Era um domingo a tarde, eu saíra com um pedaço de giz de casa. Meus pais eram professores, era muito fácil ter giz em casa. Ele me chamou para brincar. Carrinhos. Desenhamos toda uma cidade, com ruas, postos de gasolina, pontes, oficinas mecânicas, na calçada da casa da tia dele. Sentamos no chão, calções amarrotados, agora também apagavam o giz que estava no chão, delimitando nosso mundo imaginário. O meu carro era azul, o dele vermelho. Empurravamos aqueles carrinhos, pelas ruas estreitas de nossa imaginação e mal traçadas por nossas mãos de crianças. A mãe e a tia dele observavam de dentro conversando seus assuntos de adulto, na varanda da casa. As primas dele brincavam com bonecas, no jardim interno. A calçada era o lugar dos meninos.
Foi quando eu estava de cabeça abaixada, olhava para o carrinho para evitar que ele passasse entre as linhas brancas, que ele veio, engatinhando, chegou perto de mim e beijou-me os lábios. Eu me assustei. Um movimento brusco me fez jogar a cabeça para trás. Ele estava lá, de quatro, sorrindo. Foi quando vi uma mão cercar-lhe a cintura e levantá-lo no ar. Uma voz que eu não sabia de onde vinha gritava: "Que pouca vergonha é essa? Você é viado, é?". Eu fiquei vermelho de vergonha. Mas ouvi a voz se afastar, ela não se referia a mim, ele fora carregado para dentro de casa. "O que você estava pensando?", continuavam os gritos, pancadas começaram e um choro baixinho também. Olhei ao redor, sem saber exatamente o que tinha acontecido, só sabia que a brincadeira tinha acabado. Juntei os carrinhos, coloquei-os dentro do jardim, as meninas me olhavam também sem entender e pareciam perguntar-me o que se sucedera. Levantei-me e voltei para casa, em silêncio, pressentindo que algo ali estava errado.
Foi quando eu estava de cabeça abaixada, olhava para o carrinho para evitar que ele passasse entre as linhas brancas, que ele veio, engatinhando, chegou perto de mim e beijou-me os lábios. Eu me assustei. Um movimento brusco me fez jogar a cabeça para trás. Ele estava lá, de quatro, sorrindo. Foi quando vi uma mão cercar-lhe a cintura e levantá-lo no ar. Uma voz que eu não sabia de onde vinha gritava: "Que pouca vergonha é essa? Você é viado, é?". Eu fiquei vermelho de vergonha. Mas ouvi a voz se afastar, ela não se referia a mim, ele fora carregado para dentro de casa. "O que você estava pensando?", continuavam os gritos, pancadas começaram e um choro baixinho também. Olhei ao redor, sem saber exatamente o que tinha acontecido, só sabia que a brincadeira tinha acabado. Juntei os carrinhos, coloquei-os dentro do jardim, as meninas me olhavam também sem entender e pareciam perguntar-me o que se sucedera. Levantei-me e voltei para casa, em silêncio, pressentindo que algo ali estava errado.
Eu te odeio, já disse, né?
ResponderExcluirMas como eu fui o moderador desse texto e li em primeira mão, vou te odiar um pouco menos, hihihi
Mas que queria saber a continuação, ah, eu queria...
Aguardo o próximo capítulo...
ResponderExcluirUm abraço...
Tratantee, o combinado era eu ser o primeiro a comentar!!
ResponderExcluirFoi eu que dei a ideia!!
Mas tá valendo... eu dei o primeiro parecer positivo!
Amigo, ficou lindo seu texto! Tão romântico, se fosse eu, se eu gostasse, nada como uma cerva gelada pra desencaminhar um encubadinho!! rsrs
Credooo, carma bokão!
Depois comenta meu blog... tá dificil, mas eu vou conseguir contar minha história!
Bjooo!
Ti love!
aguardo a continuação...
ResponderExcluiras histórias se repetem... bjosvoltomais
ResponderExcluircontinua...
ResponderExcluirPuxa!!! Nem isso aconteceu comigo...
ResponderExcluirEnfim... tem continuação?
Beijo!
pq continua?
ResponderExcluirgostei d imaginar q foi soh um fato isolado com poucas memórias...
qd a gente eh criança naum lebra td com detalhe e nem entende pq as coisas acontecem do jeito q acontecem
gostei
eu sei bem o q eh uma brincadeira acabar mal...
xx
Espero que tenha continuação...
ResponderExcluir:)
Abração!!
[uau!]
ResponderExcluirmorro de inveja de quem já teve esse bafões de infância, eu era tão puritano na minha [sou até hoje, tá?!]
Fiquei imaginando quando li:
ResponderExcluirÊta infancia, momentos de infancia são sempre no minimo confusos.
E como eu falei para você, o pior de tudo é que hoje nós fazemos as "Conversas de adultos", a inocencia das coisas vão embora e por isso sempre digo para ao menos rirmos com a inocencia de uma criança, jogando toda a alegria para fora.
Mas o acontecido do texto... eu também tive minhas cotas de "bafons" de criança.
Os quais foram cortados pela Mamazita que sempre me dava bronca... ou seja(CERVEJA), Mama sempre suspeitou do japa aqui ahaahha!!!
Como todos disseram, eu tb espero a continuação. Mininu até parece livro do realismo frances.
ResponderExcluirDesejos super não controlados!!!
ResponderExcluirOnde está esse cara hoje em dia? Casado e com 5 filhos!?
São essas histórias que movem o mundo, desde sempre, infelizmente. E dói saber que ainda é assim...
ResponderExcluirTadinho desse garoto, deve ter crescido traumatizado!! Não me lembro de ter tido algum episódio desses quando criança...
ResponderExcluirTadinho desse garoto, deve ter crescido traumatizado!! Não me lembro de ter tido algum episódio desses quando criança...
ResponderExcluirOi!!!!
ResponderExcluirTudo bem contigo?
Eu tinha te deixado uma msg, anteriormente, mas acho que não não ficou salvo.
Desta vez retornei pra fikr. Hehehe...
Kra, não sei se vc mantém contato com "Cara Imperfeito". Eu não consigo mais entrar no post dele, só com autorização. Gostaria de manter contato, novamente, com ele. Caso vc tenha acesso avise ele que estou de volta, ok???
Quem sabe ele me aceite de volta!!! Hehehe...
Abração.
é... fantasmas fazem parte das nossas vidas. sou de bh sim uai?! eca! detesto me assumir mineiro. rsrs... Bjocas
ResponderExcluirpassado
ResponderExcluirhá tempos não lia um texto com tanto do autor e bem escrito!
Opa, tem sim!
ResponderExcluirhttp://baixaki.ig.com.br/download/Windows-Live-Messenger-2009.htm
O gaydar do outro menino já tava calibradíssimo, rs!
ResponderExcluirAcho que não precisa de continuação não, já deu o recado!
Ah! Isso já aconteceu comigo e o detalhe é que todo mundo esta semana estava falando sobre isso aqui em Natal. Com uma amiga minha aconteceu com a prima dela também quando ambas tinham uns 8 ou 9 anos, comigo aconteceu com meu primo quando eu tinha uns 8 anos e meu primo 10.
ResponderExcluirO engraçado foi que ele me mandou um scrap hoje dizendo que tá com saudades de mim, que quer me rever, etc... e olha que já faz mais de 5 anos que a gente não se vê! Enfim...
Xêrão, Lenin!
Que bonitinho... já tive experiências parecidas e, vou falar, não foi nada fácil...
ResponderExcluirQto às lágrimas... tem um mundo a sua disposição, beibe. Sirva-se!!!
Já vivi uma experiência de beijo homo-infantil.
ResponderExcluirO mais engraçado é que deixamos de ser amigos, mas mesmo eu mudando de colégio, estudamos juntos em todos os colégios e depois na faculdade.
Às vezes me pergunto se ele lembra daquele beijo...
Já vivi uma experiência de beijo homo-infantil.
ResponderExcluirO mais engraçado é que deixamos de ser amigos, mas mesmo eu mudando de colégio, estudamos juntos em todos os colégios e depois na faculdade.
Às vezes me pergunto se ele lembra daquele beijo...
Teeeempo que não passo nos blogs queridos... como vão as coisas?
ResponderExcluirQuerido, esse texto é real? Isso realmente aconteceu com você? Porque se efetivamente aconteceu, então você tem uma peça magnífica, cheia de simbolismo, dentro da sua vida...
Um beijo!
q história bonitinhaaa..adorei... concordo com o mike esse texto dava uma peça fantástica...
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