Google+ Estórias Do Mundo: Trompe L'oeil (Primeiro Encontro)

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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Trompe L'oeil (Primeiro Encontro)


PARTE UM


Acordei naquele domingo de primavera, em que o sol brilhava alto, dando a Belo Horizonte cores brilhantes, sem esperar muito. Na verdade, esperava apenas assistir os filmes que baixei e ler o novo livro da Lolita Pille que comprei por R$ 9,90. Tudo isso na minha cama, entre cobertores e o edredom. Nem abrira a cortina ainda quando liguei o laptop, precisei ligar a luz para que o programa de reconhecimento facial ativasse o computador, e entrei no Facebook, para checar as novas mensagens e as atualizações, ritual que faço todos os dias de manhã, junto ao Twitter e agora também o Tumblr. No Facebook então, no canto direito, havia o recado "André e outras 4 pessoas te cutucaram". As três eu sabia quem eram, mas André não. Era um desconhecido. E entrei no seu perfil então para descobrir mais sobre ele, e encontrei, entre várias fotos da Madonna, um homem de 1,90m de altura, corpo sarado e sobrenome alemão. Um homem belohorizontino de sorriso safado, olhar penetrante e judeu. Um homem de trinta anos, fã de The Corrs, da década de 1980, e de Adorável Psicose. Resolvi responder, não com outra cutucada, mas mandei uma mensagem dizendo: "é bom receber uma cutucada logo cedo assim de um homem tão interessante, faz bem!". Ele respondeu a mensagem também, minutos depois,  dizendo que era um prazer e em seguida me adicionou. Eu aceitei, porque não afinal de contas, porque não?, e logo ele me dizia "oi" no bate-papo. 

PARTE DOIS

Conversamos no bate-papo do Facebook por horas, até que por volta das 15h daquele domingo ele fez um convite. "Que tal nos conhecermos pessoalmente ainda hoje?". Eu concordei, o que ele contou depois ter se surpreendido porque mineiros não fazem isso nunca. Encontramo-nos num shopping no centro da cidade e ele era ainda mais bonito do que parecia nas fotos. Tímido, sorria olhando para baixo, e andava com as mãos dentro dos bolsos da calça. Tinha braços tão grossos quanto minhas pernas e eu ficava na altura de seu queixo. Eu pensei imediatamente, enquanto caminhávamos para as mesas da praça de alimentação: "Nunca que um homem desses vai se interessar por mim...". Mas quando sentamos a primeira surpresa aconteceu: "Você disse no Facebook que se eu quisesse bastava pedir um beijo, então... cadê meu beijo?". Eu sorri e ele também, aquele mesmo sorriso safado das fotos. E insistiu no pedido. "Aqui? Na praça de alimentação do Shopping Cidade?". Ele confirmou e eu o beijei. Afinal, porque não?
Depois daquilo, ele pediu para sairmos, procurarmos um lugar para ficarmos mais a vontade. Eu não sabia que lugar ir e ele sugeriu imediatamente: "Que tal um motel?". Eu sorri, estávamos já saindo do shopping quando ele propôs e eu respondi que não. "Olha, nada contra, mas eu não vim aqui p'ra fazer sexo com um cara que eu mal conheço. Prefiro sentar em um bar e conversar para nos conhecermos e talvez... depois...". Pela minha experiência, eu seria dispensado ali, vinte e seis minutos depois de encontrá-lo, mas ele sorriu e disse que tudo bem, "mas então vamos para onde?". Ali do lado havia um bar gay, o Vila Paraty, inspirado nas praias do histórico porto no Rio de Janeiro, mas que só estaria aberto em uma hora, e eu o convidei para darmos então um passeio pelo Parque Municipal e ele topou, não sem antes, me puxar pela mão e me beijar, com vontade, ali mesmo na Rua Rio de Janeiro. Caminhamos até o parque de mãos dadas, a mão dele, grande, cobria a minha completamente, ele não se importava com quem nos visse e mesmo no parque, ao sentarmos em um dos bancos, ele não evitou passar a mão em meus ombros e conversarmos juntinhos, como namorados. Falamos sobre gostos pessoais, que ele me adicionara porque adorava barba e pêlos, falamos também das nossas famílias, de irmãos, de nossas ascendências, falamos de livros, música e ele falou animadamente de Madonna e Kylie Minogue. Falamos do meu pai e do sobrinho de três anos dele, falamos sobre os problemas da educação no Brasil e sobre os acidentes que aconteceram naquele parque meses atrás. Conversamos sobre a internet wi-fi ser disponível dentro do parque e sobre o corte de cabelo de um amigo dele que mandava mensagens enquanto conversávamos.
Foi quando, uma hora depois, ele me chamou para voltarmos ao Vila Paraty, alguns quarteirões dali, e ao entrarmos ele não fez nenhuma questão, me puxou, e falando: "Eu estava louco p'ra fazer isso!", me beijou com intensidade, me puxando para junto do corpo dele. Pude sentir o corpo forte dele, os músculos do braço em torno do meu corpo, o peito largo em contato com o meu, a bunda rija sobre meus dedos. Ele sorriu: "Que mão boba! Adorei!". E conseguimos uma mesa. Conversamos mais. Sobre meu doutorado, e que moro sozinho aqui em Minas Gerais, sobre a tv brasileira no domingo e o Faustão. Falamos sobre o tempo que ele gasta fazendo musculação e sobre eu fazer aula de canto. Até, e já eram 22h, ele se convidar para dormir comigo naquele domingo.

PARTE TRÊS

Chegamos no meu apartamento cedo, não havíamos comido nada no Vila Paraty e eu me propus a fazer uma pizza para nós dois. Ele se surpreendeu por eu saber fazer uma pizza from sketch e pediu para me ver fazer. Ficou parado então, na porta da cozinha, de braços cruzados, enquanto eu misturava farinha, fermento, sal, óleo e água quente para fazer a massa. Deixei a massa descansando, seriam dez minutos, antes de ir ao fogo, quando me aproximei dele e outro beijo intenso.
Ele beijava com força, sugando minha língua, também me apertando, até me afastar e tirar minha camisa, olhando diretamente para meus pêlos no peito, foi quando ele enrolou os dedos entre eles, dizendo: "que macio!". Chamei-o para o quarto e comecei a trocar de roupa, disse-lhe para tirar os sapatos e ofereci-lhe uma bermuda. Ele aceitou. E assim que nos trocamos, ele me puxou para a cama, me beijando novamente e esfregando seu quadril contra o meu. Mordi-lhe a orelha, fazendo-o gemer e logo passei minha barba em seu pescoço.
Ele olhou para mim naquele momento, seu olhar era intenso, parecia de um desejo forte. "Tenho que preparar a pizza p'ra gente". Ele sorriu. Abri a massa da pizza rapidamente. E ele estava lá, atrás de mim. Sorria tranquilo. "Tem que ficar mais quinze minutos no fogo agora". Ele me abraçou naquele momento. "Então temos tempo". E me puxou para o quarto novamente. "Sua barba é linda!". E eu sorri. E nos beijamos de novo.
Minha mão entrou por dentro de sua bermuda e eu apertei sua bunda, macia e dura ao mesmo tempo como é o corpo masculino. "Você gosta mesmo de uma bunda hein?". Eu confirmei e ficamos no quarto entre beijos até ser hora de cuidar novamente da pizza. Bastava retirá-la do forno, espalhar sobre o disco de massa o molho de tomate, depois muçarela ralada e presunto e mais quinze minutos de fogo. Ele começou então a falar sobre Adorável Psicose e resolvemos assisti-lo on-line enquanto esperávamos.
Ele sentou na cama, e me puxou para deitar no seu peito, me abraçava e não largava minha mão, mas em quinze minutos a pizza estava pronta, o tempo de metade de um episódio, comemos assistindo outros dois, e quando terminamos, ele sorriu, safado, e perguntou: "Não quer comer outra coisa também não?". E eu só pude me perguntar: por que não?

29 comentários:

  1. Que intenso. haha E ainda é fã da Kylie, a verdadeira rainha do pop...
    E que sorte levar uma cutucada no face e depois poder "cutucar" a bunda dele. haha

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  2. definitivamente dois safados ... mas é por aí mesmo q as coisas boas nascem ... q bom q vc não regateou ... parabéns ... agora é investir em outros aspectos a serem observados, analisados, sentidos, sem pressa e sem preconceitos ... boa sorte e beijão ...

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  3. E ai??? Tah rolando????? Passou do primeiro encontro??? Conta pra gente!!!

    PS. Tb amo adorável psicose...

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  4. As cutucadas e suas vantagens... muito bom...

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  5. Quem diria, hein? E tudo começou com uma cutucada! Hahahaha

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  6. P.S.: Mas agora eu fiquei curioso... Não é um conto, né? As tags indicam que não, MAS...

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  7. "Por que não" é uma pergunta que normalmente nos permite abrir várias portas... ou zípers... hehehe!
    E calma... que outras camisetas virão... Hugz!

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  8. Nossa!! Todos os detalhes, os gestos, as brincadeiras... Isso comprova que nossa vida está repleta de contos, de partes de um filme. Visualizei cada cena. Tudo muito intenso! E ele parece ter gostado de vc! Terá uma parte cinco? Porque a quatro a gente já sabe como foi, ou deduzimos! rsrs

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  9. Ia comentar algo óbvio, mas esperarei mais novidades.
    Até lá.
    Bjaum.

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  10. sem drama hj por aqui! gosto muito! :D

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  11. gostei da idéia de colocar tudo junto.

    ;D

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  12. Opa... fã de The Corrs? Subiu no meu conceito... rs

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  13. só posso plagiar um video que vi pelos youtube da vida:"ninguém me cutuca no facebbok!"

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  14. Ai, ai, ui, ui, que delíciaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!

    Adorei a tua resposta pra ele no FB, atitude é tudo e saber portar-se frente a uma iniciativa conta muito!

    Parabéns, guri!

    =D

    Um beijo.

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  15. Fox .. fox ... me fala uma coisa o que vc espera de tudo isso ???
    Achei legal a forma como vc descreveu tudo .. mas para um conto !
    Agora se vc espera algo de mais concreto de tudo isso, acho que vc agiu mal colocando tudo isso aqui e pior ainda se no seu FB tem link para o blog , eu não iria gostar de conhecer alguém e está pessoa ficar contando nossa historia para o mundo !!! E pior assim vc entrega o ouro e acaba com o mistério !!!


    abs

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  16. Aaaaaaaai Sim!!! ;)

    Que Livro novo da Lolita Pille?

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  17. Pra começar, amo Lollita!!! Agora sobre isto tudo... nossa, adorei. Claro, vc escreve TAO bem, mas a história tbém. Demais.
    Me deu vontade de passar por uma situaçao assim... mas oi, eu já teria ido pro motel de cara...

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  18. Hummmmm,logo cedo cutucada e a noite vc cutucando o bumbum dele,hein.
    Esperando a próxima parte.kkkk.
    Abraços,menino.

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  19. Sucessoooo querido, tô na torcida...rs.
    Linda semana. Abraços.

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  20. Depois de acompanhar tantas idas e vindas, fico na torcida pra não ser apenas um conto, e que evolua, destruindo todas as suas convicções sobre o destino à solidão antes aqui expressas e para as quais não há nem haveria argumentos. Há coisas na vida que se resolvem de maneira bem mais prosaica e menos filosófica!
    Boa sorte!

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  21. Uhull! Que bela cutucada heheh Aproveita mesmo! Bjs qrdo

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  22. Isso tudo em um dia de encontro?!

    Eu não levaria alguém pra minha casa logo no primeiro encontro.

    Mas enfim...

    Espero que a cutucada se torne em um namoro sólido. Boa sorte! :)

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  23. Peraí, vc faz pizza em casa? Além de tudo, isso?

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  24. A primeira leitura, a "estória" parece Inverosímil entretanto, no mundo de hoje, não é dificil encontrar pessoas tão interessantes e solitárias.

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  25. Hum, este o rapaz que falou que não quer se envolver??? Hum...no início estava até bem envolvido. Enfim....bola pra frente e vamos ver no que vai dar. Abraço.

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" Gosto de ouvir. Aprendi muita coisa por ouvir cuidadosamente."

Ernest Hemmingway