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segunda-feira, 29 de janeiro de 2007
Exercitando o Exibicionismo: Desafio 0.7, parte 2
Estou decepcionado com os blogueiros: apenas eu (solteiro), o Trintinha (solteiro) e o Imperfeito (tb solteiro) entramos na brincadeira. Onde estão os outros? Também não estou gostando dos comentários. Pouca gente! Bora animar?
Tem texto aqui em baixo viu? Podem ler lá também. E para aproveitar, também visitem meus links. Tudo de muito bom gosto, prometo!!
domingo, 28 de janeiro de 2007
PRESENTE: Entre sorrisos, alívios e lágrimas
O título diz tudo. E vou seguir sua ordem.
SORRISOS:
Tive muitos motivos para sorrir esta semana. E todos eles têm nomes. Marcelo Sunshine. Gabriel. Trintinha. Imperfeito. Todos me deram motivos para grandes sorrisos esta semana. A chegada do Andarilho (www.andarilho88.blogspot.com) entre nós também foi um motivo para mais sorrisos. Por falar no Andarilho, ficar até as 5 da manhã no telefone hein amigo? Eu dormi (quando acordei o celular tava no meu ouvido), mas você e o Henrique ficaram falando o que?? Esta semana, o Andarilho veio me agradecer por estarmos tão íntimos. Nós nos conhecemos a mais ou menos um ano, mas desde que meu ultimo namoro começou (coincidentemente) ficamos bem mais próximos. Ele viu tudo acontecer, e é uma das pessoas que mais torce contra uma reconciliação. Esta semana, ele veio agradecer a Deus por sermos amigos. Fiquei feliz. Muito. Andarilho, sua amizade também é muito importante pra mim.
Continuando a falar de amigos. Agora o Henrique, aniversário dele esta semana. Parabéns. Henrique é como se fosse da família já. Ele me chama de "txio". Não é por causa da minha idade, tá? É por causa da minha profissão. Não, não vou contar qual é? Que se instale o mistério: qual a profissão do Foxx? Os citados acima, mais o Edu-Ouriço estão proibidos de contar.
Mas acho, que os maiores sorrisos aconteceram hoje. Hoje é aniversário do Sunshine. Já liguei pra ele, já deixei scrap no Orkut. Vi vários de vocês por lá, entre os amigos dele, tudo nos fakes. Já comprei o presente também, só não enviei. Vai pelo correio, viu gente? É porque essa intimidade toda existe, mas o Sunshine no Sudeste e eu no Nordeste. E agora eu lembro que por minha causa, Sunshine descobriu que o Brasil não acabava na Bahia. Parabéns amigo. Muitas felicidades mesmo. Sabe que te amo muito né?
Estou cercado de amigos, graças a Deus, e isso que me faz sorrir.
ALÍVIOS:
Estava dormindo mal todos os dias da semana passada. Tinha pesadelos. Todo santo dia. Sabem porque? Eu estava atrasado com minha dissertação de mestrado. É, eu faço mestrado. E tenho que escrever uma dissertação com 250 páginas e até agora só escrevi umas 90. Eu estava com um bloqueio terrível, sentava para escrever e não conseguia. Então mandei um e-mail para minha orientadora. Ela foi compreensiva. Entendeu. Tranquilizou-me. Disse que meu trabalho é "muito bom". E que temos tempo para estes bloqueios. Ela sabe que passei por coisas dificeis ano passado (nem contei a vocês né? Uma depressão! Grande! Engordei 10 kgs! Terrível! Só não tentei me matar, não sou tão corajoso). Ficaram curiosos sobre o que estou pesquisando? Não posso dizer, se não entrego minha profissão.
LÁGRIMAS:
Se vocês já me conhecem um pouco, sabem do que eu vou falar.
BETO!
Claro.
É óbvio.
Bem, esta semana tive uma crise. Foi na quinta feira. Fui ao aniversário de uma amiga de Henrique, com ele. Só que esta amiga dele namora uma menina que o irmão dela namora o melhor amigo de Beto aqui em Natal. Vamos citando nomes que fica mais fácil: Nicole namora Rosana que é irmã de Dennys que namora Jefferson que é o melhor amigo de Beto. Fui até a festa com o coração na boca. Se Jefferson fosse, quem eu poderia encontrar lá? Beto! Como eu ía agir? Como eu ía me comportar? Eu então percebi que eu não estava preparado para encontra-lo. Revê-lo feliz como ele parece estar. Chegando em casa não resisti. Fui fuçar o Orkut dele. E olha o que achei lá:
"tenho em mim seu doce olhar...sem jamais mudar,sua imagem me faz pensar,como foi que eu fiz tudo e deu em nada,eu sei,nasci sozinho,me axei com seu carinho,você deu luz ao meu caminhar...foi você que despertou meu imenso amor,e tirou meus pés do chão...não sei quem vai vencer a carência ou o sofrer...vou ver,viver,um dia aprender que quando agente se entrega para alguém que não quer só amar,se trai e o encanto se quebra,bem melhor ficar sozinho não chorar mais por você...vou seguir sem invadir,sem olhar para trás,caminhar sem esperar,querer bem e dar tudo sem ter nada,você foi a razão da mais forte emoção,não dá,não vou mais me enganar,nem o amargo adoçar,vou viver sem você....foi você que me ensinou a sofrer de amorrrrr"
E eu chorei. Chorei. Chorei. E Chorei.
Isso mudou tudo. Mudou meus planos para o carnaval. Meus planos, junto com o Andarilho. Ele que me apoia nessas coisas. Era ir para a cidade de Beto, que tem um dos carnavais mais animados do Estado, e lá mostrar para ele que estou feliz, e que se ele não quer, tem quem queira. Mas eu não estou feliz, o que me adianta? Meu medo é chegar lá, vê-lo com outro (ou outros) e perder meu carnaval todo chorando por alguém que não liga mais para mim. Meu medo é que tudo o que eu pretendia fazer, aconteça justamente o contrário, que ele que esfregue a felicidade dele na minha cara, enquanto eu vou ser humilhado na frente de todos, até porque não sei mentir, vai estar nos meus olhos meu ciúme. Meus amigos querem que eu vá. Querem que eu enfrente Beto. Eles dizem que eu sou melhor, mais bonito, mais inteligente, tão simpático quanto, se for para colocar numa balança, todos os que Beto tentar pegar eu posso roubar dele. Sinceramente: não acredito nisso! Não sei mais o que fazer: conselhos?
quarta-feira, 24 de janeiro de 2007
PASSADO: No vácuo
Estou sentindo isso atualmente. O Medo tem sido um companheiro constante. Por incrível que parece, ele tem sido a mão que estende a toalha quando lavo meu rosto pela manhã. É aí, que todos os dias, minhas sublimações caem diante de meus olhos, e os monstros novamente cercam-me, mas meus olhos rapidamente apagam.
Fobos tem sido o arauto de minha realidade. E Lethe, a proteção de minha alma. Monstros prtedendem devorar-me todos os dias, mas Lethe tem erguido seu escudo e me mimado em seu colo. Mas o que fazer? Segurar a mão de Fobos e enfrentar meus monstros?
Pobre Fobos. Se eu fizer isso, ele será o primeiro sacrificado no altar das aberrações. Agarrar-me ao meu medo o sufocará. Mas meu medo na verdade não é dos monstros que me cercam. É de não conseguir vencê-los. Sei que eles não me devorarão, todavia o medo de falhar é grandemente superior.
Então, por enquanto, meu coração continua no vácuo. Continua sem fazer nada conversando com meu medo. Está tudo paralisado na minha vida e isso não é nada bom para o Feng Shui.
segunda-feira, 22 de janeiro de 2007
Exercitando o Exibicionismo: Começando o Desafio versão 0.7
Então... let's fun!
sábado, 20 de janeiro de 2007
EXTRA, EXTRA, EXTRA: Diário do Fim de Um Namoro, the end
Não haverão mais postagens sobre o fim do meu namoro. Por quê? Porque hoje eu descobri que ele terminou mesmo. Definitivamente. Sem dó nem piedade. Também não vou me alongar muito. Apenas uma breve introdução para vocês entenderem o contexto.
Manhã quente. Acordei cedo. Tenho muito o que escrever. Trabalhos para terminar. Ir no mestrado buscar quatro livros para escrever o texto final para Historiografia. Pragas e pragas. Porque diabos fui ser reprovado?!? Escrevendo. Lendo latim. Pensando quando o grego começou a ser aprendido na Europa. MSN ligado.
Beto acaba de se conectar.
Frio. Gelo no estômago. Suor. Abro o MSN e vejo o nick.
Hoje quero alguém que me dê amor como você não deu.
Ligo para meus amigos. Provocação. Não posso responder. Tenho que ficar superior. Joshy. Chama, chama, chama. Andarilho (www.andarilho88.blogstpot.com). Chama, chama, chama. Henrique. Chama, chama, chama. Meus dedos tamborilam sobre o mouse. Abro outras janelas, tento me distrair. Gabriel (www.secretomundo.blogspot.com). Ítalo (www.italo-dam.blogspot.com). Não posso dar-lhe o gostinho.
- E esse nick hein?
- Que nick? O sobre o carnaval?
- Não, o subnick!
- Ah, não é para você não.
- E pra quem é?
- É só uma música, legal né?
Engulo seco. Dores pungentes no peito. Olhos ardentes. Raiva? Ciúme.
- Ah, estou me divertindo muito. Fiquei com Kleiper e Kledson em Caicó. Já estou em Souza. Caicó foi tudo! Adorei!
Quem &¨%$ perguntou?
- Conheci um cara maravilhoso lá. Luana que me apresentou. De Currais Novos. Ele é um gatão. Você tem que conhecê-lo, ele é maravilhoso. Alex.
- Não, obrigado! Não quero conhecê-lo.
Droga, eu não podia ter dito isso. Tenho ciume dele? Tenho, mas não é pra demonstrar. Odeio todos os Alex do mundo a partir de hoje. Alex? Mas Alex não era o nome que ele odiava? Mas Alex não era o nome que ele dizia que eu devia ter sido muito apaixonado por um Alex ( verdade, mas conto isso depois), e ele foi se enrolar por um Alex? E me dizer? Estranho!
- A gente tava ficando mas ele disse que no carnaval não dá certo manter compromisso. Aí a gente deu um tempo!
Acho é pouco. Bem pregado!
- Eu estou uó, mas ele tem razão. Vou aproveitar e ficar com Dinho, a gente já combinou.
- Você e Dinho ficando? Menino, essa eu quero ver! Vai ser muito engraçado!!
Meu amigo Dinho vai ficar com ele? Nunca! Ele com certeza preza muito mais a minha amizade do que dar uns beijinhos em Beto.
- Há quanto tempo você e Alex estão juntos?
- Mais ou menos 1 mês.
Pausa mental. Calculo lento. Terminamos a 1 mês e 1 semana, ele está namorando a 1 mês, 1 mes e 1 semana menos 1 mês é igual a 1 semana. 1 semana. 1 semana?! 1 semana!?! Ele começou um novo namoro apenas após 1 semana?!? Mas ele não dizia... mas ele não me amava?
Não falo mais...
Ele muda o nick: Não soube cuidar, perdeu meu amor.
Muda novamente: BB, eu te amo muito você sabe né?
BB? BB era eu! Ele já tá amando? Mas ele não me amava?? E Alex está on-line?
Meu irmão interrompe meus pensamentos.
- Preciso usar o computador.
Movo o mouse. Fecho programas. MSN. Blog. Flog. Levanto-me e sento na sala. Meu sobrinho de 1 ano pula no meu colo e eu ensino ele a fazer brá.
quinta-feira, 18 de janeiro de 2007
segunda-feira, 15 de janeiro de 2007
Exercitando o Exibicionismo
quarta-feira, 10 de janeiro de 2007
PASSADO: Bonequinha de Luxo
Assisti há mais ou menos um ano, no Retro, Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's). Um dos filmes que eu, como aspirante a cinéfilo, já deveria ter assistido. Um clássico impressionante. Produzido em 1961, dirigido por Blake Edwards. Citado. Imitado. Apesar de nunca ter sido refilmado, apesar que seria impossível, ninguém imitaria Hepburn. Bem, assisti. E finalmente descobri porque um pretinho básico é tão famoso. E o que é uma mulher realmente très chic! Ela sentada na saída de incêndio! Meu Deus, nunca nenhuma mulher será tão elegante dentro de um pullover.
O filme é simplesmente perfeito! Lindo! Fala de amor! Amores comprados para ser mais exato. É a história de um aspirante a escritor (Michey Rooney) que é sustentado por sua amante, uma famosa decoradora (Patrícia Neal), que conhece uma aspirante a esposa de milionário (Audrey). Eles são vizinhos. Encontram-se pela primeira vez no hall do prédio e se reconhecendo como iguais, tornam-se amigos. E de amigos, se apaixonaram. Apesar do seu interesse no escritor, Audrey recusa-se a entregar-se ao amor porque pretende tornar-se rica.
Lembro que quando assisti a cena que mais me tocou foi quando Paul Varnak (Rooney), o escritor, diz que quer terminar com sua amante. Ele diz que ela é uma mulher de estilo e que assim sendo, espera terminar com ela com estilo. Ela repete “terminar”. E ele completa “com estilo”. Ela então saca o cheque e dá US$ 1000 para ele passear com o novo amor dele. Ele não aceita, óbvio, como bom herói romântico e ainda deixa a casa dela com a roupa do corpo e US$ 50,00 que ele ganhou vendendo seu primeiro conto.
Mas, como na época minha descrença no amor reinava, eu acreditava piamente que iria provavelmente terminar com uma bonequinha/bonequinho de luxo ao meu lado (qualquer um desses dois, sinceramente, não vejo diferença), me imaginei naquela cena. Levando o fora de minha/meu bonequinha/o. Contudo, eu não agiria como no filme. Primeiro porque eu nunca imaginaria que um/a bonequinho/a de luxo como esses/as me amasse de verdade. Ele/a iria-se e facilmente outro/a me apareceria. E provavelmente eu lhe faria um cheque também. O décimo-terceiro.
Hoje, não sei mais se terminarei assim, graças ao meu último namoro mal-fadado eu me enchi de esperanças para com o amor. Aprendi que ele existe, e pode acontecer, mas será que tenho esta sorte? Não sei! Mas, como segurança, sempre vou me lembrar das palavras da decoradora para Paul Varnak. “Você e os outros rapazes deveriam abrir um sindicato. Assim vocês teriam todos os direitos. Férias. Assistência médica. E até um seguro desemprego entre… relacionamentos”. Vou guardar. Talvez um dia eu queira repetir para alguém.
domingo, 7 de janeiro de 2007
EXTRA, EXTRA, EXTRA: Diário do fim de um namoro, parte 2
Nesta semana comecei a falar com um menino com que eu já havia ficado, Gui, e imaginei que a gente podia recomeçar de onde paramos, e falei com ele. Ele sabia de minha situaçao com meu ex namorado. Mas, mesmo assim, ele me assegurou que poderíamos sim, começar a ficar, e deixar rolar até acontecer algo. Se acontecesse algo.
Falamos pelo MSN, falamos pelo telefone, e ele disse que não estaria em Natal neste fim de semana. Que na próxima semana nós poderíamos conversar pessoalmente e veríamos o que poderia ocorrer. Eu concordei. Mas resolvi não esperar por ele. Resolvi sair naquele fim de semana. Logo C&A, me chamou para ir a uma boate, uma na qual haveria bebida free a noite toda. Topei, claro, queria encher a cara como ha muito tempo não fazia. E fomos. Eu, C&A, Michel, Juh, Dim e mais dois amigos héteros meus, Paulo e Cinho.
Fui para a boate. Bebi. O DJ era excelente. Pulei. Pulei. Vodca grátis a noite toda. Amigos brincando. Amigos ficando. Amigos levando fora e eu quieto. Não tive coragem de chegar em ninguém. Não consigo. Por mais que eu saía de casa disposto, quando encontro as pessoas, percebo que alguém tá olhando para mim, eu congelo. Não tenho mais a coragem que eu tinha de me aproximar. Não tenho mais a coragem de levar um fora que eu tinha antes. Não tenho mais a coragem de sorrir se alguém está me olhando. Sinto-me traindo Beto. Sinto-me traindo o meu próprio coração. Desculpem, mas meu coração ainda é de Beto, por menos que ele mereça, por mais que isso seja doentio, é a mais pura verdade.
Mas isso não fez da noite uma perda total. Encontrei Daniel, ele tava mal porque não conseguiu entrar na Federal daqui. O resultado havia saído na sexta feira pela manhã, chorou no meu ombro. Chorou. Chorou. Por que isso faz a noite melhor? Porque Daniel duvidou de minha amizade. Excluiu-me do Orkut para que ninguém soubesse que éramos amigos. Mas nos momentos piores, no fim, ele percebeu que o ombro que ele queria para chorar era o meu. Não das pessoas que ele considerava "amigos melhores". E sim a mim. Eu que era a bichinha que ele não queria se envolver. Se eu o considero um amigo? Claro que não. Não confio nele para nada. Mas é bom saber que agora ele sabe que precisa de mim. E, afinal, eu fui o superior da história. Pelo menos, parece. Parece que eu o perdoei. Parece que eu o aceitei novamente ao meu círculo de amigos. Mas as pessoas mais próximas a mim (isto inclui vocês, leitores) sabem a verdade. Ele é, e sempre será, "aquele que me excluiu".
A noite também foi engraçada. Paulo queria ficar com uma menina. Muito bonita por sinal, que estava com um amigo - que eu sabia que era gay. Conheço ele há muito tempo, na verdade ele namorou um amigo meu. Aí ela disse que ficaria com ele, se ele beijasse um menino. Qual o plano dela: Paulo, que é daqueles homens enormes, altos, musculosos, que chamam atenção onde entram, beijaria o amigo dela. Eu estava sentado perto, só ouvi ele dizer: "Tá bem!" E no segundo depois ele tava me beijando. Um beijo bom, não nego. Ele sentou no meu colo, com as pernas abertas, levantou meu queixo e me beijou. Ouvi o ex-namorado do meu amigo gritar. Rindo. A menina também gritou. E acabou. Um beijo que não durou 1 minuto. Não olhei para ninguém. Fiquei com vergonha sim. Paulo já avançou para cima da menina, ela tentava escapar mas agora não tinha mais motivos. "Promessa é divida".
Eu levantei e corri para perto da música, fui dançar. Daniel me deu caipirinha. Tomei dois goles. Não aguentei e passei para Paulo que havia chegado. Encontramos Dim, e eu notei que ele tava ficando com Michel - boate grande, espaço de sobra - e a partir daí eu só lembro de coisas espaçadas. Eu sentando. Eu vomitando. Eu dormindo. Eu perdendo meu boné rosa (buááááááá).
Quando amanheceu, e eu acordei, estava recuperado. Não sei se é o heiki, ou se eu tenho o fator de cura do Wolverine, mas me recupero muito rápido de bebedeiras, e quase nunca tenho ressaca. Então, eu dei a ideia, vamos para um after? Henrique estava sozinho em casa, os pais dele haviam viajado e as 6 da manhã eu liguei e perguntei se poderíamos passar por lá. "Com certeza!". E logo estávamos lá. E adivinha o que encontrei lá?
Lembra de Gui. Que não estaria em Natal hoje? Advinha quem estava lá na casa de Henrique? Gui!! Ele estava dormindo na hora que cheguei e soube porque Gush veio todo feliz me contar que estava com Gui. Que haviam dormido juntos. "Tô tão feliz!". E eu sorri. Tomei o café. Rimos. Conversamos. Patê, iogurte, pão e suco de laranja. E Gui acordou. Levantou-se só de cueca. Pernas lindas devo acrescentar. E a cara dele ao me ver, foi de um susto só. A partir daí, ele me evitava, evitava ficar no mesmo cômodo que eu, evitava olhar-me nos olhos. Fugia. Mas eu queria dizer-lhe umas verdades. E tinha que ser ali. Tinha que ser naquela hora. E uma hora vi ele e Gush entrarem no quarto. Fui atrás. Fiquei na porta, fumando. Roubei um dos cigarros de Madê, que estava também na casa de Henrique. Gush ficou com vontade de fumar e saiu. E eu aproveitei. "Era melhor você ter dito que não estava interessado. Agora, você perdeu além de alguma chance comigo, um pouco de minha amizade, respeito e carinho por você". E saí. Não dei-lhe chance de responder. Fui para casa. E cheguei da balada as 10 da manha. Graças a Deus meus pais não estavam em casa para ver isso.
quinta-feira, 4 de janeiro de 2007
Brincando de T.S. Eliot: Dicas para se ler melhor
Quero dividir Lítio, de Patrício Júnior, ou minha experiência com ele, com vocês. Vou compartilhar com vocês dores, angústias e vibrantes agonias, lágrimas abortadas, sorrisos ácidos e, sobretudo, o incomodo que aquelas palavras, aquelas simples palavras, me causaram.
Não tenho nome de personagens a apresentar aqui (INCOMODO NUMERO UM). Não pude me apaixonar por nenhum deles porque os personagens de Patrício não tem consistência física que um nome pode dar. Eles são unicamente feitos de seus pensamentos. Muitas vezes de seus pensamentos sobre si mesmos, desfocados pela própria dor que os envolve. E sobre a história, para não estragar a brincadeira, eu só posso adiantar que tudo gira em torno de um suicídio (OUTRO INCOMODO, AFINAL FALAR DE MORTE SEMPRE INCOMODA). Personagens com vidas causticantes decidem sobre viver ou morrer. Sim. Este é o tema “elevador” do fragmentado Lítio: o livre arbítrio. A capacidade de escolher seus próprios caminhos que cada um de nós tem.
Fragmentado? Lítio é fragmentado? Ah, prestemos atenção, como diria Bourdieu, a narrativa. O ritmo narrativo de Lítio é fragmentado, ou abandonando meu cientificismo, não espere começar a história pelo começo. Abandonando o conselho do Rei de Copas, do País das Maravilhas, de Alice (Caroll), lembra?, Patrício começa seu livro quase pelo fim (TERCEIRO INCOMODO).
Em seguida, podemos falar das próprias palavras de Lítio. Definitivamente, Lítio não foi feito para quem vive em tons pasteis. Na verdade, inclusive, ele deveria ser vendido com uma tarja proibindo o consumo para aqueles que decoram seu quarto com objetos com o rosto da Hello Kitty ou daqueles que gostam de todos os tons alguma-coisa-bebê. As palavras escolhidas para Lítio muitas vezes doem (QUARTO INCOMODO).
Definitivamente sai incomodado de Lítio. Envolvido com aquelas palavras, a droga que ele se refere no título não diminui em nada a dor que as páginas de Patricio me impregnaram. Mas eu não sai deprimido do livro. Na verdade ele serviu de catarse para minha própria dor.Sai mais leve. Por isso, se você puder, leia Lítio. Sugiro que você ouça Frejat enquanto lê. Achei que funcionou muito bem. Mas eu tinha resolvido falar sobre livros não é? Música fica para uma outra vez.
Os clássicos sempre são dificeis de começar a ler. Mas aviso que eles são fantasmas que se a gente não enfrenta, eles voltam para nos perturbar. Os gregos são os primeiros clássicos a se ler. E os maiores fantasmas que podem nos perseguir. Sem sombra de dúvida. E Túcidides, apesar de não ser o que devemos indicar para quem quer começar (talvez a poesia, Ilíada, por exemplo, ou as comédias sejam mais indicadas para um iniciante), mas é uma boa idéia para quem gosta de se aventurar em livros sobre a guerra. Segundo palavras do autor: "Tucidides de Atenas escreveu a guerra dos peloponésios e atenienses tal como a fizeram uns contra os outros". Todavia não espere ver sangue na guerra de Tucidides, ele não fala da guerra de Ares; a guerra que Tucidides trata é aquela que é travada nas mesas dos governantes e nos discursos na ágora, é a guerra geniosa de Palas Athena.
Ele tenta expor a guerra numa narrativa linear, coisa que nunca tinha sido feita até então, pretendendo com isso conseguir provar a grandesa da guerra e demonstrar que seu método de estudo é uma forma útil para se pensar a história. Por isso, este livro é um dos clássicos da historiografia mundial, porque Tucidides cria o método para produzir História como ciência, elencando fontes históricas e depoimentos, aos quais ele dá todo o crédito da informação.
"Mate-me por favor" é a história bem recheada de sexo, drogas e rock'n'roll contada sobre os anos 70 e a Blank Generation, a geração vazia que criou a Contra-cultura após descobrir que o movimento hippie não conseguiu mudar o mundo em nada. Narrando o nascimento do que hoje foi batizado de punk, desde a Factory de Andy Warhol até o Max’s Kansas City nos anos 60 e 70, chegando ao Reino Unido nos anos 80, os autores, Legs McNeil - que cunhou o termo punk - e Gilliam McCain, apresentam a história do incompreendido fenômeno musical e poético, que é, antes de mais nada, o nascimento da indústria pop da música, sobretudo nos Estados Unidos.
Em centenas de entrevistas com todos os personagens originais, incluindo Iggy Pop, Patti Smith, Dee Dee e Joey Ramone, Debbie Harry, Nico, Wayne Kramer, Danny Fields, Richard Hell e Malcolm MacLaren, o que dá um tom narrativo extremamente divertido em todo o livro, penetra-se nos camarins, nos apartamentos, nas camas e entre as agulhas, comprimidos, ácido e pó, para reviver o que começou nas entranhas de Nova Iorque como uma pequena cena artística e se tornou um verdadeiro momento da música. 'Mate-me, por favor' começa quando o CBGB’s e o Bowery eram uma legítima terra de ninguém; revive os dias de glória de grupos comoo Velvet Underground, Ramones, MC5, Stooges, New York Dolls, Television e Patti Smith Group (ou seja, deve ser lido próximo do seu som, com uma bela coleção de cds) e disseca juntamente a morte de cada um desses grupos, curiosamente sempre envolvendo alguma droga, apenas isso que muda, qual tipo de droga: coca, maconha, ácido, apenas isso muda.
O grande problema do livro é a ausência das letra das músicas, apesar de referências constantes. É um livro para os fãs, pois conta com que o leitor tenha um conhecimento prévio sobre o assunto discorrido, ele espera que todos os leitores saibam que música está se citando, que música tem aquele verso, que música tem tão variação melótica. Um erro simples, um erro crasso, um erro claro de um jornalista. Mas mesmo assim, vale muito a pena.
terça-feira, 2 de janeiro de 2007
PRESENTE: Adeus ano velho, feliz ano novo
Problemas a vista? Sim! Alguns!!
Quarta feira, última, resolvi dormir na casa de Henrique. Os pais dele viajaram e eu pensei em me mudar para lá durante esta semana. E parece que minha mãe previu o que iria acontecer esta semana, porque no primeiro dia que dormi lá, quando voltei em casa para pegar minhas coisas para voltar, ela fez um escândalo. Disse que não tinha me criado para viver na casa das pessoas. Que não sabia quem eram essas pessoas. Que eu só devia estar fazendo coisa errada. E meu pai acrescentou: "Isso é coisa de bandido". Chocados? Esperem, vai piorar.
Achei melhor não brigar. Calei-me e nem disse que pretendia passar esta semana na casa de Henrique. Afinal no fim de semana eles iriam para a casa de praia de qualquer forma. E eu aproveitaria o reveillon na festa que Henrique estava organizando. Quem sabe até sairia do atraso de vida que eu estou (leia-se "sofrendo pelo fim do namoro"). Mas, minha mãe acrescentou. "Você vai com a gente pra casa de praia, nem invente". Eu engoli seco. E aí meu pai começou a fazer a chantagem que ele faz tão bem. "É verdade, até parece que ele tem vergonha da gente". Disse que todos os meus primos apareciam na casa de praia. "Mas você é o único que nunca aparece". O que, não nego, é completamente verdade.
A praia é Santa Rita. Meus pais tem essa casa a mais ou menos 6 anos. E, enquanto eles estão lá, todos os fins de semana, juntando as vezes que fui, acho que não dá 2 meses. Vocês devem estar achando que é uma loucura, não é? A casa é estremamente confortável. Quatro quartos, sendo duas suítes. Mais um banheiro social. Varanda. Uma enorme sala de estar e jantar. Cozinha equipada. A casa em si é perfeita. E a praia? Deserta! Fica a vinte minutos da cidade, mas é completamente deserta. Linda. Mar calmo. Perfeita para relaxar. Perfeita para ficar agarrado com o seu amor. Mas quem te disse que eu quero relaxar? E o que vocês acham que sente alguém que acabou de terminar o namoro ver aquela paisagem perfeita para curtir com seu namorado?
Fui. Sábado, as 7h da manhã eu estava dentro do carro. De fones de ouvido. Ouvindo KT Tunstall. Óculos Triton tipo mascara no rosto. E Mate-me por favor, sobre meu colo. Mais blasée impossível. Fui a viagem toda, calado. Desprezando a tudo e a todos. Odiando cada centimetro daquela estrada. E pensando: "Eu tenho 25 anos, eles não tem direito de fazer isso". Minha vontade era abrir aquela porta. Descer e voltar para casa. "Não quero ir, droga!". Imaginei até a cena, eu saltando do carro em movimento. Um rolamento. Eu caindo de pé. Praticamente uma das Panteras. Ai eu percebi que aquilo funcionava em filmes, que eu teria que agüentar meus pais reclamando quando retornassem para casa. Então, me aquietei. E fiquei lá. Passivo. Vegetando.
Chegamos rápido na casa. Apossei-me de um quarto. Tranquei-me lá dentro. E li. Li Mate-me por favor, 280 páginas apenas no sábado, depois falo do livro. Mas ele só aumentava a raiva que eu estava sentindo. E eu gostei. Tive raiva de ainda morar na casa dos meus pais. Tive raiva de estar sofrendo por alguém que não me ama. Tive raiva de ainda não ter terminado minha dissertação de mestrado a esta altura. E disse: "Cansei!", e dormi o resto do dia.
Quando acordei, minha tia, que cuidava de mim quando eu era um bebê enquanto minha mãe trabalhava, veio conversar comigo. Ela me considera seu filho mais velho, e por isso estava preocupada porque eu tinha me trancado no quarto. Contei-lhe que estava ali obrigado. E ele veio com um papo muito estranho de dizer que me amava "independente do que eu fazia com minha vida", e que meus pais também deveriam ser assim. Disse que ía tentar me libertar do meu cativeiro, mas não conseguiu, como eu sabia que não ía conseguir. Eu ainda ouvi minha mãe dizer que eu deveria ter vergonha deles, por isso não gostava de ficar ali naquela casa. Mas aí eu expliquei meus motivos. "Não tem nada, absolutamente nada pra fazer aqui". Enquanto, naquele exato momento, a festa na casa de Henrique já deveria ter começado (havia sido marcada para as 2h da tarde) e, mais tarde, uma rave começaria em Pipa (a praia mais badalada do Estado e a segunda mais procurada para o reveillon no Brasil). E eu estava lá, em Santa Rita, durmindo, lendo e ouvindo minha tia dizer que me amava apesar de minha vida, enquanto o som dava uma trégua dos Bregas que esta mesma tia gostava de ouvir.
Logo a noite chegou. Logo a meia-noite chegou. Fogos. Cidra (cidra?!? cidra!!!). E meus olhos se encheram de lagrimas. Lágrimas porque estranhamente meu coração não se encheu de esperança como ele costumava se encher. Não. Este ano vai ser diferente. Realmente será. Porque desta vez não espero nada dele. Claro que comi minhas uvinhas. E fiz meus pedidos. Não vou conta-los. Não pode, senão não realiza, mas quando eles se realizarem, vou contando aqui, não se preocupem. Mas sinceramente não pareceu nada mais do que qualquer outro dia.