Google+ Estórias Do Mundo: janeiro 2009

Páginas

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

PASSADO: Porque Não Tenho Amigos Héteros II



Direto Ao Ponto


Entrei na sala com o olhar congelado, Walter, o professor de matemática, fez uma perguntou se meu atraso se devia a uma conversa com Gabriel, a bichinha da escola, respondi-lhe fria e secamente, acompanhado de um olhar que congelou o ar ao nosso redor, que se fosse, não era da conta dele. A turma se calou imediatamente. E como Walter não tinha coragem de desafiar-me., sentei na minha cadeira.
As meninas ao meu redor notaram as lágrimas e os olhos vermelhos e perguntaram o que houve, sem pudor, e provavelmente tentando parecer a vítima, mostrei-lhes o bilhete, e enquanto destacava uma das folhas verdes do meu fichário, elas temonstravam seu asco por Tom, por Ju, por todas asquelas pessoas. "Concordo em gênero, número e grau!" e peguei uma caneta azul. "Tom, Ju escreveu um bilhete pra mim falando que os meninos estavam dizendo que eu estava 'dando em cima de você'... sinceramente, eu fiquei sem ação..., no bilhete dizia que você estava chateado com isso", engoli novamente o choro levantando a cabeça e encontrando Rê me olhando com uma dose de pena e outra de medo. "Estou escrevendo para te pedir desculpas (apesar de não ter feito nada) se lhe causei algum constrangimento. Eu apenas, acho, te trato com a intimidade que nossa amizade, ou a amizade que pensei que tínhamos, permite".
Novamente ergui meu olhar e dessa vez olhei adiante: Misha e Isaac que deixaram de voltar comigo para casa, apesar de sermos quase vizinhos, estavam concentrados na aula. Wallace estava sentado atrás deles, seu pai era meu vizinho também e misteriosamente nunca mais o encontrara por aqui. "Tom, desculpe. Desculpe mesmo eu não queria de jeito algum isso! Assim que li o bilhete de Ju, decidi o que deveria fazer para te poupar". Tom passara a frequentar minha rua, seu irmão era amigo do meu, e eu tinha lindas amigas que ele queria conhecer. Assuntos nossos passaram a aparecer e os meninos começaram a estranhar. E eu não tinha direito de ter assuntos só meus com ninguém ali. "Vou me afastar, apesar de ser uma mentira, mas é melhor assim. Desculpe, desculpe, desculpe! Foxx".
Dobrei o papel três vezes na altura e mais duas no comprimento e levantei do meu lugar, juntando minhas coisas. O professor se assustou e me olhou, interrogando-me. Cruzei a sala e deixei o bilhete na mesa de Tom, em silênico, só quando coloquei a mochila nas costas que Walter conseguiu dizer-me algo. Tentando ser irônico, como de costume, perguntou se eu assistiria ainda sua aula, eu só respondi-lhe que não e abri a pesada porta de madeira, saindo, deixando toda a sala em silêncio.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

PRESENTE: O Que Me Resta Fazer?

Flash-back. 20 de janeiro de 2008. Fade-in começando naquele céu claro de verão. Minha mãe chorava no banco dianteiro do vectra, enquanto meu pai dirigia. Mas sob as lágrimas dela, enquanto eu deixava Natal, eu sorria. Close no sorriso. Eu sorria para o meu futuro, para os meus sonhos se realizando e sorria, principalmente, para o passado que ficava para trás, junto com os pesadelos que me cercavam, a cada curva daquela rodovia. Panorâmica na BR-101, e o vectra verde musgo passando em direção ao aeroporto. Em Natal, eles me seguiam para onde eu fosse. Cada erro, cada decepção, cada frustração nublava meu dia, deixando-me nas trevas apesar de viver na cidade do sol. Plano médio no interior do carro, mostrando-me e a estrada atrás se afastando. Mas, agora, eu pensava, eu me veria livre deles, porque em Belo Horizonte, por ser outro lugar, com outras pessoas, em outras situações, tudo seria diferente, tudo seria necessariamente diferente. Fade-out.
Fade-in no meu quarto em Natal, o branco das paredes e do piso sendo suavizados. 20 de janeiro de 2009. Presente. Eu me preparo novamente para deixar Natal. Close na mala sendo arrumada. A idéia que antes me fazia sorrir, agora me dá náuseas. Meu estômago da voltas só em pensar que deixarei essa cidade tão perto do mar e subirei as montanhas das Minas Gerais. Não sou bandeirante. Close nos livros sobre a mesa, a Ilíada em dois volumes, Maísa - meu mundo caiu e O Livro de Ouro do Yoga. Eu achava que encontraria em Belo Horizonte aquilo que me faltava, que lá me sentiria finalmente completo. Close no visor do MP4: Maísa.
Tolo! BH afastou de mim tudo aquilo que eu já tinha. Close nos meus olhos, úmidos. E antes eu achava que só faltava uma coisa em minha vida, um amor, mas retornei de lá me sentindo completamente vazio, apenas meu lado profissional permanecia de pé. Belo Horizonte como um paciente escultor de afiado cinzel demoliu cada parte de mim.
Plano aberto, mostrando todo o quarto, eu catando roupas espalhadas. Foi tentando juntar os pedaços de mim que pisei novamente em Natal, tentei e assim o fiz. O celular toca na mesa, Guga diz no visor. Meus amigos demonstraram que não importava quanto tempo eu estava fora, "sempre parece que foi ontem que te vi a última vez, é como se o tempo não passasse". Meu pai chega na porta e me observa. Minha família finalmente aprendeu que o sangue não garante união, que amor não existe se não é cultivado. Agora eu tenho uma família também.
Mas o que fui buscar em Belo Horizonte? Close em meu rosto ficando vermelho de vergonha. Sim, eu fui lá buscar um amor e aproveitei uma oportunidade profissional para isso, afinal tudo mais eu já tinha. Bem, o que eu fui buscar em Belo Horizonte eu não encontrei. Por que fui tão distante procurar? Porque em Natal eu também não conseguia encontrar e o mesmo se deu na capital mineira. Desta vez, no entanto, arrumo minhas malas de forma diferente. Close numa única lágrima descendo pelo meu queixo, entre os pêlos da barba por fazer. Amigos e família estão protegidos. Eu também agora estou. Não espero mais que alguém possa se apaixonar por mim. Este sonho eu não consegui recuperar, mesmo quase chorando quando lembro que ele morreu. Pretendo agora me concentrar no único ponto realmente importante: tornar-me doutor. Afinal, o maior intelectual gay de todos os tempos, Oscar Wilde, morreu solteiro, cercado pela família, amigos e algumas taças de vinho. Falta-me só o vinho.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

PASSADO: Porque Não Tenho Amigos Héteros I

Por Essa Ninguém Esperava



Tudo começou com uma carta em uma manhã de fim de primavera. Ju entregou-a pedindo que a lesse sozinho. O intervalo havia terminado naquela escola de classe média em um bairro suburbano, bairro este que eu podia enxergar abraçado por dunas douradas através do pergolado que fechava a parede do corredor em que eu resolvera me deixar ficar. Curioso, desembrulhei aquele bilhete e fui atingido por palavras que me encheram de vergonha.
Em um quarto de folha de caderno, escrito numa caligrafia feia, preenchido em ambos os lados, dizia-se: "Foxx, sabe o que é, está acontecendo algo muito chato, os meninos estão comentando que você está soltando indiretas para Tom". Eu parei ali, sem acreditar, respirei fundo e voltei ao início, eu devia ter lido errado, era um mal entendido. "Foxx... comentando... indiretas... Tom". Aquilo estava realmente acontecendo, náuseas subiam em ondas, eu estava tonto, que bom que estava sentado, pois eram apenas as primeiras linhas. "Olhe, Foxx, eu sei que você é amigo de todos, mas você sabe que quando alguns meninos se aproximam dos outros...", alguns meninos ou simplesmente eu?, "... como você está muito amigo do Tom, eles já começam a fofocar".
Aquele papel de pautas vermelhas e com letras escritas com uma suave tinta negra parecia que estava em chamas, queimando minhas mãos, ferindo meus olhos e a antecipação de como ele devia terminar já fulminara meu coração. E ainda faltava todo um lado, e as pessoas ainda estavam no corredor, meu medo era não conseguir conter as lágrimas até me ver sozinho. Respirei e olhei para as dunas, o sol da manhã fazia a areia brilhar mais intensamente, dava para ver meninos correndo por cima delas também. Quando voltei ao corredor, todos já haviam retornado a suas salas, sozinho, virei o papel. "Lembra daquele comentário de Wallace que os meninos viviam falando...", comentários? que comentários? sobre eu e Wallace? por isso ele deixou de falar comigo? por isso ele deixou de falar comigo!, lágrimas. Doía-me tanto porque aquelas pessoas de minha escola, aquelas eu tinha como meus únicos amigos, e como únicos, eram também os melhores. "Ele está triste, não por você, mas pelos comentários", ele está triste? ele?!?, "Não fique chateado comigo", não culpe a mensageira, "... não quero que continuem falando de vocês, beijos, te adoro, Ju".
Um frio subia-me em vagas e deixei-me ficar ali estático, meu braço caído ainda segurava aquele papel em que com certeza alguém borrifara o filtro de Dejanira, porque como Hércules eu me sentia consumido pelo fogo. Eu tinha vontade de gritar. Gritar para todos pararem de se preocupar, ninguém novamente falaria de mim. Mas a única força que tive foi de deixar afundar-me a cabeça entre meus joelhos, soluçando.
"Tudo bem?", Ju tocou meu ombro. Levantei a cabeça e quando a reconheci, enxuguei as lágrimas com as costas das mãos e fingi um sorriso, ela tentou se explicar e eu a impedi. "Não precisa dizer mais nada, eu sei bem o que fazer".

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

PRESENTE: Crítica Construtiva



Preparando-me para ir a praia com C&A e um amigo dele, sunga vermelha Fio a fio, short Adidas cinza, e estou vestindo minha regata branca Hering quando minha sobrinha me interpela, sentada com seus cachos loiros no sofá da sala, de onde ela me observa no quarto.

- Tio?
- Oi, Lua.
- Esse seu short é de quando o senhor era mais novo?
- Não, meu amor, por quê?
- Porque ele é tão pequeno.
- Não, Lua, é o modelo dele que é assim mesmo. Curto.
- Muito curto né, tio?

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

PASSADO: The Sweetest Thing I Ever Heard

Entre as luzes do dancefloor do Andaluz...

- ... não parece um bonequinho?
- Bonequinho?
- É! Bonequinho! É que quando eu dormi na sua casa, eu não preguei o olho, aí fiquei te observando dormir.
- Me observando dormir?
- É! Tão lindo! Parece um bonequinho...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

PRESENTE: "Você é o Mal da Humanidade!"

É domingo. Último dia deste menino lindo que entrou na minha vida uma semana atrás quando um convite para o meu MSN apareceu, junto a belos olhos azuis. "Não, é que o Goiano me passou seu contato...". E ele me explicou que estava vindo a Natal, perguntou de coisas para fazer, lugares para ir e para se hospedar, e eu me ofereci para ciceroniá-lo, enquanto ele estivesse aqui. Agora, ele estava ali sorrindo na minha frente, enquanto a banda Magia, acompanhando Marlos, no Feitiço, tocava samba. Chegara na sexta passada e quando o sol estava em seu zênite ele me ligou. "E aí o que poderemos fazer hoje?" Como na sexta é dia de Vogue, rumamos para lá. Eu não lhe disse naquele instante, mas eu me surpreendi quando o encontrei pela primeira vez no estacionamento do Natal Shopping. Porque seus olhos eram ainda mais azuis, porque o sorriso era ainda mais encantador, porque toda aquela beleza realmente existia ali, e tudo isso com um delicioso sotaque pernambucano. O amigo-do-Goiano era simplesmente perfeito. E foi o que Música concordou quando passou por mim ali naquele pagode de domingo: "Os olhos do seu amigo são dessa cor mesmo?". Meneei a cabeça afirmativamente. "Saí até de perto porque a tentação é grande!".
Só pude concordar. Porque eu sentira o mesmo naquela sexta, quando singramos pelo Alecrim, um centro comercial antigo, popular e bem centralizado na cidade, e caminhando entre ruas escuras e nada convidadoras, e encontramos a entrada estreita e cheia de degraus da boate. Escadas, dez reais de entrada que convertidos em consumação são um alívio para o bolso, entramos e não há ninguém. Era cedo, pouco mais de 11h, sentamos no balcão do bar. "Peanuts! This is so american!". E, enquanto eu exalava a fumaça com cheiro de especiarias do meu Black, e falávamos sobre o Goiano, "Ele falou que viria a Natal um dia desses", blogs, Beyoncé e o Imperfeito, "Ele nunca me disse o nome dele", eu notava a graça de pessoa que estava diante de mim. Nem o bartender musculoso, usando uma apertada regata e uma bandana preta, servindo-me uma cerveja e uma caipirinha para o amigo-do-Goiano, distribuindo um belo sorriso para os poucos clientes que ainda estavam ali, conseguia distanciar minha atenção do meu novo amigo. Um amigo extremamente atraente.
No entanto, a banda tocando pagode e fazendo um pout-porri com as músicas do Molejo e do É o Tchan me trazem de volta para o presente, ou foram as reboladinhas do amigo-do-Goiano? Mas logo lembro das músicas da década de 80 que nos expulsaram daquele lounge na sexta-feira. "Você não é tão novo para não conhecer", ele rira entre os falsetes do cantor. Dali resolvemos ir ao outro ambiente, onde a música eletrônica tomava conta, your mind is in disturbia, it's like the darkness is the light! Disturbia!, e que logo estaria também lotado, mas não de pessoas bonitas, como é comum a VG, e aquilo se repetia naquele domingo, o que era bem incomum. "Mas isso não te impediu nada, não foi, Foxx?". Rimos juntos. "Quantos na sexta?". Mostrei-lhe nos dedos: 3. O primeiro, um baixinho, de olhos apertadinhos, que chegou com cara de macho para perto de mim, enquanto eu dançava com o amigo-do-Goiano. Ele me olhava de baixo, com a cabeça um pouco inclinada e as mãos no bolso, eu sorri e ele se aproximou decidido. Gostosinho, eu beijei fácil quando ele chegou perto de mim. Beijou tão bem que quando ele apertou minha bunda ali na pista, eu não me importei mesmo. Mas logo disse até logo e se afastou. "Foi nessa hora que você já se agarrou também né?". O amigo-do-Goiano riu encabulado. "E o detalhe: ele tinha namorado!". Rimos junto e eu rebato: "E depois você diz que eu sou o DDL!". Ele, rindo, reafirma que sou sim um destruidor de lares e puto. "Você é o mal da humanidade!". Risadas e mais cervejas e agora cigarros com gosto de baunilha.
Naquela hora outros amigos cruzam comigo, também como Música sem tirar os olhos de meu acompanhante. Tuxo com olhos desejosos, Nick com perguntas indiscretas, "É seu namorado?", C&A com estórias de putarias, "Ora, é verdade, eu vou mentir?", e a ele conto a minha última. "Comi um menino na Vogue sexta!". Ele se surpreende querendo saber aonde exatamente. "Na boate!". Maior a cara de susto. "E eu sou a puta? Pelo menos eu ainda utilizo esses métodos ultrapassados de cama e lençóis". Peligrosa asi eres tu, asi eres tu. "Ah, e esse foi apenas o segundo da noite: não gosto de números pares! Mas foi o melhor sem dúvida. Nunca vi alguém dar a bunda com tanta vontade! Como ele rebolava quando lambi as costas dele até chegar na bunda! Aquela bunda branquinha, lisinha e durinha! Ai, ai...". Risadas soltas, mais algumas cervejas e agora o Tricó que assumira o palco fazia um cover da Madonna no palco, la isla bonita, "O que a mamãe vai pensar quando souber que estou com um puto como você? Me diga!", ria o amigo-do-Goiano. "Eu sei o que é isso!", me diz C&A.
Mas o domingo estava lá, e a noite já ressoava com Rihanna evocada pelo Tricó. I'm making my way over to my favorite place. Relembro de como costumava frequentar aquele lugar onde a hostess ainda sabe meu nome e sorri ao me ver. Vejo ex-quase-namorados, porque namorado que é bom eu nunca tive, e ex-ficantes, alguns sorriem, outros não. Acho que alguns não gostam muito de mim e alguns namorados deles gostam menos ainda. "Já disse: DDL!", repetem aqueles olhos de um céu de verão e eu relembro a ele do menino da Vogue. Ele rebate: "Adorei o nome dessa boate! Mas, não te contei? Encontrei com ele na praia também, ontem". Coisas mesmo de cidade pequena, você sempre reencontra as pessoas. O terceiro que fiquei, inclusive, estava ali naquele domingo também. Com raiva de mim.
"Também fui paquerado na rua por um cara. Ele me deu o telefone dele. Muito estranho!" Risadas. "Nada mais típico de Natal!!". Quando me viro, então, encontro o número três da sexta anterior. Sua raiva foi porque ele ficou pensando que o amigo-do-Goiano na verdade era meu namorado e como eu só queria beija-lo mesmo, não dei-me o trabalho de desmentir. Ele era apenas o número 3. Seu olhar de desprezo ali, quando viu os olhos azuis novamente ao meu lado, foi cômico: "Quérido, se eu tivesse com esse homem ia te beijar? Se toca!!! Ninguém trocaria ele por você!", era o que eu pensava ali. Mas como estamos na menor metropóle do Brasil, o amigo-do-Goiano reencontrou o menino com quem ele ficou na VG. "Ai, tô confuso!", porque ele tinha namorado, mas a confusão não impede o primeiro beijo. "Aproveita, rapaz!". Ele aproveitou, eu no entanto, naquele domingo apenas fui dos meus cigarros, de algumas cervejas e de pensamentos somente meus.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

EXTRA, EXTRA, EXTRA: Meme

Pronto! Após duas indicações de Meme, uma do meu adorado Mauri, e outra do queridíssimo Angelus Gautama, acho que sou obrigado a responder, não é?


Seguem as regras:
1 - Linkar a pessoa que te indicou.
2 - Escrever as regras do meme em seu blog.
3 - Contar 6 coisas aleatórias sobre você.
4 - Indique mais 6 pessoas e coloque os links no final do post.
5 - Deixe a pessoa saber que você o indicou, deixando um comentário para ela.
6 - Deixe os indicados saberem quando você publicar seu post.


6 coisas aleatórias sobre mim:

1- Eu coleciono revistas em quadrinhos. Desde que o desenho foi exibido pela primeira vez pela rede Globo eu sou apaixonado por X-Men, e coleciono as revistas até hoje. Minha coleção hoje tem por volta de 700 revistas, com quase tudo que foi publicado no Brasil sobre os meus mutantes.



2 - Eu sou formado em História, tenho mestrado em História e faço, atualmente, doutorado em História. Pesquiso como o Brasil foi imaginado pelos europeus nos séculos XVI e XVII nas crônicas coloniais, utilizando o material clássico grego e romano.



3 - Odeio sonhos românticos! Príncipes encantados! Não porque não quero um. Exatamente porque quero e por mais que tento nunca consigo. Meu maior desejo para 2009 é matar qualquer romantismo que exista em mim. E se eu perdi 22kg em 2008, eu vou conseguir isso sim. Não quero mais sonhar com "um amor para mim".



4 - Eu sou fotólatra. Adoro tirar fotos. Minhas e dos outros. Porém, eu só saio bem em fotos que eu mesmo tenha tirado. Não sei posar para outros fotográfos, só para mim mesmo. Não sei o que acontece. Em poucas palavras, para eu sair bem em uma foto, dá-me a câmera.



5 - Todos os meus amigos são mais novos do que eu. Todos! Quando saímos, na mesa do bar, na casa de praia, no círculo na boate eu serei sempre o mais velho. Em momentos solitários, isso me incomoda deveras; mas sei que tenho os melhores amigos do mundo apesar de algumas vezes a diferença beirar os dez anos.



6 - Ao contrário do que meus amigos dizem, eu não tenho baixa auto-estima. Eu me adoro. Acho-me bonito, inteligente, bom de cama, gostoso, em resumo, um partidão! O que sempre me surpreende é o fato de, não obstante todas essas qualidades, eu estou sempre sozinho. Apesar das estórias de pegação que publico no blog, mas elas são as excessões, não a regra.



Indicados:
Théo,
Luís,
Bob,
Marcelo Sunshine,
Crazyboy,
Mabe

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

PASSADO: La Telenovela Mexicana 3

Episodio Diez


A semana se passou entre telefonemas e conversas pelo MSN, entre as quais Alejandro sempre estava presente de alguma forma. Soube que ele passara a frequentar a casa de Juan. "Estamos estudando juntos para o vestibular". É claro! É claro! "E o que você vai fazer em relação a isso?", Fê me perguntou quando marcamos de ir ao Avesso e Juan encontrou conosco trazendo Alejandro a tira-colo. "Assim que chegarmos lá eu vou dar um fim a isso! Definitivamente!". E nós dois olhando para Alejandro pelo retrovisor do carro, com seus ombros largos de nadador e cara de apaixonado. No Avesso, eu fui ao bar, me afastando de todos eles, foi quando senti alguém me abraçar por trás, virei-me e vi o rosto sorridente de Juan, e mais ao longe o rosto chocado de Alejandro. "Hold on! Hold on!". Mas ele me beijou. "Juan, querido, que porra está acontecendo aqui?". Ele me olhou sem entender. "Simples, com quem você está namorando? Comigo? Ou com o Alejandro ali?". Ele reafirmou que estava comigo, e me beijou novamente. "Mas ele sabe disso?". Ele me olhou sério, abraçava-me segurando meu quadril, meus braços estavam em torno do pescoço dele, ele sorriu. "Mas você é quem importa!", neste momento eu olhei para Alejandro que nos observava a distância, "Imagine assim, você é a matriz, ele é apenas uma filial que eu uso para me divertir quando você está longe. Mas você é com quem eu quero ficar, de verdade". Eu olhei nos olhos dele naquele instante. "Desculpa mesmo por não ter ido a casa de praia".


Episodio Once


"Eu não consegui, 'tá bom?". Fê ria de mim. E eu não conseguia explicar porque não tinha acabado com aquela situação ridícula ali mesmo. Por mim! "Você é tão sem vergonha quanto ele, Foxx. Relacionamento aberto p'ra mim é desculpa p'ra sacanagem!!". Pelo Alejandro! "Você ficou com pena dele? Eu tenho vergonha por ele!!". Eu lembrava do olhar de Alejandro enquanto eu conversava com o meu namorado. "Ele tava esperando passar uma noite linda com o 'meu namorado', não era?". Fê balançou a cabeça confirmando e sorrindo ironicamente. Sentados na cantina do setor I da UFRN, enquanto alunos do curso de direito, turismo e biblioteconomia passavam diante de nossas mesas, eu tentava entender o que estava acontecendo comigo. "Você 'tá apaixonado por ele?", me perguntava Fê. Não, eu não estava. Eu poderia perfeitamente esquecer aquela estória facilmente, eu deveria, essa era a coisa mais sensata a fazer.




Episodio Doce


O sol estava se pondo lá fora. Era um domingo. Foi quando Alejandro entrou na internet e me encontrou no MSN. O mesmo endereço que ainda uso hoje. "Novidades?". E conversamos. Percebo rapidamente que ele está bêbado. "É, tava tomando umas cervejas aqui em casa com meu pai". E logo Juan tornou-se o tema da conversa e ele afirma com todas as palavras que ainda vai conquistar o meu namorado. Que o meu namorado ainda seria dele. "Alejandro, meu lindo, não se dê a esse trabalho! Juan não consegue amar ninguém. Nem você! Nem a mim!".
Ele não me ouvia. Provavelmente me via como o inimigo a combater e não se aceita conselhos do inimigo. Eu, no entanto, não conseguia enxergá-lo assim. Não tenho raiva, só sinto pena. Releio a conversa, mas nem preciso porque ele se repete. "Você vai ver, Foxx, ele vai ser meu". Deus! Decido ali, definitivamente é hora de pular fora daquele barco furado, sobretudo, porque meu amigo está apaixonado. Completamente apaixonado. Corto a conversa e a encaminho para Juan em um e-mail, complementando: "Juan, diante dessa situação, eu acho melhor terminarmos. Não serei eu o responsável pela infelicidade de Alejandro. Ele não merece".


Episodio Trece

Eu estava na faculdade quando um número desconhecido começou a piscar no visor do meu celular. Eu atendi, e já perguntei quem era. "Eu, ora, Juan, seu namorado! Não tem meu número no seu celular, não, por acaso?". Eu respirei fundo e perguntei se ele não tinha visto meu e-mail. Ele disse que sim e que achava uma imensa bobagem eu fazer isso. "Ele está apaixonado por você, Juan, não sou eu quem vai ficar entre vocês dois". Ele riu e respondeu: "Não acha que essa decisão tem que ser minha não?", e alterando seu tom de voz demonstrando um nervosismo que eu nunca vi antes, "Não acha que sou eu que tem que escolher com quem ficar?". Eu sorri, achando bonito até. "Tarde demais", interpelei, "seu número sumiu aqui do meu celular porque eu o apaguei. Não quero mais contato com você, Juan, acho melhor para nós três". Ele reclamou novamente. Gritava comigo pelo telefone dizendo que eu não podia fazer algo assim com ele. "Desculpe, acabou!". Ele gritava, nervoso, foi quando uma voz mais calma atendeu o telefone: Alejandro! "O que houve, Foxx?". Em choque, ouvi Juan ainda dizer que não queria mais falar comigo, mas respondi-lhe com uma frieza anormal: "Na verdade, nada Alejandro, só disse ao Juan que não quero mais namorá-lo. O caminho está livre para você tentar conquistá-lo". E eu senti ele sorrir do outro lado.



FIM