Google+ Estórias Do Mundo: maio 2007

terça-feira, 29 de maio de 2007

PASSADO: De Certeau ou Das Raízes

Hoje eu acordei às 10:30h. O sol atravessava as frestas da janela e cobriam de dourado a parede branca do meu quarto. Levantei-me e quando olhei em volta, vi-me cercado pelas memórias de um quarto que ocupo desde os sete anos de idade. Lá estavam nas paredes todas as cores já pintadas, todos os quadros que já existiram, todas as fotos que hoje estão guardadas, todos móveis que já se foram, toda vida que encheu aquela saleta vazia. Lembrei-me do beliche de madeira que dividia com meu irmão. Lembrei-me de minha mãe me dando mamadeira ainda dormindo, antes de me chamar para trocar de roupa. "Seu Adelmo passa já para te levar para escola". Lembrei de Seu Adelmo e do barulho que o micro-ônibus dele fazia. Lembrei da fitinha que prendiamos na nossa roupa. Éramos os da fita vermelha. Isso permitia que as professoras soubessem de que transporte nós pertencíamos. Lembrei que eu só tive professoras até a quarta série, quando conheci tio Ivonildo, o único professor daquele jardim. Jardim Escola Sossego da Mamãe. Lembrei da angustia que eu senti, quando aos oito anos, quando entrei no ônibus, haviam acabado as fitas. Eu lutei com todos os meus amiguinhos para que um deles me desse uma, porque eu tinha medo de ser esquecido na escola, porque não tinha a fita. Todos eles repetiam que eu não precisava me preocupar. "Se eu não preciso me preocupar, me dá a tua", e eu sempre ouvia: "Eu não, vai que me esquecem na escola".
Levantei-me e entrei na sala. Os sofas e tapetes de um suave dourados contrastavam com os antigos móveis pesados, negros e verdes, que eu subia e deitava nas costas do sofá. "Menino, desce daí". Ao passar pela sala, me vi pequeno atrás do antigo sofá comendo purê. Minha lembrança mais querida da infância. Também me vi sentado, comendo rosquinhas de coco e assistindo a tarde Muppets babies, aquela música ainda ecoa na minha cabeça. "Muppets Babies, we make our dreams come true, Muppets Babies, we"ll do the same for you". Revi a antiga porta da sala, lembrei das vezes que meus pais precisavam trabalhar a tarde e me deixavam sozinho para cuidar do meu irmão mais novo. Aquela porta ficava fechada, não podíamos chegar até a área que dava para rua, e das janelinhas daquela porta que eu ficava olhando o mundo passar, quantas vezes a abri, as janelinhas para mim, a porta para meus irmãos, por ela me vi transformar-me de menino em homem.
Atravessei a sala de estar, e entrei na cozinha, onde dores antigas me assolaram. Manchas antigas de sangue e faíscas elétricas reapareceram. Queimaduras. Cortes. Quando cortei meu dedo fazendo uma camera de tv de papelão para um trabalho da escola. Revi o sangue escorrendo grosso e encarnado. Meu irmão mais velho pedindo para que eu me acalmasse e lavando o ferimento e dizendo: "'Tá vendo como o corte é pequeno?". Mas o sangue saía aos borbotões. Ele então levou-me ao hospital, com o dedo enrolado numa toalha que chegou ao hospital empapada. Resultado: seis pontos no meu dedo indicador. Os primeiros pontos que levei. A câmera nunca ficou pronta. Também lembrei de paredes antigas. Vi um quarto antigo. O meu antigo quarto que ficava ali. Lembro dos ultimos dias nele. Da tv em preto e branco que minha vó deu para eu e meu irmão mais novo. Assistiamos Changeman e Jaspion naquela tv, todo fim de tarde. Lembro que havia uma mancha nas telhas da casa, logo acima da minha cama, que parecia um grande cão pastor alemão. Aquela mancha me assutava. Eu deitava na minha cama já com os olhos fechados para não ver aquela mancha. Minha mãe ria e desejava boa noite, me lembrava de rezar, e eu sempre perguntava: "Como começa?". Meu irmão mais velho ria. Ele não entendia que eu só lembrava depois que minha mãe dizia: "Com ela me deito, com ela me levanto"... eu continuava: "Com a graça de Deus e com o Espírito Santo, cubra-me Maria com seu divino manto". Lembrei dos beijos de Fabíola neste quarto ainda.
Através da janela e a porta da cozinha que hoje dão para a área de serviço, revi o antigo quintal cheio de flores e terra batida e sombreado por um pé de serigüela que nunca deu uma fruta. Revi meu irmão caçula se balançando na árvore e comendo as folhas da serigüela e eu e Fábio, escondidos nas sombras, conhecendo o amor. O toque suave dele, as brincadeiras que desconheciam culpa, mas só sabíamos que ninguém poderia saber. Beijos. Sonhos. Gozos. Revi os feijõeszinhos que eu plantava no pé do muro do quintal, nunca cresciam. Revi os passarinhos que eu criava que atiravam sua ração ao chão apenas para ter a companhia dos pardais.
Passei em direção ao banheiro e passei diante da porta do quarto dos meus pais. Olhei a cama e me vi lá deitado. A noite, com eles, assustado por causa de uma crise de sonambulismo. Ao dia, com André, meu primeiro namorado. Juras. Promessas. "Eu estava sentindo tanta saudade sua". Vi quando aquele quarto já fora uma pequena cozinha. Quando um dos meus irmãos mais velhos trazia brinquedos para mim, sempre perguntando antes: "Você gosta de mim?". O dia que eu disse não, ele deu para meu irmão mais novo o Xegundo Xou da Xuxa. "E todos dançam, o pega, estica e puxa... E viva a festa da Xuxa". Por falar na Xuxa, lembro quando meu pai me pegou mexendo na maquiagem da minha mãe, naquele mesmo quarto, uma curiosidade infantil que nunca se repetiu, e ele me proibiu de assistir Xuxa, porque disse que era influência dela.
Dali entrei no banheiro. Vi o chão coberto de areia. Porque sem minha mãe saber eu coloquei todos os meus amigos da rua para brincar lá dentro de casa, e por algum motivo inexplicável resolvemos brincar no banheiro. Lembrei de Hélio. Tudo molhado. Tudo elameado. Isso foi o resultado final. Também vi o dia que quebrei minha perna. Que minha mãe fez questão que eu viesse em casa tomar um banho, pois estava na praia, para depois ir ao hospital.
Vi meu passado manchado nas paredes de minha casa. Não foram necessárias luzes especiais e lentes de aumento, ele estava lá tão claro. Senti pela primeira vez ligado a um lugar, enraizado, fixo. É, por incrível que pareça! Eu pertenço, de alguma forma, a este lugar.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

EXTRA, EXTRA, EXTRA: Sonhos Emeesseênicos

Eu e Cris conversamos no meio da tarde de uma sexta feira, meu dia de folga no trabalho. Eu acabara de acordar, ligo o computador, tenho que mandar e-mails, mas o que quero mesmo é passar um tempo no MSN. A conversa:


..|| How FOXX are you? ||.. ..|| pq por mais q tento, da tudo sempre errado ||.. diz:
boa tarde, eu sonhei q estava comprando um apartamento

CrisTianO - Na it harm none diz: que maravilha! tomara que o teu sonho se torne realidade!

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| pq por mais q tento, da tudo sempre errado ||.. diz: era bonito, mas precisava de reformas e dentro a antiga moradora q era uma senhora tinha deixado uns moveis antigos, sabe daqueles pesadões? desmanchados e quebrados

CrisTianO - Na it harm none diz: esse teu sonho pode ser um indicativo de mudanças na tua vida... móveis antigos e quebrados podem ser os teus problemas, as tuas desilusões, tah na hora de uma grande reforma acontecer

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| pq por mais q tento, da tudo sempre errado ||.. diz: aham, pode ser sim... estou aqui pesquisando os significados

CrisTianO - Na it harm none diz: pro teu apartamento, digo, a tua vida, ficar novinha em folha

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| pq por mais q tento, da tudo sempre errado ||.. diz: ai assim quem olhava os moveis quebrados (meus problemas) era uma colega de trabalho meu q está grávida, e gravidez significa amadurecimento e ela soprava a poeira em cima das coisas

CrisTianO - Na it harm none diz: exatamente! grandes responsabilidades

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| pq por mais q tento, da tudo sempre errado ||.. diz: menino, que sonho mais claro, tem tudo a ver

CrisTianO - Na it harm none diz: foxx tah na hora mesmo de sacudir a poeira filho... chega de levar pontapés da vida, agora dê vc um pontapé nela e empurre ela pra frente

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| pq por mais q tento, da tudo sempre errado ||.. diz: como?

CrisTianO - Na it harm none diz: pra começar tu pode ser um pouco mais otimista, te acho super pra baixo, colocando frases tristes no msn

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| pq por mais q tento, da tudo sempre errado ||.. diz: eu estou super-pra-baixo

CrisTianO - Na it harm none diz: mas naum pode, arranje algo que te alegre pra fazer, converse com as pessoas, faça análise, sei lah, mas do jeito que está naum dá mais, tu tem uma vida inteira pela frente, cabe a ti decidir se queres vivê-la com alegria ou tristeza

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| pq por mais q tento, da tudo sempre errado ||.. diz: mas eu naum sei o que fazer

CrisTianO - Na it harm none diz: deseje a mudança

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| pq por mais q tento, da tudo sempre errado ||.. diz: como jogar isso fora e partir pra coisas novas?

CrisTianO - Na it harm none diz: pra começar tu pode tentar começar a enxergar o lado bom das coisas e naum se abalar tanto ser menos melodramático e mais cômico, dar mais valor às coisas simples e boas da vida, sem desistir dos teus sonhos, ser ambicioso, mas sábio, saber que damos um passo de cada vez

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| pq por mais q tento, da tudo sempre errado ||.. diz: qual o lado bom de ver todos os meus amigos namorando e eu aki sozinho? qual o lado bom de sobrar em todos os lugares q eu vou? qual o lado bom de soh me sentir bem com vcs aki na net?

CrisTianO - Na it harm none diz: o lado bom eh que tu eh o único que naum come arroz e feijão todos os dias e que tem um banquete farto por ti esperando ae fora, amigo, tem que rir pra naum chorar! vamos lah! se tu naum se sentir feliz,m ninguém vai querer chegar perto de ti, e até na internet as pessoas vão começar a te evitar... baixo astral soh leva à solidão

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| pq por mais q tento, da tudo sempre errado ||.. diz: é também acho isso

CrisTianO - Na it harm none diz: comece mudando essa tua frase ae, vamos lah, coragem, energia, força, vitalidade, tu tah precisando de um bom banho de sal grosso pra se soltar desse negativismo ae q tu mesmo criou

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| preciso mudar urgentemente ||.. diz: eu naum, a culpa naum é minha

CrisTianO - Na it harm none diz: foxx, tu permitiu q essas coisas te abalassem profundamente, as pessoas podem ter errado, e eu sei que elas erraram, mas meu amigo, não deixe que elas montem em cima de ti, mostre que tu eh bem melhor do que isso, mostre o que elas estão perdendo, naum fique sentindo pena de ti mesmo

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| preciso mudar urgentemente ||.. diz: mas o problema é q eu naum acredito q eu seja melhor do q isso, pq vejo gente tão pior do que eu, gente q naum vale absolutamente nada tendo as coisas q eu gostaria de ter

CrisTianO - Na it harm none diz: tu acredita em mim? tu acredita em mim? hein? te perguntei uma coisa. responda!

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| preciso mudar urgentemente ||.. diz: acredito

CrisTianO - Na it harm none diz: eu jah te conheço suficientemente pra ter uma opinão formada sobre ti e se tu acredita em mim... limpa os teus olhos e abre a mente pra essa frase que vai vir: TU ÉS MUITO MELHOR DO QUE TODAS ESSAS PESSOAS QUE TE FIZERAM SOFRER SIM! TU É UMA PESSOA MARAVILHOSA. TU TEM QUE DAR A VOLTA POR CIMA. SEJA INDIFERENTE A ELAS, E ELAS VÃO SE MORDER QUANDO TU PASSAR NA RUA, LAMENTANDO O QUE ELAS JOGARAM FORA e tu sabe de tudo isso, tah ae dentro de ti, e tu sabe disso, soh basta tu te permitir a isso

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| preciso mudar urgentemente ||.. diz: = S

CrisTianO - Na it harm none diz: e naum coloca essa cara nada... se tu naum tem argumentações é pq sabe q eu estou certo, pratique o TBC = tirar a bunda da cadeira, tem uma vida te esperando, pra ser vivida e preenchida de alegrias, mto mais alegrias que tristezas

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| preciso mudar urgentemente ||.. diz: eu tento, juro q tento, mas...

CrisTianO - Na it harm none diz: bom... o recado foi dado amigo... eu posso dar um empurrãozinho, mas soh que pode subir a ladeira eh vc...

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| preciso mudar urgentemente ||.. diz: aham, eu entendo e brigado amigo, sinceramente, eu sei q vc tah falando pq se preocupa comigo

CrisTianO - Na it harm none diz: = )

CrisTianO - Na it harm none diz: entaum qndo eu te vejo ae todo cabisbaixo, me dah uma angústia, eu tenho vontade de atravessar o micro e te sacudir pra tu se alegrar, pra tu acordar desse pesadelo pq ele tem fim

..|| How FOXX are you? ||.. ..|| preciso mudar urgentemente ||.. diz: = S é q naum vejo a luz, vejo gente tão bem e eu ficando pra trás

CrisTianO - Na it harm none diz: seja a tua própria luz amigo, brilhe, qto mais luz a gente tem, mas a gente atrai pessoas luminosas pra perto da gente, vamos lah, reforma nesse apartamento hein! quero um ambiente limpo e com perfume de rosas no ar! rsrs senão naum vou te visitar na nova morada!



Decido então sair. Mudar. Agir diferente. Enfrentar a vida de cara. Recebo incentivos. Música e o Andarilho querem que eu vá para o Bar e eu enfrento, com a cara e a coragem, mas ai:

No fim da noite já, entro no banheiro da boate, acabei de levar um fora de um menino que puxei para dançar comigo e ele correu como o diabo corre da cruz, tudo bem, normal, foras acontecem, mas aí um menino me olha dos pés a cabeça, me lança um olhar de asco e vivipera: "como alguém tão ridiculo tem coragem de sair de casa?". Mudança para o lado errado. Recado entendido, Jesus!

quinta-feira, 24 de maio de 2007

PRESENTE: Rasgação de seda

Vou aderir a moda. Todo mundo resolveu falar bem um dos outros aqui. Então eu, fashionista como sou, não poderia ficar de fora. Mas como sou o FOXX, o meu post tinha que ser diferente dos outros. Não vou fazer um post específico para cada blogayro (trabalho demais), vou reuní-los todos aqui. Pretendo, não sei se vou conseguir, explicar em palavras o quanto os admiro. Deixa ver se consigo. Marcelo Sunshine: Meu putinho. Meu amigo. Meu irmão. Comecei mal... não consigo expressar em palavras o que sinto pelo Marcelo. É muito maior que palavras. É o tipo de sentimento que você só consegue falar em silêncio, com os olhos ou num abraço. Amor? Com certeza! Bem, o que admiro no Sun? Sun tem um jeito único de ser ele. E ele é sempre o máximo, já repararam? Marcelo não é perfeito, ninguém é (prazer, me chamo ninguém... desculpa, não resisti... interna!). Mas ele é a pessoa que melhor contra seus defeitos que já conheci. É como se fosse algum poder mutante, sei lá... será o Sunshine um X-Man? Vilser: Meu lindo fã. Vilser chegou de mansinho na minha vida. Querendo saber de Espartanos. Querendo me conhecer. Aos pouquinhos foi se assenhorando. Tomando de conta. Ocupando espaço. Fincando estacas "como um posseiro no meu coração". Ele me elogia. Ele me dá esperança. Ele diz que escrevo bem (e só quando ele fala eu acredito, nem adianta, desculpem os outros blogayros). Mas estamos aqui para falar do que admiro não é? Sabe quando te perguntavam o que você quer ser quando crescer? Eu não sabia, mas eu sempre respondi "igual ao Vilser". Vilser se tornou meu modelo. Ele é tudo o que um dia quero ser. Talvez, se eu for um bom menino, o papai noel (ou o sapo de natal) deixe, né, Vil? Ricardo Râzi: O Râzi. Ai, o Râzi. Este adentrou minha vida chutando a porta. E começou a me dar tapas e a me fazer entender que minha vida não é tão ruim assim. Você pode, eu deixo. Eu admiro o Râzi não pelas qualidades, mas pelos defeitos. Ele é tão parecido comigo! Ele se doa (demais). Ele se preocupa (demais). Ele se magoa (demais). Ele dramatiza (demais). Ele é intenso (demais). Somos trágicos (demais)!! Mas como ele mesmo disse, eu sou tragicômico e ele melodramático, ou seria o contrário? Trintinha e Oceanmar: O Trinta foi um dos primeiros que passaram a fazer parte da minha vida. Tudo por causa de um bendito desafio. Santo desafio. Que colocou no meu caminho este loiro trintão que alegra meu dias com as suas cerejas. O outro também é loiro, também é trintão e eu odeio o fato dele morar tão longe de mim e mesmo assim me conhecer tão bem. Foi o Sunshine que me apresentou a ele. E, depois disso, nos tornamos amigos. O que admiro nos dois? Porque juntos? Porque eles também são meus modelos. Mas modelos de maturidade. Quando eu tenho um problema todos os blogayros me ouvem com a maior paciência do mundo (e olha que precisa de paciência comigo, eu sou muito chato) mas o Trinta e o Ocena, por mais que o problema me consuma a alma por dias e dias, eu conto a eles e eles em cinco minutos destrincham e me explicam como posso resolver tudo em 3,2 segundos. Sinto-me menino perto dos dois. Sinto com eles que tenho muito a aprender, a ver, a viver. Ouriço e Garoto Rebelde: Os mais novinhos de minha lista de blogayros. O Du eu conheci ha muito tempo, no início do meu blog, e a gente já brigou, e a gente já fez as pazes. Tudo porque ele é fofo. Tudo porque os olhinhos puxadinhos dele me encantam. Já o nosso Rebelde, que rebelou-se e fechou o blog dele, começou a frequentar meu MSN recentemente, mas já ganhou espaço (até porque se ele estiver on-line e eu não for falar com ele é um sermão...). O que admiro nos dois? Bem, enquanto o Vilser, o Trinta e o Ocean são aquilo que eu não sou, o Ouriço e o Rebelde são aquilo que já fui e hoje, morro de saudades. São românticos, ingênuos, crédulos, não sou mais assim. As cicatrizes não deixam. A vida me largou em algum lugar entre uns e outros. Imperfeito: Eu que perturbei o "Imper" para ele fazer um MSN. Eu queria conhecer esse cara. Ele me intrigava e me preocupava com as encucações dele. Desde que eu o conheci, pouca coisa mudou. Acho que ele é meu antagonista na blogosfera. Simplesmente não concordo com o modo dele agir e pensar na metade das vezes. Irrito-me na outra metade. Mas o que eu admiro nele? Porque mesmo perdido ele está ai, para lutar, para ver no que vai dar. Para tentar. A única decisão dele é seguir em frente e ver no que vai dar, mesmo todo o resto estando nublado, ele vai voar com ajuda de instrumentos. Lê e Bernado: O Lê é meu colega de profissão. Ele me deixa animado porque ele me admira. Porque ele acha que eu sou alguém na vida. Isso me faz ter vontade de rir. Ele não nota que ele tem a chance de me ultrapassar mas rápido do que imagina. Eu só estou a mais tempo no metier. Conheci-o através do Râzi e, apesar do susto inicial, afinal eram muitas coincidências, tornei-me o tovarish. Já o Bê me seduziu com a poesia suave que ele escreve. Eu queria conhecer aquele menino, que se revelou não tão menino assim. Virou meu psicólogo particular (hei, hei, ele só atende a mim, nem vem). Ambos são inteligentes, devo acrescentar, de uma forma fina. Acadêmica. Educada pelas leituras certas. O que admiro neles? Os dois são apaixonados. Não um pelo outro, calma. Cada um com seus respectivos. O Lê e o Razi. O Bernado e o Glauber. Mas da mesma forma intensa, transpirante, contagiante, que faz nós, meros observadores, nos sentirmos bem. BlueBob: O tio vai ter ódio deu revelar nosso apelido íntimo aqui, mas é o jeito. Mas porque se preocupar se o tio é mais menino que muito dos blogayros daqui. Inexperiente. Ele anda pisando em ovos. Mas, às vezes, de vez em quando, ele tem uma coragem de se jogar de cabeça. Eu admiro o tio pela coragem dele. Pela coragem de tentar algo novo. De ir em frente quando não dá certo. Por tentar. Por mudar. Provando que não há tempo para tentar ser feliz. Segredo: Ah, esta criatura bahiana que não nasceu, estreou, tem se tornado meu companheiro de risadas no MSN. Também foi o Râzi que me apresentou (e confesso que era alguém que eu queria conhecer há muito tempo) numa "suruba virtual". A partir de lá, conversamos, nos conhecemos e com ele fico rindo tardes, noites e madrugadas sozinho diante do computador. E eu adoro isso. Ele é louco. Faz-me rir. Faz-me relaxar. Faz-me sentir bem. E às vezes me faz sonhar. Aí ele me acompanha junto. Em uma palavra o que admiro no Segredo é o humor dele. Menino G: O puto do Menino G eu conheci pelo orkut do Sunshine. Torto né? Eu entrei e estava lá: "Menino G quer casar", e eu entrei e respondi: "Basta marcar a data". Adoro a sinceridade do Dinho, adoro ele admirtir que saí afim apenas de sexo. Adoro ele ter coragem de falar isso. Coragem de ser ele mesmo. Coragem de ser verdadeiro. Porque nós falamos que somos modernos, mas morremos de vergonha de admitir aquela "pegação". Just a Boy: Sobre o Just. Bem, este é um dos que mais posso encher de elogios aqui. Primeiro ele é um dos meninos mais bonitos dos blogs, sem sombra de dúvida. Você fica olhando para aquele menino perfeito na sua frente, e ele nem se toca, é um deus que brinca de ser mortal. Deus mesmo. Deus porque é belo. Deus porque é forte. Imortal. Conheci-o muito triste e vi ele se reerguer sem desistir. O que admiro no Just? Precisa dizer? A força dele. Queria ser assim. PH e Cris: Este são os mais novos fofos da minha lista de MSN. Eles apareceram um dia, o Cris por causa de Espartanos, o PH por causa do Estórias do Mundo. E foram ficando. E desde então todos os dias nos falamos. Um sempre a noite, outro sempre pela manhã. Apesar de ser cedo posso dizer que além de fofos, são meninos inteligentes, apaixonados, e que quero que continuem ao meu lado ainda por muito tempo.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

PASSADO: Superior como um egípcio

Texto escrito em 04 de junho de 2005, e era como eu estava me sentindo semana passada. Mas já passou. Tem um p.s. também: quero agradecer todos os comentários preocupados no post anterior, mas eu não estava mal, só entediado.



Quero me manter longe. A lama do mundo não pode me tocar as vestes. Não quero ter que limpar a lama de meus pés. Não que eu me considere superior. Que ache o mundo indigno de ter-me em seu meio. Não! Não e isso.
Mas o mundo tem ultimamente me sufocado. A lama não tem envolvido apenas meus dedos. Tem sido lançada na minha cara. Sujado meus cabelos. E tocado meus lábios.
Não que suaves dedos não tenham retirado a lama de meu rosto. Com carinho, alguns tem limpado a lama do meu rosto. Mas alguns têm os dedos sujos também. Sujam mais quando tentam limpar.
É como se o Num ameaçasse meu mundo. Estou precisando afastar estas águas negras que querem afogar-me. Proteger-me! Salve-me Isis!!.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

PRESENTE: Tédio com um T bem grande pra vocês

Tédio, tédio, tédio.Tenho pavor desta palavra. Para evitá-la já fiz algumas besteiras, sair sem dinheiro, encontrar pessoas que não valiam a pena ou ir a lugares em que eu não era bem quisto. Tudo para evitar o Tédio. É por isso que as pessoas não entendem minha filosofia básica de vida: melhor coisas ruins que coisa nenhuma.
Prefiro mil vezes debulhar-me em lágrimas do que me encontrar, como diz O Rappa, sentado em uma poltrona, num domingo, com novas drogas de aluguel. Prefiro a dor, a não sentir nada.

Claro que não me importo se o que puder acontecer for bom. Mas vamos falar sério, numa balança em sua vida acontecem mais coisas boas que ruins?? Na minha acontece mais coisas ruins, então o que eu faço pra não sofrer? Curto as minhas dores como se fossem alegrias.

Acho que por isso nunca vou me viciar em algo que me faça fugir da realidade. Não gosto de fugir da realidade. Minhas dores são minhas. São meus parcos tesouros nesta terra tão negra e enlameada que nós vivemos. Minhas alegrias são ouro cravejados de diamante, claro, mas minhas tristezas são no mínimo prata. Merecem cuidado. E serão curtidas.

Ninguém me roubará o prazer de chorar minhas lágrimas. De me jogar em meu travesseiro e sufocar com meus soluços. Ninguém pode me roubar a oportunidade de reclamar que o sol nasceu. Tenho direito de ser dramático e trágico. Até o direito de ser cômico e ridículo.

A única coisa que me importa é que eu não caia no meio termo. Não quero um arco-íris em tons de cinza. Não quero talvez. Quero chorar por ter perdido um amor. Porque o importante não é ter um amor eterno, mas sim ter amado. Quero reclamar do joelho fudido. Fudido de ter caído jogando vôlei com meus amigos. Quero passar mal com a ressaca. Ressaca de ter passado a noite na gandaia com uma boa amiga. Não tenho nenhum problema com as dores, lágrimas e ferimentos. Meu problema é só com o Tédio.



Texto de 30 de setembro de 2004, mas coube perfeitamente aqui.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

PASSADO: Quando eu não sabia amar

"Vamos cantar para essas pessoas que não sabem amar, que vivem esperando alguém que caiba no seu sonho"


Cazuza disse isso, e ele cantava pra mim. Eu não sabia amar. Ficava esperando alguém que coubesse no meu sonho. E vocês podem achar que essa pessoa não existisse, não... ela existe sim. Às vezes eu saía de casa e me deparava com ela, ficava apaixonado instantaneamente, mas nunca era correspondido. Numa viagem de casa até a universidade eu já me apaixonara milhões de vezes e milhões de vezes tive o coração partido. Normalmente, eu ficava olhando, admirando meu novo amor, que nem (é claro) percebia a minha existência. Eu sonhava sonhos inalcançáveis. Eu tinha certeza disso.

Todavia, se eu tinha esta certeza, por que não conseguia abandonar esse sonho? Por que insistia tanto nele? Por que acabava desistindo de outras pessoas que se interessavam por mim apenas para esperar este sonho se realizar? Alguém consegue me explicar? Acho que Cazuza está certo: eu não sabia amar. E ninguém conseguiria entender como eu queria aprender isso. Aprendi a ter amigos. Agora eu tinha que aprender a amar, e a fazer parte de minha família. Mas uma coisa de cada vez né? E amar é sempre algo que chama mais atenção. O mundo fala em amor o tempo todo. Em achar sua alma gêmea em algum lugar. Ai, novelas! Só eu que não achava (era o que eu pensava) e isso acontecia porque eu procurava meu sonho, não ela. O que fazer? Decidi: eu tinha que matar este sonho. Rápido. Ou nunca aprenderia a amar…

Dramático. Não. Foram 25 anos sem amar ninguém. Você se assusta quando chega nesses números. Um quarto de século. É muito tempo e pelo andar da carruagem eu não esperava mudanças muito cedo. Apesar do tarot ter dito que eu vou casar né? Que vou ter até filhos. Mas eu só encontrei essa pessoa quando eu amadureci o bastante para abandonar esse sonho. E não foi fácil. Mas eu queria este sonho morto. Ele me sufocava.

Larguei o sonho do homem perfeito: másculo, forte, bonito, inteligente, sarado, etc., etc., em resumo, espartano. E quando o fiz, ai me apaixonei. Apaixonei não, apaixonar vem de paixão e paixão como diz o poeta se apaga como a chama de uma vela, eu amei, e amor é para sempre. Beto era magrinho, infantil, mimado e efeminado, definitivamente coisas que se opunham ao (meu antigo) modelo ideal, mas eu decidi, foi uma escolha consciente em prestar atenção nas coisas bonitas que ele tinha. E aí, porque eu não queria ver, eu vi tudo o que estava por trás daquilo. Coisa que ninguém mais viu.

Eu aprendi a amar com Beto, e para Beto, será que vocês teriam coragem de fazer isso por alguém?

segunda-feira, 7 de maio de 2007

PRESENTE: Traumatizante


Cigarros. Duas horas da manhã. Chuva caindo. O vento gelado.
- Peter, por que depois de Beto eu não fico com mais ninguém?
- ?
- É, antes eu ficava, mas agora...
- É por que você ficou mais exigente.
Fumaça. Nuvens de cigarros envolvem o ar.
- Exigente?!?
- É, como aconteceu comigo quando acabei com Hud.
- Mas...
- Mas?
- P'ra você ficar exigente não tem que haver gente em volta, querendo ficar com você?
- ?
- É, como uma fila, e eu querendo ficar com o melhor?
- Não. Você não ficou exigente assim.
Nuvens pumbleas deixam o ar pesado.
- Não adianta mais ser bonitinho p'ra você ficar. Tem que despertar alguma coisa. Você tem que ter vontade. Tem que mexer com você.
- E isso passa?
A luz se apaga. E a porta fecha.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

PASSADO: Como virei do mundo...

Aceitar-se é sempre um problema para qualquer um que se sente diferente. E a forma mais fácil de fazer isso é você perceber que não está sozinho. É você perceber que não é anormal. Que é apenas mais um. Que você faz parte de um todo. Lembro que uma vez escutei, uma psicóloga na tv falar que passamos a adolescência toda querendo ser alguém diferente, gritando para todos que temos personalidade, mas quando nós finalmente entendemos quem somos, e paramos de riscar nossos nomes em qualquer lugar, nós desistimos da individualidade e queremos apenas fazer parte de um grupo. Ter gente ao nosso redor. Iguais. Exatamente o contrário de Malhação. E não nego: se hoje estou tão bem com minha sexualidade isso se deve ao fato de eu ter feito grandes amigos gays. Como isso aconteceu? Bem, deixem-me lembrar...
Tudo começou quando Sílvia começou a contar-me que tinha curiosidade sobre a sexualidade dela. Ela queria experimentar. E eu apoiei. Dizia-lhe que ela deveria tentar, porque, senão, ela teria essa sombra sobre a vida dela. E ela foi. Contou-me que experimentou. Provou. Gostou. E a menina a havia convidado para uma boate gay. Ela foi. E provou. E gostou. E me convidou para também conhecer. Tive medo. Claro. As bobagens que todos pensam. "Será que vou encontrar algum conhecido?". Mas fui. E aos poucos conheci gente. Gente. E mais gente.
Entrementes, eu descobrira a internet. E conheci Felipe. Net, muitas conversas, telefonemas, mensagens de celular. Falávamos sobre o namorado dele. Diego. Falávamos sobre os homens bonitos que víamos na rua. Aos 22 anos, eu aprendi o que é ser adolescente. Felipe tinha 21. E eu e Felipe nos conhecemos pessoalmente. Tornamo-nos amigos. E era bom ter alguém para dividr aquelas coisas, aqueles sentimentos, aquelas dúvidas. Conversávamos sobre como nos descobrimos, como acontecera nossas primeiras vezes. Eu aos 13, ele aos 20.
Mas também nos tornamos baladeiros profissionais. Sexta, sábado e domingo. E pegadores. Adolescentes. Brincávamos com as pessoas. Trocávamos ficantes. Apostavámos quem beijaria mais numa noite. Eu sempre ganhava. Éramos irresponsáveis. Conosco e com os outros. Aos 23, eu cansei. Felipe não. Aos 23, eu sabia que aquela vida de menino não combinava com meus cabelos brancos. Aos 23 eu sabia que era ora de crescer um pouco, e eu sentia, apesar de não querer, que Felipe não estava preparado para isso. Eu procurava outros amigos. Outros que fossem mais adultos que Felipe. Alguém que estivesse ao meu lado para outra coisa além das baladas. E, num lugar insólito, conheci o Peter Pan.
Eu conhecia o Peter Pan da internet. Ele era famoso no Fotolog.com, e eu o achava lindo. E um dia, descobri que ele era gay. Com essa informação e cheio de más intenções, adicionei-o ao MSN, conversamos, conversamos, mas nada concreto se formou. Até que um dia, na praça do CEI, ele apareceu. Reconheci-o pelas fotos. E com uma coragem que às vezes meu sangue leonino me concede, aproximei-me e falei: "Sabe quem eu sou?". Ele inicialmente não reconheceu, mas depois lembrou. E, coincidentemente, nos reencontramos na balada naquela mesma noite. Balada que fui com Dim, ex-ficante de Felipe. Reencontramo-nos, ele estava sentado numa cadeira, eu passei a mão no cabelo dele, em direção a orelha, e fiquei brincando com o lóbulo, ai ele me olhou e me beijou. Ficamos. Eu não acreditava que aquilo fosse possível. Era um sonho! Um sonho que logo tornara-se um pesadelo. Uma hora fui comprar bebida, e quando voltei o Peter não estava mais lá. Sumira, e quando voltou, estava beijando outro. Engoli seco. Saí.
Mas em outro dia reencontramo-nos. Conversamos. Desculpas pedidas. Desculpas aceitas. E começamos a ser amigos. E percebi que o Peter, com sua tara por Garotos Perdidos era muito mais adulto do que Felipe podia ser naquele momento. Peter trabalhava. Peter estudava. Felipe fugia dessas responsabilidades do mundo adulto. Aproximei-me de Peter, meu namorado na época fazia parte do grupo de amigos de Peter e me fez conviver com ele, me fez ir para os lugares q ele frequentava, e como o Peter é alguém que você não consegue deixar de gostar dele, nós fomos nos aproximando e quando o namoro acabou, Peter ficou. Meu lucro. Quando minha amizade com Felipe se desgastou, Peter Pan já se tornara muito importante. Hoje, ele me chama de txio, primeiro porque sou professor, mas agora porque faço parte da família.
Peter Pan era amigo Andarilho. Os amigos do Peter costumavam todos se reunir num jardim a beira-mar numa das praias mais badaladas da cidade. Sentavam, bebiam, brincavam e namoravam. Uma noite, brincávamos todos de verdade ou consequência. E, eu havia visto o Andarilho algumas vezes apenas, sempre com o namorado dele (que no dia que eu conheci, deu em cima de mim) e girando a garrafa, caiu que eu deveria perguntar verdade ou consequência para o Andarilho, que agora já estava solteiro. Ele escolheu consequência e minha resposta foi mais rápida que meu senso de ridículo: "Posso usar a consequência comigo mesmo?". Ele riu. Todos riam. Conhecemo-nos. Na mesma brincadeira, Davi também deveria perguntar ao Andarilho verdade ou consequência, ele corajoso (ou safado) prontamente respondeu consequência e prontamente Davi setenciou: "Beije por 30 segundos o Foxx!". Depois nos conhecemos melhor nas baladas, ele me ouviu falar sobre meus foras, meus complexos, e minhas tristezas, e me apoiou, me deu ombro e conselhos, e durante meu namoro com Beto, nos aproximamos muito, e hoje somos como irmãos.
Ao lado do Peter Pan e do Andarilho, eu conheci pessoas. Amigos, gente igual a mim. Que me apóia. Que me conhece. Que me protege. Porque, quando estamos fora deste mundo (um tanto quanto marginal, não posso negar) pensamos que quando ficamos conhecidos no meio GLS essa informação vai correr como pavio de pólvora e logo estourar na sua vida. Contudo, os gays que sabem de você protegem seu segredo, como esperam que você proteja o segredo deles. "Ei aquele cara é gay?". "Eu não sei te dizer não". Quantas vezes presenciei este diálogo.
Sempre nos preocupamos com a opinião de nossos amigos heteros, contudo, quando os amigos mais importantes são gays, quando as pessoas que você sabe que pode contar são gays, o seu medo de ser descoberto ganha novas perspectivas. Resta-te apenas a família, a proteger dirão alguns, a esconder dirão outros, e dependendo da família as coisas são um tanto quanto mais fáceis.