Google+ Estórias Do Mundo: outubro 2015

domingo, 18 de outubro de 2015

Burguesia

, em Natal - RN, Brazil
Eu assistia TV na casa de um amigo, alguma coisa no The History Channel, enquanto esperávamos outros amigos para uma pequena viagem que faríamos juntos. Meu amigo estava sentado em uma poltrona a esquerda da TV, vendo da janela do prédio o movimento da avenida mais a baixo. Eu estava concentrado no As Batalhas dos Deuses que passava na tela de LCD.
- Olha, Foxx, não faz sentido.
- O quê?
- Se a pessoa quer ter o direito de andar de carro, ela deveria fazer questão que o governo investisse mais em ônibus e em metrô...
- Humm.
- Porque aí o trânsito melhoraria, as ruas ficariam livres para eles exibirem os prolongamentos fálicos de suas personalidades.
- Verdade.
- Até porque quanto menos investimento o governo federal colocasse na indústria automobilística, mais caro o carro ia se tornar...
- Ou seja, o carro seria um símbolo de status ainda mais poderoso.
- Exatamente!
- Você só esqueceu de levar em consideração uma coisa, meu caríssimo Bro', ao contrário da Europa ou dos Estados Unidos, nossa elite é burra!

domingo, 4 de outubro de 2015

Você É Linda!

, em Natal - RN, Brazil
Eu estava em uma mesa de um bar de rock, escuro e apertado, naquelas mesas minúsculas em que todos ficam obrigados a ficar respirando um hálito do outro que está na mesa. Uma banda cover tocava qualquer coisa que, sinceramente, a mim não importava. Não estava lá por eles.
Reencontrei uma amiga da faculdade, transformada, magérrima, quase não a reconheci. Na verdade, não a reconheci, ela que me reconheceu e veio até a mesa falar comigo. Foi quando ela estava sentada comigo, conversando sobre as novidades de sua vida, que uma outra amiga de faculdade apareceu no bar.
- Nossa, Misha, como você 'tá linda!
Eu interrompi com um sorriso:
- Não, gata, ela não 'tá linda, ela 'tá magra! Linda ela sempre foi.
- Preocupa não, Foxx, o grande problema das pessoas é que elas estão profundamente iludidas que o contrário de gordo é bonito/lindo, e não magro.
E tomou um gole de sua caipirinha.