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sexta-feira, 29 de agosto de 2008
THE BLOGGER BACHELOR: MAURI #01
Ele tem um blog porque adora contar histórias e conversar sobre tudo, com seus 22 anos, olhos verdes e cabelo loiro, do alto de seus 1, 84 e 83kg, conseguidos com malhação diária após o trabalho, este jovem analista de sistemas que gosta de cinemas em dias de semana ("porque são mais vazios") e que procura um cara educado, carinhoso e disposto a ir em frente, porque ele não começa nada pensando no dia que vai acabar, pois deseja um amor que dure (sim, ele acredita no amor) é o nosso primeiro Bachelor: Mauri.
Eu sou seu apresentador, o Foxx, e vamos a regra do jogo: dez bloggers disputaram o nosso solteirão, eu apresentarei aqui as provas que eles deverão fazer cujos resultados serão analisadas por nossa comissão e pelo próprio Mauri, o vencedor da prova terá direito de fazer algo especial com o Mauri, além de imunidade na votação popular que excluirá dois do jogo por semana aqui no Estórias do Mundo.
E aí? Quem topa brincar?
INSCRIÇÕES ABERTAS PARA CANDIDATOS
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
PASSADO: "É Só o Sorvete Que Você Chupa Assim?"
- É só o sorvete que você chupa assim?
Virei-me de lado, e vi o menino que tinha acabado de cruzar comigo na passarela falando com um carregado sotaque paulista. Sem acreditar que ele estava mesmo conversando comigo e dizendo aquelas palavras, fiz uma cara de quem não estava entendendo, ele não se fez de rogado e repetiu:
- Só o sorvete que você chupa assim?
Pensei então que se ele tava sendo tão direto assim, não adiantava bancar o santo:
- Não, tem outras coisas que eu chupo bem melhor.
Ele não resistiu e apertou o pau sobre a calça.
Aproximou-se mais observando meu corpo, e discretamente passou a mão nas minhas costas e barriga, puxando a camisa ao mesmo tempo, fazendo os músculos ficarem mais aparentes. Eu observava ele, com uma camiseta regata que revelava-lhe o peito definido, uma calça cargo muito larga e tênis do tipo skaterboy.
- Você é muito gostoso!
Eu enrubesci e baixei o rosto. Ele sorriu feliz.
- Onde 'cê tá indo?
- Uma festa na casa de alguns amigos.
- Não teria um lugar lá p'ra eu te foder?
Chocado, por um instante me peguei pensando na possibilidade.
- Na casa da Flor?! Impossível!!
- E, por aqui? Nesses shoppings?
- É que minha carona vai chegar daqui a pouco. Não poderíamos nos encontrar amanhã?
- É que eu volto para São Paulo hoje de madrugada.
- Ah, você é de lá?
- Sim, estou de férias aqui. Mas minha família é daqui.
- Que pena!
Ele sorriu como se concordasse. Enquanto ele sorria, o carro do Alê chegou.
- Meu amigo...
Apontei, e ele sorriu, dizendo novamente:
- Você é muito gostoso, viu?
Eu sorri, apertei sua mão, e o Alê perguntou quando entrei no carro:
- Quem é?
- Um cara que me acha gostoso!
Virei-me de lado, e vi o menino que tinha acabado de cruzar comigo na passarela falando com um carregado sotaque paulista. Sem acreditar que ele estava mesmo conversando comigo e dizendo aquelas palavras, fiz uma cara de quem não estava entendendo, ele não se fez de rogado e repetiu:
- Só o sorvete que você chupa assim?
Pensei então que se ele tava sendo tão direto assim, não adiantava bancar o santo:
- Não, tem outras coisas que eu chupo bem melhor.
Ele não resistiu e apertou o pau sobre a calça.
Aproximou-se mais observando meu corpo, e discretamente passou a mão nas minhas costas e barriga, puxando a camisa ao mesmo tempo, fazendo os músculos ficarem mais aparentes. Eu observava ele, com uma camiseta regata que revelava-lhe o peito definido, uma calça cargo muito larga e tênis do tipo skaterboy.
- Você é muito gostoso!
Eu enrubesci e baixei o rosto. Ele sorriu feliz.
- Onde 'cê tá indo?
- Uma festa na casa de alguns amigos.
- Não teria um lugar lá p'ra eu te foder?
Chocado, por um instante me peguei pensando na possibilidade.
- Na casa da Flor?! Impossível!!
- E, por aqui? Nesses shoppings?
- É que minha carona vai chegar daqui a pouco. Não poderíamos nos encontrar amanhã?
- É que eu volto para São Paulo hoje de madrugada.
- Ah, você é de lá?
- Sim, estou de férias aqui. Mas minha família é daqui.
- Que pena!
Ele sorriu como se concordasse. Enquanto ele sorria, o carro do Alê chegou.
- Meu amigo...
Apontei, e ele sorriu, dizendo novamente:
- Você é muito gostoso, viu?
Eu sorri, apertei sua mão, e o Alê perguntou quando entrei no carro:
- Quem é?
- Um cara que me acha gostoso!
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
PRESENTE: 3, 2, 1, Feliz Aniversário!
Sábado, dia 9 de agosto, Josefine Classic. Eu chego lá, na verdade, já passaram da meia-noite, já é o décimo dia de agosto, o dia em que 27 anos atrás minha mãe me colocava no mundo sobre as estrelas de Leão, Touro, Sargitário e Virgem. Parabéns para mim. Fila na porta andando rápido, caixas e recebo fácil o meu cartão de consumo que vai direto para minha carteira Stalker. Caminho, mais seguranças na porta e, no lounge, me surpreendo com Walkíria de La Roche, a drag residente, deitada num divã acompanhada por dois go-go boys vestidos como marinheiros, sem camisa, dando-me as boas vindas e abrindo a cortina branca que dá para o bar principal e a pista central já aberta. Folhagens estilizadas em acrílico branco pendiam do teto, e no globo de vidro o nome Classic filtrava a luz refletida.
Eu estava sozinho naquela noite. Achando que a noite não ia render. Ledo engano! Fui para beber a meu aniversário e comemorar o simples fato de estar vivo, mas o destino me reservava coisas diferentes. Comecei apenas com uma Pepsi. Uma Pepsi, dois Carlton, recostei-me no queijo que os go-gos subiriam ainda aquela noite. E logo percebo como aquela noite, na Josefine, estava sendo diferente. De um lado, um cara baixinho com um peitoral largo e braços fortes me observa atento, mais a frente um japinha magrinho e definido me olha, do outro lado, uma bicha de cabelos longos presos num cóqui também tenta flertar. Dirijo-me ao bar, é hora de uma cerveja, uma, duas, três Skol Beats. No bar, percebo: é a primeira vez que retorno a Josefine desde que vim aqui com Sibill e Brunno, ou seja, uns seis meses, e como todos sabem como mudei nestes últimos seis meses, não é?
Quando volto ao queijo, os go-go boys já subiram. Observo o show e quando percebo, o japinha está do meu lado. Ele me olha insistentemente. Eu acabo por sorrir e ele sorri de volta. Diante de sorrisos, eu sempre me aproximo. Puxo papo, me apresento, ele também, mas ele está nervoso, envergonhado, tímido, acaba colocando a mão no meu ombro e saindo, eu volto ao bar. Fora Nº 1. Mas quando retorno com mais uma Skol Beats na mão, ele está lá de novo, no mesmo lugar, me olhando. Ele quer que eu volte? Arrependeu-se? Não, amigo, comigo não rola.
A segunda pista abriu, Denaday toca e ele é o melhor DJ daquela boate. Subo. A pista é menor, luzes coloridas cobrem todo o teto e um sofá negro domina a parede esquerda. Outro cigarro, e um menino loiro e sarado pede a amiga o isqueiro, eu com o meu na mão me adianto e acendo o cigarro dele, ele sorri, surpreso e agradecido. Vou para o outro lado da pista, passo novamente pelo bar, subo no nicho do DJ para cumprimenta-lo pela qualidade do som, paquero lá de cima com um negro, alto, forte, musculoso, ele retribuí, mas quando volto o perco de vista e, tempos depois, reencontro com o loiro, ele sorri. Diante de sorrisos, eu sempre me aproximo. Puxo papo, me apresento, ele também, mas ele está nervoso, envergonhado, tímido. "É que meu namorado está lá embaixo". Eu entendo e peço desculpas. "É que nenhum estranho nunca tinha sido tão educado e charmoso me acendendo o cigarro assim". E me deu um beijo na bochecha, eu o seguro então pela nuca e roubo-lhe um beijo que ele não evitou dar. Ele repete sem força que não deve fazer isso. "Omi, relaxe". Ele olha nos meus olhos com seus olhos castanhos, quase mel, e me puxa para o Dark Room da boate. Lá ele me beija sem medo, passo a mão pelo seu abdomên perfeito e sua bunda empinada, ele não se nega a aproveitar de minhas pernas e braços. "Olha, já faz muito tempo, seu namorado deve estar te procurando". Eu o vejo sorrir constrangido, apesar do escuro daquela sala. Saímos, ele desce a escada de um lado, eu volto para a pista que nos encontramos, decidido a comprar mais uma cerveja.
No caminho, reencontro o negro que paquerava comigo enquanto eu falava com o DJ. Ele se aproxima - realmente alto, penso, eu fico na altura do seu peitoral forte e largo - e ele nem chega a perguntar meu nome, apenas me puxa pela cintura, como se eu fosse um boneco de pano, e me beija. Um beijo rápido, com gosto de homem, sem delicadeza, nem sentimento, que quando terminou chegou a me deixar envergonhado, ele apenas continuou seu passo, reencontrando o amigo dele que estava observando, chocado, ao lado. "E desde quando você beija meninos?", gritou.
Envergonhado, sinceramente envergonhado pela forma que fui abordado, desci daquela pista. Não sem encontrar o japinha novamente me encarando agora ali. Ele provavelmente vira o negro me abordando e me beijando. Desci, entrando na pista principal da Josefine, o loiro foi o primeiro que eu encontrei. Ele nem olhou para mim, nem eu para ele, comprei outra cerveja, dancei ao som de Katy Perry, e novamente reencontrei o japinha atrás de mim. Agora eu tinha certeza, ele se arrependera do que tinha feito, provavelmente fora uma reação involuntária, ele deve ter entrado em pânico por alguém ter chegado nele, coisa comum até mesmo comigo. Às vezes você não está preparado para que aquela pessoa que você está olhando, também esteja olhando para você. Porém, ele já teve a chance dele e, às 4 da manhã, entrei em um táxi em direção ao Caiçara. Sozinho.
E novidades: A partir de Setembro estarei de portas abertas para receber vocês aqui em BH. Quer conhecer o Foxx? Pode vir a BH, você vai ter lugar para ficar.
Eu estava sozinho naquela noite. Achando que a noite não ia render. Ledo engano! Fui para beber a meu aniversário e comemorar o simples fato de estar vivo, mas o destino me reservava coisas diferentes. Comecei apenas com uma Pepsi. Uma Pepsi, dois Carlton, recostei-me no queijo que os go-gos subiriam ainda aquela noite. E logo percebo como aquela noite, na Josefine, estava sendo diferente. De um lado, um cara baixinho com um peitoral largo e braços fortes me observa atento, mais a frente um japinha magrinho e definido me olha, do outro lado, uma bicha de cabelos longos presos num cóqui também tenta flertar. Dirijo-me ao bar, é hora de uma cerveja, uma, duas, três Skol Beats. No bar, percebo: é a primeira vez que retorno a Josefine desde que vim aqui com Sibill e Brunno, ou seja, uns seis meses, e como todos sabem como mudei nestes últimos seis meses, não é?
Quando volto ao queijo, os go-go boys já subiram. Observo o show e quando percebo, o japinha está do meu lado. Ele me olha insistentemente. Eu acabo por sorrir e ele sorri de volta. Diante de sorrisos, eu sempre me aproximo. Puxo papo, me apresento, ele também, mas ele está nervoso, envergonhado, tímido, acaba colocando a mão no meu ombro e saindo, eu volto ao bar. Fora Nº 1. Mas quando retorno com mais uma Skol Beats na mão, ele está lá de novo, no mesmo lugar, me olhando. Ele quer que eu volte? Arrependeu-se? Não, amigo, comigo não rola.
A segunda pista abriu, Denaday toca e ele é o melhor DJ daquela boate. Subo. A pista é menor, luzes coloridas cobrem todo o teto e um sofá negro domina a parede esquerda. Outro cigarro, e um menino loiro e sarado pede a amiga o isqueiro, eu com o meu na mão me adianto e acendo o cigarro dele, ele sorri, surpreso e agradecido. Vou para o outro lado da pista, passo novamente pelo bar, subo no nicho do DJ para cumprimenta-lo pela qualidade do som, paquero lá de cima com um negro, alto, forte, musculoso, ele retribuí, mas quando volto o perco de vista e, tempos depois, reencontro com o loiro, ele sorri. Diante de sorrisos, eu sempre me aproximo. Puxo papo, me apresento, ele também, mas ele está nervoso, envergonhado, tímido. "É que meu namorado está lá embaixo". Eu entendo e peço desculpas. "É que nenhum estranho nunca tinha sido tão educado e charmoso me acendendo o cigarro assim". E me deu um beijo na bochecha, eu o seguro então pela nuca e roubo-lhe um beijo que ele não evitou dar. Ele repete sem força que não deve fazer isso. "Omi, relaxe". Ele olha nos meus olhos com seus olhos castanhos, quase mel, e me puxa para o Dark Room da boate. Lá ele me beija sem medo, passo a mão pelo seu abdomên perfeito e sua bunda empinada, ele não se nega a aproveitar de minhas pernas e braços. "Olha, já faz muito tempo, seu namorado deve estar te procurando". Eu o vejo sorrir constrangido, apesar do escuro daquela sala. Saímos, ele desce a escada de um lado, eu volto para a pista que nos encontramos, decidido a comprar mais uma cerveja.
No caminho, reencontro o negro que paquerava comigo enquanto eu falava com o DJ. Ele se aproxima - realmente alto, penso, eu fico na altura do seu peitoral forte e largo - e ele nem chega a perguntar meu nome, apenas me puxa pela cintura, como se eu fosse um boneco de pano, e me beija. Um beijo rápido, com gosto de homem, sem delicadeza, nem sentimento, que quando terminou chegou a me deixar envergonhado, ele apenas continuou seu passo, reencontrando o amigo dele que estava observando, chocado, ao lado. "E desde quando você beija meninos?", gritou.
Envergonhado, sinceramente envergonhado pela forma que fui abordado, desci daquela pista. Não sem encontrar o japinha novamente me encarando agora ali. Ele provavelmente vira o negro me abordando e me beijando. Desci, entrando na pista principal da Josefine, o loiro foi o primeiro que eu encontrei. Ele nem olhou para mim, nem eu para ele, comprei outra cerveja, dancei ao som de Katy Perry, e novamente reencontrei o japinha atrás de mim. Agora eu tinha certeza, ele se arrependera do que tinha feito, provavelmente fora uma reação involuntária, ele deve ter entrado em pânico por alguém ter chegado nele, coisa comum até mesmo comigo. Às vezes você não está preparado para que aquela pessoa que você está olhando, também esteja olhando para você. Porém, ele já teve a chance dele e, às 4 da manhã, entrei em um táxi em direção ao Caiçara. Sozinho.
E novidades: A partir de Setembro estarei de portas abertas para receber vocês aqui em BH. Quer conhecer o Foxx? Pode vir a BH, você vai ter lugar para ficar.
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
PASSADO: A Carta
"Vamos lá, que confusão toda é essa?". A diretora perguntava a nós três, de pé diante da mesa dela, eu, Karla e Cíntia, naquela sala apertada que servia de diretoria de uma escola estadual. Eu tinha a cabeça baixa, morrendo de vergonha, primeiro porque estava ali, nunca tinha ido a sala de um diretor escolar antes, e segundo pelos motivos pelos quais estava ali. "A culpa é dele", Karla resmungava, enquanto Cíntia estava ocupada soluçando. Eu levantei o rosto e vi um sorriso complascente da diretora, devia pensar como estes meninos são bobos, mas virou-se para mim e perguntou o que acontecera. "Ah, só me pediram para entregar uma carta". Karla contra-argumentava me acusando de mentiroso, perguntava quem ia fazer aquilo, eu mentia dizendo que não sabia, que era uma menina mais velha que eu não conhecia, a diretora me pedia uma descrição e eu joguei uma qualquer para cima dela, Cíntia soluçou um nome qualquer que deveria corresponder a minha descrição, mas Karla disse que a menina nunca faria isso. "Ela é da oitava série! Porquê ia fazer isso? ", nós éramos da sexta, sentíamo-nos ninguém diante de um aluno da oitava ou do segundo grau. Eles eram deuses! "E eu vi seu código na assinatura da carta, eu sei que foi você que escreveu", disse Cíntia agora chorando por achar que aquela carta iria revelar seus desejos de amor secretos. Amaldiçoei aquela idéia naquele instante: XOXOX deveriam proteger minha identidade, não tão facilmente revelá-la . Era uma carta anônima, de amor, mas anônima, a única carta ridícula que escrevi. Era para o Sílvio e quando eu ía colocar nas coisas dele, Karla perguntou o que era aquilo e eu inventei toda aquela estória, ela, então, arrancou o envelope de minha mão e pediu para ver. "E onde está essa carta?". Olhei para Cíntia com um certo alívio. "No lixo, eu rasguei, está lá".
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
PRESENTE: Devaneios no Inferno
"O Bruno não acorda p'ra gente sair, aff". Bato na porta do quarto, o chamo, nenhuma resposta. 21:50h marcam o relógio. "Ah, é a terceira vez que eu venho chamá-lo! Ele que me perdoe, mas tenho que ir tirar dinheiro". Corro no shopping ao lado de casa, o relógio da rua marca 21:54 e 20° quando chego. Vou direto ao caixa eletrônico, não sem notar nas vitrines como estou mais magro. "100 reais: caso decidamos ir a Josefine e não a Mary In Hell". Eu quero ir na Jô, mas o aniversário é do Théo, ele que escolhe. Saio do DelRey pela saída da Riachuelo, meu telefone então toca: Bruno. Viu minhas ligações para ele, provavelmente, feitas do meu quarto a alguns metros de distância, para tentar despertá-lo. Atendo, ele pergunta onde estou. "Indo para o aniversário do Théo, você vem junto?". Ele concorda. Corre para se arrumar, e eu volto para casa para esperá-lo. No caminho, telefono: Rajeik. "Ei, vamos demorar, a bela adormecida só acordou agora". Ele ri de seu jeito peculiar. Uma nota mais aguda que se mete lá. Uma hora depois, exatamente, Bruno está pronto e nos encaminhamos para o Centro e de lá para a Savassi.
Três cigarros distam o Centro da Savassi. A Savassi é uma praça cercada de lojas caras, de onde partem ruas estreitas das quais brotam bares, emos e MacDonalds. Meninos musculosos em camisetas justas também. Estes se encaminham para o Pátio, o shopping local, enquanto os emos, magrinhos e com seus cabelos cuidadosamente arrumados, preferem o frio da lua. Atravessamos o lugar, passamos por bares bahianos, restaurantes italianos, copos sujos de calçada e um vestido de noiva nos dirigindo a Tomé de Souza. Aviso a todos no caminho: "Se me aparecer algum zumbi na noite, eu vou embora viu?". O Bruno necessita de explicações e o Théo se encarrega de falar: "É que se você for vestido como zumbi hoje, você paga apenas metade da entrada". Enquanto eu repito mentalmente minha promessa, Bruno diz que se tivessem avisado a ele antes, ele teria se maquiado.
Mas logo as chamas pintadas na parede negra da boate aparecem a vista. Uma fila confusa está na porta. Identidades. Comandas. Botons de presente na entrada. Uma escada com tapete vermelho. No alto, uma porta se abre para um grande poster, a direita banheiros e a escada que leva para a pista, nos encaminhamos para esquerda, uma Kaiser Summer no bar, e sentamos num dos sofás negros que dominam as paredes dos três ambientes. Resolvemos descer. A música nos invade. "What are you waiting for? Nobody's gonna show you how, why wait for someone else to do what you can do, right now?". A pista, dominada por uma dj vestida como um personagem de animê, era um espaço pequeno. Ao descer você encontrava as pick-ups, e do lado oposto, um degrau abaixo, arcos negros formavam uma espécie de alcova, que dava para um inferninho. Um lounge de luzes vermelhas e paredes cobertas com cartazes de filmes antigos, a grande maioria de terror, pequenas mesas e alguns sofás em que sentavam-se emos magrelinhos com cara de quem falsificou a identidade, heteros antenados com pulseiras de couro e calças skinny, sapinhas estilosas com cabelos na chapinha e vestidos balonê, menininhas groupies de bandas de rock ou de anti-depressivos (não dá para saber).
Um cigarro. "This is so weird. Am I sleeping? Is this a dream?". Outra cerveja. Pessoas chegando, lugar lotando, olhares começando. Théo caçando do meu lado, me cutuca mostrando as pessoas. "Ah, eu gosto de caras mais velhos mesmo", ele diz. "I'm simply sick and tired of those (toy soldier), I don't want no more (toy soldier)". Mais um cigarro, outra cerveja. Subimos, na fila do banheiro encontro o Lipe, amigo do Rajeik, ele que me reconhece e vem falar comigo. Levo-o até os meninos e ele se agrega ao grupo. "Eu quero é ver o oco: sem controle, tocando fole, é o hora de dançar". E voltamos. Comprimidos perto da mesa do DJ, agora outro, Théo beija, enquanto Bruno e Rajeik namoram e eu danço funk até o chão com o Lipe. "Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha". Olhares em minha direção. "Não mesmo, você é muito pouco p'ra mim, eu quero aquele ali". Mas aquele ali já estava com outro.
Então me vi cercado. Théo beijando um desconhecido, Bruno e Rajeik namorando, o Lipe esperando que o próximo cara sarado-bombado olhasse para ele, e pensei: "Será que eu quero mesmo isso?". Namorar, estar com alguém, será que sinto falta realmente disso? Ou fui ensinado a sentir falta, porque todas as novelas que vi, músicas que ouvi e livros que li ensinaram que você só pode ser feliz se tiver um amor ao seu lado. Será que eu quero mesmo isso ou fui apenas programado? "Pane no sitema, alguém me desconfigurou". Ou pior, será que só sinto inveja? Será que me considero tão bom, tão melhor que os outros, que me corroí a idéia das pessoas naquele ambiente imitando um prostíbulo, onde facilmente se conseguiria beijos grátis, conseguirem homens tão bonitos e interessantes e eu não, não obstante, no fundo, eu não querer. No entanto, meu orgulho me empurra e quando reclamo, não é a carência que fala, mas um orgulho leonino ferido em seu íntimo. Mais um trago e junto com a fumaça, meus devaneios se perdem no ar.
Ah, recebi este selo do Goiano, com estas seguintes regras:
E os indicados são:
Mundo Alternativo
Mamma Sibill
Pequi com Pimenta
Vivendo em Kauan
Sou Pára-Raio de Doido
O Holograma
Mais Que Pensamentos
The Hedgehog's Dilemma
Saindo do Armário
Três cigarros distam o Centro da Savassi. A Savassi é uma praça cercada de lojas caras, de onde partem ruas estreitas das quais brotam bares, emos e MacDonalds. Meninos musculosos em camisetas justas também. Estes se encaminham para o Pátio, o shopping local, enquanto os emos, magrinhos e com seus cabelos cuidadosamente arrumados, preferem o frio da lua. Atravessamos o lugar, passamos por bares bahianos, restaurantes italianos, copos sujos de calçada e um vestido de noiva nos dirigindo a Tomé de Souza. Aviso a todos no caminho: "Se me aparecer algum zumbi na noite, eu vou embora viu?". O Bruno necessita de explicações e o Théo se encarrega de falar: "É que se você for vestido como zumbi hoje, você paga apenas metade da entrada". Enquanto eu repito mentalmente minha promessa, Bruno diz que se tivessem avisado a ele antes, ele teria se maquiado.
Mas logo as chamas pintadas na parede negra da boate aparecem a vista. Uma fila confusa está na porta. Identidades. Comandas. Botons de presente na entrada. Uma escada com tapete vermelho. No alto, uma porta se abre para um grande poster, a direita banheiros e a escada que leva para a pista, nos encaminhamos para esquerda, uma Kaiser Summer no bar, e sentamos num dos sofás negros que dominam as paredes dos três ambientes. Resolvemos descer. A música nos invade. "What are you waiting for? Nobody's gonna show you how, why wait for someone else to do what you can do, right now?". A pista, dominada por uma dj vestida como um personagem de animê, era um espaço pequeno. Ao descer você encontrava as pick-ups, e do lado oposto, um degrau abaixo, arcos negros formavam uma espécie de alcova, que dava para um inferninho. Um lounge de luzes vermelhas e paredes cobertas com cartazes de filmes antigos, a grande maioria de terror, pequenas mesas e alguns sofás em que sentavam-se emos magrelinhos com cara de quem falsificou a identidade, heteros antenados com pulseiras de couro e calças skinny, sapinhas estilosas com cabelos na chapinha e vestidos balonê, menininhas groupies de bandas de rock ou de anti-depressivos (não dá para saber).
Um cigarro. "This is so weird. Am I sleeping? Is this a dream?". Outra cerveja. Pessoas chegando, lugar lotando, olhares começando. Théo caçando do meu lado, me cutuca mostrando as pessoas. "Ah, eu gosto de caras mais velhos mesmo", ele diz. "I'm simply sick and tired of those (toy soldier), I don't want no more (toy soldier)". Mais um cigarro, outra cerveja. Subimos, na fila do banheiro encontro o Lipe, amigo do Rajeik, ele que me reconhece e vem falar comigo. Levo-o até os meninos e ele se agrega ao grupo. "Eu quero é ver o oco: sem controle, tocando fole, é o hora de dançar". E voltamos. Comprimidos perto da mesa do DJ, agora outro, Théo beija, enquanto Bruno e Rajeik namoram e eu danço funk até o chão com o Lipe. "Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha". Olhares em minha direção. "Não mesmo, você é muito pouco p'ra mim, eu quero aquele ali". Mas aquele ali já estava com outro.
Então me vi cercado. Théo beijando um desconhecido, Bruno e Rajeik namorando, o Lipe esperando que o próximo cara sarado-bombado olhasse para ele, e pensei: "Será que eu quero mesmo isso?". Namorar, estar com alguém, será que sinto falta realmente disso? Ou fui ensinado a sentir falta, porque todas as novelas que vi, músicas que ouvi e livros que li ensinaram que você só pode ser feliz se tiver um amor ao seu lado. Será que eu quero mesmo isso ou fui apenas programado? "Pane no sitema, alguém me desconfigurou". Ou pior, será que só sinto inveja? Será que me considero tão bom, tão melhor que os outros, que me corroí a idéia das pessoas naquele ambiente imitando um prostíbulo, onde facilmente se conseguiria beijos grátis, conseguirem homens tão bonitos e interessantes e eu não, não obstante, no fundo, eu não querer. No entanto, meu orgulho me empurra e quando reclamo, não é a carência que fala, mas um orgulho leonino ferido em seu íntimo. Mais um trago e junto com a fumaça, meus devaneios se perdem no ar.
Ah, recebi este selo do Goiano, com estas seguintes regras:
- O prêmio deve ser atribuído aos blogs que vocês considerem ser bons. Entende-se como bons blogs aqueles que vocês costumam visitar regularmente e deixar comentários.
- Se você recebeu o “Diz que até não é um mau blog”, deve escrever um post indicando a pessoa que lhe deu o prêmio com um link para o respectivo blog. Neste post devem aparecer o selo e as regras.
- Indique outros nove blogs ou sites para receberem o prêmio.
- Exibir orgulhosamente o selo do prêmio no seu blog, de preferência com um link para o post de quem te presenteou.E os indicados são:
Mundo Alternativo
Mamma Sibill
Pequi com Pimenta
Vivendo em Kauan
Sou Pára-Raio de Doido
O Holograma
Mais Que Pensamentos
The Hedgehog's Dilemma
Saindo do Armário
domingo, 10 de agosto de 2008
MEU ANIVERSÁRIO
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
PASSADO: Orgulhosamente
Acabara de anoitecer em Natal. Era uma terça feira qualquer de novembro. Verão. Noites quentes. Eu acabara de sair da universidade, descera de um ônibus que ia para a zona norte da cidade na Salgado Filho e subia a pe. João Damasceno em direção a Romualdo Galvão. Rua escura, com poucos postes, e muitas árvores. Encontrei-o no último quarteirão da rua, ele descia com um caderno, livros do mesmo curso de inglês que eu fazia, e a farda do Contemporâneo, provavelmente se dirigia ao cursinho. Mas não devia ser muito mais velho ou mais novo que eu: por volta de 20 anos. Loiro, de cabelo curto, de topete, olhos azuis reluzentes, músculos salientes que aquela farda só deixavam ainda mais ressaltados. Ele passou olhando para mim, eu é claro passei olhando para ele. Olhares se cruzaram, ele sorriu, eu sorri sem jeito, e quando ele passou, eu olhei para trás e ele continuava olhando, até que parou. Eu parei também. Ele sorriu, e eu me aproximei. Nomes trocados. Ele estava indo para o cursinho. Eu tinha prova de inglês dali a instantes. Ele do nível avançado, eu, do intermediário. E sob as árvores, ele me empurrou contra a parede e me beijou.
Não tinha carinho no beijo dele. Tinha desejo. Ele me empurrava contra a parede, e empurrava o corpo dele contra o meu. Eu sentia seus musculos, sua barriga firme e o peitoral trabalhado, ele gostava de minha mão vasculhando o corpo dele. A mão dele, no entanto, só procurava um lugar: minha bunda. Ele a apertava. Tentava senti-la por sob a calça, mas não, ali não. Ele me olhou nos olhos. "Você dá um tempo e depois me segue". Sem entender seu objetivo, obedeci. Ele caminhou de volta para o curso, eu o seguia a uma distancia razoavel. Ele subiu dois andares, no mais vazio, ele foi ao banheiro, e logo eu entendi o que ele queria.
Não, não desisti porque ele entrou no banheiro. Não desistiria aos 20 anos, e provavelmente não desistiria hoje. Entrei, e ele estava na porta de um reservado, sorrindo. Foi somente ali que eu vi que seus olhos eram tão azuis. Foi só ali que eu percebi o quanto ele era bonito. Sob a luz de um banheiro. Ele não foi carinhoso. Quase me empurrou para dentro do reservado e fechou a porta atrás de si. Beijou-me, novamente apertando minha bunda e, desta vez, minhas mãos foram mais ousadas. Sim, segurei-lhe o pau, e pela calça já tomei um susto. Grande, muito grande, e grosso, muito grosso. Ele se animou com minha ousadia, e rapidamente se desvencilhou da calça e aí sim tomei meu maior susto. Sem sombra de dúvida aquele menino loiro tinha o maior pau que eu já tinha visto em minha vida. Grande, não menor que vinte e dois centimentros, e muito grosso, eu não conseguia fechar minha mão. "Assustado, eu disse não". Ele tentou argumentar, eu disse que era o maior que eu já tinha visto, ali, em pé, eu nunca ia conseguir. "Uma outra vez, com mais calma". Ele aceitou.
Pedi telefone, ele preferiu anotar o meu. Beijou-me mais, enquanto eu o masturbava e ele apertava minha bunda, ousou inclusive colocar sua mão dentro da minha calça para sentir-me a pele. Ficamos lá mais um pouco, até a hora que eu precisava ir. Quando eu me recompunha, ele falou: "Olha, se você me vê nos corredores, não fala comigo 'tá?". Como é que é? Por que não? Por que não posso falar com você? Essas perguntas me ferviam o cérebro. Borbulhavam. Eu estava indignado, ele tinha vergonha de ser visto comigo? "Quem sai primeiro?", ele perguntou. Eu nem respondi, apenas saí. Fui para minha sala direto, sentei, com ódio dele, com ódio do cheiro dele que estava na minha pele. Ele, inclusive, por outras tantas vezes me ligou. Sempre com seu telefone no confidencial. Convidava-me para sair, ou após cruzar-me comigo no corredor, ligava me chamando para o mesmo banheiro. Eu desconversava, porque o ódio por aquelas últimas palavras me era superior. Ele tinha vergonha de mim, pensava eu, e eu não ficaria perto de alguém que tem vergonha de ser visto comigo.
Mas será? Hoje, penso melhor. Mais maduro, eu penso melhor. E tenho dúvidas se ele realmente tinha vergonha de mim ou de se sentir atraído por mim. De não poder resistir, de me desejar, de provavelmente passar os dias tentanto não pensar no que eu o fiz sentir naquele banheiro, de querer mais. A vergonha que ele sentia não era de mim, era dele. Ele tinha vergonha de si mesmo. Talvez, então, se eu tivesse dado uma outra chance, ele tivesse entendido que não tinha motivos para ter vergonha, que não precisava ter que manter aquela namorada, que o que ele realmente gostava era bem diferente dela. Talvez, ele tivesse aprendido muito mais sobre ele. Talvez... mas isto nós nunca vamos saber, meu orgulho leonino não permitiu.
Não tinha carinho no beijo dele. Tinha desejo. Ele me empurrava contra a parede, e empurrava o corpo dele contra o meu. Eu sentia seus musculos, sua barriga firme e o peitoral trabalhado, ele gostava de minha mão vasculhando o corpo dele. A mão dele, no entanto, só procurava um lugar: minha bunda. Ele a apertava. Tentava senti-la por sob a calça, mas não, ali não. Ele me olhou nos olhos. "Você dá um tempo e depois me segue". Sem entender seu objetivo, obedeci. Ele caminhou de volta para o curso, eu o seguia a uma distancia razoavel. Ele subiu dois andares, no mais vazio, ele foi ao banheiro, e logo eu entendi o que ele queria.
Não, não desisti porque ele entrou no banheiro. Não desistiria aos 20 anos, e provavelmente não desistiria hoje. Entrei, e ele estava na porta de um reservado, sorrindo. Foi somente ali que eu vi que seus olhos eram tão azuis. Foi só ali que eu percebi o quanto ele era bonito. Sob a luz de um banheiro. Ele não foi carinhoso. Quase me empurrou para dentro do reservado e fechou a porta atrás de si. Beijou-me, novamente apertando minha bunda e, desta vez, minhas mãos foram mais ousadas. Sim, segurei-lhe o pau, e pela calça já tomei um susto. Grande, muito grande, e grosso, muito grosso. Ele se animou com minha ousadia, e rapidamente se desvencilhou da calça e aí sim tomei meu maior susto. Sem sombra de dúvida aquele menino loiro tinha o maior pau que eu já tinha visto em minha vida. Grande, não menor que vinte e dois centimentros, e muito grosso, eu não conseguia fechar minha mão. "Assustado, eu disse não". Ele tentou argumentar, eu disse que era o maior que eu já tinha visto, ali, em pé, eu nunca ia conseguir. "Uma outra vez, com mais calma". Ele aceitou.
Pedi telefone, ele preferiu anotar o meu. Beijou-me mais, enquanto eu o masturbava e ele apertava minha bunda, ousou inclusive colocar sua mão dentro da minha calça para sentir-me a pele. Ficamos lá mais um pouco, até a hora que eu precisava ir. Quando eu me recompunha, ele falou: "Olha, se você me vê nos corredores, não fala comigo 'tá?". Como é que é? Por que não? Por que não posso falar com você? Essas perguntas me ferviam o cérebro. Borbulhavam. Eu estava indignado, ele tinha vergonha de ser visto comigo? "Quem sai primeiro?", ele perguntou. Eu nem respondi, apenas saí. Fui para minha sala direto, sentei, com ódio dele, com ódio do cheiro dele que estava na minha pele. Ele, inclusive, por outras tantas vezes me ligou. Sempre com seu telefone no confidencial. Convidava-me para sair, ou após cruzar-me comigo no corredor, ligava me chamando para o mesmo banheiro. Eu desconversava, porque o ódio por aquelas últimas palavras me era superior. Ele tinha vergonha de mim, pensava eu, e eu não ficaria perto de alguém que tem vergonha de ser visto comigo.
Mas será? Hoje, penso melhor. Mais maduro, eu penso melhor. E tenho dúvidas se ele realmente tinha vergonha de mim ou de se sentir atraído por mim. De não poder resistir, de me desejar, de provavelmente passar os dias tentanto não pensar no que eu o fiz sentir naquele banheiro, de querer mais. A vergonha que ele sentia não era de mim, era dele. Ele tinha vergonha de si mesmo. Talvez, então, se eu tivesse dado uma outra chance, ele tivesse entendido que não tinha motivos para ter vergonha, que não precisava ter que manter aquela namorada, que o que ele realmente gostava era bem diferente dela. Talvez, ele tivesse aprendido muito mais sobre ele. Talvez... mas isto nós nunca vamos saber, meu orgulho leonino não permitiu.