Ele está de pé, sozinho, quando ergueu sua taça. Escolhera um vinho cor de sangue que se debatia nas paredes de cristal da taça antiga que recebera de herança de sua mãe. Ele erguera taça às sombras, num brinde nefasto, que o cercavam como Fúrias, suas únicas companheiras da comemoração que se arrastava. Ele se levantou, brindou com as sombras e se deixou cair na poltrona, bebendo toda a taça num único gole e logo reabastecendo com a garrafa esverdeada que deixara largada no chão. Em seguida, ele tateou a pequena mesa ao lado, pois temia ver as luzes da sala acesa, procurando os cigarros. Acendeu um entre os dentes, vendo, depois de muito tempo, a primeira luz, agora oriunda do isqueiro. A chama iluminou, muito rapidamente, a sala completamente vazia, mas não de móveis, livros ou quadros, nem de plantas ou mesmo o aquário cuja bomba era o único som a rivalizar baixinho com a música de Renato Russo que ele decidira ouvir na sua festa solitária. Todos os objetos naquela sala haviam sido comprados por ele mesmo, os livros todos lidos na sua solidão acadêmica, as fotos só mostravam seu rosto, apesar de sorridente, solitário, as lembranças que povoavam aquela sala eram unicamente dele. Aquela chama, vaga, iluminou a vida vazia dele, vazia de companhia. Por isso ele preferira aquela noite no escuro. E, a partir de agora, decidira, acenderia o cigarro de olhos fechados.
Imagino perfeitamente a cena... Belo relato. Adoro sua construção textual...
ResponderExcluirXêrinho!
Me desculpe.
ResponderExcluirBjão
Hum...
ResponderExcluirUm brinde!
Hoje é um dia em que eu me sinto exatamente assim!
ResponderExcluirO texto é de uma solidão que não me trouxe tristeza, mas uma paz difícil de explicar.
ResponderExcluirBjão, gatão
drink to that.
ResponderExcluirconto?
no mínimo, muito bem escrito.
como já dizia o velho Plínio: in vino veritas!
ResponderExcluirHummm isso aqui continua bom e bonito como sempre!
ResponderExcluirMatando saudades!
Bju nosso. *-*
uau!
ResponderExcluirmandou bem Foxxinho.
imaginei um belíssima cena.
bjo e bom fds.
massa......como sempre um espetaculo.....bjs
ResponderExcluirSolitário, mas bonito. =)
ResponderExcluirBjo e abraço, o/
mas a luz mesmo assim passa pelas pálpebras fechadas... fica um escuro "iluminado".
ResponderExcluirBjs!
Li um conto parecido com esse.A diferença foi que era a data do seu niver.
ResponderExcluirAbraços.
Lindo texto!
ResponderExcluirOi Foxx, tudo bem?
ResponderExcluirMenino, texto excelente, apesar de ser um pouco triste.
Pois é menino, esperar sempre é a solução, rs.
Bjo
Gostei do texto. Muito bem escrito, para variar... Também senti uma certa paz, como descreveu o Wans. talvez porque gosto de ficar sozinho... Só não dá pra ignorar a luz. Mesmo com a pálpebra fechada é impossível não perceber a luz...
ResponderExcluirAbraços!!!
acorda e se mata!
ResponderExcluirSó cuidado pra não queimar o beiço... hehehe!
ResponderExcluirUm melancólico bom. O bem estar ou não da solidão é uma questão principalmente referencial.
ResponderExcluirBeijo Primo
Muito bom !
ResponderExcluirImpossivel não sentir a profundidade da solidão, lendo o texto...
Desculpe usar desse espaço pra divulgar, mas é que recebi uma notícia que eu não sei se é preocupante: 12 horas para impedir a pena de morte a gays em Uganda!
ResponderExcluirDê uma olhada lá e divulgue!!
Abraços!!!
é um atrevimento esse seu texto!
ResponderExcluirmto bom!
Lindo o texto, mas triste... Acho que nós, seres humanos, nunca iremos nos conformar com a solidão... Talvez sejamos a sociedade dos sozinhos na multidão... Estou na tentativa de encontrar companhia dentro de mim, mas cada dia me aturo menos... rsss
ResponderExcluirestes brindes de solidão enchem nossas taças... diáriamente.
ResponderExcluirvoltando aos poucos a rotina...
bjo grande