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terça-feira, 27 de fevereiro de 2007
PASSADO: Texto que quero escrever ou Exercício de ironia
Eu estava errado! Totalmente!! Completamente!!! Não sabia que poderia acontecer assim tão fácil e tão bonito. É simples: nos conhecemos e, incrivelmente, nos gostamos. E aí depois foi só ficar juntos. Aí tornamo-nos os grandes amigos que deveríamos ser. E provamos o delicioso mel que o amor pode proporcionar. Estamos juntos e nada mais importa.
Temos problemas é claro. Ciúmes. Pouco tempo para ficar um com o outro. Mas quando o celular toca e vejo quem é. Quando escuto: "Vou passar o fim de semana com você tá?". Meu coração se enche de vida. Minha vida se enche de alegria.
É. É um sonho sim senhor. O mais perfeito que já sonhei.
domingo, 25 de fevereiro de 2007
EXERCITANDO O EXIBICIONISMO: versão 0.7, parte 5
Já o Trintinha (meu futuro marido... deixem de por o olho), lindo e loiro daquele jeito, todo mundo comenta mesmo. Fora que ele é podre de popular né? Tenho que controlar meu ciúme, aff...
Eu sou o mais fraquinho de comentários então resolvi apelar. A cueca é pouco cavada? Bem, desculpem, só uso boxxers e esta é uma Hercovitch (para aparecer bem na fita né?). Espero que agrade.
Mensagens especiais: Gabriel, você é meu novo irmãozinho; Sunshine, te amo de um jeito que só a gente mesmo entende; Edu, postei Espartanos (www.pseudea.blogspot.com) só para você; e Just, adorei conhecer melhor mais um blogayro. Na verdade, todos aqui são pessoas incriveis, deveríamos começar a organizar um encontrão de alguma forma, porque essas amizades eu quero levar comigo para sempre.
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
PRESENTE: O Valete de Ouro
Caicó estava fria. Nuvens pesadas cobriam as serras que cercam a cidade. Era uma noite incomum ali. Chovia fino. E raios caíam, anunciando o que me esperava no carnaval. Cansado, subi escadas carregando minhas malas. Levei-as até o quarto e joguei num canto. Os outros habitantes daquele apartamento jogaram suas coisas ali também. Cada um ganhara um espaço. E eu deitei e dormi. Um sono pesado que não deixou meu corpo reconhecer que estava num colchonete fino sobre o chão. O dia prometia amanhecer perigoso e assim, não tardou.
Acordei. O dia nublado. Saquei meu telefone. Liguei para Mariah. Maraiah chega. Junto trás Rafa. E os amigos deles, alguns conhecidos, outros não. Aproximam-se. Bebo. Fumo. Estou rindo, quando de repente, viro-me e o encontro. Os cabelos dele estão negros como sempre foram. Mais cumpridos do que eu estava lembrado. Repicado. Balançavam. Caíam lisos sobre os ombros magros que já foram de meus beijos. Ele ria, cercado por seus amigos. Para mim, seu sorriso não aparecera. Respiro fundo e vou até lá. Pergunto se posso falar com ele. Minha voz sai forte e decidida, mas por dentro meu coração treme de medo, treme de esperança. Ouço-me falar a ele que ainda o amo. Ouço-me dizer-lhe que ele esta errando em ficar longe de mim. Mas antes de chegar a implorar, eu desisto. Porque desisto? Porque os olhos dele estavam vazios. Ele olhava através de mim, por cima de mim. Meneava a cabeça como ele sempre fazia quando não estava interessado no que diziam a ele. Ria um sorriso simpático, mas o brilho que havia nos olhos dele que deixavam nossas fotos juntos lindas não existia mais. Ele estava nervoso sim. Constrangido também. Mas educadamente ouviu tudo o que tinha de dizer, e saiu. Sem dizer-me nada.
Noite. Na praça. Cercado por barulhos ensurdecedores. Com lama nos pés. Sentado na mesa comigo estão Andarilho e Pry. Eles comem. Eu só observo a noite. Nem quente nem fria. Olho as pessoas que passam. Homens bonitos. Alguns exibem os torsos desnudos. Mulheres loiras. Cabelos lisos, enxarcados de suor. Elas vestem camisetas de blocos. Devem ter dançado muito sobre os caixotes. Ele chega. Bem vestido como sempre. Usa um colar que eu dei a ele. Não consigo não conter um sorriso. E nem um pensamento: foi de propósito? Se não foi, será que é o subconsciente dele tentando demonstrar algo? Eu grito que sou tolo. Mas ninguém houve meu grito. Por que ninguém houve? Por quê? Quando volto a mim, percebo que ele notou meu interesse. E aí ele vai embora. Deixa-me lá com um olhar de pena. E se vai. E eu quero chorar. Quero. O Andarilho não deixa. Ele diz que eu sou melhor que isso. Que vou conseguir superar e encontrar alguém que realmente me dê valor. Eu nego. Digo que é impossivel. E ele se irrita. Levanta-se e vai embora. Com raiva. Fico lá, abandonado a noite. Sentado na calçada. A mesma que Beto apresentou-me a seus amigos. Que disse pela primeira vez na minha frente: este é meu namorado.
Chovia. Ao fundo o açude Itans contrastava com as montanhas que se jogavam em seu espelho. Pedras sertanejas rasgavam a terra seca. Em cima das pedras, um casarão onde uma música conhecida rasgava aquela paz tão bucólica. Gente e mais gente. Conhecidos muitos. Muitos de Caicó. Muitos outros de Natal. A luz do dia entrava prateada e banhava aquelas pessoas pelo alpendre. Ele estava lá. Dançando. Dançando como ele me conquistou. Ele me conquistou numa festa, de repente me lembrei o porquê daquela música ser tão familiar. Era a música que tocava quando ele me conquistou. Dançando. Feliz. Como ele estava feliz. Toda vez que eu me virava. Ele saltava, pulava. Ele estava feliz. O Andarilho estava irritado comigo. Ele sabia que eu estava sofrendo e dizia que ele não merecia isso. Não merecia meu sofrimento. Não merecia minhas lágrimas. Não merecia.
Uma tarde suave. Ana e eu conversamos sentados junto a Caixa. Não venta, mas não faz calor. As nuvens cobrem o céu com um manto plúmbeo. Falamos sobre relacionamentos. E ela fala que notou minha tristeza. Que meus olhos estão cinzentos como o céu. E que achou meu ex muito estranho. Disse-me que notou que ele fingia alegria quando me via. Disse que ele costumava estar parado, triste, bem quieto. Mas quando percebia que eu olhava, mudava de atitude. Dançava, pulava, tornava-se o Beto que eu conheci. Pry ouve a conversa. Acaba dizendo que percebeu o mesmo. Rafa diz-me que ele sempre, mesmo comigo, dizia que nunca tinha esquecido o ex. Nigue diz que eu deveria esquecê-lo de vez, porque ele não me amava como eu o amo. Não chorei.
Noite. Última. Céu sem estrelas e sem lua. Vamos à Ilha carnavalizar. Noite quente, apesar de uns pingos de chuva que teimam em cair. Tenho medo de chover. Conheço pessoas novas. Riu ao lado delas. Danço ao lado delas. Bebo. Fumo. Sonho. Curo-me. Hora de ir embora. Pergunto a Pry se devo falar com Beto. Ela acha que sim. E vou falar com todos. Ele é o primeiro. Tchau, já vou. Tento abraça-lo. Ele não deixa. Tento beijar seu rosto, muito menos. Afasto-me. Ele conheceu Pry aquela noite. E a abraça-a e chora porque ela já vai. Trocam telefones. E o ódio toma conta de mim. E eu descubro que um amor não morre, ele se transforma. No caso dele tornou-se indiferença. E no meu caso agora se transformou em ódio. Adeus meu valete! Você está definitivamente enterrado. Agora minhas lágrimas de ácido não são mais por ele, são apenas por mim mesmo.
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
EXTRA, EXTRA, EXTRA: Viajando?
Gente. Estou indo. Carnaval em Caicó. Taí o mapinha para vocês verem aonde estou me metendo. Claro que vocês saberão de tudo. Não se preocupem. Agora já tenho coisas para contar. Eu estava muito curioso sobre tudo o que vai acontecer. Que maneiras vocês conhecem para que alguém saiba o que vai acontecer? Como saber o futuro? Tarot, claro!!
Se vocês não sabem, eu sei jogar tarot e baralho cigano. Saquei minhas cartas e perguntei. Vou dizer tudo o que as cartas me disseram aqui, e quinta feira, quando eu retornar, saberemos o que as cartas acertaram e o que elas erraram. Fiz, em resumo, duas perguntas. Primeiro, perguntei: "Vou voltar com Beto?". E depois: "Como será Caicó?".
"Vou voltar com Beto?"
Não! Não neste carnaval! Apesar das cartas dizerem que existe uma possibilidade longinqua. Que o único problema é ele não confiar na minha fidelidade e a presença de uma mulher que atiça a desconfiaça dele.
"Como será Caicó?"
As cartas me disseram que é um erro ir a Caicó. Que eu deveria ficar em casa me dedicando ao meu trabalho. Disseram que é um desperdício de dinheiro e de tempo. Mas que também tem um lado positivo. Esta viagem vai me libertar de um certo Valete de Ouro, um homem mais novo do que eu, que na verdade não sabe o que quer (vocês tem dúvidas de quem as cartas estão falando?). Disseram-me que finalmente conseguirei enterrar este cadáver, que sofrerei muito com isso, mas se eu não passar por isso tornar-me-ei meu pior inimigo.
Eu tinha falado em lado positivo né? Mas convenhamos, tem coisa melhor do que me libertar do meu Valete? Mas também, em Caicó, vou conhecer um (não vale rir) Rei de Paus, um amigo talentoso, inteligente e competente, que tendo os mesmos objetivos que eu, ficará ao meu lado por muito tempo. Ele será mais velho ou bem próximo a minha idade (realmente cansei dos meus lolitos). Aparecerá depois que eu conseguir me livrar do Valete. E será, simplesmente, inesquecível.
E aí? O que vocês me dizem?
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
Exercitando o Exibicionismo: versão 0.7, parte 4
Continuamos o jogo?
Vou aproveitar também e agradecer as palavras do Imperfeito sobre mim no blog dele. Também gostei muito de conchecê-lo. Na verdade gostei muito de conhecer todos os que meu blog trouxe até mim. Tudo começou com o Sunshine que conheci por outros meios, que me apresentou o Edu, o Ocean (com quem mal falo) e Shinji (muita saudade dele); depois, após uma brincadeirinha como essa conheci o Trintinha; e, em seguida, o Imperfeito, o Gabriel e o Maior Abandonado. Estes são os que frenquentam meu MSN. Agora estamos numa nova fase: temos meus amigos de carne-e-osso também entrando no blog, né Andarilho? Mas todos os outros que aqui comentam sempre, todos vocês que sempre aparecem aqui, agradeço de coração pelas palavras que muitos deixaram. Vocês sabem tão bem quanto eu como isso ajuda às vezes, faz pensar. Quando não somos cobertos de elogios, aí é o ego que agradece.
Obrigado. Tem texto ai embaixo também.
domingo, 11 de fevereiro de 2007
PASSADO: Sina de Leonino
Reflexões passadas. Texto escrito em 27 de junho de 2004. Ainda bem atuais, vejam:
Por que todos se preocupam tanto com o que se vai dizer? Por que todos se preocupam tanto no que os outros vão comentar? Essas são as perguntar que normalmente nos fazemos. Querendo ser superiores. Mas a pergunta real é por que todos têm tanta necessidade de falar de outras pessoas? Por que a vida dos outros é sempre mais interessante? Porque é sempre um assunto?
Isso sinceramente me irrita. Eu tento viver a vida sem me preocupar com o que os outros vão falar, mas sempre aparece alguém e diz: "O que os outros vão pensar?" Danem-se! Fodam-se! Todos! O mundo! Não quero mais ouvir ninguém falando que sou isso ou sou aquilo. Cansei!
Mas pensando bem: ser o motivo de conversas não é de todo mal. Falem mal, mas falem de mim é a frase de um leonino. Mas que falem mal de coisas más que eu fiz, não daquelas coisas que eu não fiz. Ou eu vou tomar uma providência drástica: vou começar a ser e a viver tudo que dizem de mim. Porque tenho pra mim que as pessoas me invejam, se não por que me atribuem tarefas tão hercúleas? Quem sou eu pra ser tão bonito, feliz, habilidoso, sedutor e inteligente? Nessas horas os que me chamam de pretensioso nunca aparecem, não é? O mundo me atribue coisas que me acho tão incapaz de realizar. Incapaz mesmo! Que eu queria ser metade do que dizem que eu sou.
É nessas horas que estas estórias se tornam mais engraçadas. Quando nós começamos a querer que elas sejam verdades. Queria ser... queria poder... queria ter... E só me resta rir. Tenho que rir daqueles que acreditam nessas histórias e chegam alarmados para me oferecer ajuda. Tenho que rir daqueles que fabricam essas estórias, por que pode até parecer que não, mas essas estórias são fabricadas... ora, possuem sim um autor, que nunca assume sua criação claro, ele não a assina. Apesar que depois de anos de prática, eu sei muito bem de onde nasce cada tipo de comentário.
Acho que é isso. Eu devo ser uma estrela que de tanto brilhar ofusca alguns. Isso deve irrita-los e eles tentam jogar lama em mim. Tentam cobrir meu brilho com sua lama. Que pena, mas eu sei tomar banho!!!
terça-feira, 6 de fevereiro de 2007
PRESENTE: "I fuck you and you fuck me!"
Dia de rave. Estava animado. Fazia tempo que não saia para uma rave. Desde quando? Deixa lembrar... desde que briguei com Felipe em fevereiro do ano passado. Evitava ir, não queria encontra-lo nas raves, depois comecei a namorar com Beto, e como ele morava em outra cidade, e não podia ficar vindo a Natal, ele não queria que eu fosse sozinho para as raves. Adoro raves sim. Mas eu o amava muito para não obedecê-lo. Surpresos? Por causa dele deixei de frequentar bares, boates e muitos outros lugares. Ele não gostava de me ver andando sozinho por ai. Só saía até o shopping, pagar contas e ir ao cinema. Sinceramente não me sentia mal com isso. Na verdade, me sentia muito feliz fazendo isso para ele.
Mas acabou né? Estou liberado. E na primeira oportunidade, aproveitei. Não sei se estou me sentindo muito importante. Mas acho que boa parte dos meus amigos resolveu ir porque eu decidi que ía. Comprei o ingresso antes de todo mundo. Chamei todo mundo para ir, e eles foram aceitando. No fim, combinamos nos encontrar na Terra do Nunca, a casa de Peter pan, meu amigo, que fica perto do local da D'Place (a D'Place é uma mansão, com piscina, na qual desde ano passado algumas raves são promovidas), e logo eram umas trinta pessoas por lá.
A promessa era de som das 23:59 do sábado até o meio-dia do domingo. Começamos as 22h mesmo. No posto de gasolina, como eu propus, compramos as bebidas e nos dirigimos a pequena galeria que havia ali, já que os pais do Peter pan estariam em casa. Na galeria algumas coisas interessantes, alguns amigos bons (DF, foi para você esta), alguns amigos ruins (Mr. Ni ganhou o título), mas a melhor não fez parte de nosso grupo. Deixe-me contar-lhes.
Estavamos lá, todos conversando, quando um grupo de saradinhos chegou perto. Garotos lindos, nenhum deveria ter mais que vinte anos, e um deles passou por nós se dirigindo ao banheiro da galeria. Quando ele voltava, uma bicha velha, usando uma camisa cafonérrima (palavra horrivel, mas tenho certeza que todos imaginaram a mesma camisa) aberta até a metade, mostrando o inicio de uma barriga saliente, deteu-lhe o passo e num ingles mixuruca largou "I fuck you and you fuck me". Em inglês? Sim, em inglês! Era uma pergunta? Não, não era uma pergunta. Todos nós nos olhamos, a bicha velha acreditava que ninguem tinha entendido, mas os risos começaram a ser contidos, e como fui professor de inglês durante dois anos logo alguém gritou:
- Foxx, ele disse mesmo o que eu escutei que ele disse.
E eu em alto e bom som traduzi:
- Foi sim, eu te fodo e você me fode.
E ri. Ri. Ri e ri.
Depois disto nos dirigimos a rave. Eu conversando com Raquel e Bono, depois correndo com Trancer da chuva que insistia em cair e só piorava, fazendo com que, na porta da rave, nos refugiassemos embaixo de um carrinho de cachorro quente. Como eu estava lá, Michel passou-me o celular dele e eu guardei no bolso, ele também me entregou a minha camera digital que estava com ele, e ficamos esperando que São Pedro aliviasse para podermos entrar na D'Place. Na primeira chance, com medo da chuva, corri para dentro da mansão. Entrei, encontrei Gui e Ju, e pedi que eles segurassem minha camera, enquanto eu ía até o banheiro. Esgueirei-me evitando os pingos de chuva. Não queria me molhar. Na volta, a chuva terminara e eu vinha bem tranquilo passando ao lado da piscina. Já haviam alguns lá. De roupa e tudo. Brincando. E aí eu sinto alguém me abraçando por trás, me pegando, meu puxando, e eu acho por um instante que é Trancer, até que as mãos me largam, eu noto que vou cair na piscina e antes de qualquer reação, eu lembro: "meu celular e o de michel estão no meu bolso".
Saio da água. E vejo quem me empurrou. Encontro o sorriso angelical daquele que é um demonio em todos os sentidos: Iago. Ele ri. Comprimenta-me feliz da vida por me ver.
- Meu celular, caralho!
Ele gela. Seu olhar diz tudo. Ele está arrependido.
- Tava no bolso?!
- O meu e o do meu amigo, Iago!
Trancer aparece. Ele sabia que os celulares estavam comigo. Viu tudo aconteceu. Tenta me ajudar. Abrir os celulares. Seca-los. Michel aparece.
- Nem me preocupo, meu celular tá seguro contigo né Foxx?
Só depois ele nota. Eu todo molhado. O olho dele brilha.
- Meu celular?!?
Trancer estava com ele. Mostra. Todos falam ao mesmo tempo. Todo mundo quer ajudar.
- Não ligue.
- É, se ligar agora pode queimar.
- Seque em casa.
- Com secador de cabelo.
- É com secador.
- Deixe no sol.
- No sol dentro de uma vasilha plastica.
- É pra abafar.
E eu só penso quanto azar eu tenho. Mas, ainda estou na rave. Meu dinheiro se salvou. Então ainda da pra aproveitar. Aproveitar o resto da rave. Saio e vou dançar. Até minha roupa secar. Mas quando volto a piscina, Lipe me vendo seco, me joga de novo na água. E dessa vez, caio do lado de um menino de sorriso perfeito e o olhar pidão mais lindo que já vi. Bruno era o nome dele. Eu perguntei. A gente conversou. Rimos um pouco. O Andarilho ameaçou o pobre do Bruno de morte se ele me magoasse.
- Ele tá bebo, ligue não!
- Tá! Eu sei como é isso.
Eu acendi um cigarro. E ele me pediu um trago. Eu dei. Ele agradeceu e eu brincando disse que obrigado era muito pouco. Então, ali na piscina mesmo, eu rindo, ele olhou nos meus olhos, olhou para minha boca e me beijou.
- Aqui não.
- Onde então?
- Vem aqui.
Eu fui em direção ao banheiro. Ia no banheiro, depois leva-lo a outro lugar. Mas antes que eu pudesse dizer algo. Ele entrou comigo no reservado. Beijou-me. Beijo bom. Delicado. Forte na hora que precisava ser. Mas sem muita ação. Ele não pegava em mim, só me beijava, eu era o único que apalpava. Pernas dele. Costas. Bunda. Gosto de pegar. Gosto de puxar o corpo contra o meu. Só a boca não me convence que a pessoa está ali, tem que ter todo o resto junto. Saímos do banheiro quando um cara abriu a porta, não sei o que ele viu, nem se me viu, não sei o que ele pensou, só sei que saímos os dois do reservado, e tinha muita gente esperando a gente lá. Viram? Com certeza. Entenderam? Sei lá.
Contudo, depois desse beijo, Bruno sumiu. Via-o passar com os amigos dele. Parecia que ele estava interressado em um deles. Um bem alto, com cabelos cacheados, e eu desisti dele. Fui dançar. Muito psy. E Peter Pan me oferecendo martini rosé. Andarilho não gostava, ele sabia o que o martini me lembra: o beijo de Betinho. Ele ainda jogou meu copo algumas vezes fora. Ele queria que eu parasse de lembrar, mas não tava sofrendo nada com isso. Sinceramente não.
Mas depois que Andarilho teve que ir, aproveitei para beber todo o martini que me deu vontade. Bebi, mas Peter bebeu mais. E logo ele tava correndo louco pela rave, até que deitou no chão e dormiu. Sentei ao lado dele, naum podia larga-lo lá. Estávamos na parte de trás da mansão, Peter deitado no gramado e eu encostado numa parede. Sentado lá, vi muita coisa. Homens se agarrando. Mulheres e homens se trancando no banheiro. Cocaína. Ecstasy.
Numa hora eu estava sentado, apoiado sobre um ombro, com o boné escondendo meu rosto, apenas minha boca ficava de fora. Eu estava lá, reclinado, de olhos fechados, tinha acabado de fumar um cigarro, quando eu sinto um menino se aproximando, ele toca minha mão, e eu me assusto abrindo os olhos, quando vejo, ele está com os lábios quase colados nos meus. Afasto-me instintivamente. Só afastado vi que o menino não era mesmo de se jogar fora, contudo ele estava agora sem jeito. Ele não controlou um impulso.
- Ecstasy, com certeza!
Eu o observei, e agora ele não olhava mais para mim. Levantou-se. Chutou uma bananeira que tinha por lá. Até deixa-la no chão. E eu percebi que tinha provocado uma fera. Dava para ver que ele estava tentando colocar para fora algo que o consumia. Imaginei, e vejam se estou louco, que ele estava com tesão, mas sentia-se culpado e como eu o havia (mesmo sem querer) dado-lhe um fora, a vergonha estava insuportável. Ele ficou lá. E bateu na bananeira até cansar.
Não nego que fiquei com medo. Imaginei que aquela bananeira poderia ser eu. Imagine se durante o beijo ele resolve me bater também. Hoje não tinha mais Foxx para contar a estória.
Depois disso, mas gente chegou. Um casal com que conversei horas. Sobre muita coisa e um grupo de meninos e meninas que me ofereceram maconha. Pediram-me o fogo e me ofereceram o cigarro. E eu aceitei. E passei mal. Bebi muito e quando juntou com a maconha nenhuma lombra. Só passei mal mesmo. Primeiro uma dor de cabeça, no alto da testa, depois fiquei tonto. Meu rosto começou a ficar quente e meus pés e mãos estavam roxos. Diabolin me achou lá naquele estado, chamou Michel e Madê que me ajudaram. Mas foi só vomitar todo o martini que eu bebi que tudo melhorou. E eu e Michel ainda terminamos rindo:
- Tá vendo! Até lembranças de Beto te fazem mal.
E rimos. Depois levamos Peter com amnésia alcoolica para casa, dizendo o que ele aprontou. Pobre Juh, namorado de Peter. Mas bem que ele merece, mas isso é para outro post. Ficamos na casa dele mais um pouco, conhecemos a família, comemos algo e as 4 horas da tarde, depois de muito psy eu deitei na minha cama para finalmente dormir um pouco.
Agitado não?
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007
Exercitando o Exibicionismo: versão 0.7, parte 3
Os comentarios estão esquentando. Amo muito tudo isso! Agora nós estamos nos sentindo muito solitarios (nós: eu, Trintinha e Imperfeito), mas levando em consideração que na primeira versão éramos apenas eu e o Trinta isso dá um crescimento de 5o%! É um crescimento vertiginoso entre os participantes. Agora, ninguém acertou a foto, a próxima, alguém sabe?
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007
PASSADO: O belo e o bom
Até namorar Jorge eu tinha a vida de um esteta, e bem... ele a abalou seguramente. Antes de conhecer Jorge numa parada de ônibus, eu nunca tinha me apaixonado por ninguém. Algumas pessoas até já haviam se apaixonado por mim, mas eu não conseguia corresponder àqueles sentimentos. E sempre acreditei que isso se devia porque eu prezava demais a beleza externa e quando alguém realmente bonito olhasse pra mim, eu me entregaria apaixonado.
Acho que minha cabeça funcionava como a dos antigos gregos. Os gregos acreditavam que tudo aquilo que era belo era necessariamente bom. Porque os deuses nunca concederiam beleza a alguém que fosse mal. Já eu sempre pensei que o amor estaria inevitavelmente ligado a beleza. Por isso ninguém nunca se apaixonaria de verdade por mim. Por isso eu me apaixonaria inevitavelmente pelo belo. Eu sei, eu sei, ingenuidade e cegueira, mas eu sempre achei. Afinal pessoas se apaixonaram por mim, mas eu não os via, estava olhando para o lugar errado.
Mas curiosamente, quando eu encontrei o belo, isto não se deu. Encontrei o belo um dia que eu estava na parada de ônibus, indo para a facul. Da academia que ficava perto da parada de ônibus saiu um menino moreno, cabelo curtinho e olhos verdes. O corpo dele tinha a beleza das estátuas gregas. A beleza que só Afrodite é capaz de conceder. Naquele dia nós não nos falamos, eu nunca teria coragem de chegar perto de alguém tão bonito. Mas ele me olhava, e eu me escondia embaixo do meu boné. Ele pegou o ônibus dele, e eu fiquei xingando o destino por ele não pegar o mesmo ônibus que eu. Porém, dias depois, nos reencontramos, numa festa. Era o destino. Ele sorriu. Veio falar comigo e se apresentou.
- Jorge.
- Foxx.
- Você mora perto da Performance né?
- Moro sim. Você treina lá?
-Não, eu dou aulas lá.
- Ah, legal!
Era mais do que eu podia imaginar. Personal de uma academia. Querendo me beijar, e sem poder porque estávamos numa festa hetero. Mas ele me tocava. Puxava-me para junto dele. Aproveitava o empurra-empurra dos passantes para me bolinar. Eu não acreditava. E nem meus amigos. Ninguém. Aquilo tudo era de verdade?! Aquilo tudo tava ali por mim?! Saímos de lá com os números de telefones trocados. No dia seguinte ele me ligou. E ele colocou um toque apenas para mim no celular, eu achava muito engraçado: "ai delícia, ai ai delícia". E, pouco tempo depois, ele me pediu em namoro. E eu aceitei.
Contudo, com o tempo, eu percebi que ao lado de Afrodite, por mais que procurasse, eu não encontrei nenhum dos seus filhos. Nem Imeros. Nem Eros. E meu sonho de amor perfeito acabou-se. Desfez-se. É. Eu admito que pensava que havia me apaixonado por alguém porque ninguém alcançava os padrões divinos que eu tinha me imposto. E como também acreditava que deuses só olham para deuses, tentava alcançar esse padrão. Todavia eu conheci esta graça divina. Alguém que se encaixasse perfeitamente no meu sonho. Jorge era um deus. Mas eu não me apaixonei.
Aprendi com isso uma grande lição. Aprendi que a beleza atiça os sentidos. Mas não o coração. Aprendi que o amor é verdadeiramente cego. E ele não é cego apenas para os feios, pois é nesse sentido que normalmente utilizamos esta expressão. O amor também é cego para os deuses. Aprendi, finalmente, aprendi que eu ía me apaixonar por uma pessoa pelo que ela é. Porque se estou procurando corpos o Davi de Michelangelo ou a Vênus de Milo são os mais perfeitos de toda a humanidade. E ainda tem a vantagem de não roncarem.