Google+ Estórias Do Mundo: novembro 2013

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Moçoró

, em Mossoró - RN, Brasil



Mossoró, com dois S, não com Ç, é a única exceção entre as palavras de origem indígena que não usam o ç, caiçara, paçoca, Paraguaçu, maniçoba, caçula, Iguaçu, Pajuçara, também é o nome da capital do Sertão, pelo menos é como eles dizem, a segunda maior cidade potiguar, no meio da caatinga, sobre o sol mais quente que você pode experimentar na vida. Quando, por decreto de lei, coisas do Brasil, a grafia das palavras indígenas foi modificada definindo que não se usaria o SS e sim o Ç, um abaixo-assinado impediu que a cidade tivesse seu nome mudado. Eu já havia visitado Mossoró uma vez, a trabalho, fui fazer uma palestra lá sobre a presença portuguesa no território norte-riograndense, lembro que um menino me perguntou sobre a origem das piadas sobre portugueses durante a palestra, mas agora resolvi ir desanuviar a cabeça.
Eu fui demitido. Na verdade, a empresa fechou, e todos foram demitidos. Também levei o chute na bunda homérico do Menino Bonito que, realmente, me deixou abalado. Eu precisava sair de Natal um pouco, ver outras coisas, andar em novo ambiente e respirar novos ares. Um amigo então, numa conversa no Facebook, me convidou para passar o fim de semana por lá. Ofereceu-me sua casa e seu colo. Aceitei e num sábado de manhã, as 6h, eu estava em um ônibus no Terminal Rodoviário Lavoisier Maia em direção a capital sertaneja. São 4 horas de viagem e eu desci no centro da cidade, numa praça de árvores jovens com poucas pessoas, afinal era sábado, sob um sol escaldante. A temperatura, segundo os termômetros, não passava de 32º, porém o sol na sua pele queimava como 55º, e a ausência de vento, em lugares fechados ou mesmo na rua, com certeza nos fazia acreditar que já passava dos 40º.
Fiquei hospedado no conjugado que meu amigo mora ali no centro. Um quarto/sala com um banheiro dividindo os dois espaços. Ele explicou que no vizinho havia uma família com três crianças. E pediu desculpas pelo prédio sujo xingando o dono todas as vezes que saímos pelo corredor a fora. Eu não liguei em segundo algum. Diferente do atendimento em todos os lugares que saímos na cidade, almoçamos em uma churrascaria que o garçom se recusou a limpar a mesa que decidimos sentar, nós precisamos insistir; no jantar, num restaurante baiano, o garçom insistia em arrumar as cadeiras enquanto havia pessoas sentadas nas mesas; no bar que fomos a noite de nome pretensiosamente francês a conta veio errada, cobrando, obviamente, a mais do que consumimos; no café da manhã, em uma lanchonete, eu terminei todo meu prato antes do suco de abacaxi que eu pedi chegar, elas haviam simplesmente esquecido; no clube de águas termais (Mossoró é famosa pelas suas fontes de água quente no meio do semi-árido brasileiro) que fomos no domingo para conseguir uma cerveja era necessário levantar-se e buscar no bar porque nenhum garçom via que estávamos chamando; no jantar, a noite, a conta demorou, simplesmente, 25 minutos para chegar. Porém, notamos, a questão é sem dúvida o treinamento destas pessoas. Sugiro que o SENAC monte seus cursos por lá, porque, obviamente, os mossoroenses precisam urgentemente descobrir que é preciso mais do que ficar parado para ser garçom.
Contudo, eu me diverti bastante. É interessante notar que, por exemplo, eu não vi ninguém fumando em nenhuma balada que frequentei na cidade, pelo menos não com menos de 40 anos. Também foi surpreendente ver uma escola de artes bancada pela prefeitura na cidade, teatro de rua rolando no sábado à noite no Memorial da Resistência e apresentações de corais acontecendo na rua com pessoas sentadas pela calçada para assistir. Soube que um evento de anime ainda estava ocorrendo simultaneamente em outro lugar da cidade, Na Estação da Cultura, mesmo com a Caminhada para Jesus acontecendo ali ao lado. Um ambiente de arte e cultura envolvia todos. Quase me deu vontade de morar por ali. Quase.
Também era divertido ver o quanto eu chamava atenção. Os mossoroenses, os sertanejos potiguares, tal como os seridoenses, de outra região do Estado, tem um padrão físico muito particular. Os sertanejos potiguares têm corpos atarracados, largos nos ombros e baixos, de cabeça achatada e larga, morenos e olhos negros e curiosos; os seridoenses, a região do Seridó fica mais ao sul, têm ombros menos largos, são mais altos, de olhos claros e cabelos de loiros a castanho-claro, são galegos ou holandeses em sua maioria, contudo sua cabeça é grande e redonda, um tanto quanto desproporcional normalmente. Estas são as características dos índios que moravam naquelas regiões, os Moçoró e os Caicó, respectivamente. Eu não tenho nenhuma dessas características, apesar dos ombros largos e do tórax um tanto quanto massudo, eu sou bem mais alto, meus traços de índio potiguara ficam nos olhos, nos cabelos e na pele que facilmente fica bronzeada, mas meu corpo é de luso-holandês, daqueles do Mar do Norte que nascem loiros e ganham seus cabelos castanhos quando amadurecem. Em resumo, eu chamava atenção, e ou era por isso ou porque eu era o único na cidade usando barba.
Meu amigo ria dos olhares que eu ganhava. Os amigos dele também. Falavam que eu estava fazendo muito sucesso. Uma amiga comentou no domingo quando voltou da piscina à mesa que estávamos. "Nossa! Como você faz sucesso!", e riu, eu perguntei porque ela falava aquilo. "Quando você saiu da piscina pelo menos dois caras te acompanharam com os olhos de uma ponta a outra". Eu corei e olhei para a piscina. "Só falta algum deles vir conversar comigo agora, não é?". Ela sorriu, meu amigo comentou: "Eu acho que eles pensam que nós dois temos algo...". E gargalhou. "Pelo menos é o que aquele de óculos branco ali, naquela mesa, deve estar pensando, porque ele não tira os olhos de você, mas não faz nada...". E todos riram, eu também. E ele piscou o olho e lembramos da noite que tivemos na cama dele, em que nossas peles se tocaram pela primeira vez. "Você é meu homem!", ele me disse num gemido.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Hatti: As Cartas de Amarna



As Cartas de Amarna são tábuas de argila contendo, em sua maioria, cartas diplomáticas entre os administradores egípcios e os embaixadores de diversas nações que conviveram com os egipcios durante o Novo Império, correspondências de Amenhotep III e uma miscelânea de material literário e educacional. Elas demonstram sobretudo como se davam as relações entre os egípcios e os impérios que os cercavam como a Babilônia, a Assíria, Mitanni e Hatti, a Síria e a Cananéia, além de Alashiya, o nome egípcio para a ilha de Chipre, e os Habiru, nome egípcio para os Hebreus. Elas estão organizadas segundo o sistema abaixo:
  • 001–014 Babilônia
  • 015–016 Assiria
  • 017–030 Mittani
  • 031–032 Arzawa
  • 033–040 Alashiya (Chipre)
  • 041–044 Hatti
  • 045–067 Síria
  • 068–227 Fenícia (entre 68–140 são sobre Byblos)
  • 227–380 Canaã
 As cartas foram encontradas por volta de 1887 perto da atual cidade de Amarna, nome moderno da capital fundada por Akenaton, entre 1350 e 1330 antes de Cristo, durante a XVIII Dinastia. Escritas em alfabeto cuneiforme, sistema de escrita da antiga Mesopotâmia, na língua acadiana (língua internacional do período), são conhecidos 382 tabuletas, que foram publicadas pelo assiriologista Jorgen Alexander Knudtzon entre 1907 e 1915.
Nestas cartas a referência homoerótica que aparece é o uso comum do termo kalbu, cão, para designar homens que se colocam numa situação de submissão a outros homens, a expressão pode ser utilizada para falar sobre os servos de um rei, John Burns, inclusive, elege um exemplo: Abdi-Ashratu, um rei cananita, afirma numa das cartas que é o cão da casa do faraó, seu leal e devotado vassalo. Também é Burns que nota que a palavra fenícia klb(lm), cão dos deuses, faz um paralelo com bd(lm), servo dos deuses e que esta expressão, em sentido algum, tem uma conotação pejorativa, algum senso de desonra. Porém, não em Hatti.
Nas cartas de Hatti a palavra serve para denegrir os inimigos. Nas cartas destes líderes, o faraó egípcio é sempre tratado por irmão, também entre assírios e babilônicos, eles se colocam na mesma posição que o governante do Egito. A designação kalbu é utilizada quando um rei protesta ao faraó sobre as ações de um inimigo e pede intervenção. A associação aqui é que a palavra kalbu também é utilizada para falar dos homens que são passivos nas relações sexuais com outros homens, isto é, que se submetem a outros homens, o que, já vimos, é uma situação negativa na sociedade hitita. Nestas cartas relacionadas a Hatti então o termo ganha um outro sentido por causa da diferença cultural entre eles e as outras culturas da região da Crescente Fértil.
A situação entre masculino e feminino do povo chamado de Hehites pela Bíblia, os filhos de Heth, é bastante contraditório. Apesar da mulher ser considerada um ser inferior, ela era protegida pelas leis e poderia, por exemplo, exigir o divórcio e manter sua herança (iwaru), mas explica Judith Starkston que em nenhum texto está escrito que uma esposa tomou um homem como marido, é sempre um homem quem toma uma mulher para ser sua esposa. Os casamentos monogâmicos (a única exceção são os casamentos reais) eram todos arranjados pelos pais, em que a família do noivo pagava pela noiva a kusata que, em caso de divórcio, permanecia com a mulher, mas em caso de adultério somente o homem poderia exigir a morte da própria esposa, sobretudo porque o contrato do casamento servia para produzir crianças e era necessário ter certeza que o investimento da família do noivo geraria novos descendentes para carregar-lhes o nome.
A lei hitita também permitia que mulheres tivessem empregos, e elas recebiam a metade do salários que os homens, porém podiam assumissem posições importantes como sacerdotisas e curandeiras, se fossem solteiras. Elas também podiam governar, sozinhas, como rainhas, Starkson cita as rainhas Paduhepa e Tawananna. A primeira foi esposa de Hattusili III, contemporânea de Ramsés II, e foi responsável por vários tratados com o faraó egípcio, inclusive enviando uma de suas filhas para se tornar esposa do governado do Egito. Antes de casar, a rainha fora sacerdotisa da deusa Ishara, deusa do amor e dos juramentos, e durante seu reinado ela reorganizou o panteão hitita focando em 12 deuses principais. Já Tawananna só pode governar depois que a sua sogra, que também assumiu o trono, morrera, o seu filho também assumira o trono como rei, mas ela quem governava realmente. Nos rituais, também, o mais alto cargo sacerdotal também era ocupado por uma mulher idosa, a hasawa. Esta era sacerdotisa, curandeira, feiticeira e parteira, todavia, ainda considerada inverior.









sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Decora

, em Natal - RN, Brasil



 Banheiro:


1) Eu, utilizando  as habilidades que meu pai me passou através de anustiantes anos de treinamento, instalei os ganchos e estou esperando a toalha de rosto que o Thomas Cícero  me prometeu.
2) Eu que fiz este porta papel higiênico. I'm a ninja, meu amigo me chamou de Senhora do Artesanato. Também fui eu que instalei ele na porta.


3) Este era o espelho do meu quarto, mas eu precisava ampliar o espaço pequeno do banheiro, então, ele foi para a parede com a ajuda de dois parafusos e uma furadeira. Eu que instalei obviamente.
4) Pimentinhas que comprei do rapaz do Centro Manassés que vendia no ônibus. Não entendo como um grupo evangélico vende amuletos contra mal-olhado, mas tudo bem.
5) Preciso trocar este assento, urgentemente.


6) Havia umas manchas no espelho. Mas o BrunoEtilico me deu a ideia de fazer um desenho apenas subindo pelo espelho. Eu desenhei espuma, com contact branco, e apliquei no vidro, funcionou.
7) Instalei essa cestinha. Precisava de um lugar para guardar os xampus que fosse acessível, e provavelmente essa foi a peça mais cara em todo o banheiro.


8) Eu que pintei. Antes era cinza, feio e triste, agora é abacate, brilhoso e feliz. E viva a tinta spray.



Cozinha:


9) Acho que preciso de uma luminária aqui, concordam? Podia ser uma tipo prato, como postes antigos de rua, mas onde se acha isso?
10) Um relógio é necessário aqui também. Difícil é encontrar algum que seja interessante e eu possa pagar.
11) Cobri os antigos azulejos com papel contact. Eu sou the queen of contacts.
12) Este armário era cinza, agora é branco. Papel contact de novo. Os puxadores se tornaram verde abacate porque a tinta spray não acabou no armário do banheiro.
13) Eu que pintei esta estante, branco. E o botijão de gás foi presente do Dramma.
14) Aqui vai ficar a mesa, quando eu a comprar. Espero que ela fique me esperando lá no Carrefour.
15) Eu reaproveitei estas cestas de metal da loja da minha mãe. Mas ainda falta uma cortina, mas todas que encontrei até agora são femininas demais. Por acaso, homens não moram sozinhos neste mundo?


16) Aqui vai ficar a geladeira. Quando eu comprar.
17) I love plants in doors. São ráfias e lírios-da-paz, mas estes últimos não floriram ainda, acho que eles precisam de adubo especial. Ah, estes lírios também absorvem energia negativa, limpando o ambiente.


Escritório:


18) Meus livros em uma estante que eu mesmo parafusei na parede. Tenho que agradecer meu pai pelas aulas básicas de marcenaria e de ajudante de pedreiro, viu?, me poupa muito dinheiro.
19) X-Men, X-Men e mais X-Men. E vem mais por aí, afinal agor também tenho que comprar Avante, Vingadores.
20) Mais X-Men sobre minha escrivaninha, e essa eu tenho desde os 25 anos, mas agora eu a cobri com Contact e parece nova. Sim, sou a Louca do Contact.


21) Isto era um açucareiro. Não é mais.


22) Disseram que eu tinha TOC só porque arrumei os livros a partir da cor de suas capas, mas eu só vi num blog de decoração e achei lindo.
23) Paperdolls dos Novos Mutantes. Muito amor.


24) Guaraná Jesus, lembrança de São Luis. Mas não fui eu quem fui, foi o Andarilho que me trouxe de lá.


25) Eu que recuperei esse ventilador antigo, ele era da loja da minha mãe e estava jogado num canto, ocupando espaço, em resumo, se não lixo, entulho. Também reformei as pás. Elas foram cobertas com papel contact (de novo). Eu o instalei com ajuda do meu pai.
26) Estamos em negociações para instalar o forro de PVC, por questões de higiene e segurança.

Quarto:


27) Este espelho já estava na casa quando me mudei (junto com duas cadeiras enferrujadas, uma cama de solteiro com um colchão que dava nojo e dois potes de vidro), eu estou escrevendo amor em várias línguas em torno dele. E como ele está na parte da casa reservada ao relacionamento segundo o feng shui, quem sabe ajuda em algo. Viu, Universo?


28) Estes cartazes são da Pura Mania, eles são 3D, mas eu perdi os óculos, devem estar em BH.
29) Minha cama! Seja bem vindo.
30) Sim, minha mesa de cabeceira é uma antiga caixa de som. Também era entulho juntando poeira que ninguém tinha coragem de jogar fora na casa dos meus pais, me apossei sem pedir permissão.


31) Papertoy que ganhei do Menino Bonito. Eu o batizei de JP.
32) Presente que ganhei do Bê quando ele foi para a Alemanha. Saudades, Bernardo.


33) A parte de cima do meu criado-mudo é uma tábula para cálculo do mapa astral. A vela é de citronela. Na caixinha tem coisas proibidas para expectadores menores de 18 anos.


Sala-de-Estar:


34) Antes deste lugar ser uma casa, ele era uma academia de kung fu, então eu tenho janelas Yin-Yang.
35) Local reservado para os cartões que o Bê me prometeu.
36) Eu que fiz essas prateleiras com MDF e serra tico-tico e eu que as instalei também. Parafusei as mãos francesas primeiro no MDF e depois na parede e no acabamento, cobri com mais contact.
37) Quero esconder esta tomada, mas ainda não sei como, pensei em alguma planta. Ou em fazer um bar aí embaixo numa caixa de MDF de 55x25x50.
38) Eu preciso MUITO de um tapete.


39) Eu acho que devia colocar algo nessa parede, mas não sei o quê.
40) Estas almofadas e as cadeiras eram dos meus pais, e estavam na casa dele sem uso, jogados. Por enquanto substituem um sofá, mas quando a mesa chegar as cadeiras irão para a cozinha, e como a sala é muito estreita não terei um sofá aqui, apenas as almofadas no chão, com pufes e almofadões, e por isso eu preciso MUITO de um tapete aqui.
41) Eu enconrei este criado-mudo no lixo. Com papel contact e alguns pregos, ele ficou novo em folha. Deixei o papel amassado na parte de cima de propósito, deu um efeito de couro bonito e interessante.
42) Este é meu altar. Namastê.
43) Um dia haverá uma TV ai. Um dia.
44) Meus quadros, que eu comprei a 10 reais no camelódromo de Natal e pintei com tinta spray. E viva a tinta spray! Um deles guarda um presente do BrunoEtílico.



45) Todo escritor precisa ter uma máquina de escrever em casa, não é? Essa deve ser mais velha do que eu e ainda funciona.
46) Luminária feita com uma vela e um vidrinho de cogumelos.
47) Tom of Filand é deus!


48) Os deuses olímpicos.
49) Mestra Palas Atena, deusa da verdade.
50) São José ou Saint Germain, senhor do fogo violeta.
51) Meus japa malas e rosários.
52) Presente do Bobtuso.
53) Eu encontrei este castiçal em Belo Horizonte, no lixo, anos atrás. Ele tem um puto tocando flauta transversal com asas douradas. Uma imitação baratíssima com certeza, mas serve para eu colocar as velas que acendo para meus guias.
54) Têmis, deusa da justiça.
55) Cristais (preciso de mais).
56) Meu livro de decretos, aqui estão as orações que eu faço diariamente para libertar-me do meu carma e poder ascender no caminho da luz.
57) Incensário.O incenso está guardado na gaveta do criado-mudo que achei no lixo. O número 41 abaixo.



58) Minha jibóia. Ela purifica o ar, sobretudo, de energia negativa. E é linda!
59) Eu encontrei esta vasilha jogada na oficina do meu irmão, ela estava completamente enferrujada por dentro, mas tinha esse amarelo lindo por fora. Dei uma mão de tinta por dentro, preta, mas deixei o amarelo, mesmo com manchas de ferrugem. Afinal esse amarelo foi o que me chamou atenção, se eu o lixasse e pintasse não haveria graça nenhuma. Achei lindo assim. Ela serve para guardar as minhas chaves.


Porta de Entrada:


60) Porta. Moro no número 12D de uma vila. Não temos pátio por aqui, as crianças, brincam na rua.
61) Capacho, ele diz: Pedestres podem entrar. Tem uma samambaia crescendo no chão. Não sei como ela conseguiu crescer por entre os pedaços de mármore e granito, mas está lá firme e forte. Que continue então.


62) Baguá, ele fica acima da minha porta, e impede o mal de entrar. Ele é um pequeno espelho que reflete qualquer energia negativa, desejo nefasto, entidade maligna que pretenda entrar na minha casa, da porta ele retorna, eu ajudo usando alguns decretos de banimento para manter minha casa segura também.



Bem vindos a minha casa.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Eclipse




Menino Bonito: Olha, esse negócio da gente ficar se pegando não vai dar certo...
Foxx: Por que não?
Menino Bonito: Porque eu não vou me apaixonar por você e você não vai desapaixonar de mim. Desculpa falar assim.
Foxx: Não é um problema você ser sincero e direto comigo, meu querido, mas é um tanto triste saber que eu sou tão desinteressante assim que você em hipótese alguma poderia se apaixonar por mim. É triste. Mas tudo bem!
Menino Bonito: Olha, não é que você não seja interessante é só que nossa janela de oportunidade já passou, e ela não vai abrir novamente. Não vai acontecer de novo, agora nós já somos amigos.
Foxx: Bem, graças a Deus, meu relacionamento com você não é baseado somente em sexo, portanto, o sexo não precisa acontecer de novo. Continuamos amigos apesar disso.
Menino Bonito: Desculpa...
Foxx: Não se desculpe, você não fez nada de errado. Não precisa se desculpar.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Les Misérables

, em Natal - RN, Brasil



Meu menino bonito me ligou a noite. Era uma segunda-feira, único dia a noite que tenho livre com os ensaios do coral e o trabalho na minha igreja. Ele me chamou para sair, estava entediado. On my own, pretending he's beside me. O convite era um sushi, em um restaurante novo, ele queria conhecer e, disse-me, também queria conversar comigo. Fiquei curioso! O que ele queria falar? Será que eu ia apenas dar meu ombro para vê-lo chorar pelo outro que ele estava apaixonado? All alone, I walk with him till morning. Ou sobre nós dois? Ele me buscou em casa. Cuidei de estar bonito para ele e ele sorriu quando me viu. Without him, I feel his arms around me. E, quando sentamos no restaurante, ele pediu o prato que me apresentou quando nos conhecemos. And when I lose my way I close my eyes and he has found me. "Foxx", disse, "você sabe que te acho muito especial, não é?". Eu sorri, tentando não ficar encabulado, tentando não ficar ansioso. In the rain, the pavement shines like silver. O restaurante estava vazio, a meia-luz e nós dois estávamos sentados lado-a-lado. All the lights are misty in the river. Ele me olhava sorrindo, daquela forma linda dele, e me segurou minha mão. "Sei que nossa história teve idas e vindas, mas agora eu acho que pode ser diferente", ele parou, visivelmente querendo criar um momento de suspense, "você aceitaria namorar comigo?". And all I see is him and me forever and forever. Nosso primeiro beijo como namorados foi a resposta a pergunta dele. O jantar chegou em seguida e eu comi sem parar de sorrir, conversando sobre cinema, animes e quadrinhos. And I know its only in my mind. Foi o pedido perfeito, no lugar perfeito, na noite perfeita. That I'm talking to myself and not to him. A noite não terminou ali. Voltamos para casa, ele não me deixou somente na porta, como fazia antes, mas entrou comigo. E, ao entrar, demonstrando intimidade, foi entrando para o quarto, tirando os sapatos pela sala e deitando na minha cama. And although I know that he is blind. Eu o segui e sentei ao seu lado, ele sorriu e eu acariciei seu peito, por sobre a camiseta, até que eu apertei-lhe o mamilo e ele gemeu. Foi quando novamente o beijei. Still I say there's a way for us. Não demorou para nós estarmos nús sobre minha cama e eu, logo, o penetrar beijando-lhe a boca. I love him, but when the night is over. Ele me olhava nos olhos enquanto me cavalgava e eu sorri, feliz, dizendo que o amava quando gozei dentro dele, e ele gozava no meu peito. He is gone, the river's just a river. Ele dormiu comigo, pela primeira vez, desde que nos conhecemos em maio. Coisa que ele sempre afirmou que não gostava de fazer. Without him the world around me changes. Acordar com ele no meu peito, simplesmente, me fez sentir-me amado também. The trees are bare and everywhere the streets are full of stranges. Tomamos café juntos, eu preparei tudo, queria cuidar dele um pouco, sentamos na mesa juntos com pão, iogurte, manteiga e ovos mexidos, ele agradeceu, comeu e deixou-se ficar. Eu sorria. I love him, but everyday I'm learning. Ele perguntou que séries eu estava assistindo e pediu que eu colocasse algo para vermos juntos na cama. Ele deitou-se no meu braço. All my life I've only been pretending. E pediu que eu o abraçasse. Deitamos de corpos colados, de mãos entrelaçadas e coxas unidas. Without me his world will go on turning. Adormecemos juntos, nem vimos o fim do primeiro episódio, sentindo o coração um do outro bater. A world that's full of happiness, that I hava never known. Mas, na verdade, eu encontrei-o apenas para um cinema, vimos um filme qualquer comendo pipoca e ele me deixou na porta de casa. Foi embora dizendo que estava tarde, e ele queria ainda jogar World of Warcraft. I love him, I love him, I love him, but only on my own.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Hatti: Os Rituais Para Ser Homem


Um ritual hitita chamado Paskuwatti pretendia curar homens da impotência sexual. Ele foi encontrado entre vários documentos cuneiformes dos arquivos de Hattusa, a capital do império, e traduzido em 1950 por Goetze, porém foi somente em 1987 que o texto foi comentado em uma base filológica extremamente mais sólida por Hoffner. O ritual deveria ser usado quando um homem é estéril ou não tem desejos por mulheres, contudo ele tem sido interpretado como a cura para os comportamentos homoeróticos, porém, aparentemente, somente a cura para o comportamento passivo durante o ato sexual entre dois homens. O ritual não cita nada sobre se colocar na situação daquele que penetra outro homem, contudo critica a posição passiva na relação sexual como uma situação feminina. 
A posição feminina na sociedade hitita era extremamente inferior a masculina. Inclusive, existe uma fórmula, um feitiço, que era utilizado para enfraquecer os exércitos inimigos no qual se desejava que a deusa Ishtar transformasse-os, simplesmente, em mulheres. O feitiço diz: "Tome daqueles homens sua força, sua saúde robusta, suas espadas, seus machados de batalha, arcos, flehcas e adagas. E traga-os para Hatti. E coloque em suas mãos o fuso e o espelho de uma mulher. Vista-os como mulher! Coloque em suas cabeças o kuressar (espécie de enfeite de cabelo feito com um tecido/lenço). Tome deles a própria vontade". Sendo assim, enxergamos aqui uma sociedade em que a posição masculina do guerreiro (os símbolos que são retirados dos homens são todos associados a guerra) era considerada a única de algum valor, neste caso qualquer situação social que coloque um homem distante da posição de guerreiro que eles haviam construído deveria ser combatida, no caso, também a posição de passivo (e submissão) no ato sexual. É importante ver que o feitiço hitita termina desejando que eles percam toda a "própria vontade", colocar-se na posição de passivo no sexo entre homens seria colocar-se numa posição feminina e, portanto, uma posição sem vontade própria, é contra isso que o ritual Paskuwatti vai então agir: retirar o homem de um lugar subalterno ao qual ele não pertence.
Segundo o ritual os símbolos femininos por excelência são o fuso e a roca, ferramentas da tecelagem da lã, enquanto os masculinos são as armas, principalmente o arco e a flecha. E estes símbolos eram trocados pelo fiel e o sacerdote que repetia: "Eu mesmo retiro estes objetos femininos de você e te dou estes objetos masculinos de volta. Você então abandona este comportamento feminino e assume a partir de agora o comportamento de um homem" (§4). Jared Miller é quem melhor argumenta que este ritual trata-se sobretudo de fazer com que um homem deixe de ser dominado/possuído numa relação sexual com outro homem e assuma seu lugar de dominação, seu lugar natural (para a sociedade hitita) sendo homem.
Outro ritual, de Anniwiyani, também pretendia libertar um homem do desejo sexual relacionado a ser penetrado por outros homens. O texto deste ritual foi publicado pela primeira vez em 1927 por Edgar H. Sturtevant, porém somente oito anos depois temos a sua primeira tradução completa, acompanhado de um comentário filológico. O ritual evoca os deus tutelar daqueles que fazem sexo com homens, Lamma, e seu propósito final é fazer com que aquele que costuma ser passivo no sexo tenha relações com uma virgem sob a vigilância dos deuses para abandonar seu comportamento. O ritual começa assim: "Então Anniwiyani, mãe de Armati o auguro, serva de Hurlu, quando eu começo a cerimônia do Lamma, o efeminado, sigo (...)", o texto segue citando cada passo do ritual: ao cair da noite aquele que quer abandonar a posição passiva no ato sexual tem em seus pés e mãos pedaços de madeira amarrados com lã colorida, azul e vermelha, também em torno de sua cama, de sua carrugagem e do seu arco. Ele adormece com esta lã e quando acorda as cortas fora. A virgem então é trazida e é ela quem grita: "Saia daqui, Lamma, o efeminado; e que venha a nós, Lamma, o másculo". Durante a cerimônia um portal é construído em um local isolado, em torno dele são colocadas oferendas a Lamma, o efeminado, dos dois lados do portão pelos familiares daquele que agora tem a virgem na sua cama. Todos eles atravessam o portal e quando o último atravessa o portal é demolido e a estrada que leva a ele bloqueada e todos voltam a cidade, onde, na porta daquele que fez o ritual, colocam oferendas a Lamma, o másculo. 
A grande diferença entre estes dois rituais, segundo Ilan Peled, é que enquanto o primeiro ritual era pessoal, este último envolvia toda a comunidade, ele afirma que este ritual tem duas partes: uma que envolve o paciente que quer se curar e outra que envolve sua comunidade. Contudo ele também reconhece que a posição feminina neste caso também é o que está em jogo. Para o ritual de Anniwiyani a mulher não é importante nem em relação a fertilidade já que para eles a única potência capaz de gerar vida é oriunda do próprio homem (o sêmen). Inclusive o kuressar, peça utilizada no vestuário feminino, tem, segundo Peled, a origem da palavra ku(wa)liya, que significa "seja calmo, seja passivo", ou seja, faz parte do próprio ser mulher a ideia de que você tem que ser passivo e obedecer aos outros.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Long Story Short

, em Natal - RN, Brasil


Ele havia me encontrado na porta do condomínio do seu tio com aquele ar de príncipe austríaco que só se reforçou quando ele sorriu com aqueles dentes de esmalte reluzente. "Pois é, meu tio viajou e eu nem sabia", disse. Ele havia me ligado há pouco, eu estava no ensaio do meu coral, e contou-me que uma oportunidade havia surgido, o tio, com quem ele morava, havia viajado e, se eu quisesse, ele poderia ser o puto que havia me prometido através do Whatsapp. Deixem-me descrevê-lo: loiros, de olhos cor-de-mel e cabelo cortado a la Bieber. Dezoito anos apenas, gastos entre a faculdade de ecologia e o tempo gasto na academia. O corpo, imberbe, tem os músculos cultivados e uma bunda que poderia estrelar filmes pornôs tchecos. Na verdade, todo o corpo, o cabelo, o sorriso, me cheiravam a um filme adulto da Belami, talvez somente eu destoasse daquilo tudo com minha barba com fios brancos e a barriga, quer dizer, eu e as sandálias havaianas dele.
Eu entrei e ele me ofereceu água. Foi com a boca gelada que nosso primeiro beijo aconteceu, enquanto eu apertava-lhe a bunda através do tecido fino de seu calção. "Vamos até o quarto do meu tio?", tomei um susto, "Vem!", e puxou-me pela mão até uma cama grande ladeada por uma tv ligada na novela da Globo. Conversamos pouco, ele logo estava sentado no meu colo, rebolando, e sugando minha língua. Eu tirei-lhe a camisa e lambi aquele peitoral definido. Ele gemeu, puxando minha camisa até arrancá-la e cravar os dedos nos pêlos do meu peito. "Macho!", gritou com sua voz um tanto efeminada, um tanto de menino. Eu arranhei-lhe as costas e apertei-lhe a bunda com força. "Deixa eu chupar essa bunda linda?", falei entre beijos e ele pulou. De pé, de costas, tirou os únicos tecidos que ainda cobriam-lhe o corpo. Era uma visão linda, de fato, os músculos perfeitos no auge de sua juventude, ele com certeza nunca mais seria tão bonito quanto diante daquela luz oriunda da tv do quarto do seu tio. Foi ele que se deitou, então, de bruços, e pediu: "Vem!".
Eu aproveitei o momento. Sorvi cada segundo daquela imagem perfeita enquanto eu me aproximava. A bunda empinada sendo oferecida, a penugem dourada que cobria a pele dele, a sensação suave e quente de sua excitação. Também o fiz sofrer um pouco, but in a good way. Comecei mordiscando-lhe o lóbulo e passando minha barba em sua nuca. Ele gemeu e senti-lhe se arrepiar. Minha língua então deslizou pelas suas costas até encontrar-lhe as nádegas, foi quando com as duas mãos, apertando-lhe aqueles músculos rijos, as abri e exercitei as técnicas que os gregos desenvolveram tão bem. Ele rebolava na minha cara, em resposta, se agarrando ao lençol da cama, até explodir: "Me fode, macho tesudo do caralho!". Eu saquei a camisinha imediatamente e, sem pressa, o preenchi. Ele se empinava, forçando a bunda para trás, mas seu rosto se retorcia em dor e eu esperei ele se acostumar com a dor de me ter dentro daquele cu apertado, mas assim que ele relaxou e novamente sorriu eu soquei com força e rápido, como ele avisara que gostava. Ele gritava: "Me fode, meu macho! Me fode!". O uso do possessivo somente me acendeu mais ainda e eu respondi a altura. Com força e incessantemente, mas também com carinho, deitado sobre aquele corpo adolescente perfeito, beijei-o com sofreguidão. Ele gemia alto.
Quando decidi mudar de posição, ele me olhou decepcionado quando retirei o pau de dentro de suas carnes, mas sorriu novamente quando perguntei se poderia chupá-lo. Ele tinha um pênis grande e grosso, que estava extremamente duro. Eu o engoli todo, com dificuldade, mas fui recompensado com gemidos e xingamentos que ele não conseguia conter, porém foi quando alcancei sua próstata com um dedo, enquanto o chupava, que ele revirava-se na cama. Ele sussurrava agora palavras desconexas, até que respirou fundo e pediu: "Por favor, me fode!". Eu me levantei agora entre suas pernas e enfiei tudo vendo-o sorrir para mim. "Me come, meu dono, vai, Foxx, você é dono da porra do meu rabo. Fode ele com esse caralho!". Eu soquei com força, como ele pedia e não demorou muito para ele, masturbando-se, anunciar que ia gozar. "Goza, puto!". Ele gozou sobre os músculos definidos do próprio abdômen, eu soquei mais um pouco dentro dele, até tirar, jogando a camisinha longe, e explodi também sobre aquela bela barriga que ele tinha. Ele sorria me vendo gozar e eu sorri para ele de volta.
Não me demorei muito após ele voltar do banheiro, já eram quase 23:30h e eu tinha que voltar de ônibus para casa, nos despedimos comigo apertando-lhe a bunda e já de pau duro de novo. Ele prometeu que eu o comeria muitas vezes ainda quando sentiu-me novamente excitado. No entanto, quando o convidei alguns finais de semana seguintes para repetirmos ele sempre estava ocupado, não por coincidência o número de mensagens que trocávamos, simplesmente, caiu vertiginosamente. Long story short, não nos vimos nunca mais

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Domingo

, em Natal - RN, Brasil



Ele me ligou logo cedo, eram 8:00h ainda, para confirmar. Eu não atendi, não sabia se valia a pena encontrá-lo. Ele havia me adicionado no Facebook no dia anterior. Adicionou dizendo que eu era bonito, que tinha visto minhas fotos e me achava um cara muito gostoso. Eu agradeci obviamente, mas não podia dizer o mesmo dele. Apesar da bunda bonita, redonda e empinada, ele era muito feio. Uns olhos estranhos, um sorriso com muito mais dentes do que cabia em sua boca. Mas obviamente não deixei de conversar com ele. Conversamos durante toda a noite de sábado que passei em casa, vendo tv. Ele me mandava fotos mostrando seu corpo, perguntou detalhes do meu. Elogiou os pêlos do meu peito e as minhas pernas. Dizia também que estava louco de vontade de dar para mim. Sem estar muito animado, eu acabei concordando quando ele marcou de passar na minha casa no outro dia pela manhã, eu pensava que sexo é sempre bom, afinal, mas quando acordei no domingo não tinha certeza se valia a pena. Acabei, no entanto, mandando uma mensagem para ele dizendo que ele poderia vir sim. Resolvi apostar. 
Apesar dele morar do outro lado da cidade, contudo, ele chegou em minha porta em menos de uma hora. Ao vê-lo não o achei tão feio quanto nas fotos, de fato, mas não era bonito, não para mim. Talvez para outra pessoa, talvez. Ele entrou então e conversamos, ele tentou me beijar e eu resolvi ir até o fim daquilo tudo, de qualquer forma, ele mais alto, quando me beijou, me pressionando contra a parede, senti seu pênis imenso começar a ficar duro. Era mesmo imenso. Mesmo mole já era maior que o meu duro. Eu, no entanto, continuava sem me animar. Ele tirou a roupa e revelou uma cueca azul, grande e puída, apertei-lhe a bunda que eu esperava deixar-me um pouco excitado, o que consegui todavia não o bastante. Levei-o para cama, ele deitou-se aquando eu colocava a camisinha e me coloquei entre as pernas dele, neste momento o vi revirar os olhos enquanto adentrava-lhe as carnes rijas de sua bunda. Não demoramos muito nesta posição, ele logo quis sentar no meu colo, cavalgava animado inclusive, mas eu logo retomei o controle. Coloquei-o de quatro do lado da cama, e de pé eu segurava-lhe a cintura, vendo-lhe as costas largas e arranhando-lhe a pele negra. Foi quando o virei. "Chupa!", ordenei. Ele virou-se com um sorriso entre os dentes, arrancou a camisinha e engoliu-me até eu gozar em sua boca, cuspindo em seguida. Eu tentei masturbar-lhe o pênis imenso, devia ter por volta de 25cm, minha mão nem conseguia fechar em torno dele, ele no entanto recusou-se: "Estou tão cansado que se gozar aqui eu adormeço e só acordo amanhã! Posso tomar um banho?". 

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Anedotas

, em Natal - RN, Brasil



Em Natal se fala "dona" no lugar de "senhora". Informalmente é claro. Para "senhor" usa-se "seu". "Dona" eu sei que vem do italiano, já o "seu" eu não tenho ideia.

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Meus pais falam gritando dentro de casa. Comunicam-se entre gritos através das paredes dos cômodos. Eu não havia percebido que eles faziam isto, provavelmente porque eu fazia também. Agora quando estou com eles, ouço-os gritar comigo do outro cômodo, eu caminho até eles para responder. Eles sempre reclamam: "Por que você não avisou que tinha ouvido?". Eu repito, como um mantra: "Não vou ficar gritando igual a vocês".

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Terminei de arrumar meu escritório em casa. Falta apenas descobrir como multiplicar o espaço para livros. Mais prateleiras a caminho. Por falar em prateleiras, eu fiz três para a sala, duas de canto e uma para integrar a sala e o escritório. A sala não tem nada ainda, apenas três desconfortáveis cadeiras de madeira emprestadas e meus quadros na parede. Uma das prateleiras tornou-se meu altar, a outra agora apoia minha máquina de escrever portátil Olivetti Lettera 82. No chão tenho um revisteiro com catálogos de moda e revistas de decoração. A cozinha ganhou revestimento de papel contact (no Rio diz-se apenas contact) para cobrir os azulejos antigos, que estavam feios e encardidos, pena que não da para cobrir a pia também. Falta um geladeira ainda, a mesa já encontrei, falta poder comprar. O quarto está basicamente pronto, tive uma ideia para uma cabeceira, mas ainda não pude testa-la e minha mesa de cabeceira é uma caixa de som antiga. 

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Trabalhar em casa exige disciplina. Seguir um horário rígido para evitar que você seja pego de surpresa.

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Faço parte de dois corais atualmente. Minhas noites de segunda, terça, quarta e quinta estão atualmente ocupadas com ensaios, ensaios de naipe e, agora, a gravação de um CD de natal. Eu me surpreendi, inclusive, com o resultado de nossa primeira noite de gravação. "Noite Feliz" ficou linda e, em boa parte, por minha causa. E como modéstia nunca foi meu forte: eu me tornei um excelente cantor, agora dá para ouvir. 

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Quinta e sexta, agora, também são dias de trabalho voluntário na igreja em que frequento. Graças ao home office, eu pude me organizar para poder trabalhar na quinta-feira, a tarde, nas trocas de Reiki que acontecem no ambulatório de terapias alternativas organizado lá. Eu trabalho como terapeuta reikiano, também consigo ver bloqueios energéticos que podem gerar doenças, já outras pessoas trabalham com Cura Eletrônica, Magnified Healing e Light Healing, além do Reiki Amadeus. Na sexta, o trabalho é mais espiritual, entre decretos, meditações e passes.

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As vozes humanas se dividem, do mais agudo para o mais grave, em: sopranino, soprano, mezzo-soprano, contralto, tenorina (para as mulheres) e contra-tenor, tenor, barítono, baixo-barítono e baixo (para homens). Coincidência ou não, boa parte das contraltos e tenorinas são lésbicas, em contrapartida quase todo contratenor ou tenores são gays. Cadê pesquisa para explicar isso, meu Deus?

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Perdi cinco centímetros de barriga com um mês de academia. Infelizmente também foram embora centímetros necessários de bunda e coxa. Mas agora voltei a usar calças 40 e camisas M. Perdi também um quilo, somente, mas dizem que músculos pesam mais, não é? Eu espero! Só falta se concentrar agora nos pneuzinhos laterais que assim, vestido, ninguém nem nota que tenho barriga. Também ganhei centímetros de braço, peito e ombro.