ser por preconceito (palavra que você já definiu na postagem), mas não pode, somente por isso, ser chamado de homofóbico.
    Veja bem, eu disse 'somente por isso' porque, a pessoa está sendo má-educada, grossa, etc. Ela pode ofender gays e/ou gays afeminados ao verbalizar publicamente isso. O Frederico não esclareceu o que eu irei escrever (é opinião pessoal), mas ele pode está se referindo a um desinteresse sexual por homens afeminados. Muita gente quando não sente atração por determinadas características de outras pessoas (até físicas, inclusive, como a cor da pele, do cabelo, etc) costumam afirmar que 'não gostam' quando pretendiam dizer que não sentem atração sexual. No caso do Frederico, são os afeminados. Pode ser uma extensão da impressão sexual dele para a sua rede social. Talvez, por esse motivo, ele tenha somente amizades com gays másculos. É uma hipótese bastante factível que influencia todo o comportamento social da pessoa - citei ele, mas poderia ser Carlos, Manoel ou Joaquim.
    Assim como também há gays que 'odeiam' homens musculosos, travados, metidos a machos, ou etc. Eles não estão odiando literalmente a ponto de saírem por aí incitando o ódio contra homens musculosos, formando quadrilha para dar porrada no primeiro musculoso que surgir na Av. Paulista. Isso sem antes denegrir a imagem, detonar a honra do musculoso, dizendo coisas do tipo: você se porta como um heterossexual; é uma vergonha para a comunidade gay; deveria morrer, queimar no fogo do inferno, etc e etc.
    Isso sim seria a fobia propriamente dita. Algo que beira a mente doente e que chega a por em risco a integridade física e moral das vítimas.
    Eu não deixaria de dormir uma noite porque o cara com quem eu estaria flertando virasse e dissesse: 'olha não vai rolar porque você tem cara de gay, parece gay e eu não curto. Curto gay com cara de macho' (muitos falam isso o tempo todo).
    Claro que é algo que eu não gostaria nem esperaria ouvir, principalmente porque é um preconceito exagerado dele, mas de forma alguma é homofobia.
    É o que penso.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Junior, vc não terminou concordando que ando alguém deixa de ficar com alguém SOMENTE porque esta pessoa é efeminado é homofobia? eu sei que uma única característica pode não tornar alguém atraente para uma outra pessoa, meu caso por exemplo é gordos, não me sinto atraído sexualmente por gordos, contudo eu já fiquei com vários gordos porque ALÉM de serem gordos eles tem outras características que me atraíram, então, usando o exemplo do efeminado e do texto do Frederico:
      1) Ele não disse em momento algum que não se sentia atraído sexualmente, ele apenas disse que NÃO GOSTAVA. ponto. isso quer dizer que por algum motivo (preconceito) ele não gosta de TODOS os efeminados do planeta. O motivo pelo qual ele não gosta especificamente de efeminados ai é que eu considero homofobia porque só pode ser pelo fato deles demonstrarem que são "mais gays" que os outros...
      2) Comigo já aconteceu o seguinte: um kra virou-se para mim e disse q eu era o kra perfeito para ele me namorar, mas eu tinha um ÚNICO defeito: ser efeminado. Por causa desse único defeito ele preferia não me namorar. Eu acho que quando uma pessoa exclui outra por causa de uma única característica (ser negro, ser judeu, ser gordo, ser careca) isso é preconceito, e, no caso, homofobia.

      Excluir
    2. Não, Foxx.
      Eu não "terminei concordando". Quando escrevi "de forma alguma é homofobia", no final do meu texto, está claro que isso significa que a pessoa estaria sendo preconceituosa, mas não homofóbica.
      De forma alguma = de jeito nenhum = não é.

      Excluir
    3. sorry, eu realmente li errado. Desculpe.

      Excluir
  5. Antes de comentar o post quero dizer que acabo de descobrir quem era o avaliador de nicks do UOL. Estas e outras coisas só vemos aqui no Estórias do Mundo! Adoro!

    Agora voltando ao post. Quando alguém diz que não quer se relacionar com outra (quer seja para namoro ou amizade) apenas pelo fato da pessoa ser efeminada está agindo como preconceituoso e mascarando este mesmo preconceito com o velho discurso de ser uma questão de gosto pessoal. Me poupe! Gosto pessoal não é o caso e sim, homofobia como foi bem dito aqui é qualquer forma de repulsa. E o que seria repulsa? Vamos voltar ao dicionário. Repulsa é repelir, rejeitar, recusar, afastar. Qualquer pessoa que está sendo rejeitada, recusada, afastada por outra apenas por ser negra estás endo vítima de racismo, certo? Então, qualquer pessoa que está sendo rejeitada ou recusada por outra apenas por ser efeminada está sendo vítima do quê? De... H-O-M-O-F-O-B-I-A! Entretanto ninguém quer admitir o preconceito que é evidente! Este maldito preconceito está tão interiorizado que a pessoa chega a acreditar que não é preconceito! É muito mais fácil e cômodo esconder do que revelar a verdade.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Exato, vc pode ter seus gostos, mas quando vc afasta alguém sem conhecê-la somente por causa de uma característica dela é preconceito. Talvez seja isso que as pessoas aqui não tem entendido: o julgamente contra um efeminado ocorre antes de conhecê-lo e é isso que configura o preconceio/a homofobia.

      Excluir
  6. Lá vou eu ser polemico outra vez. Eu não concordo muito com seu texto. Argumento: é da natureza humana se dividir em grupo, e é da natureza humana não se identificar e até mesmo não gostar de alguns grupos. Saindo dos gays, eu conheço n pessoas que não gostam de esquerdistas, n outras que não gostam de direitistas. Outros nao gostam de micareteiros, não gostam de burgueses, não gostam de pobres. Muitos negros dizem não gostar de brancos. Em algumas situações, isso é socialmente aceitável (especialmente quando o grupo "não gostado" não é uma minoria). Acho que todo mundo tem direito de gostar ou não gostar de alguém ou de um grupo, e o simples fato de não gostar de efeminados, na MINHA opinião, não é homofobia. Homofobia, para MIM, tem mais a ver com o respeito e com a tolerância. Voltando aos gays, eu também não gosto da feminilidade em homens, não me atraio por efeminados, e acho o comportamento efeminado desnecessário. Da mesma forma que não gosto de esquerdistas, de hippies... MAS você bem sabe que eu tive um grande amigo, um dos meus melhores amigos, que é talvez o gay mais feminino que eu conheço. Levei-o a todos os meus círculos sociais, a minha casa, minha família... Hoje não somos mais amigos, e você também sabe que não tem nada a ver com a feminilidade dele.
    E pra colocar a cereja no topo do bolo, o problema pra mim é que ser efeminado é associado a algo ruim. Isso pode ser visto mesmo entre os gays: a maioria dos gays dizem "não curto efeminados". Mas não se pode generalizar, dizer que quem não gosta de efeminados é homofóbico. Pelo menos enquanto não se entender que ser (grupo)fóbico é algo inerente a natureza humana. A homofobia não deve ser interpretada no sentido literal, porque isso seria injusto. Eu considero injusto dizer que sou homofóbico, mesmo com tudo o que eu disse aqui.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Então deixa eu tb ser polêmico:
      1) Concordo que a natureza humana é se dividir em grupos, mas tb é da natureza humana matar, mas nem por isso achamos normal uma pessoa se irritar no trânsito, ir até o outro motorista pega-lo pelos cabelos e abrir seu crânio no asfalto. O fato de ser natureza humana não quer dizer que devemos apoiar este "não gostar" que implica, normalmente, em uma segregação de um grupo por outro, de uma pessoa por outra. Por mais que a sociedade considere em alguns casos aceitável (como é com gordos, por ex) não quer dizer que devemos entender que isso não é passível de críticas. Usando o exemplo de gordos, novamente, vc sabe que isso não me atrai sexualmente, contudo, isso nunca me impediu de ter amigos, de sair e ficar com pessoas gordas, e até fazer sexo com algumas delas, porque além de gordas essas pessoas são outras coisas também.
      2) Ai está o problema: quando alguém diz que não gosta de efeminados está dizendo que em todos os efeminados do mundo, nenhum deles, é passível de ser gostado. Quando se diz que não se tem tesão por efeminados se diz que entre todos os efeminados do mundo nenhum despertaria seu tesão, ai eu te pergunto: nenhum efeminado no mundo seria capaz de te despertar tesão? O ex-vocalista do Sisors Sisters por exemplo não te despertaria tesão? Isso, é um preconceito sim, e um preconceito de raiz homofóbica, e porque homofóbica? porque homofobia também quer dizer que existe um padrão de homem masculino e heterossexual que é superior ao padrão de homem efeminado e homossexual, quando vc escolhe o primeiro e degrada o segundo está agindo com homofobia sim. Tem que lembrar que você como todos os outros foi ensinado que homem de verdade é o homem de padrão heterossexual então nas suas fantasias mais íntimas o seu desejo é sempre de um homem de verdade e, portanto, vc tem uma atração sexual tb moldade por vias homofóbicas.
      Será que me fiz entender?

      Excluir
  7. Ultimamente os comentaristas andam escrevendo tão bem que eu apenas assino embaixo. Nesse caso, concordo totalmente com o Junior e o Bernardo. Homofobia é a patologização de um preconceito, que, por sua vez, é a exacerbação de um "não gostar". Eu posso não gostar de uma coisa em particular. Depois, expando esse conceito, e passo a não gostar do "grupo de coisas" com essa característica (e meu gosto passa a ser preconceituoso, pois não há argumento lógico para esse "expansão do não gostar"). Agora, se além de não gostar eu odeio e, por pensamentos, ações, etc. eu externo esse ódio, aí entramos no campo do patológico, ou da homofobia. Não sei se dá pra entender.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Então só é homofobia se eu externo o ódio? Se eu mantê-lo em segredo não é homofobia?

      Excluir
    2. Eu não falei isso. Acho até que você entendeu o que eu disse, mas, como está radicalizando (kkkkk), finge que não entendeu. Pra mim tudo na vida é uma gradação... preto e branco só existem no plano da teoria. Somos um universo de cinzas. Voltando ao que eu falei, homofobia é a patologização do preconceito. Só isso. E que pode ser externada (ou não...) por pensamentos e ações.

      Excluir
    3. "Agora, se além de não gostar eu odeio e, por pensamentos, ações, etc. eu externo esse ódio, aí entramos no campo do patológico, ou da homofobia."

      Cesinha, vc disse sim. Explique-me essa gradação então. Existe uma ordem? o que é maior que o que nesses tons de cinza do preconceito?

      Excluir
    4. Vamos fazer um exercício: suponhamos, por hipótese, que você nos diga que não gosta de fazer sexo com mulheres. É uma hipótese plausível? Se for, como deveríamos classifica-lo? Isso é um gosto seu, ou é um preconceito, ou, quem sabe “ginecofobia”? Vou me usar como exemplo: eu não gosto de gays machões sarados de academia. Eu sou um homofóbico por isso? Ou é um singelo gosto meu?

      E essa coisa do politicamente correto exacerbado? Não seria uma fobia ver fobias em todos os lugares, até nas questões de gosto pessoal? Foxx, eu tenho certeza que você entende o que eu estou falando. É super justo e válido discutir sobre homofobia. Mas não a partir de um texto que não tem nada disso. Aliás, querer que todos os posts sejam teses sobre o assunto de que tratam, pra mim isso é quase uma fobia! (kkkkk)

      Excluir
    5. Cesinha, então, é preciso sim levar em consideração o que tem de fetiche na atração sexual que uma pessoa tem por outra. As pessoas têm todo o direito de ter seus fetiches: tem qm goste de gordo, tem quem goste de magro, tem quem goste de sarados de academia, tem quem goste de negro, tem quem goste de japonês, tem quem goste de loiro, e tem quem goste, PASMEM, de efeminados também. Claro, mas isso se trata de fetiche sexual. E eu não estava falando sobre fetiche, nem o próprio Frederico estava, ele afirmava que não gosta de "todos os afetados", e como não pode ser um preconceito você afirmar que não gosta de absolutamente todas as pessoas que tem uma determinada característica sem conhecê-las. Ele está afirmando que "não gosta" por causa de uma característica física e não por causa da própria pessoa, estou enganado em pensar assim?
      E porque eu considero homofobia: qual o problema do efeminado? não é o fato dele não se enquadrar no padrão de homem heterossexual? o único crime dele não é esse? então, isso é homofobia! pense assim: vc tem um amigo, heterossexual, mas ele é uma pessoa delicada, sensível e tem uma voz aguda (vc como médico deve saber que é bem comum homens que não tem o desenvolvimento completo do aparelho fonador e mantém uma voz infantil, não é?), então, este homem heterossexual sofre preconceito por ser efeminado, ele não é gay, mas o fato de uma mulher escolher outro homem mais másculo no lugar dele é por causa de um preconceito homofóbico que define que homem tem que ser o homem másculo e que esse homem másculo é o melhor, me entende? não sei se fui suficientemente claro.

      Excluir
    6. Desisto! (kkkkk) O meu discurso deve ser tão simples que ninguém consegue entender. Pra mim são 3 instâncias bem distintas: gosto pessoal, preconceito e fobia. Não inclui nada referente a fetiche, que isso só confunde a discussão, não estou preocupado se me consideram ou não homofóbico, enfim... e o senhor não me respondeu se é ou não um ginecofóbico! (kkkkk)

      Excluir
    7. vc acha que é simples dizer que são instâncias bem distintas: gosto pessoal (a palavra para isso é fetiche), preconceito e fobia? é este o problema, isso não é nada simples!!!

      e não sou ginecofóbico. mas meu fetiche é por barrigas tanquinho de homens. kkkkkk

      Excluir
  8. gostei da sua análise foxx. realmente profunda e com fundamento. preconceitos, mesmo não exteriorizados, podem causar danos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É exatamente isso que me preocupa, os danos podem ser imensos!

      Excluir
  9. Torta de climão?!? Eu passo.

    Mas vamos ao que ME interessa: onde que ser dominador, autoritário, rabugento, amuado, voluntarioso, infantilóide e ainda espirrar em demasia não é defeito??!!?!?!

    Bjos, gatinhoooooo... hehehehe!

    ResponderExcluir
  10. Bakhtin fala sobre o símbolo e a alegoria (numa vinda frudiana, nosso totem e tabu); Nisso vemos que o símbolo (a ideologia mostrada sobre apenas uma faceta, ou seja, incompleta) do "afetado" esconde muito mais do que apenas uma possível "atração sexual". Se fosse atração sexual seria bem especificado (segundo regina navarro, é o mais apresentado que quando se fala sobre o sexo em qualquer contexto, se situa o receptor de que o contexto é esse), não é o caso.

    Dito isso como introdução, vou topicalizar pra não ficar um discurso corrido imenso:

    - O fetiche pode ser pelo esteriótipo machão e não pelo efeminado, sem que isso seja homofóbico, mas não é o caso devido a falta de contexto

    - Os problemas de você dizer que "não curte efeminados" são:

    1) tá tratando o símbolo feminino como menor que o masculino (lembrando o que falei sobre símbolo: não mostra toda a faceta do feminino, restringindo-o assim ao pensamento que se perpetuou na nossa sociedade patriarcal de que a mulher é sinônimo do ser indefeso, incapaz, frágil e subjulgável)
    2) adota a conduta por generalização de que não curtir = não querer perto por vergonha (já que, é só notar, qdo a pessoa fala o que gosta na cama ela é bem específica... se fala que "não curte efeminados" já se cria um bloqueio pra, até msm, se relacionar amigavelmente com algm com essa característica)

    Mas o pior é que foi usado o termo "afetado" como se o homem fosse infectado pela postura do sexo debilitado socialmente.

    Não é preciso conhecer a pessoa para se interpretar um texto de acesso público, caso não queira a interpretação coloque o blog para acesso exclusivo seu ou desabilite os comentários. Aceite críticas porque todo mundo é passível de erros.

    Não sei qual foi a intenção do Frederico, mas acho que o erro dele, pelo o que li no post do mesmo, é carência de leitura sobre o assunto. Parece ter lido algo, mas não foi além.

    Isso não é um ataque pessoal, mas a partir do momento que você coloca algo na internet e ainda abre espaço para opiniões, você está suscetível a julgamentos. Durkheim num diz que todos somos passíveis à punição social?

    Então, por conclusão, pude ver que, como base até mesmo da cansada nomenclatura "homofobia" pra caracterizar o preconceito do autor em questão, o que impera, como sempre, é o machismo. Transporte do dominador pro dominado, da forma de lidar com isso, da necessidade de definição de gênero e da intolerância velada, não expressada.

    Agora, um aviso a todos:

    O blog não é nossa consciência, que podemos ser babacas gratuitamente sem medir consequência do que é escrito

    e

    Liberdade de expressão não é libertinagem de expressão, até porque todos temos direito de, no íntimo, sermos uns preconceituosos otários desde que o nosso íntimo não interfira no espaço e liberdade do próximo (tbm ser assim no íntimo dele, se desejar)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Acho a sua ideia sobre fetiche realmente bem interessante, Bruno, eu não havia me lembrado de falar sobre ela. Fetiche é o objeto de desejo, e claro, todas as pessoas têm direito de ter seu fetiche em qualquer coisa, mas qndo dizemos que "eu me atraio por homens machos", isso é um fetiche, aquilo que te excita, que é igual a "adoro orientais", "sou maluco por uma barriga tanquinho", mas o fetiche não existe por negação. Não existe "não-desejo".
      Também é interessante realmente vc ter atentando para o uso do termo "afetado", ele realmente significa que esta pessoa foi afetada pelo o que existe de negativo nas mulheres, sua fragilidade, sua impotência, sua passividade, e que por isso é inferior.

      Excluir
  11. Delicado texto de um ponto de vista muito bem exposto, a homofobia pode parecer ser singela para muitos e não transparecer em certos momentos ou falas, mas o ser pode ser o mais sincero de si quando ele por instante mostra o seu lado que poucos esperam porque assim em está expondo tal pensamento abre espaço para que se possa reconhecer tal ato e trabalhá-lo para ai sim combatemos a homofobia e outras variáveis de preconceito pelo mundo a fora.
    Abraços!

    ResponderExcluir
  12. A sensação que eu tenho lendo seus comentadores é que as pessoas a medida que concordam com o pensamento do Frederico ficam preocupadas com o rótulo do homofóbico.. Na fala do Cesinha, isso fica mega-claro...

    Não existe superlativo pra valor... Não tem essa de "super-hofobia", assim como n tem "meio homofobia".. Ou é homofobia ou não é... negar de forma veemente características comumente vinculadas a homossexual é um gesto homofóbico... O que não significa que estou cristalizando esse sujeito no lugar de homofóbico... Mas essa fala foi homofóbica assim como alguma minha tb pode vir a ser... 

    Eu por exemplo n gosto da parada e esse pode ser um reflexo de homofobia.

    Se uma criança de cinco anos tem uma reação de negação a uma figura extremamente afeminada, ela pode não estar sendo deliberadamente homofóbica, afinal ela nem sabe exatamente por que está negando, mas o gesto é homofóbico, ainda que seu autor não tenha consciência disso.

    Então minha, gente.. Eu n sei se o Frederico é homofóbico, mas sei que no texto em que ele pergunta se foi a resposta no meu ponto de vista, é sim... Mas creiam,  há muito mais complexidade em rotular alguém de homofóbico do que analisar um gesto...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É bom lembrar isso mesmo. Ninguém aqui pode chamar o Frederico de homofóbico. Seu texto, sim.

      Excluir
  13. Ta naquela vibe "virgin again", então???? Hahahahaha! Adoro!

    ResponderExcluir
  14. O que é homofobia? Não sei o que é exatamente, mas sei que decorre do não respeito. Os comentaristas aqui escreveram tão bem, analisaram tão profundamente, que só me restaria aplaudir a discussão. Mesmo sem ter a pretensão de acrescentar algo, arrisco a comentar.

    Não sei dizer exatamente onde termina a simples preferência, onde começa o preconceito, onde se esconde a homofobia. Esta última, sem dúvida, pode vir disfarçada sob muitas justificativas, mas nem sempre gostar de modo mais intenso de A ou B esconde traços homofóbicos, presentes sempre naqueles que não se aceitam ou não aceitam a diferença no outro e, pior, se acham no direito de maltratar, se não eliminar, aquele que pode ser seu espelho indesejado.

    Se gosto de algo ou alguém (no sentido de inclinação por aquilo que os atrai e agrada, dá prazer) não se discute, respeito, ou a falta dele, sim, tem que ser discutido e enfrentado. E acho que isso é que deveria permear todas as relações: respeito ao próximo. Acho difícil haver respeito verdadeiro sem haver antes aceitação. Não necessariamente concordância com o modo do outro ser ou pensar, mas respeito pela própria condição humana, pelo direito do outro ao pensamento e à expressão, inclusive corporal (que quase nunca é simplesmente um estilo, mas um modo de ser, por não sabermos ser de outro jeito). É mais profundo do que sou capaz de analisar e discutir... Quando não há respeito, sempre haverá brecha para a agressão, seja de que natureza for.

    O primeiro passo é o respeito na esfera pública, absolutamente necessário, obrigatório, traço indispensável na vida dita civilizada.
    O segundo, que envolve e exige uma decisão pessoal, é a aceitação do outro, do diferente, no meu íntimo, no meu pensamento.

    Aceitando o outro, respeitamos, e desse respeito, havendo entrosamento, pode até acontecer algo além. Mas, como sou limitado e não posso me relacionar diretamente com toda a humanidade, seja no plano da simples amizade ou de algo mais, então sempre terei escolhas a fazer, ou deixa-las ao pseudo acaso, deixar que escolham em meu lugar. E nesse processo, nessa seleção, conscientemente ou não, sempre haverá uma parcela imponderável e desconhecida de mim mesmo direcionando as escolhas.

    Se elas não se transformarem em desrespeito e discriminação, por ora já me dou por satisfeito.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. e vc concluiu a discussão de forma magnífica, meu amigo. Magnifica! não há mais nada a dizer.

      Excluir
  15. O texto é bom, como sempre costuma ser. Pelos argumentos e aquilo que os sustenta. Agora, dizer que no Brasil os mineiros possuem, comparativamente, uma expressão "efeminada", é de um generalismo pueril, que desmerece sua rica reflexão. Abraços de um mineiro que já morou pelo Brasil (em 4 estados) e que não sabe dizer qual "gente" seria mais efeminada. Difícil mensurar, mesmo partindo de uma "amostragem aleatória" entre BH, a Fafich e a UFMG...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. eu sabia q isso ia incomodar um mineiro, mas a minha comparação é com os nordestinos em geral que tem um jeito mais "macho", no pior sentido da expressão, se é que vc me entende. os mineiros, pelo sotaque, pelo "jeito mineiro", são mais instrospectivos o que já é, por si, uma característica que no pensamento homofóbico-machista é atribuído as mulheres. Mineiros são os que ficam quietos, em silêncio, observando, também são "bons de prosa" quando começam a conversar, gostam de um "causo", todas essas são características femininas num pensamento machista. Para um nordestino, acredite, soa tudo muito efeminado.

      Excluir
  16. Tudo volta a triste ideia de que o outro não pode ser feliz de uma forma diferente da que eu conheço, correndo o risco dele ser ainda mais feliz do que eu.

    Beijos da Scarlet.

    ResponderExcluir
  17. Por essas e outras que quando fotografo de sunga branca fujo de fundos claros... hahahahaha!

    ResponderExcluir
  18. Eu até concordo que é homofobia e preconceito, mas nao vejo mal nenhum, desde que cada um fique na sua e nos grupos que se sentem melhor, pelo contrário, isto é natural do ser humano.

    Nos juntamos com pessoas parecidas, até como forma de protecao e deixamos os diferentes pra lá, nao tem falta de respeito, nao tem agrecao, apenas um distanciamento natural.

    ResponderExcluir
  19. Eu acho que aqueles que sentem-se atraídos por homens 'não efeminados' estão sendo vítimas de um grande preconceito por parte do Fox e outros comentadores, isso sim!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. hehehe
      de jeito nenhum!
      mas uma coisa é fetiche, outra é preconceito, concorda comigo? além disso, nós não deveríamos nos atrair pelo interior da pessoa? ser efeminado não é apenas uma característica externa? como ser gordo ou ter olhos claros? pq ninguém pode dizer "me desculpem os magros e os gordos, mas eu só me relaciono com caras musculosos" sem ser taxado, no mínimo, se superficial, e pode se dizer a mesma coisa de efeminados sem ninguém nem torcer o nariz?
      eu penso, no caso de alguém que se sente atraído por homens "não efeminados" e não por pessoas q ele conhece (a personalidade) e as acha interessantes, que são pessoas superficiais, somente isso.

      Excluir
  20. Faz tempo que eu estou lendo e relendo o texto e seus milhares de comentários e respostas. A primeira coisa que me chama a atenção é o uso da palavra "homofóbico". Atualmente é "a" palavra, a palavra da vez. Por isso mesmo, ela acaba se prestando a diversos usos e sentidos, o que é natural nessa situação. O que mais me incomodou no texto do Frederico não é a "homofobia". Ele criticou uma pessoa por ter um discurso que se podia ouvir por alguns passageiros, discurso esse que provocou um desconforto no autor. Ele, o Frederico analisou o que poderia causar tal discurso "afetado" e que deixava claro a todos os passageiros que esse homem, no caso, é homossexual. Ele queria "mostrar" aos outros que era homossexual. Mas, se esse comportamento deixa alguns incomodados, existem outros comportamentos até mais inconvenientes ou chatos, mas que não podem ser tolhidos, pois não ferem verbalmente, diretamente a nenhum ouvinte. Frederico pensou (conforme eu entendí) que o outro estava se comportando de forma inadequada, incompatível em público (num ônibus). Se eu entendí a moral da história, nós, homossexuais, que tanto lutamos para tantas coisas: casamento, leis de proteção, etc. Estamos carecendo de tolerância também.

    ResponderExcluir
  21. Olá Foxx!

    Não quero e não vou me deter a discussão em torno da sua interpretação quanto ao post do outro blogueiro, para não alardear mais polêmica, evitando a prolixidade. Bem, meu comentário vai para a sua brilhante colocação contra ao preconceito/homofobia dentro do próprio segmento homossexual. Infelizmente, a sociedade não aceita a homossexualidade porque muitos gays não se aceitam e acabam não aceitando o outro.

    Isto porque há toda uma cultura heteronormativa que acaba moldando o perfil dos gays, para que eles sejam "aceitos" pela sociedade sem maiores transtornos. Para isso, ele não pode ser afeminado, nem masculinizado (no caso das lésbicas), nem travesti, nem tão pouco transexual. Ele deve ser masculino, másculo e musculoso, bonito e de preferência contido, pois qualquer indício de feminilidade acaba servindo de alvo para críticas até dos próprios gays.

    Mesmo sabendo que ninguém é obrigado a gostar, conviver e aceitar a feminilidade de um gay, eu acho inadmissível um gay tachar outro de forma pejorativa, só porque ele se encaixa nesse ou naquele grupo. Se somos um grupo altamente discriminado, a ideia é que deveríamos nos unir, formar uma amálgama contra toda essa intolerância que nos cerca, mas, ao invés disso, fomentamos o desrespeito dentro de nós mesmos.

    #lamentável!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. é exatamente isso que eu acho, Diogo. exatamente isso.

      Excluir

" Gosto de ouvir. Aprendi muita coisa por ouvir cuidadosamente."

Ernest Hemmingway